quarta-feira, maio 13, 2009

Em defesa do Ivan Demjanjuk

Hoje, os EUA deportaram o seu cidadão, ucraniano John (Ivan) Demjanjuk para a Alemanha.

O homem a quem os EUA retiraram a cidadania duas vezes, que já foi deportado para o Israel, para ser julgado pelo seu alegado envolvimento no massacre dos judeus, que foi ilibado pelo Tribunal Supremo do Israel, agora é deportado para a Alemanha, país que organizou, apoio e executou o Holocausto judaico. País cuja chanceler, Sra. Merkel é a única estadista estrangeira que recusou visitar o monumento do Holodomor ucraniano em Kyiv. Porque e quem deu direito a estes netos dos nazis ignorar as tragedias dos ucranianos? Será que eles se esqueceram, que são responsáveis directos pela morte dos cerca de 5,5 milhões dos ucranianos na II G.M. Que tipo das memórias selectivas é este? Proponho desde hoje iniciar o boicote TOTAL dos produtos alemães, até que o nosso irmão, prisioneiro da guerra ucraniano, Sr. Ivan Demjanjuk seja posto em plena liberdade.

Mais, milhares de judeus colaboraram com o regime nazi para sobreviver e ninguém os acusa do nazismo. Porque eles só queriam sobreviver. Ivan Demjanjuk nunca era o membro do Partido Nacional – Socialista (NSDAP), por que razões ousam chama-lo de nazi? Julgado e absolvido em Israel e ainda sem julgamento na Alemanha, ele está sendo julgado na praça pública. Será que por ser ucraniano Demjanjuk não tem o direito de manter o seu bom nome e ser considerado inocente até a prova ao contrário? Centenas dos porquês, todas elas sem uma resposta...

Proponho um artigo excelente do canadense Peter Worthington sobre o assunto, intitulado “Hipocrisia reina na luta contra os crimes da guerra”.

Mais uma vez, eles perseguem John Demjanjuk. Desta vez é Alemanha, com ajuda do Departamento de Justiça dos EUA, ambos mostrando aquilo que pode ser descrito como "hipocrisia surpreendente”, misturada com o cinismo impressionante. Alemanha, que recusa permitir que os seus próprios cidadãos sejam extraditados para serem julgados por crimes de guerra nazi em outros países, pede extradição do Demjanjuk dos EUA para acusa-lo em "participação no assassinato" de 29.000 judeus no campo de concentração de Sobibor durante a II G.M.

Nascido na Ucrânia em 1920, Demjanjuk, agora com 89 anos de idade e uma saúde frágil, veio aos EUA em 1951. Estabeleceu-se em Ohio onde trabalhou toda a sua vida como mecânico em Cleveland, na fábrica do Ford.

Em 1977, o departamento de justiça dos EUA começou o processo da revogação da sua cidadania americana, quando os sobreviventes do holocausto judaico, alegadamente, identificaram a sua foto como sendo o sádico “Ivan, o Terrível", guarda do campo de concentração de Treblinka. As mesmas fotos foram usadas para identificar um homem chamado Federenko como um dos guardas de Treblinka. Demjanjuk negou as acusações, explicando que foi incorporado no exército vermelho em 1940, capturado pelos alemães em 1942. Cooperou com os alemães e trabalhou subsequentemente como o guarda do perímetro em Sobibor, sem o contacto directo com os prisioneiros. O tribunal americano acusou Demjanjuk de sonegar a informação, preenchendo os papeis de emigração durante a sua entrada para os EUA. Ucraniano também foi acusando de ser um guarda dos SS em Treblinka. Em 1983, Demjanjuk foi extraditado para o Israel, em 1986 foi julgado como criminoso de guerra. Durante todo este calvário, o seu genro americano, Ed Nishnik, procurou implacavelmente provar a inocência do Sr. Demjanjuk.

A União Soviética forneceu as alegadas provas contra Demjanjuk. A corte israelita declarou Demjanjuk culpado de todas as acusações e em 1988 sentenciou-o a ser enforcado. Nishnik foi a Ucrânia, procurando as evidencias novas e apelou à Corte Suprema do Israel. Em 1993, à luz das evidências novas, cinco juízes da Corte Suprema revogaram a sentença de culpa, reconhecendo que tinham condenado o homem errado como sendo o "Ivan, o Terrível" de Treblinka – um tributo eterno a corajosa e honesta justiça israelita.

“Ivan, O Terrível”, na realidade era Ivan Marchenko, que já tinha falecido, mas que tinha operado as câmaras de gás de Treblinka. Reconhecendo o “confusão de identidade”, a Corte Suprema do Israel recusou permitir novas acusações contra Demjanjuk, porque significava julgar a mesma pessoa por mesmo crime duas vezes. Demjanjuk foi ilibado. Em 1998, uma corte federal dos EUA restituiu a sua cidadania americana.

Mas então, o Departamento de Justiça emitiu uma acusação nova, ignorando o seu erro de Treblinka, acusando Demjanjuk de ser o guarda em campos de concentração de Sobibor e Majdanek. O juiz acusou Demjanjuk em ocultar a sua verdadeira identidade e outra vez retirou lhe a cidadania. Em 2005 foi decretada a sua extradição para a Ucrânia e a Corte Suprema dos EUA recusou a ouvir a sua apelação. Assim Demjanjuk permaneceu apátrida nos EUA até que o promotor de justiça dos crimes do holocausto na Alemanha pediu a sua extradição. Em, Março de 2009 Demjanjuk foi acusado em participação no assassinato de 29.000 judeus no campo de concentração de Sobibor.

O especialista europeu John Rosenthal chama a atenção para a hipocrisia e o cinismo do Bundestag (Parlamento Alemão), que permitiu extinguir o prazo legal para acusar os cidadãos alemães, que trabalhavam nos campos de concentração nazis, impedindo deste modo que “os seus genuínos nazis domésticos sejam julgados e condenados no estrangeiro". Ou seja, acusando Demjanjuk, Alemanha descreve-se como o "totalmente vigilante", na perseguição dos crimes de guerra nazis.

Fonte:
http://oxfordreview.com/ArticleDisplay.aspx?e=1501747

p.s.
Já agora, os alemães querem acusar Demjanjuk de operar um diesel – gerador das câmaras de gás. Pergunto eu, e o fabricante deste diesel – gerador (um mercedes ou wolksvagen qualquer), que não apenas fabricou, mas também instalou e deu assistência pós – venda, eles também serão julgados ou nem por isso?

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