Recentemente na República Checa foram abertos ao público dois novos museus dedicados à Cortina de Ferro, um na fronteira com Áustria e outro na antiga fronteira germano – checa, ambos geridos pela Fundação de Cortina de Ferro.
Um dos museus se situa no edifício antigo de guardas de fronteira entre a localidade de Valtice (República Checa) e Schrattenberg (Áustria). O museu pretende recordar o passado da era comunista no país, contando essa experiência às novas gerações que não presenciaram aquela época, disse Michaela Cibulkova, uma das curadoras da exposição.
Os visitantes podem ver armas e as uniformes de guardas de fronteira da Checoslováquia. Uma sala é dedicada às pessoas que perderam a vida na fronteira entre o Leste e o Ocidente. Entre os nomes dos falecidos, além das pessoas que tentavam fugir do país, também constam os guardas mortos em tiroteios.
Michaela Cibulkova disse que o mais emocionante para os visitantes é a sala em que uma parte da Cortina de Ferro foi recriada, incluindo os seus sons, para levar as pessoas de volta a fronteira fortemente guardada antes da queda do regime comunista da Checoslováquia em 1989.
Outro Museu da Cortina de Ferro foi inaugurado no escritório das autoridades aduaneiras na antiga fronteira germano – checa em Rozvadov, informou Vaclav Vitovec da Fundação da Cortina de Ferro.
O museu, situado à apenas 50 metros de fronteira que no passado dividia o bloco oriental e ocidental, deve lembrar os marcos importantes da Guerra Fria. Museu oferece centenas de exposições, fotografias da época, algumas inéditas, e ainda, as cópias de importantes documentos históricos.
O Museu conta a história do século XX através dos eventos mais importantes, começando pela I Guerra Mundial, explica o curador Milan Linhart. Embora a maior parte da exposição se concentra na era da Guerra Fria, o museu também lembra as guerras da Coreia e do Vietname, a crise cubana, a supressão da revolução anti-comunista na Hungria em 1956 e a invasão das tropas do Pacto de Varsóvia da Checoslováquia em 1968.
A exposição mostra os dispositivos técnicos das escutas telefónicas e as fotografias das câmaras escondidas. Entre as peças originais está o telefone pessoal do último presidente da Checoslováquia Gustav Husak (1913-1991), o aparelho original que estava ligado directamente ao Kremlin.
O período do comunismo (1948-1989) é evocado por livros ideológicos, imagens e citações. Uma parte separada da exposição centra-se na ameaça de um conflito nuclear durante a Guerra Fria. Os visitantes também testemunham o colapso dos regimes comunistas, como a queda do Muro de Berlim e a corte de arame farpado na fronteira da Checoslováquia – RFA.
O painel final menciona os lugares do mundo onde as pessoas ainda estão divididos por muros e cercas. “As pessoas não aprenderam uma lição e as cortinas de ferro ainda estão sendo usados – entre Israel e Palestina, entre a Coreia do Norte e do Sul, no Chipre, a cortina económica entre os Estados Unidos e México", conclui Vaclav Vitovec.
Fontes:
Museu na fronteira alemã Museu na fronteira austríaca
Sem comentários:
Enviar um comentário