Maydan, 14.12.2013, 200.000 pessoas |
Vendo
o poder escapar das suas mãos, o grupo mais próximo do presidente Yanukovych
tive duas ideias brilhantes: achar os culpados pelo ataque contra Maydan no dia
30 de novembro último e organizar o seu próprio maydan. As duas iniciativas
pensadas para sair pelo melhor, foram realizadas como sempre…
O
vice-secretário do Conselho Nacional de Segurança Nacional (SNBO), Volodymyr
Sivkovych e o chefe da Administração Estatal de Kyiv, Olexander Popov, foram
despedidos dos seus postos, após o pedido da Procuradoria-geral da Ucrânia, por
causa “das suspeitas do seu envolvimento em violação dos direitos
constitucionais dos cidadãos, na praça de Independência na noite de 30 de
novembro”. Os respetivos decretos presidenciais № 684 e № 685 de 14 de dezembro
foram publicados na página do presidente da Ucrânia, escreve Censor.net.ua
Já
nesta segunda-feira, a Procuradoria-geral decidirá as medidas preventivas à
aplicar aos quatro responsáveis, acusados para já apenas de “abuso de poder”:
além do Sivkovych e Popov, são o chefe da polícia de Kyiv, Valery Koryak e o
seu vice, Petró Fedchuk.
O
mais importante começa aqui. O vice-chefe da polícia de Kyiv, Petró Fedchuk já
informou os investigadores que recebeu o telefonema do Ministro do interior,
Vitaly Zakharchenko, que o ordenou a executar todas as ordens do vice-secretário
do SNBO, Volodymyr Sivkovych, escreve Pravda.com.ua.
O
chefe da Administração Estatal de Kyiv, Olexander Popov, por sua vez disse aos
investigadores que recebeu o telefonema do secretário do SNBO, Andriy Kluev,
que ordenou a colocação da árvore de Natal na praça de Independência e informou
que as próximas ordens lhe dará o seu vice, Sivkovych, cita as fontes próximas
à investigação a edição on-line da Pravda.com.ua.
Recordaremos,
que no dia 30 de novembro a polícia de choque atacou brutalmente os
manifestantes pacíficos na praça de Independência, em resultado foram feridos
cerca de 30 jornalistas e diversos ativistas, muitos dos quais tiveram que
receber os cuidados médicos, informa a TV 5.ua
Anti-maydan
"Ativistas" da anti-maydan na praça de Europa em Kyiv, 14.12.2013 |
Depois
veio anti-maydan, que foi pensado pelos seus organizadores como a mostra viva
da vontade popular em apoio ao Yanukovych e da sua escolha confusa da última
hora da não entrada na União Europeia. Na criação da anti-maydan o poder não
quis inventar, usando o recurso administrativo e alegada compra de
participantes. Os médicos, professores, funcionários públicos e outros
profissionais dependentes do orçamento do estado, receberam as ordens superiores
de comparecer em Kyiv, caso contrário perderiam os seus empregos. Também havia
informações sobre uso de pequenos criminosos, instrumentalizados pelo poder, chamados
de “titushki”, ou pupilos dos orfanatos. De qualquer maneira, prometendo ficar na praça pelo menos dois dias ou mesmo, ao tempo indeterminado, os "ativistas" desapareceram do local na primeira tarde...
Euromaydan (em cima) e anti-maydan (em baixo) nessa noite... |
Apesar
disso, os membros do anti-maydan (da praça da Europa), em geral, estavam calmos
e não agressivos, houve inclusivamente um momento em que os participantes das
duas iniciativas trocaram de símbolos e cantaram o hino da Ucrânia: http://www.radiosvoboda.org/media/video/25200877.html
Apoio
internacional ao Euromaydan
Diversas
personalidades estrangeiras, europeias e americanas, apoiaram e apoiam o
Euromaydan ucraniano.
Um
dos senadores americanos mais poderosos, John McCain já está em Kyiv. Ele
visitou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (na entrada ao ministério na foto), onde tive um encontro com o
Ministro do MNE, Leonid Kozhara.
Senador
visitou as instalações dos apoiantes de Euromaydan nas imediações do MNE e
explicou que no caso do atual poder ucraniano usar a força contra os
manifestantes, EUA terão que aplicar as sanções económicas aos culpados,
informa a TV 5.ua. Logo à noite, senador McCain (na foto em cima) deslumbrou-se com a quantidade dos ucranianos que estavam na Maydan assistir um concerto musical da banda ucraniana "Okean Elzy" em apoio às aspirações europeias da Ucrânia.
Maydan
também foi visitado pelo estadista e diplomata checo Karel Schwarzenberg, em
gesto de solidariedade para com ucranianos ele ofereceu aos manifestantes a
bandeira do seu país (foto em baixo).
Karel Schwarzenberg na Maydan, 14.12.2013 |
Outro checo, Šimon Pánek, um dos ativistas da revolução
de veludo na ex-Checoslováquia (1989) e atualmente o diretor da ONG humanitária
“People in Need” (Člověk v tísni), fundada em 1992 e uma das maiores na Europa
Central e do Leste, fala aos ucranianos no YouTube:
Bônus:
Após o ataque violento da "Berkut" contra os manifestantes, o provedor da Internet “Brovis”, que fornecia a Internet à
polícia de choque de Brovary (cidade-satélite de Kyiv), desligou as
polícias da net. Quando os polícias ligaram para saber a razão, o diretor
técnico da empresa, Olexander Hriuk, explicou que “empresa não irá fornecer os
serviços às forças que batem nós, funcionando graças aos nossos impostos”,
escreve AIN.ua.
No
conselho municipal de Lviv se dissolveu o grupo dos deputados do Partido das
Regiões, todos os deputados abandonaram oficialmente o partido, desta maneira Regiões
deixaram de ter qualquer representação no município, informa a TV TSN.ua.
Fotos
incríveis de Revolução ucraniana:
Ataque
noturno contra Euromaydan, noite de 10 ao 11 de dezembro (13 fotos):
Barricadas
na Maydan construídas na noite de 11 ao 12 de dezembro (foto@ I. K.)
Kyiv
livre, 14-15.12.2013 (48 fotos):
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