sábado, maio 30, 2009

A confissão de um russófobo

O termo “russofobia” nasceu na Europa no século XIX, após a intervenção sangrenta do exército russo na aniquilação da Revolução húngara de 1848. À partir desta data, a Rússia é chamada de “gendarme da Europa”, o papel que continuou desempenhar com brilho e orgulho no século XX e, pelos vistos, pretende seguir no século XXI.

Como tal, achamos pertinente publicar hoje “A confissão de um russófobo”, pois todos os interessados devem saber identificar muito bem os adeptos deste sentimento totalmente anti – científico e anti – histórico (para estes dissemos anátema!, arrependei-vos, senão estareis excomungados da igreja canónica da Fofudja).

Por: Yevhen Bulavka

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Agora é difícil de lembrar, quando na imprensa começaram mencionar a “russofobia”. Um termo bastante estranho, que até agora não foi estudado totalmente. Por cima ainda traiçoeiro e pegajoso, pior que a “gripe suína”. Pois afinal, qualquer um de nós pode se tornar o “russófobo”.

Queres educação ucraniana para as crianças ucranianas, a televisão ucraniana e o cinema ucraniano – já está, é a forma primária da russofobia.

Pior, se falarmos da história. Em princípio, qualquer pessoa, que sabe ler a analisar os factos, para não cair no pecado russófobo, tem que correlacionar as suas conclusões com os livros escolares soviéticos e russos. A sorte é nossa, que (neste momento) não há nenhuma diferença principal entre estes!

Na pior das hipóteses, é preciso ficar atento às declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia ou os seus políticos. Eles vão explicar bem direitinho, quem no passado era bom e quem era mau. E se os vizinhos realmente vão introduzir a persecução judicial por “reescrever, negar a história”, então, podemos concluir que eles conseguiram inventar o remédio contra a russofobia. E a efectividade deste método será cardeal – mais ou menos do género de curar a dor da cabeça com a guilhotina.

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Tudo isso porque é difícil resistir contra a propaganda russófoba na Ucrânia – aqui tornam os documentos secretos, quase é impossível levar o pensamento alternativo para a TV. Enquanto os arquivos russos estão abertos para os estudiosos e por isso a (Rússia) reclama o direito bem fundamentado sobre a verdade, a verdadeira “verdade” única. Ou o autor confundiu algo?

São pormenores. O principal, terá que lembrar: falar bem sobre o UPA isso é a russofobia, apenas é possível falar mal. Lembrar os mortos durante a fome – isso também é russofobia, uma russofobia declarada. Falar sobre a abolição do anátema (que recai) sobre o hetman Ivan Mazepa também é a russofobia.

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E ninguém quer saber, que as questões aqui levantadas tocam a Rússia de uma maneira secundária, pois ela era a medula do império – Soviético ou Czarista. Mas o “sovietofobia” ou “chauvinismofobia” não fica bem no ouvido! Enquanto a russofobia, esta sim, fica!

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Como é possível não amar a Rússia ou ter qualquer reclamação dela! Isso é, o Sol que tem as manchas, mas a história russa é branquinha e limpinha como a folha mais branca do papel.

E mesmo se teve algumas páginas, que nem se queremos recordar – repressões contra o seu próprio povo, ou digamos, as deportações ou a colaboração com os nazis antes da II G. M., o mais importante é encontrar uma boa formulação propagandística. Por exemplo, “gestão efectiva”, serve bem. Os seus próprios erros que reconheçam os fracotes. Tudo o resto é a russofobia.

Conduzindo deste modo o trabalho sobre o meu próprio interior, consegui me acalmar. Finalmente, pude ver no espelho, a face absolutamente e completamente pronta para receber as recomendações da recém – criada “Comissão junto do Presidente da Federação da Rússia de luta contra qualquer tentativa de falsificar a História em detrimento dos interesses da Rússia” (popularmente conhecida como “ministério da verdade”).

O Sol batia na minha janela, inundava com a luz a rua comum de Kyiv, palco das andanças desenfreadas dos pedestres. Apenas pensei: “Meu Deus, quantos russófobos potenciais entre eles?”...

Fonte:
http://www.pravda.com.ua/news/2009/5/25/95314.htm

Bónus:
Resumo do romance do George Orwell “1984” (em português)

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