quinta-feira, março 31, 2011

Propaganda soviética no Afeganistão

Colectânea de materiais do trabalho de contra-propaganda”, a brochura com este título foi editada na URSS em Janeiro de 1987 e distribuída aos militares soviéticos que participaram na ocupação do Afeganistão pela URSS (1979-1989).

Aos recrutas soviéticos que mal compreendiam russo (por exemplo, os naturais da Ásia Central soviética), o autor do panfleto preparou os desenhos explicativos. Decifrar os quais não é menos interessante do que ler as advertências sobre o que os militares  podiam e o que não deviam à fazer.

Permitido: manter a dignidade, entregar a droga apreendida às autoridades locais, mostrar “a alta vigilância política” ...
Proibido: olhar para as mulheres, comprar e vender, tomar banho [ao ar livre], fazer buscas pessoais, estacionar perto das mesquitas, usar água [não tratada?].,,

O folheto foi achado, digitalizado e publicado na página do historiador polaco Zbigniew Ziemiński que se interessa pela história do exército soviético das décadas 1970-1980, escreve a página histórica ucraniana IstPravda.com.ua

Mohammed Nabbous e a Líbia Al-Hurra



Uma espécie de Stalin africano, ditador líbio Gaddafi usa neste momento todo o tipo de tácticas brutais para oprimir e vergar o seu próprio povo. Um dos casos mais emblemáticos é o assassinato do jornalista e blogueiro Mohammed Nabbous (1983 – 2011).



Mohammed Nabbous, também conhecido como “Mo” Nabbous era jornalista e blogueiro líbio, fundador da primeira televisão independente do país, Líbia Al-Hurra TV (Líbia Livre), sedeada na cidade de Bengazi.



Engajado no jornalismo activo desde o início da revolução, Nabous tornou-se a fonte privilegiada para os jornalistas estrangeiros e era chamado da “face do jornalismo civil da Líbia”. O jornal alemão “Der Spiegel” até chamou o jovem – jornalista de “homem que poderá ser a pessoa mais importante da revolução”.



Quando as forças do ditador Gaddafi bloquearam o acesso à Internet, Mohammed Nabous conseguiu furar o bloqueio informático, gravando e retransmitindo para exterior as imagens dos acontecimentos na cidade de Bengazi. Em 19 de Fevereiro de 2011, no primeiro dia da transmissão ao vivo da televisão Líbia Al-Hurra TV, Mohammed disse: “Eu não tenho medo de morrer, eu tenho o medo de perder a batalha! [...] É por isso eu quero que e imprensa veja o que se passa”.



Mohammed Nabous foi mortalmente atingido pelo franco-atirador pertencente ao regime do Gaddafi no mesmo dia 19 de Março de 2011, quando usava o seu telemóvel para gravar o ataque das forças do ditador contra Bengazi. A morte do Mohammed foi anunciada na televisão Líbia Al-Hurra TV pela sua esposa Perdita, grávida com o primeiro filho do casal. A morte também foi noticiada por várias televisões internacionais, como por exemplo, Al Jazeera English.



Mohammed não foi o único membro da sua família assassinado pelo regime do Gaddafi, um outro familiar seu, foi uma das primeiras vítimas mortais logo no início dos protestos pacíficos em Bengazi, que mais tarde desencadearam a revolução de 17 de Fevereiro.



Ver a televisão Líbia Al-Hurra on-line:


http://www.livestream.com/libya17feb



Bónus



Quando escrevia este artigo, me chegaram duas notícias importantes. Primeiro, o presidente Obama assinou a ordem executiva que permite aos operativos do CIA actuar na Líbia. Segundo, é a fuga para o Ocidente do MNE da Líbia Moussa Coussa, que durante 15 anos chefiava os serviços secretos líbios. Aljazeera English também noticiou a possibilidade do que juntamente com Moussa Koussa fugiu para a Tunísia um número alargado dos ministros e altos dignitários do regime, cujos nomes poderão ser enunciados dentro em breve.

terça-feira, março 29, 2011

Histórias da Diáspora ucraíno-brasileira




O canal “Inter” da TV ucraniana esteve em Dezembro de 2010 no Brasil, onde fez uma série de reportagens sobre o Brasil e sobre a Diáspora ucraniana do país.



Neste sábado na Ucrânia foi ao ar o primeiro programa. Eles gravaram no Rio, em São Paulo, Curitiba, Foz e Prudentópolis. Vejam o programa no YouTube:



http://www.youtube.com/watch?v=yxRI3RwGZy0&feature=player_embedded



Também gostaria de apresentar um outro programa da TV ucraniana “1+1”, igualmente dedicado aos ucranianos do Brasil. É uma entrevista com o senhor Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraíno-Brasileira, falando sobre o carnaval em Paranaguá e da comunidade ucraniana em geral. A entrevista é em ucraniano e português.



Ver no YouTube:



http://www.youtube.com/watch?v=HSddhXkBrvo


http://www.youtube.com/watch?v=jsLZEV_NAV4&feature=related



Obrigado ao Guto Pasko



Bónus:



Vejam a primeira televisão privada líbia Líbia Al-Hurra TV sediada em Bengazi e fundada pelo jornalista e blogueiro líbio Mohammed Nabbous, assassinado pelo regime do ditador Gaddafi no dia 19 de Março de 2011.


Docinho e o Elefante Cor-de-rosa


A escritora ucraniana Lídia Nesterenko-Lanko procura a editora interessada em publicar o seu conto mágico “Docinho e o Elefante Cor-de-rosa” ilustrado com os desenhos da Olha Borysenko e Nadia Mykula. Tradução para o português é do diplomata ucraniano Yuliy Tatarchenko.



PARTE 1


A CASA FANTÁSTICA



Quando a Cidade Antiga adormece em uma silenciosa névoa da noite, os Leões de Pedra acordam e se tornam suas guardas. Esticando suas pernas, paradas durante várias horas sem movimento, eles colocam em suas luxuosas jubas colares de ouro. Neste momento, à luz da Lua, as gotas do orvalho brilham sobre suas peles, como diamantes preciosos.


Cada noite vem para o Alto Castelo um jovem com a lanterna mágica, liga as luzes coloridas na torre de TV, e ela começa a brilhar com as matizes do arco-íris. É assim que começa o conto de fadas da Cidade Antiga.


A Senhora Tarde, espantada por uma chuva passageira de maio, escondeu-se debaixo da Lanterna de Vidro, que há muito tempo permanece na Praça do Mercado. A Lanterna encontra a Senhora Noite, liga as luzes de néon, e elas, como duas velhas amigas, conversam por um longo tempo, saboreando o cheiro do café vienense e de bolos com creme de limão.


Estes deliciosos doces são preparados na Casa Fantástica, que se esconde debaixo das árvores frondosas perto da Colina do Príncipe. Desta casa sabem todos os apreciadores de doces da Cidade Antiga.


As paredes da Casa Fantástica são construídas com biscoitos de côco, o telhado é de chocolate preto com passas e avelãs. As portas são feitas com bolachas de côco e as janelas - com geléia de cereja. As cortinas sobre janelas são de marshmallow de framboesa.


Ao redor da casa florescem rosas de balinhas de gelatina e malvas roxas. As malvas são tão altas que suas copas alcançam o telhado. Quando chove, as gotas de água caiem do telhado de chocolate em cima das flores e as decoram em diferentes tons. Em seguida, as flores se tornam vermelhas, atraindo e convidando a saboreá-las.


O pátio da Casa Fantástica é pavimentado com doces de caramelo de frutas. No meio do quintal tem uma estrada feita de pé de moleque. Por este caminho sempre passam grandes caminhões com chocolates, doces, biscoitos, bolos de creme, bolachas, biscoitos recheados, rosquinhas, bombons, tortinhas de chantilly, mouses...


Contactos: lidia.peroarrobagmailpontocom

terça-feira, março 22, 2011

Bombardear Gaddafi até o fim!



Embora a operação “Odyssey Dawn” (Odisseia na Madrugada) prossegue no seu terceiro dia, o “cão raivoso do Médio Oriente”, ditador Gaddafi continua com os bombardeamentos massificados da Ajdabiya, Bengazi, Misurata e Zintan.



Quando o CS da ONU votou favoravelmente a resolução № 1973 e o ministro do Gaddafi prometeu o cessar-fogo imediato, logo fiquei com a sensação dolorosa do que o Ocidente, se calhar não leu ou já se esqueceu do romance 1984 do George Orwell. Pois todos os ditadores adoram a “novalíngua”, onde as palavras perdem o seu significado habitual e a palavra “paz” significa guerra, “libertar” significa roubar e “cessar-fogo” pode significar o ataque imediato.



E assim aconteceu, pois nas primeiras horas do sábado a cidade de Bengazi foi atacada pelas forças do Gaddafi, de fora e de dentro (a 5ª coluna dos homens que vestiam o fardamento militar sobre as calças de ganga). Naquela altura os insurgentes acidentalmente abateram o seu próprio Mig-23, que em segundos atingiu a terra como uma vela ardente. Ainda não sei o nome do piloto, mas infelizmente tudo indica que este corajoso oficial da força aérea líbia faleceu, pois se ejectou apenas uns 200 metros acima da superfície. Também não devemos esquecer Mohammed Nabous, o jovem câmara-man, que documentava em vídeo os acontecimentos em Bengazi. Mohammed morreu naquele mesmo sábado, atingido por um único tiro na cabeça, presumivelmente por assassinos de Gaddafi. Nunca pensei dizer isso, mas hoje sinceramente desejo que o Allah lhes concede o Jannah.



As mentiras do regime do Gaddafi sobre o número dos mortos são extremamente cínicas, mas também demasiadamente estúpidas, de maneira que só podem enganar apenas aqueles que desejam de serem enganados. Como aquela primeira notícia que dava conta da morte dos civis: “crianças, mulheres e clérigos”. Aos especialistas das RP do Gaddafi só faltava dizer que as vítimas eram “crianças recém-nascidas, mulheres grávidas que amamentavam as suas crianças recém-nascidos e os clérigos que estudavam o livro sagrado”. Pelo contrário, até agora não vi nenhuma prova séria da morte de alguma vítima civil que pareceu em resultado dos bombardeamentos aliados.



O jornalista sénior da Aljazeera English, Marwan Bishara disse uma coisa bem acertada sobre o estilo comunicacional do Gaddafi e do seu círculo próximo: “ameaçam e imploram”. De facto, um dia Gaddafi afirma estar “combater a Al-Qaeda do Magreb”, outro dia ditador promete “convidar Bin Laden ao Trípoli e financiar o terrorismo na Europa”; ora Gaddafi afirma que “a resolução do CS da ONU é inválida e o CS não é habilitado de tomar essa decisão”, mas já no dia seguinte “exige a reunião imediata do CS da ONU”. Já para não falar sobre as constantes decisões sobre o cessar-fogo que são violados no mesmo momento em que são anunciados aos correspondentes estrangeiros.



Quem tenta “suavizar” o destino do Gaddafi? No CS da ONU foi BRIC mais Alemanha, tanto preocupados com o destino dos civis, que não se importavam em nada de entregar todos os habitantes da Bengazi ao mercê do Gaddafi, que prometia nas vésperas “nenhuma pena, nenhuma compaixão”. Quando operação no terreno começou, foi a vez do Comité da União Africana se manifestar “contra os ataques aéreos”. Pelos vistos este grupo de ditadores e dos seus serventes (agradecidos de vez em quando com os dólares do Gaddafi), também só se preocupa com o destino do ditador, mas já não com o destino dos moradores da Ajdabiya, Bengazi, Misurata ou Zintan.



Quem mais se manifesta contra os bombardeamentos do Gaddafi? China e Chavez (se calar, sente que pode ser próximo); na Rússia o primeiro – ministro Putin usa a linguagem da Al-Qaeda falando em “cruzados”; enquanto presidente Medvedev adverte contra a linguagem “que sugere o choque civilizacional” e proíbe a entrada do Gaddafi e dos seus familiares no país. Se calhar, por um lado temos o velho jogo do “polícia bom e polícia mal”, por outro lado temos o início da campanha presidencial entre ambos, mais que as sondagens não são famosas para os lados do Medvedev.



Por último, “o dito por não dito” do Amr Moussa da Liga Árabe. Aqui é difícil discordar com Issaf Gaddafi, que apontou a necessidade urgente de Amr Moussa de agradar a “rua árabe”, na tentativa de se eleger como o próximo presidente do Egipto.



Por fim, espero que a operação militar poderá prosseguir no terreno para aniquilar rapidamente toda e qualquer capacidade do Gaddafi de agredir o seu próprio povo. E claro, Viva la France pelo esforço do Nicolas Sarkozy de desalojar Gaddafi do poder, neste caso mais vale tarde que nunca...

domingo, março 20, 2011

O Lavrador na Internet

A comunidade ucraniana de Brasil, bem como todas as pessoas que acessam o site www.comunidadeucraniana.com.br, dispõem do Boletim Informativo “O Lavrador”, para actualizar os seus conhecimentos, bem como se manter actualizado sobre a vida da Diáspora ucraniana no Brasil.


Segundo Paulo Stachera (1° Secretário), o Boletim Informativo “O Lavrador” passou a ser editado, também no formato eletrónico, à partir da edição do mês de Abril de 2009. Totalizando até a presente data 23 edições. Este Boletim Informativo é de periodicidade mensal com o objetivo de manter a comunidade informada dos acontecimentos políticos, económicos, religiosos e sociais da Ucrânia e do Brasil, além da manutenção do idioma ucraniano, visto ser editado com artigos em ucraniano e em português.

Para visualizar todas as edições do Boletim Informativo, veja através do:
Menu Principal/Boletins Informativos/O Lavrador ou pelo link: http://www.comunidadeucraniana.com.br/index.php?menu=link6c

por: Evandro Raphaell Gura (Webmaster) / O Lavrador Nr. 435 (3880), MARÇO 2011

terça-feira, março 15, 2011

Yulia Smaga: a voz mágica da Ucrânia

A ucraniana Yulia Smaga recebeu a proposta de participar no concurso televisivo Quiero Cantar quando tinha 14 anos. Em 2010 foram escolhidos 25 jovens talentos que tinham que passar pelos vários castings demonstrando o seu valor.


Por: Ekaterina Kamenska e Мyroslava Bzikadze (KP na Ucrania)

O show durou dois meses, a ucraniana chegou até o final onde foi escolhida como uma das cinco melhores participantes. Os telespectadores votaram nela como a melhor cantora do concurso!

No seu repertório Yulia Smaga têm mais de 100 canções em diferentes línguas. Aos 10 anos de idade a jovem gravou o seu primeiro CD em espanhol e ucraniano.

Música é a minha vida, — diz Yulia. – Eu canto em ucraniano na TV e rádio da Espanha, quero que o meu canto seja ouvido e apreciado em todo o Mundo.

A jovem cantora tem uma vida artística bem preenchida; além da Ucrânia e Espanha Yulia já subiu os palcos da Bulgária, Macedónia e Roménia. Neste momento ela, juntamente com o coro juvenil participa na maior encenação da opera “Carmen” ao nível europeu. No palco Yulia é a única estrangeira.

Yulia Smaga nasceu na cidade ucraniana de Sokal, na provincial de Lviv. Começou cantar profissionalmente aos quatro anos de idade. Aos cinco já cantava nas comemorações da Dia da Cidade. O talento está bem patente na sua família, a avo e a bisavó eram dançarinas e cantoras famosas na sua região.

A família Smaga emigrou para a Espanha à procura de uma vida melhor. Primeiro foi o pai, depois a mãe – Ângela e em 2002 a própria Yulia. Mas apesar do sucesso em Espanha, os seus vídeos musicais Yulia grava em Lviv.

O realizador ucraniano Oleh Zdrenyk é responsável pelos três vídeos da cantora. – Yulia diz que quer filmar apenas em Lviv e nos Cárpatos, pois aqui se sente em casa, — conta Oleh. Realizador conheceu Yulia quando ela tinha apenas 13 anos e já naquela altura ficou surpreendido pelo profissionalismo da jovem. – A sua capacidade de ficar bem na tela, talento artístico pode ser invejado mesmo pelos artistas profissionais, — explicou realizador.

Em Madrid Yulia graduou-se pela Escola de Arte Cénica e terminou o Conservatório. O programa de cinco anos foi terminado em quatro. Levou as lições de vocal com os professores espanhóis do canto da opera. Hoje, todo o dinheiro ganho pelos seus pais é gasto no desenvolvimento do talento da filha, que é conhecida na Espanha como “a voz mágica da Ucrânia”. Recentemente, o canal televisivo TVE2 iniciou o ciclo de programas, chamado «Mi Pequeño Mundo», dedicado às crianças talentosas da Espanha. O primeiro programa contou a história da ucraniana Yulia Smaga.

Apreciar o talento da Yulia Smaga no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=4nqnnksGNrc

Caso Gongadze quase encerrado


A morte do jornalista ucraniano Georgiy Gongadze assassinado pelas autoridades policiais aconteceu em 2000. A indignação popular originou o movimento nacional “Ucrânia sem Kuchma”, que por sua vez possibilitou a vitória da Revolução Laranja em 2005. Hoje, o novo presidente e o novo governo da Ucrânia pretendem encerrar o caso à todo o custo, tornando a Ucrânia numa ditadura sem Lei, sem liberdade e sem justiça.


por: Serhiy Leshchenko, " Ukrayinska Pravda"


Recentemente, a Procuradoria-Geral da Ucrânia decidiu retomar a investigação no caso Georgiy Gongadze. Na altura em que decorria o concurso a Procurador-Geral, Renat Kuzmin (Primeiro Vice-Procurador-Geral), um dos favoritos ao cargo, propôs a reabertura do referido caso em directo, num talk-show televisivo.


Muito menos publicamente, logo após o fim da corrida para o cargo ao Procurador-geral, foi tomada outra decisão – reformular a acusação contra o principal figurante – ex-general do Ministério do Interior (MINT) Olexiy Pukach.

Anteriormente, o general Pukach era acusado em "assassinato por encomenda” (Parágrafo "e" do artigo 93 do Código Penal da Ucrânia). Como mandante do crime foi pronunciado o Ministro do Interior na altura, Yuriy Kravchenko, que em 2005, após a vitória da Revolução Laranja “suicidou-se” com dois tiros na cabeça.

A investigação ucraniana concluiu que "... aproximadamente a 13 ou 14 Setembro de 2000, no seu escritório particular, em Kiev, Ministro do Interior da Ucrânia, Yuriy Kravchenko, deu oralmente ao Chefe do Departamento dos Assuntos Internos do MINT da Ucrânia, Olexiy Pukach, a ordem criminosa de matar o jornalista Georgiy Gongadze, de modo a pôr fim ao seu trabalho... O. P. Pukach, agindo em interesse pessoal e com intenções da prosperar na carreira, não querendo complicar as relações com o Dirigente do MINT da Ucrânia, contando agradar Y. Kravchenko e assim ser promovido a uma patente superior, concordou em cumprir a ordem de Y. Kravchenko, ou seja, matar por encomenda Georgiy Gongadze.


Dessa maneira, os passos de Y. Kravchenko foram qualificados pela Procuradoria-Geral ao abrigo do parágrafo "e" do artigo 93 do Código Penal de 1960 como"assassinato por encomenda".


Mas dois meses depois, quando Renat Kuzmin mudou a equipa de investigação, o processo de acusação contra Olexiy Pukach na parte de "assassinato por encomenda" foi discretamente fechado. O jornal on-line " Ukrayinska Pravda" publicou o documento, apresentado aos 03 de Dezembro de 2010, pelo novo investigador no caso Gongadze, Vladislav Gryshchenko:


"... Após uma investigação mais aprofundada do processo criminal e interrogatórios adicionais a Olexiy Pukach declarou-se que o assassinato de G. Gongadze não foi executado por encomenda, mas sim por execução de uma ordem manifestamente criminosa do Ministro do Interior, Y. Kravchenko, ou de outras pessoas não identificadas, e não foi premeditado por um grupo de pessoas…”


Entre o “assassinato por encomenda" e a "conexão com a execução da ordem manifestamente criminosa" existe uma grande diferença.


Qual será o impacto?


Se Olexiy Pukach fosse condenado por "homicídio por encomenda” e o tribunal reconhecesse tal crime, então o caso Gongadze não seria fechado até que todos os participantes do crime fossem revelados.


Hoje, pretende-se que Olexiy Pukach seja julgado pelo "assassinato cometido por uma conspiração de um grupo de pessoas", e na Procuradoria-Geral da República abre-se uma janela de oportunidades. A falta de indícios de Olexiy Pukach de assassínio por encomenda dará à Procuradoria-Geral a alternativa de fechar o caso contra ele por circunstâncias incongruentes – e eventualmente fechar todo o caso Gongadze.


Na verdade, se Olexiy Pukach não for julgado pelo assassinato por encomenda, isso permitirá mais eficazmente a chantagem de figuras políticas cujos nomes surgem nos registos do major Mykola Melnychenko. Por exemplo, em troca de encerramento do caso Gongadze podem ser garantidas concessões políticas a alguns dos figurantes deste caso ainda por desvendar.

quinta-feira, março 10, 2011

Barbaran: cantinho da Ykpaïna no Brasil


Bar da Sociedade Ucraniana em Curitiba virou ponto disputado nos últimos três anos. Preço baixo e cardápio típico atrai quase 300 pessoas por dia.

Por: Cristiano Castilho (Gazeta do Povo)


É um portão vazado, espremido entre uma imobiliária e um salão de beleza. Um corredor comprido não sugere nada ao fundo, mas é uma porta à esquerda que conduz ao segredo: um amplo salão com assoalho de madeira e, sobre ele, mesas e cadeiras que em sua disposição lembram a naturalidade de algum clube do interior. Bem-vindo ao Barbaran (confira o serviço completo do estabelecimento), um bar que há três anos vem causando burburinho na Alameda Augusto Stellfeld e movimentando a sede da Sociedade Ucraniana, entidade histórica à qual está ligado.


Aos factos. Na última quinta-feira, 295 pessoas pisaram naquele chão encerado, comeram porções de varenyky – o delicioso pastel cozido ucraniano que nunca pode ser confundido com pierog, o polonês – e enxugaram 36 engradados de cerveja. Políticos, jornalistas, advogados, universitários e até os membros do clube, senhores que não dispensam um baralhinho, também estavam lá, ouvindo a MPB do Trio Lamara.

Hrin e pepino azedo

O varenyk e o pão com bolinho são especialidades do Barbaran. Veja as opções:

Pão com bolinho I – Pão francês, bolinho de carne e maionese / R$ 2,50

Pão com bolinho II – Pão francês, bolinho de carne, pepino azedo e hrin (raiz forte) / R$ 3

Pão com bolinho III – Pão francês, bolinho de carne, pepino azedo, hrin, queijo e apresuntado / R$ 4

Varenyk (Pastéis cozidos)

Recheios: batata com repolho e batata com requeijão.

Molhos: de carne, calabresa ou nata.

R$ 7 a porção com cinco unidades


Memória: Barbaran dedica grande espaço à cultura e à tradição ucraniana


A sede da Sociedade Ucraniana do Brasil no Paraná foi fundada em 1922. O bar foi aberto ao público em meados dos anos 1970 – antes era somente para sócios – mas nunca foi um ponto recomendado até que o curitibano Igor Mazepa Baran, 46 anos, assumiu o estabelecimento, há três anos. O bar funciona independentemente do clube, mas segue as tradições da casa.

Para justificar o grande movimento, de terça a domingo, detalhes. Na entrada, há um sofá e duas poltronas que cercam uma mesinha de mármore. É como se fosse a casa da vovó que faz pysankas. Sobre o grande balcão, uma coleção imensa de latinhas de cerveja – vazias – que dão ares de boemia àquele espaço. Os preços são uma atração à parte. E só dá os 10% quem quiser.

“O ambiente é descontraído, o pessoal se sente em casa aqui. Nossos serviços não são profissionais, no sentido do termo, e não tem nem placa lá fora para divulgar”, conta Baran, com sotaque já diluído.

Quintas, com o Trio Lamara, e terças, com um trio de jazz e choro que tem a presença ilustre de Saul Trumpet, são os dias em que a casa abre espaço para a música. Monta-se um palco ao lado do balcão e tudo começa com muita simplicidade. Aí varenyky, broa preta com raiz forte, cracóvia e a linguiça de Prudentópolis vendem a rodo.

Como diz Baran, o bar “respira cultura”. Isso porque a Sede da Sociedade Ucraniana tem três andares e abriga uma escolinha que ensina ucraniano, o coral, o grupo folclórico Barvinok – mais antigo do Paraná, de 1930 –, um salão de festas que faz Baraniuks, Turkewicz e Antoniuks dançarem até altas horas e um espetacular embora desconhecido museu, no último andar.

Dentro dele, roupas típicas, quadros, pinturas, livros de Helena Kolody, instrumentos, recortes e uma imensa mesa com pysankas de várias épocas. “Acho que essa fui eu que fiz”, diz Baran, apontando o indicador para uma delas. O museu permanece fechado a maior parte do tempo, mas visitas podem ser agendadas – veja serviço abaixo.

O Barbaran é um caso de sucesso por ser simples e, até certo ponto, previsível. Você sabe quem e o que encontrar. Já que não se mexe em time que está ganhando, Baran não prevê grandes mudanças no bar, propriamente falando, mas na ocupação do salão de festas para shows de grupos igualmente únicos. Uma vez por mês, o grupo curitibano Klezmorim irá se apresentar no espaço – a data de março ainda não está definida.

“Os ucranianos são assim, um povo que gosta de festa e que é muito religioso”, diz Baran, retirando um copo da janela, esquecido durante a movimentada noite anterior.

Serviço

Barbaran (R. Augusto Stelfeld, 795 - confira o serviço completo do local), + 55 (41) 3322-2912; + 55 (41)3322-2912; De terça à sexta-feira, das 16 à 1 hora (quarta até meia-noite). Sábados, das 11 às 20 horas. Domingos, das 16 às 21 horas. Entrada franca. Couvert (terças e quintas): R$ 6. Agendamento de visitas ao museu: + 55 (41) 3224-5597; + 55 (41) 3224-5597.


Conheca o Barbaran e seja bem vindo a Ykpaïna

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Bónus:

Gogol Bordello ao vivo no Coliseu do Porto 06/03/2011:

http://www.youtube.com/watch?v=dPb-TXr5zIs&feature=related

terça-feira, março 08, 2011

Imigração ucraniana é vice-campeã no carnaval de Paranaguá

A diferença para a segunda colocada, Mocidade Unida do Jardim Santa Rosa, foi de apenas um ponto. Com o título deste ano, a São Vicente se torna heptacampeão

por: Rodrigo Batista (Gazeta do Povo)

A escola de samba São Vicente conquistou o sétimo título consecutivo do grupo especial do carnaval de Paranaguá. O resultado foi divulgado no início da tarde desta segunda-feira (7). Com total de 98,5 pontos, a agremiação venceu a segunda colocada, a Mocidade Unida do Jardim Santa Rosa, por diferença de apenas um ponto.
Com tema “Faces”, a escola de samba destacou no desfile da noite deste domingo (6) diversos tipos de representações e significados da palavra, como as emoções do teatro, as transformações nos salões de beleza, até mesmo alegorias com demonstração das duas faces de uma moeda.
Feliz com mais uma conquista, o presidente da São Vidente, Nilo Ribeiro Monteiro, diz que a hegemonia da escola se deve a união da comunidade no trabalho. “Sempre buscamos as melhores notas em todos os quesitos e conseguimos fazer um desfile bem técnico. Agora é só festejar no desfile das campeãs”, comemora.
Vice-campeã, a Mocidade Unida do Jardim Santa Rosa trouxe para a avenida o tema “A saga de um povo – 120 anos da imigração ucraniana no Brasil”. A agremiação contou com a presença de grupos folclóricos do país europeu no desfile, além da presença da cônsul da Ucrânia em Curitiba, Larysa Myronenko, na plateia.
Em último lugar, com 82,5 pontos no total, a escola de samba Ponta do Caju foi rebaixada e será substituída pela Leão da Estradinha, campeã do grupo de acesso de 2011.
O desfile das campeãs acontece na próxima terça-feira (8), a partir das 19 horas, na Avenida Arthur de Abreu, em Paranaguá, com participação das campeãs do grupo de acesso e do especial.
Fotos no link abaixo:

Ver vídeo no YouTube:

quinta-feira, março 03, 2011

Ucranianos na Líbia: reféns dos rumores

Cerca de 1500 ucranianos ainda se encontram em diferentes cidades da Líbia, sem a possibilidade real de sair do país atingido pela forte convulsão social.


O médico ucraniano Timur Myrniy que trabalha em Bengazi conta que durante vários dias se esconde no seu apartamento sem sair à rua. Outras profissionais também não vão trabalhar pois não está muito claro quem irá pagar os seus salários. Na cidade continuam a viver cerca de 60 ucranianos. Há quem conseguiu sair, mas não se sabe como e para onde se dirigiu. Outros ainda chegaram ao porto de Bengazi e foram evacuados pelo mar.


Timur também conta que tentou chegar ao ponto da evacuação, mas foi interceptado pelos populares que o obrigaram voltar, ameaçando com o fuzilamento, caso tente sair da cidade. O médico teme que poderá ser obrigado a trabalhar sem nada a receber em troca. Timur Myrniy diz que cerca de 40 ucranianos não conseguem sair da Líbia porque simplesmente não tem o dinheiro para chegar até o aeroporto ou ferry próximo...


Os ucranianos temem sobremaneira os rumores segundo os quais Gaddafi está reunir o exército para iniciar a ofensiva contra Bengazi. O “cão raivoso do Médio Oriente”, Gaddafi ameaçou várias vezes de queimar Bengazi totalmente, os ucranianos receiam de sofrer as consequências da irra do ditador.


A pediatra ucraniana, Lyubov Harmash, que está em Tripoli conta que a cidade está razoavelmente calma, mas esporadicamente estão se ouvir os disparos das armas ligeiras. Em resultado, o seu hospital recebe em média 6 – 9 feridos e 2 mortos por dia. Antes, este número chegava às dezenas, escreve o jornalista Oleksander Fedchenko na edição on-line do diário KP da Ucrânia.


Em termos militares, os insurgentes conseguiram derrotar as forças pró – Gaddafi que atacaram a cidade de Misurata, 184 km ao leste da capital. Durante os confrontos um caça MIG atacou a estação da rádio local, mas foi atingido pelo fogo da defesa antiaérea dos insurgentes. O piloto catapultou-se e foi capturado pelos populares, noticia o diário on-line Tripoli Post.


A imprensa cor-de-rosa ucraniana também informou com o grande destaque que a enfermeira pessoal do Gaddafi, a ucraniana Galyna Kolotnytska voltou à Ucrânia e eventualmente irá viver no apartamento recém – adquirido no centro da cidade – satélite de Kyiv – Brovary.


Líbios vs aviões do Gaddafi