Imagem meramente ilustrativa |
Pela
primeira vez, o trabalho com venenos e drogas começou a ser realizado na OGPU
em 1926 sob a direção do Comissário do Povo para a Segurança, Vyacheslav
Menzhinsky. O laboratório especial fazia parte de um grupo secreto liderado
pelo ex-militante do partido socialista-revolucionário Yakov Serebryansky. O “grupo
do Yasha” foi criado para realizar atos terroristas no exterior, estava diretamente
subordinado ao Comissário do Povo e existiu até 1938.
O
próximo Comissário do Povo, Genrikh Yagoda, estava profissionalmente
interessado em venenos: era farmacêutico pela formação académica.
Aparentemente, sob Yagoda, um laboratório especial consistia em duas
subdivisões: química e químico-bacteriológica. Em 1936, por ordem de Estaline,
Yagoda foi afastado do cargo de Comissário do Povo para a Segurança, preso em
março de 1937, condenado durante o julgamento de Nikolai Bukharin por organizar
assassinatos supostamente cometidos por médicos, e fuzilado em 1938.
Sob
o novo Comissário do Povo, Nikolai Yezhov, os métodos do “grupo do Yasha”
começaram a ser usados para “limpar” até mesmo na Lubyanka. Em 17 de
fevereiro de 1938, o chefe do Departamento de Relações Exteriores do NKVD,
Abram Slutsky, foi encontrado morto no escritório de Mikhail Frinovsky, o vice-comissário
do povo. Ao lado do corpo de Slutsky, que havia caído desajeitadamente da
cadeira, estava um copo vazio de chá. Frinovsky anunciou confidencialmente aos
oficiais do NKVD que o médico já havia estabelecido a causa da morte:
insuficiência cardíaca. Vários oficiais do NKVD que conheciam os sintomas de
envenenamento por cianeto de potássio notaram manchas azuladas específicas no
rosto de Slutsky.
Sob
o novo Comissário do Povo, Lavrenty Beria, o laboratório secreto foi
reorganizado. Desde 1938, integrava o 4º departamento especial do NKVD e, desde
março de 1939, era chefiado por Mikhail Filimonov, farmacêutico de formação,
que tinha a licenciatura em ciências médicas. A partir desse momento,
Mairanovsky foi alistado como chefe do 7º departamento do 2º departamento
especial do NKVD, um dos dois laboratórios deste departamento especial.
“De
1946 a 1953, um notório laboratório chamado “Kamera” existiu como parte da
estrutura do Ministério da Segurança do Estado em Moscovo/u. Era composto por
um diretor médico e vários assistentes. Eles conduziram experiências com
pessoas – prisioneiros no corredor da morte – para determinar a eficácia de
vários venenos e injeções, bem como uso de hipnose e drogas nos interrogatórios.
Apenas o Ministro da Segurança do Estado e quatro oficiais da alta direção do
MGB tiveram acesso a este laboratório” (do livro do ex-oficial da KGB, não-retornado
Peter Deryabin).
O
coronel Bobrenev, que teve acesso aos arquivos investigativos de Mayranovsky e
Beria, descreve o "laboratório da morte" da seguinte forma: “Para o
laboratório ... eles alocaram uma grande sala no primeiro andar de um prédio de
esquina na ruela Varsanofievsky. A sala estava dividida em cinco celas, cujas
portas com vigias ligeiramente aumentadas se abriam para uma espaçosa área de
recepção. Aqui, durante as experiências, alguém da equipa/e do laboratório
estava constantemente de plantão...
...Quase
diariamente, os prisioneiros condenados à morte eram entregues ao laboratório.
O procedimento parecia um exame médico regular. O “médico” gentilmente perguntava
ao “paciente” sobre seu estado de saúde, dava conselhos e imediatamente oferecia
um remédio...”
Segundo
testemunhas oculares, “Mairanovsky trouxe para o laboratório pessoas decrépitas
e cheias de saúde, gordas e magras... Alguns morreram depois de três ou quatro
dias, outros sofreram por uma semana”.
O
principal objetivo do laboratório era encontrar venenos que não pudessem ser
identificados na autópsia. Primeiro, Mayranovsky experimentou derivados insípidos
de gás mostarda. Tudo indica que ele começou a experimentar essas substâncias
ainda antes de seus colegas na Alemanha nazi(sta), onde as primeiras
experiências com gás mostarda foram realizadas em prisioneiros de Sachsenhausen
em 1939.
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