Nos dias 17-18 de agosto de
1941, o 157° regimento de guarda do NKVD e o tenente-coronel Boris Epov,
receberam a ordem secreta do Estaline de explodir a maior hidroelétrica
soviética – DniproHES. Em
resultado e devido ao afogamento, as estimativas mais conservadoras apontam a morte de
cerca de 80.000 civis e 20.000 militares soviéticos.
Cituada na cidade ucraniana de Zaporizhia, o orgulho da
industrialização soviética, DniproHES era uma cópia das hidroelétricas
americanas, desenhada pela Freyn Engineering Company de Chicago. As suas turbinas
hidráulicas foram fabricadas pela norte-americana Newport News Shipbuilding and
Drydock Company. Em 1932, DniproHES era a maior e mais poderosa hidroelétrica
europeia, produzindo cerca de 50% de toda a eletricidade usada nas indústrias
da parte europeia da URSS. A hidroelétrica também elevou o nível do rio Dnipro
em cerca de 37 metros.
Na noite de 17 para 18
de agosto de 1941, o exército alemão rompeu as defesas do Exército vermelho e a
cidade de Zaporizhia estava condenada. A 274ª divisão de infantaria, completada
pelos soldados inexperientes, empurrada pelos alemães, começou a sua retirada.
No dia 18 de agosto na
represa da hidroelétrica foram colocados 20 toneladas de trotil, tapado com
sacos de arreia para direcionar a força da explosão contra a crista da
DniproHES. Os sapadores eram comandados pelo técnico principal do laboratório
de minas e explosivos, engenheiro militar e tenente-coronel (segundo outras
fontes, coronel), Boris Epov (Epin?), o mesmo que em 1931 comandou a destruição
da Igreja do Cristo Redentor em Moscovo.
Segundo diversas
fontes, a explosão que ocorreu entre 20h00 à 20h30, causou um rombo entre 100 e
165 metros na represa da hidroelétrica, através do qual uma onda gigantesca de 25-30 metros de altura avançou, causando a destruição total à sua
passagem.
Foto alemã, após a explosão |
As perdas dos alemães
foram avaliadas pelo comandante do 3° Corpo de blindados, coronel, mais tarde
general, Hasso-Eccard von Manteuffel em cerca de 1500 homens. Os números
semelhantes foram mencionados pelo general e marechal-de-campo alemão, Ewald
von Kleist.
Crime e castigo
Foto alemã, após a explosão |
A ordem formal foi
assinada pelo marechal soviético Semion Budionny. Mas a liderança política e
militar da Frente Sul, o chefe do Conselho Militar, general A. Zaporozhets e o
chefe do Departamento político, Leonid Brejnev, não foram informados sobre a
operação. Em consequência disso, Boris Epov e os seus subordinados diretos foram
desarmados e entregues ao SMERSH. Por sua vez, SMERSH também não sabia da
operação e durante 10 dias torturou Epov, exigindo confessar a alegada “traição
da Pátria”.
Um outro responsável do
Departamento político da Frente Sul, Mamonov, enviou um telegrama ao chefe do
Departamento Político Geral do Exército, Lev Mekhlis:
“Tenente-coronel
Petrovsky … e tenente-coronel Epin (provavelmente Epov) … não informando o
Conselho Militar da Frente, explodiram a represa e a ponte (a crista da represa
funcionava e funciona com a ponte sobre o rio Dnipro) … os responsáveis foram detidos
e entregues ao juízo do Tribunal militar”.
Apenas no dia 20 de
setembro, após pôr Epov “em ordem” (colocação da maquilhagem para dissimular as
torturas), ele foi enviado a Moscovo, onde no ano seguinte foi condecorado com Prémio
Estaline de 1942-43 [2].
Quarenta e seis dias
após a explosão, quando os alemães tomaram a cidade de Zaporizhia, a parte
danificada de represa foi parcialmente reconstruída e no verão de 1942 a
hidroelétrica renovou o seu funcionamento. Em 1943, deixando a cidade, os
alemães novamente explodiram o que restava da DniproHES.
Ver as fotografias:
Bibliografia
[2] http://www.polit-kherson.info/publikacii/2012-06-16-11-10-28/6625-2009-08-23-18-31-51.html (link deixou de funcionar)
[info geral] https://memo-bot.livejournal.com/14853.html
Blogueiro
Cerca de 100.000
cidadãos soviéticos foram sacrificados para atingir 1.500 alemães. Este era o
preço terrível que os cidadãos da URSS tiveram de pagar pelo mito estalinista
de “vencer o inimigo à custa do pouco sangue no seu próprio território”. Após o
fim da II G.M., durante o julgamento de Nuremberga, a URSS apresentou a caso de
destruição de DniproHES como um dos crimes nazis. E Alemanha teve que pagar pelo
crime comunista.
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