quinta-feira, fevereiro 27, 2014

O novo definitivo governo ucraniano



Embora as modificações são possíveis, eis o novo Governo da Ucrânia. Há muitos jovens, mulheres e independentes. Politicamente o Governo é sustentado pela VO Batkivshyna, VO Liberdade e deputados independentes. Partido “UDAR” de Vitaly Klitschko absteve-se de entrar no Governo, o que é compreensível, dado que Vitaly já anunciou a sua intenção de concorrer ao cargo presidencial. O Ministro interino da Defesa é um almirante, uma boa a agradável notícia face às ameaças agudas de separatismo contra a integridade territorial da Ucrânia.

O nosso blogue assume o compromisso de não criticar o novo Governo nos seus 100 primeiros dias de exercício de mandato. Exortamos todos os outros blogueiros responsáveis à seguir o nosso exemplo.

Eis a lista do novo governo da Ucrânia:

Arseniy Yatsenyuk – primeiro-ministro (317 votos ao favor dos 417 deputados registados);

O restante governo recebeu 331 votos favoráveis (não votaram apenas os comunistas e alguns deputados “regionais” mais reticentes).

Vitaly Yarema (tenente-general do Ministério do Interior) – primeiro vice-primeiro ministro dos Assuntos da Lei o Ordem;
Borys Tarasyuk – vice-primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros;
Volodymyr Groysman – vice-primeiro ministro da Política Regional;
Oleksandr Sych (historiador, professor, político) – vice-primeiro ministro;
Tetiana Chornovol (jornalista) – Bureau anticorrupção;
Yegor Sobolev (jornalista e político) – Comité de Lustração;
Pavló Petrenko (jurista e político) – ministro da Justiça;
Olexander Shlapak (banqueiro, experiência governamental desde 2000) – ministro das Finanças;
Pavló Sheremeta (economista) – ministro do Desenvolvimento Económico e do Comêrcio;
Serhiy Kvit (reitor da Universidade Nacional Academia de_Kyiv-Mohyla) – ministro da Educação e Ciência;
Oleh Musiy (chefe do Serviço Médico da Maydan) – Ministro da Saúde;
Lyudmyla Denisova – ministra da Política Social;
Andriy Mokhnyk (político e deputado da VO Liberdade) – ministro da Ecologia;
Yevhen Nishuk (actor) – ministro da Cultura;
Igor Shvayka (jurista e político) – ministro da Política Agrária e Alimentar;
Ostap Semerak (politólogo e político) – ministro do Gabinete dos Ministros;
Yuriy Prodan – ministro do Complexo Energético;
Dmytro Bulatov (empresário, porta-voz da Maydan Automóvel) – ministro da Juventude e Desportos;
Arsen Avakov – ministro do Interior;
Yuri Burbak (jurista e político) – ministro da Infra-estrutura;
Andriy Parubiy – secretário do Conselho Nacional de Defesa e Segurança (RNBO), Victória Syumar (jornalista) – vice-secretária; Dmytro Yarosh (“Setor da Direita”) – vice-secretário (decorrem as consultas);

Os ministros interinos dos Negócios Estrangeiros e da Defesa foram apresentados pelo presidente interino, Olexander Turchynov:

Andriy Deshytsya (diplomata e embaixador da Ucrânia na Islândia) – ministro dos Negócios Estrangeiros (322 votos favoráveis);
Ihor Tenyukh (almirante) – ministro da Defesa (326 votos favoráveis);

Bônus:
http://yanukovychleaks.org/

O novo governo ucraniano



Num exercício inédito, o novo Governo ucraniano, antes de votado no Parlamento foi apresentado na Maydan. Diversos ministros e vice-ministros têm menos de 40 anos, vários nasceram na Rússia, os restantes são uma mistura saudável entre a sociedade civil e as pessoas com uma relevante experiência governamental.

O nosso blogue assume o compromisso de não criticar o novo Governo nos seus 100 primeiros dias de exercício de mandato. Exortamos todos os outros blogueiros responsáveis à seguir o nosso exemplo.

Eis a lista (não definitiva) do novo governo da Ucrânia:

Arseniy Yatsenyuk – primeiro-ministro (317 votos à favor dos 417 deputados registados);
Borys Tarasyuk – vice-primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros;
Olga Bogomolets – vice-primeira ministra dos Assuntos Humanitários (não confirmou a sua disponibilidade);
Volodymyr Groysman – vice-primeiro ministro da Política Regional;
Oleksandr Sych (historiador, professor, político) – vice-primeiro ministro;
Tetiana Chornovol (jornalista) – Bureau anti-corrupção;
Yegor Sobolev (jornalista e político) – Comité de Lustração;
Pavlo Petrenyuk – ministro da Justiça;
Olexander Shlapak (banqueiro, experiência governamental desde 2000) – ministro das Finanças;
Pavló Sheremeta (economista) – ministro da Economia;
Serhiy Kvit (reitor da Universidade Nacional Academia de Kyiv-Mohyla) – ministro da Educação;
Oleh Musiy (chefe do Serviço Médico da Maydan) – Ministro da Saúde;
Lyudmyla Denisova – ministra da Política Social;
Andriy Mokhnyk (político e deputado da VO Liberdade) – ministro da Ecologia;
Yevhen Nishuk (actor) – ministro da Cultura;
Andriy Deshtshytsya (diplomata e embaixador da Ucrânia na Islândia) – ministro dos Negócios Estrangeiros;
Olexander Myrniy (empresário e político) – ministro da Política Agrária;
Ostap Semerak (politólogo e político) – ministro do Gabinete dos Ministros;
Yuriy Prodan – ministro do Combustível e Energia;
Dmytro Bulatov (empresário, porta-voz da Maydan Automóvel) – ministro da Juventude e Desportos;
Arsen Avakov – ministro do Interior;
Leonid Kostyuchenko (ministro do Transporte em 1999-2001) – ministro da Infraestrutura (decorrem as consultas);
Andriy Parubiy – secretário do Conselho Nacional de Defesa e Segurança (RNBO), Victória Syumar (jornalista) – vice-secretária; Dmytro Yarosh (“Setor da Direita”) – vice-secretário (decorrem as consultas);
Petró Mykhnyk – ministro da Defesa (decorrem as consultas).

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

Maydan e anti-semitismo *



O alegado “anti-semitismo ucraniano”, tão caro às forças anti-ucranianas e anti-Maydan, é analisado ao pormenor pelo Aleksandr Roytburd, judeu ucraniano, jornalista, intelectual e apoiante da Maydan.


Tal como anunciei anteriormente, eis o meu texto sobre os meus sentimentos judaicos de Maydan. Não tenho nenhum sentimento judaico sobre a Maydan. Eu, claro, sinto me judeu na Maydan, mas também sinto me judeu na praia de Havai, e na praça Vermelha, e no museu «The Metropolitan Museum of Art», e na rua «Privoz» em Odessa.

Não sinto na Maydan nenhuma ameaça adicional por causa do meu judaísmo. Alguns judeus profissionais hoje em dia tentam começar a campanha na imprensa internacional sobre o “anti-semitismo da Maydan”. Minha avaliação como perito: anti-semitismo não existe na Maydan, anti-semitas lá, com certeza existem, mas eles existem não apenas na Maydan. Eles existem em todo o lado: na praia de Havai, e na praça Vermelha, e no museu «The Metropolitan Museum of Art», e na rua «Privoz» em Odessa. 

Os maiores medos do “Maydan anti-semita” congelam as almas dos judeus ex-russos de Brooklyn, que são informados sobre o “anti-semitismo total dos ucranianos” nas páginas do FB pelo adorador fogoso da ideia imperial russa e hater da America que vive em Murmansk. Eis todos os factos deles.

Na realidade, durante (os primeiros 60 dias da Maydan), onde permanentemente estão milhares de pessoas, nenhuma vez eu senti o anti-semitismo, enquanto da imprensa e dos outros sei sobre 4 (quatro) incidentes. Tendo em conta que eu de propósito pedi todos os meus amigos me informar sobre este tipo de factos.  

1. Intervenção de uma louca poetisa anti-semita, esqueci o apelido, ela apareceu no palco no início, quando existia o MICROFONE LIVRE e desde então não foi permitida mais de intervir. Pelo contrário, do palco (da Maydan) discursaram diversos judeus: (Yosyp) Zisels (vice-presidente do Congresso das Comunidades Nacionais da Ucrânia, defensor dos direitos humanos e ativista judaico), e (jornalista) Vitaly Portnikov e outros e até eu. E Pushkin Klezmer Band apresentou o seu programa e recebeu diversas salvas de palmas da “Maydan anti-semita”.

2. Vertep com «judeu». A personagem tradicional das festas natalinas da Ucrânia Ocidental. Alguns ucranianos, por exemplo, o reitor da Universidade Católica de Lviv, padre Borys Gudziak propõem abolir essa personagem. O povo não quer. Eu não vejo nada de mal nisso. Colocando a mão sobre a nossa consciência, será que a personagem de  gói é sempre positiva no folclore judaico? Mas nos conseguimos separar as nossas tradições folclorísticas da tolerância atual? Porque não reconhecer o mesmo direito aos ucranianos?

3. Incidente na Câmara Municipal de Kyiv, quando um dos membros do «Liberdade» não gostou da quipá do operador de TV. Iniciou-se a troca de palavras, as escaramuças foram evitadas, um alto dirigente do VO Svoboda pediu desculpas ao visado.

4. Alguém escreveu a palavra “judeu” no panfleto com imagem do (Mykola) Azarov. A palavra foi imediatamente apagada.

E foi tudo!!! Tudo, durante nove semanas!!! Que questões poderão ser levantadas mais? À quem? À um milhão de pessoas na Maydan, ao VO Liberdade pelo qual não sinto muito amor, ao parcialmente enigmático “Setor da Direita”? À quem?

Claro, existe o facto de ataque contra os judeus ao lado da sinagoga de Podil (baixa de Kyiv). Eu vivo à 200 metros da sinagoga e não vi nas imediações nenhuns ativistas da Maydan. “Os nacionalistas terríveis” têm mais coisas à fazer do que ir à caça aos estudantes de yeshivá. “Berkut” dispara contra eles, usa os canhões de água durante as temperaturas negativas, espanca com os bastões de plástico. Será que eles sentirão a necessidade de ir para outro lado da cidade para bater os judeus se os há bastantes na própria Maydan. Por exemplo eu, tenho os traços fisionómicos muito mais judaicos do que o recém-convertido ao judaísmo, vítima dos pogromshik desconhecidos.

Pelo contrário, existem centenas, milhares de testemunhos dos judeus, que estão na Maydan sobre o sentimento de unidade e fraternidade no local. Não quero seguir a tonalidade das cartas dos judeus soviéticos que escreviam ao CC do PCUS condenando o militarismo israelita, mas porque as pessoas, que alegadamente representam os nossos interesses judaicos não perguntaram a nossa opinião judia?

Eu acredito que as questões das relações internacionais serão esclarecidas após a vitória. Serão eliminadas meias-verdades e ofensas recíprocas. Embora, talvez mesmo assim irão persistir os anti-semitas, mas é impossível sem eles... Mas hoje a questão das relações ucraniano – judaicos não está na ordem do dia na Maydan. E quem a tenta criar, baseado em nada, ou é um idiota ou é provocador.

Agora, o anti-semitismo do “Berkut” me preocupa muito mais. Pois o Estado que não é capaz de oferecer um projeto apreciável ao seu povo, tradicionalmente compensa a sua ausência com a ideologia defensiva. E essa pressupõe obrigatoriamente a imagem do inimigo. Qual  foi o inimigo que durante séculos mostrou a sua efetividade? Pois é.

Pessoalmente para mim, nesta confrontação é escolha é obvia. Quando decorre a guerra do bem contra o mal, eu estou ao lado do bem. A minha ética judaica exige isso. Alias, é por isso a maioria dos judeus ucranianos hoje estão neste lado e nenhumas operações propagandistas especiais irão mudar este quadro. 

* O título do artigo é da responsabilidade deste blogue.

Bônus:

A menina ucraniana judia sobre Maydan: “etnicidade aqui não é tida em conta” (a entrevista foi gravada na tenda do hospital de campanha dos ex-veteranos de Afeganistão na Maydan):



Blogueiro

Imagino que o episódio de quipá irá alegrar os corações anti-VO Liberdade. Apenas queria lembrar o caso do “Avante” e dos “Protocolos dos sábios de Sião”. O órgão oficial do PCP publicou o artigo baseado na obra anti-semita e falsa, o Secretário-geral do PCP defendeu o autor da calúnia anti-semita com “unhas e dentes”. Até agora nunca ouvi nenhuma acusação séria de anti-semitismo contra o PCP...