Ataque russo contra região de Kyiv |
As forças de defesa aérea ucranianas conseguiram abater 102 mísseis e 99 drones, demonstrando resiliência e dedicação na defesa do país. Como sempre, os civis estiveram sob ataque: os ataques mataram sete pessoas e feriram cerca de 50, incluindo quatro crianças.
Mísseis e drones russos abatidos em 26 de Agosto |
As consequências destes ataques foram também sentidas pelos países vizinhos: ocorreram cortes de energia na Moldova e um drone kamikaze russo violou o espaço aéreo polaco, o que mostra a dimensão da agressão russa.
Já na noite de 27 de agosto, o Kremlin continuou os ataques massivos em território ucraniano, lançando 10 mísseis e 81 drones de ataque. As forças de defesa aérea ucranianas conseguiram abater cinco mísseis e cerca de 60 drones, mas alguns deles atingiram os seus alvos, com consequências trágicas. Os ataques mataram quatro pessoas e feriram mais de 16. Estes ataques continuam a demonstrar o desejo da rússia de causar o máximo dano às infra-estruturas críticas da Ucrânia e de espalhar o medo entre os civis.
Estas vagas de ataques estiveram entre as maiores e mais destrutivas desde o início da guerra. Os ataques visaram infra-estruturas críticas, afectando muitas regiões do país, especialmente o complexo dos combustíveis e da energia. Em particular, a central hidroeléctrica de Kyiv foi atacada, embora não haja ameaça de rotura da barragem. A intensidade dos ataques indica não só um aumento da agressão militar, mas também uma tentativa deliberada de paralisar as infra-estruturas vitais da Ucrânia.
Além disso, os ataques russos visam cada vez mais jornalistas estrangeiros com o objectivo de os intimidar e impedir a divulgação de informações sobre acontecimentos reais na guerra. Na noite de 25 de agosto, um ataque russo atingiu o Sapphire Hotel, em Kramatorsk, matando Ryan Evans, membro da equipa da agência Reuters, e deixando outros dois jornalistas em estado crítico. Na noite seguinte, um míssil russo atingiu o Hotel Aurora, em Kriviy Rih, matando duas pessoas e ferindo cinco. Estes ataques dirigidos a membros dos meios de comunicação social não são apenas uma violação do direito internacional, mas também uma tentativa da rússia de intimidar os jornalistas para os impedir de cobrir a verdade sobre a guerra na Ucrânia.
Em resposta a estes ataques intensificados e à crescente ameaça aos aliados da Ucrânia, há apelos crescentes para que sejam levantadas as restrições à utilização de armas de longo alcance contra alvos militares russos. A 26 de Agosto de 2024, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, sublinhou a necessidade de rever as actuais restrições à utilização de armas ocidentais para atacar alvos militares em território russo. Na sua declaração, observou que o levantamento destas restrições, no quadro do direito internacional, não só reforçaria a capacidade da Ucrânia de se defender, como também salvaria muitas vidas e reduziria a destruição no seu território. Borrell acrescentou que a Ucrânia deveria ter o direito de utilizar armas de longo alcance para se defender contra a agressão russa: “A remoção das restrições ao uso de capacidades contra os militares russos envolvidos na agressão contra a Ucrânia irá reforçar a autodefesa ucraniana, salvar vidas e reduzir a destruição na Ucrânia."
Deve ser entendido que a falta de armas de longo alcance da Ucrânia a coloca numa desvantagem significativa, especialmente quando o agressor não tem tais restrições. Alargar as capacidades da Ucrânia não é uma escalada do conflito, mas sim garantir o seu direito à protecção e aproximar-se da paz. Os últimos ataques da rússia mostraram que não existem “linhas vermelhas” para ela e que está pronta para tomar quaisquer medidas para atingir os seus objectivos. O reforço das capacidades defensivas da Ucrânia é fundamental para dissuadir novas agressões e proteger não só a Ucrânia, mas também a estabilidade da Europa e do mundo.
A comunidade internacional não pode permitir-se permanecer indiferente à contínua agressão da rússia e ao seu claro desrespeito pelas normas internacionais. Os recentes ataques às infraestruturas críticas da Ucrânia e os ataques dirigidos a jornalistas estrangeiros sublinham a necessidade de uma resposta internacional forte. O mundo não deve ficar parado enquanto a rússia viola a soberania dos seus vizinhos e comete actos que constituem crimes contra a humanidade. A utilização de armas de longo alcance para atacar bases militares e aeródromos russos deve ser considerada um meio legítimo de defesa contra um agressor que não respeita as fronteiras internacionais e a vida humana.
As ações da rússia nos últimos dias são um lembrete das ambições mais amplas e dos objetivos imperiais do Presidente Vladimir Putin. Se não for abordada, a rússia não se ficará pela Ucrânia. É vital que a comunidade internacional responda de forma decisiva, apoiando a Ucrânia no seu direito à defesa e garantindo o cumprimento das normas que apoiam a paz e a segurança globais. O custo da inacção é demasiado elevado; o mundo deve agir agora para evitar uma nova escalada e responsabilizar a rússia pelas suas ações.
1 comentário:
Pela cara percebe-se que Francisco Rocha tem problemas mentais )))
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