Ucrânia não foi aceita na NATO por medo da Alemanha de estragar as relações com Rússia, enquanto em 2008 o país estava muito perto de concluir o Plano de Acção para a Adesão (MAP) no âmbito da NATO, escreve o jornal ucraniano KyivPost, citando WikiLeaks.
Como consta nas transcrições publicadas pela WikiLeaks, no início de 2008, a Ucrânia solicitou a adesão à NATO, que logo recebeu o aval e o apoio dos Estados Unidos. A análise do pedido deveria ser feita na cimeira da NATO em Bucareste. Juntamente com Ucrânia, Geórgia também pretendia aderir à NATO. Contra a adesão desses países à NATO se manifestou França e acentuadamente Alemanha, temendo uma reacção negativa da Rússia. No entanto, o acordo tinha sido assinado em Bucareste com o apoio dos restantes países membros da Aliança e assinatura do MAP da Ucrânia e Geórgia foi agendada para o mês de Dezembro. Se mais tarde a França tinha começado duvidar da sua avaliação negativa desta questão, Alemanha continuou teimosamente a insistir em convencer outros países membros da NATO do que a adesão da “terrível”, em termos políticos, Ucrânia apenas aumentará a tensão da Aliança com Rússia e afectará negativamente a condução da missão militar da NATO no Afeganistão. Como resultado, devido aos esforços da Alemanha, na cimeira da NATO em Bruxelas a questão da adesão da Ucrânia à NATO foi, de facto, esquecida, concentrando-se na resolução de problemas de Afeganistão. As informações da WikiLeaks sobre o comportamento da Alemanha na véspera da cimeira da NATO em Bruxelas e a sua oposição à adesão da Ucrânia à NATO provêm da fonte estritamente classificada da NATO.
O resumo dos documentos publicados pela WikiLeaks também mostra que os alemães olham com desprezo a proposta do Medvedev sobre a segurança europeia, mas acreditam que a devem “considerar”, esperando que isso “melhore a atmosfera” das relações com Rússia. Alertando contra o perigo de “colocar Rússia em um canto”, com a concessão do MAP a Ucrânia e Geórgia após a invasão russa da Geórgia em Agosto de 2008, os alemães, ao mesmo tempo expressam-se muito críticos contra as declarações de Medvedev sobre a colocação de mísseis de curto alcance em Kaliningrado.
Fontes:
http://www.novayagazeta.ru/news/1594181.html (em russo)
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