sexta-feira, maio 30, 2025

Mathias Rust: menino que abalou o império soviético

No dia 28 de maio de 1987, o jovem alemão, Mathias Rust, aterrou com sucesso na Ponte Bolshoi Moskvoretsky, em Moscovo, e deslizou até à Catedral de São Basílio. Após desembarcar, concedeu autógrafos durante mais de uma hora. Depois disso foi detido. Rust passou um total de 432 dias na prisão soviética. A 3 de agosto de 1988, regressou à Alemanha após ter sido amnistiado. 

Aterrando o seu pequeno «Cessna» no centro da capital da URSS, colocou de joelhos todo o propalado sistema militar soviético, cujas tradições, hoje, são mantidas e exortadas pela federação russa.

 

Uma das avaliações mais citadas sobre as consequências da ação de Rust para as forças armadas soviéticas foi feita pelo especialista em segurança nacional norte-americano William Odom: «Após a passagem de Rust, foram implementadas mudanças radicais no exército soviético, comparáveis ​​às purgas do RKKA, organizadas por Estaline em 1937.» Quase toda a liderança do Ministério da Defesa foi substituída, incluindo os comandantes dos distritos militares por onde Rust passou. 

Gorby/Gorba ficou muito irritado nessa altura. Quase teve um ataque apoplético depois de saber todos os pormenores da passagem de Mathias Rust, que sem grande esforço conseguiu enganar o sistema de defesa aérea da URSS. Os soviéticos não gostam muito de recordar esta história. Embora ilustre bem a URSS como um colosso sobre pernas de barro, que acabou por colapsar. A queda do império é, um daqueles pontos positivos que nunca devem ser esquecido. A URSS está morta e a federação russa também desaparecerá. 

Blogueiro 

Naturalmente, logo após o sucedido, KGB e adeptos de teorias de conpiração criaram várias teorias alternativas ao sucedido. Todas baseadas na ideia do que «Rust foi seguido todo o trajeto; poderia ser abatido várias vezes; foi a maneira de Gorby fazer as suas próprias purgas no exército soviético, afastando e assustando os militares neo-estalinistas e colocando nos seus lugares os militares leais à causa da Perestroika». Muito possivelmente, estas teorias têm um ponto verídico, Gorby realmente aproveitou o caso ao máximo, para se livrar de uns tantos neo-estalinistas e para calar de vez tantos outros. Não é por acaso que Gorby era próximo ao Yuri Andropov, o chefe do KGB (1967-1982) e líder soviético no período curto entre 16 de junho de 1983 à 9 de fevereiro de 1984. O pessoal do KGB era muito bem em jogos de aparelho partidário. Mas é uma outra estória...

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