O
sistema dos campos de concentração soviéticos, GULAG, era composto por cerca de
700 campos, distribuídos de forma desigual por quase todo o território da União
Soviética. O campo de ALZHIR (Cazaquistão) era um deles...
O
campo ALZHIR (Campo de Akmolinsk de Esposas dos Traidores da Pátria) se situava
nos arredores da cidade de Akmolinsk (atual capital do Cazaquistão, Astana) e
oficialmente se chamava “17º campo feminino do departamento especial da Direção
dos campos de reeducação-laboral de Karaganda”. Ao campo eram enviadas as
esposas dos responsáveis soviéticos, acusados pelo regime comunista de serem “inimigos
do povo”, “sabotadores”, “traidores” ou “agentes dos serviços secretos
estrangeiros” (no total passaram pelo campo cerca de 20.000 à 22.000 mulheres e
crianças).
Os
maridos, geralmente, eram fuzilados logo após a sua prisão. E as esposas e os filhos
menores de 3 anos enviados ao GULAG. Ultrapassando o limite de idade os filhos
eram retirados das mães e colocados nos orfanatos. Alguns seriam “adotados” pelos
chefões do GULAG que lhes atribuíam os seus próprios apelidos, pois diziam: “estas
crianças não são filhos de criminosos ou prostitutas, tem sangue boa”.
O
campo era dirigido pelo Sergey Barinov. Em 1937 ele já era o chefe de NKVD da
cidade de Kalinin (atual Tver). No auge do Grande Terror ele denunciou os
crimes praticados pelo NKVD. Não foi fuzilado, apenas despromovido e colocado como
chefe do campo ALZHIR, tarefa desempenhada entre 1937 e 1954. Os filhos das
prisioneiras recordam ele com carinho, pois mantendo todas as aparências do
regime, ele ajudava às mulheres e as suas crianças. Por exemplo, foi da sua
autoria a norma interna de “não considerar os filhos das prisioneiras da ALZHIR
como inimigos do povo”.
Em cima: "Obrigado ao camarada Estaline pela infância feliz!" |
Outro
campo que abrigava as crianças era Karlag,
um dos maiores campos de concentração soviéticos. As testemunhas notavam que o
campo tinha a parecença incrível com o campo nazi de Mauthausen, apenas as “barracas
de Karlag eram mais cumpridas e não havia o crematório”. Em 1939 Karlag habitualmente
emprisionava 500 crianças, dos quais todos os meses morriam cerca de 50
meninos.
Em
1956 o território de campo foi chamado de Malinovka, as barracas demolidas e o seu
lugar ocupado pelas habitações e uma fábrica de criação de frangos…
Os realizadores russos, Daria Violina e Sergey Pavlovskiy, realizaram dois filmes
documentais sobre a problemática destes campos: “Nos
viveremos” (We Will Live On) de 2009 e “Mais longo do que a vida” (outubro de
2013), ambos podem ser vistos aqui: http://1543.ru/SP/DV/index.htm
2 comentários:
A Ucrania vive uma fase decisiva de sua história, semelhante a Alemanha na ocasião da Queda do Muro de Berlim, e vc foge do assunto? Pq essa alienação? A assinatura desse acordo com a EU significará a libertação da Ucrânia da tirania russa~!
Nada depende deste blogue e não temos nenhuma certeza se o regime atual de Kyiv assinará o acordo, o mais provável é que os ucranianos terão que entrar na UE à título individual...
Enviar um comentário