sexta-feira, junho 19, 2015

Estudantes estrangeiros encurralados no leste da Ucrânia

Africano nas ruas de Donetsk e patrulha terrorista...
Desde os anos 1950 Ucrânia providencia as bolsas de estudo para os estudantes estrangeiros. Desde a sua independência em 1991, o número de bolsas diminui bastante, mas surgiram novas oportunidades, os cursos ministrados em inglês, diversos cursos de pós-graduação e a possibilidade de estudar às suas próprias dispensas. No entanto, a ocupação das cidades de Donetsk e Luhansk pelas forças russos-terroristas mudou este cenário no leste do país.

A jornalista Tamila Varshalomidze preparou uma reportagem para Aljazeera English sobre a situação dos estudantes estrangeiros que continuam à estudar nos territórios temporariamente ocupadas pelas forças russo-terroristas (texto resumido em português).
Em 2014, na Universidade Médica Estatal de Donetsk (DSMU, a Universidade se mudou para a cidade de Kramatorsk), uma das mais prestigiantes universidades ucranianas estudavam 2.500 estudantes estrangeiros. A Universidade, fundada em 1930 atraía os alunos da Ásia do Sul, Médio Oriente, África e dos países da ex-URSS. Após a cidade cair no controlo dos terroristas, apenas 85 estudantes estrangeiros ficaram em Donetsk, temendo, com toda a razão, do que os seus diplomas não serão mais reconhecidos internacionalmente.
Hoje, os terroristas que controlam a cidade de Donetsk, permitiram aos jornalistas visitarem o antigo campus universitário apenas por uma hora e fazendo unicamente as “perguntas politicamente corretas para evitar uma situação embaraçosa”. Outra regra dos terroristas é a proibição da língua ucraniana no ensino, permitindo apenas aulas em inglês e russo. Além disso, foram cortados todos os laços com o Ministério de Educação da Ucrânia.
Kadhem Ali, veio à Ucrânia em 2007
O iraquiano Kadhem Ali de 27 anos diz estar habituado: “à guerra e aos bombardeios”. O seu verdadeiro receio é obter uma diploma emitido pela “república popular de Donetsk”, o que significará que não poderá ser médico no Iraque ou em nenhum outro país do mundo, dado que o mundo não reconhece as ditas “repúblicas populares”.
Safuar Najaf, palestiniano de Hebron
“Nos, os restantes estudantes estrangeiros da Universidade, decidimos que se até o final do Verão não haverá confirmação sobre o tipo de diplomas que iremos ter, da Ucrânia ou russos, todos juntos deixaremos Donetsk”, – disse Safuat Najar (26), palestiniano do Hebron, Cisjordânia. Safuat está no 4º ano de medicina, ele pretende ser cirurgião cardiologista e quer sair da cidade. Mas é casado com uma médica local que trabalha em Donetsk, juntos, o casal tem uma filha de 5 anos de idade.

O indiano Shaney Rub (20), veio da Nova Deli dois anos atrás, encorajado pelo tio, que foi graduado pela mesma Universidade em 2010. A razão principal é o custo dos estudos, em Donetsk um ano de medicina custa 3.800 dólares, mais algum dinheiro para acomodação e alimentação. “Eu nunca seria capaz de conseguir estudar medicina na Índia”, – explica Rub.
O colapso do sistema bancário nos territórios ocupados significa que para conseguir o dinheiro enviado pelos parentes, ele (e outros) têm que viajar para fora destes mesmos territórios. A situação irá piorar quando irão caducar os vistos ucranianos de estudantes, impossíveis de renovar em Donetsk e sem as quais os estudantes estrangeiros não poderão visitar o restante território ucraniano.
Ganês John Arthur, de camisa branca
Já o ganês John Arthur (26), considera Donetsk como a sua segunda casa e não pretende sair da cidade. Artur confia que federação russa irá providenciar os vistos (Sic!) e diplomas russos.

Anzor Georgievich Jorjua, o “vice-reitor” da Universidade sob controlo dos terroristas, alimenta estas mesmas esperanças, prometendo que Rússia irá intervir no assunto, só que não sabe ao certo, quando isso ocorrerá de facto, prometendo a resolução “em definitivo para um futuro próximo”. No entanto, já em julho de 2015, chega a hora de graduação dos nove estudantes estrangeiros.
A posição da Ucrânia

O Governo da Ucrânia já pediu aos todos os estudantes estrangeiros que abandonem os territórios sob o controlo dos terroristas e se mudem para as áreas sob controlo da Ucrânia, não podendo fazer nada por aqueles que, porventura, decidirem ficar nas zonas da guerra.
Esse é o risco que eles escolheram. Nós ajudamos aqueles que se deslocaram para fora (dos territórios ocupados)”, diz Aleksandre Kvitashvili, ministro da Saúde da Ucrânia. “As universidades [dos territórios controladas pelos terroristas] não podem emitir nada mais do que papéis carimbados pela dnr”, explica o ministro.
Texto Tamila Varshalomidze twitter@tamila87v ; fotos Rabii Kalboussi Instagram@rabiikalboussi

Fonte:
http://www.aljazeera.com/indepth/features/2015/06/foreign-students-face-uncertain-future-east-ukraine-150612105536978.html

Blogueiro

Devido à situação sociologia-política nas regiões de Donetsk e Luhansk, o Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia informa que os alunos estrangeiros devem se transferir para outras regiões da Ucrânia.

As informações do Centro Estatal Ucraniano de Educação Internacional:

O Centro Estadual Ucraniano de Educação Internacional está autorizado a providenciar a comunicação entre os estudantes estrangeiros das universidades de regiões de Donetsk e Luhansk e as universidade de outras regiões da Ucrânia, onde esses alunos possam continuar a sua educação. O Centro oferece esses serviços sem quaisquer custos adicionais para os alunos. Como resultado deste trabalho deve haver confirmação dos estudantes estrangeiros, aceitando a continuidade de sua educação naquelas universidades.

O Centro Estatal Ucraniano de Educação Internacional (Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia): http://intered.com.ua/en/higher-educational-institutions

Contactos:
03057, Kyiv, rua Olexander Dovzhenko, № 3
Tel. + 380 44 359 05 39
interedarrobaintered.com.ua

Bónus
Dado que Ministério da Saúde da Ucrânia deixou de abastecer a região controlada pelos terroristas de preservativos, seringas e metadona, os toxicodependentes e doentes de HIV-SIDA ficaram entregues à si próprios e à merce dos terroristas...

5 comentários:

Anónimo disse...

http://www.voxeurop.eu/pt/content/news-brief/4926644-o-mapa-dos-paises-que-reconhecem-o-genocidio-armenio-e-o-holodomor

Anónimo disse...

Com tantos lacaios por toda a Europa fica difícil haver suporte a Ucrania:

http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/4839331-todos-os-amigos-de-putin

Anónimo disse...

Vc poderia falar um pouco sobre isto:

http://www.independent.co.uk/news/world/europe/now-russia-and-ukraine-are-at-war-over-the-ownership-of-st-vladimir-the-great-10335267.html

Anónimo disse...

para terrorista maidan foi obra e judeus:

http://www.jta.org/2015/06/22/news-opinion/world/separatist-leader-from-ukraine-recorded-making-anti-semitic-statements

Jest nas Wielu disse...

No caso de idiota Plotnitsky a ironia suprema reside no facto de que ele próprio tem raizes judaicas, mas como acontece muitas vezes: "pior anti-semita é aquele que tem algum sangue judio".