sexta-feira, dezembro 02, 2011

O espírito de liberdade para Ucrânia


O deputado da Assembleia Nacional da França, Christian Vanneste, propôs por duas vezes a discussão do anteprojecto da Lei sobre o reconhecimento do Holodomor como o genocídio do povo ucraniano. Apesar do que em 2009 o Parlamento Europeu reconheceu o Holodomor de 1932-1933 como o crime contra a humanidade, o parlamento francês não legislou no mesmo sentido. Porque?
CV: Tudo é muito simples. O extermínio das pessoas em massa, perpetuado pelo regime do Stalin nos anos 1930 não parece com mais nada, mas com genocídio. Essa vontade permanente de exterminar os ucranianos assombra ainda mais, pois Ucrânia sempre teve a reputação de ser a produtora principal de trigo, primeiramente do Império russo e depois da URSS. Para mim sempre foi importante, por um lado, a simbologia política desta tragédia, para mostrar o sentido desumano dos regimes totalitários comunistas. Por outro lado, eu queria mostrar a solidariedade com o povo ucraniano. Eu considero que para os ucranianos aquele período das provas horríveis, ao mesmo tempo se tornou o momento do nascimento de uma nação ucraniana política e moderna.
Estes argumentos não convenceram os seus colegas – deputados, de maneira que não foram reunidas 100 assinaturas que permitissem a votação do projecto.
CV: Existem três razões. Primeira, existiu a comissão especial dedicada às questões históricas. [...] Comissão decidiu que não se deve aprovar novas leis históricas, mas aprovar as resoluções. Agora o meu grupo político que se chama La Droite Populaire, em breve apresentará o projecto da resolução sobre Holodomor. Segunda razão, reconhecer Holodomor é sem duvida um acto de estabelecimento da verdade histórica. Tal como no caso do fuzilamento dos oficiais polacos em Katyn, se trata de reconhecer a verdade da direita e a não verdade da esquerda. Como vocês, certamente, sabem, ideologicamente, na França a ideologia da esquerda é mais disseminada do que da direita. [...] Terceira razão é especificamente ucraniana. Os ucranianos não são numerosos na França, eles não têm muita influência política. [...] Por isso exorto os ucranianos se engajar mais activamente na exigência da verdade.
Dos 5 manuais da história, actualmente em uso nas escolas da França, apenas dois mencionam Holodomor e mesmo assim, no contexto dos “efeitos secundários da colectivização”...
CV: Basta recordar Katyn, não se diz absolutamente nada sobre essa tragédia nos manuais, pois muitos deles até agora se encontram sob a influência da ideologia comunista.
Nas últimas eleições europeias, o partido do Cristian Vanneste, Centro Nacional dos Independentes_e Camponeses teve no seu programa a exigência da atribuição à Ucrânia o estatuto do candidato à UE. [...] Hoje, quando Ucrânia se engajou nas negociações sobre o estatuto de associação e sobre a zona do comércio livre, França assumiu a posição bastante dura em relação às constantes violações da supremacia do direito...
CV: E como será diferente, se as prisões de um certo número dos políticos possuem o contexto político claro? Durante a Revolução Laranja, Ucrânia fez um grande passo para estabelecer um regime realmente democrático. Hoje este processo foi travado. Eu tenho a impressão do que o vosso país, que tem uma história antiga e peculiar, uma herança cultural interessante, agora tenta construir a sua identidade moderna. Não sem problemas e não sem as próximas dificuldades. [...]
Quando as portas são abertas, sempre aparece o espírito de liberdade. Não sou adepto dos boicotes e isolamentos. [...] Ucrânia é um grande país, rico em recursos. Mesmo se hoje a caminhada para a democracia ficou mais lenta, acho que seria errado castigar todo o povo ucraniano por causa dos problemas que surgiram no poder ucraniano no domínio do uso da justiça.
Fonte:
http://www.ut.net.ua/Society/36144

2 comentários:

Anónimo disse...

Vc é a favor que o natal na Ucrânia, a exemplo do que fez a Modálvia, passe a celebrar oficialmente o natal no dia 25 de dezembro como no resto do mundo cristão?

Jest nas Wielu disse...

Para dizer verdade, pessoalmente, não me importo com a data, mas se Ucrânia passará alinhar com a Europa, apoiarei essa decisão.