quarta-feira, dezembro 15, 2010

Ivan Demjanjuk acusa os juízes alemães

O soldado ucraniano do Exército Soviético, John (Ivan) Demjanjuk foi o prisioneiro da guerra da Alemanha nazi durante a II G. M. Hoje, apesar dos seus 90 anos ele é julgado na Alemanha, acusado dos crimes cometidos pelos nazis alemães.

A declaração que se segue foi escrita pelo Ivan Demjanjuk em ucraniano e traduzida verbalmente para a língua alemã pelo tradutor oficioso durante a sessão pública de julgamento, ocorrida em 23 de Novembro de 2010 em Munique na Alemanha (ler a declaração prévia do Ivan Demjanjuk).

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John (Ivan) Demjanjuk: parem a minha perseguição implacável

Com a decisão do tribunal de continuar este julgamento, os juízes, que não têm qualquer jurisdição e — porque a Alemanha é a sucessora do Terceiro Reich — não tem a competência moral, infringem os princípios de um julgamento justo, a verdade, a lei e o conceito de justiça.

Em Nuremberga, e durante os processos consequentes na Alemanha, nenhum procurador e nenhum juiz se atreveu a distorcer a lei e os factos, tal como tem sido feito aqui. Na verdade, a recusa contínua das autoridades alemãs de assumir a responsabilidade pela tortura e a morte de milhões de prisioneiros de guerra soviéticos e as condições desumanas em que nós estávamos retidos, é uma forma de negar a responsabilidade total alemã no holocausto nazista.

Eu acuso juízes Alt, Lenz e Pfluger:

Os juízes ignoram os factos, a fim de fazer de mim “o chefe do posto alemão”, um simples prisioneiro de guerra, sabendo que todas as provas documentais mostram, sem sombra de dúvida, que isso é ridículo.

Os juízes reescrevem a história e falsificam a decisão polaca (anterior), dizendo que (essa decisão) era única e exclusivamente sobre (o campo de concentração de) Treblinka e não de todo sobre (o campo de concentração) de Sobibor.

Os juízes suprimem os arquivos israelitas, americanos, polacos, russos e ucranianos sobre mim, temendo que há mais provas da minha inocência. Eles suprimem a prova de que eu estava previamente investigado e julgado pelo Sobibor na Polónia e em Israel, mas sobrevivi, apesar dos 7 anos e meio de prisão injusta. Isso tudo é prova do facto, do que o julgamento em Munique contra mim é ilegal e errado.

Os juízes infringem a lei e inventam novas regras, perseguindo-me exclusivamente e mais ninguém, alegadamente por ter sido um “trawniki” e de ter ajudado os nazistas. Nenhum “trawniki” jamais foi processado na Alemanha antes, por algo como ajudar os nazistas. Mesmo os conterrâneos dos juízes foram absolvidos ou nem sequer julgados.

Os juízes, conscientemente e voluntariamente, escolheram os peritos que já foram engajados com a Office of Special Investigation (hoje funciona sob o nome HRSPS), que têm a certeza de que darão o testemunho influenciado e dirigido pela (ex-)OSI, a organização criminosa que fraudulentamente me enviou para Israel na esperança de uma sentença de morte a ser realizada pela supressão de montes de elementos da defesa, tal como os tribunais dos EUA acharam várias vezes.

Ninguém conhece testemunha alguma que permanece viva hoje, a fim de poder contra-interroga-la, para limpar-me dessas acusações.

Os juízes escolheram Charles Sydnor como uma testemunha perita, mesmo que os registos públicos provam que ele é tendencioso, logo em 1989 ele expressou o desejo de me ver pendurado na forca, porque ele acreditava que eu era um monstro.

Além disso, eu chamo a atenção a todas as declarações que o meu advogado de defesa Dr. Ulrich Busch tem escrito ao tribunal em meu nome.

A decisão de continuar com este julgamento é um crime de violação da lei e da privação da minha liberdade.

Com esta declaração, eu trago uma acusação contra juízes Alt, Lenz e Pfluger por violação da lei e da privação da minha liberdade.

Eu solicito que a minha declaração seja fornecida às autoridades que devem investigar e decidir medidas a tomar em relação a esta acusação grave.

John Demjanjuk

Nota: Se você está interessado em entrar em contacto com a equipa de defesa de Ivan Demjanjuk, poderá fazê-lo por e-mail: Help.JohnD @ gmail com

Adicionado por John Demjanjuk Jr., filho do acusado:

“Enquanto eles silenciam os médicos da prisão e negam-nos os relatórios semanais clínicos – contra todas as normas legais e humanitários Ocidentais – os juízes contam com um médico fantoche designado pelo tribunal, cuja terapêutica é de encher o meu pai com várias drogas e declara-lo apto. O viés de corte é ainda mais evidenciado pela sua vontade de ignorar (o facto) do que os arquivos de investigação de Demjanjuk ainda estão escondidos na Rússia. A história do processo em Israel, que quase terminou com a execução do homem errado, deveria fazer com que eles quereriam todas as provas disponíveis.”

Fonte:
http://www.kyivpost.com/news/opinion/op_ed/detail/91023

A versão ucraniana da declaração do Ivan Demjanjuk:
http://a-ingwar.blogspot.com/2010/12/blog-post_4100.html

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