Hoje
(9.12.2013), as estruturas das forças de segurança começaram operação de
desbloqueamento do quarteirão governamental. Primeiro foi tomada a barricada do
Gabinete dos Ministros. As pessoas foram cercadas, puxadas com os escudos e
empurradas, rua abaixo. Conseguiu-se sem luta e espancamentos. A barricada começou ser desmantelada.
por:
Arkady Babchenko,
jornalista, especialmente para Triboona.ru (mais
36 fotos)
Também
empurraram o piquete da Casa de Oficiais, perto do Parlamento, onde decorre o
comício do Partido das Regiões. As pessoas foram empurradas uns 500 metros, a
rua (Hrushevsky) foi barrada pela polícia de choque “Berkut”.
Penso
que a tática é essa – puxar as pessoas fora das barricadas e piquetes, empurrar
os todos até Maydan e depois o bloquear por completo. Agora as passagens para
as pessoas ainda estão abertas, não deixam passar apenas as viaturas com
alimentos ou lenha. Lenha ainda existe, mas os alimentos escasseiam, objetivamente.
Também
se fechou quase metade dos cafés e lojas dentro do cerco.
As
forças na cidade foram divididas como uma massa folhada. Por exemplo, desde rua
Khreshatyk e até o Parlamento (acima pela rua Hrushevsky) disposição é
seguinte: cordão dos manifestantes, cordão de polícia, barricada, segunda
barricada na entrada ao Maydan, terceira na saída, camiões e cordão de polícia,
cordão dos manifestantes, novamente polícia, mais duas filas de polícias, barricada
desmontada e Parlamento cercado pelas forças de segurança. E assim mais ou
menos em toda a cidade. Polícia cerca os cordões, depois as pessoas cercam a
polícia.
Mas
empurraram não de todos os lados. Barricada na rua Luterana, perto da
administração presidencial, ainda resiste. Eu hoje passei lá algumas horas. Na
zona neutra, entre as forças de segurança e os manifestantes. A distância entre
eles é cerca de três metros, não mais que isso.
Entre
os cordões estão os deputados do parlamento. Caneco, altamente seria ter na
Rússia os deputados assim. Não nas costas das pessoas – na sua frente. Com sua gente. Os defendendo. Exortam os comandantes das tropas do interior
nesta frente não permitir o derramamento de sangue – pois daqui eles não sairão
pelo próprio pé. E assim parece.
Embora
o primeiro cordão foi desimpedido bastante rapidamente, os restos das
barricadas os tratores carregam nos camiões e retiram, pela linha de defesa
principal hoje decorria a verdadeira luta. As forças de segurança várias vezes
avançavam, usavam os titushky
(marginais patrocinados pelo governo), que aqui são uns 10 elementos, mas cada
vez os defensores defendiam-se. Até agora estamos perante o empurro com uso de
força, mas nem os cassetetes, nem os cabos das pás de sapador são usados por
qualquer dos lados e empurre-empurre decorre ainda, em geral de modo cortês,
embora os titushky não são poupados, eles saltam por trás das costas e durante
a luta tentam ora cortar o arrame farpado, ora retirar a placa.
As
forças de segurança tentam constantemente quebrar a barricada. Eles conseguiram
partir as grades de ferro fundido, parcialmente destruir o flanco esquerdo, mas
entrar lá dentro ainda não conseguiram.
Durante
um dia e meio, cerca de 70 defensores ainda conseguem conter cerca de três
companhias de polícias, que de quatro cantos bloquearam o cruzamento. Eles não
conseguem tomar essa barricada. Nem “Berkut”, nem gás, nem granadas ainda foram
usados.
Uma
vez, quando chegaram dois tratores e levantaram as suas pás, foi realmente
terrível. Mas a ordem de atacar as barricadas com a maquinaria não foi dada. Os
condutores dos tratores escondem as caras. São titushky, provavelmente.
As
ruas são desertas. Todas as passagens através dos pátios são barrados, em cada
passagem está a polícia. Passou um grupo dos ultras do futebol com os pé-de-cabra
e armatura, gritaram alto, caminharam, mas depois desapareceram algures.
Depois
em apoio dos defensores vieram alguns grupos, não são radicais, entraram da retaguarda
dos defensores. As forças de segurança tiveram que se colocar em defensiva em
dois flancos. Em resultado, o ataque contra a própria barricada foi parado
momentaneamente.
Na
rua está frio, primeiramente caia a neve úmida, depois se deu um frio de cerca –5ºC. A roupa imediatamente ficou gelada. Não se consegue aguentar assim por
mais tempo, provavelmente.
No
entanto, a questão da demolição final das barricadas é a questão do tempo e da
vontade do poder. Se será usado gás e “Berkut”, nada será possível defender aqui.
E ai Maydan já será bloqueado totalmente.
No
próprio Maydan agora estão umas dez mil pessoas. Dançam, oiçam o concerto,
distribuem chá, edificam o palco das “universidades urbanas”, gritam palavras
de ordem. Sentimento absoluto que voltei da linha da frente para a retaguarda
profunda. O quê? Para quê?..
À
meia-noite se esgota o tempo do ultimato apresentado pelo poder para libertar o
edifício da administração estatal (câmara municipal de Kyiv).
P.S.
A
barricada ficou de pé para hoje. O bloqueio foi levantado. Realmente, os
trezentos espartanos.
Texto
& fotos:
*
O título do artigo é da responsabilidade do nosso blogue
Bônus
O
famoso ator americano George Clooney gravou uma mensagem de vídeo endereçada aos
ucranianos que lutam agora nos EuroMaydans “pelos seus direitos e pelos valores
democráticos no país”. O ator expressou a sua confiança de que no mundo não
existe uma democracia em que há prisões e impedimentos aos manifestantes pacíficos.
Ver
no YouTube:
Sem comentários:
Enviar um comentário