terça-feira, agosto 11, 2020

Belarus: as barricadas de Minsk/Mensk

No segundo dia dos protestos em Belarus a ditadura de Lukashenka bloqueia a Internet e usa a polícia de choque contra os protestos ainda pacíficos. Os cidadãos respondem com as barricadas e usam sistemas VPN para aceder a Net, acedendo a plataforma Telegram para troca de informação.
Foto: Facebook
No dia 9 de agosto ditador da Belarus – Lukashenko/a falsificou as eleições, obtendo o 6º termo presidencial com 80% dos votos [cerca de 50% dos eleitores votaram antecipadamente: membros da polícia, do KGB e exército, os cemitérios, etc.]
As forças leais ao regime tentaram bloquear o centro da cidade, os manifestantes responderam com protestos locais nos diversos bairros de Minsk/Mensk. As fotos que se seguem foram tiradas na noite de 10 à 11 de agosto próximo do supermercado “Riga” na rua Kolas – local da primeira barricada da capital belarusa.

02. No dia 10 de agosto o centro de Minsk/Mensk foi bloqueado pela polícia de choque vestida à preto, sem capacetes e com as máscaras. Eles não deixavam os cidadãos passar para o centro da cidade e detinham as pessoas de forma aleatória. Na tarde do mesmo dia a cidade ficou entupida de automóveis, vários condutores ligavam as músicas do protesto e exibiam as bandeiras históricas, vermelhas e brancas da Belarus independente.
foto: Facebook
03-04. Os peões apoiavam os protestos. Os condutores e passageiros saíam dos carros, mostrando as bandeiras da independência.

05. Vários bairros se transformaram na zona de protestos, na zona do supermercado “Riga” na rua Surganov no cruzamento começaram se reunir os manifestantes.

06. Cerca de 1.000 aderiram ao protesto local, reunidos sem auxílio da Internet, dado que o regime belarusso bloqueia a rede global.

07-08-09. Usando o lixo da construção civil foi construída a barricada improvisada — no local da passagem da polícia de choque, OMON.

10. OMON circulava pela cidade, atacando aleatoriamente toda e qualquer junção de pessoas. A barricada em “Riga” foi derrubada com canhões de água, antecipadamente atacando os manifestantes com gás lacrimogénio e granadas de luz e som, vendidos ao regime pela República Checa. Os manifestantes apoiam um rapaz atingido pelo gás lacrimogénio:

11. Praticamente após a saída da polícia a barricada foi reerguida.

12. A nova barricada, maior que anterior. Os manifestantes deixam passar os automobilistas, todos ou quase todos eles apoiam os manifestantes.

13-14. Barricada por perto, tudo foi usado na sua construção.

15. As máscaras anti-COVID-19 e máscaras anti-gás usados para proteger os olhos.

16. Slogan: "Mudanças!"

17. Manifestantes:

18. Aos condutores mostram como ultrapassar a barricada:

19. Os manifestantes começar erguer segunda barricada, tentando criar um retângulo da resistência.

20. Próximo da meia-noite volta polícia de choque e começa lançar as granadas de luz e som e de gás lacrimogénio. Cerca das 1h20 as barricadas são derrubadas pelo canhão de água da polícia:

21. Cartaz na parede de assembleia de voto: "Vergonha às falsificações!"

22. As portas dos prédios de habitação vizinhos foram deixadas abertas para que os manifestantes pudessem fugir da polícia de choque em casa da necessidade:

Internet em Minsk/Mensk não funciona, os bairros tornaram-se pontos da resistência, o centro da cidade é fechado pela polícia. Na avenida Pushkin os cidadãos também foram construindo as barricadas — a polícia usou gás, granadas de luz e som e as balas de borracha.
Ninguém sabe o que acontecerá depois.
Não fiquem admirados se daqui 2-3 meses a esquerda falará dos
"atiradores polacos/poloneses e georgianos em Minsk/Mensk" 
Fotos e texto: Maxim Mirovich

Sem comentários: