quinta-feira, julho 11, 2024

O genocídio dos ucranianos na agenda da propaganda russa

O canal TV russo Tsargrad, que pertence ao oligarca «ortodoxo» Konstantin Malofeev, próximo de Putin, publicou um artigo admitindo que a rússia atingiu deliberadamente Okhmatdyt e apelando a mais assassinatos de civis.

No texto, o propagandista Andrei Perla escreve abertamente que a rússia atingiu deliberadamente Okhmatdyt e apela a mais assassinatos de civis. Pois, segundo ele, não há civis na Ucrânia, todos são inimigos, por isso todos precisam de ser mortos.

(...) A impiedosa lei da guerra é demasiado simples: tais inimigos não podem ser considerados humanos. Devemos ter consciência de que é simples e assustador: não há pessoas do outro lado. Nem uma única pessoa. Os nossos mísseis não matam pessoas. Nem uma única pessoa. Não há lá pessoas.

Se não tomarmos isto como um dado adquirido, se não nos proibirmos de os considerar pessoas, de sentir pena deles, de cuidar deles, enfraqueceremos. Vamos limitar a nossa capacidade de salvar os nossos filhos. Tornaremos difícil para nós próprios alcançar a Vitória.

(...) Não pode haver negociações com eles. Não há nada para falar. E não pode haver defesa contra o terrorismo, a não ser uma única solução: atacar as cidades inimigas com as armas mais poderosas de que dispomos. Por humanidade, podemos provavelmente sugerir o início da evacuação para a Polónia no prazo de 48 horas.

Portanto, é simples e assustador, mas não há necessidade de inventar desculpas por atingir um hospital pediátrico. Devemos dizer: querem que isto pare? Desistam. Capitulam. E então talvez possamos poupar-vos.

Felizmente ex-presidente e vice-presidente do Conselho de Segurança da rússia desde 2020 Dmitri Medvedev esclarece no seu TG canal o tipo de piedade que o regime russo está decidido oferecer à Ucrânia e aos ucranianos, no caso de «um regime político moderado emergirá das ruínas da parte restante da ex-Ucrânia».

«Mas este não será o fim da operação militar da Rússia. Mesmo depois de assinarem os papéis e de aceitarem a derrota, os restantes radicais,após um reagrupamento de forças, mais cedo ou mais tarde regressarão ao poder, inspirados pelos inimigos ocidentais da Rússia. E depois chegará a hora de finalmente esmagar o réptil.Espetar um longo prego de aço no caixão do quase-estado banderista. Destruir os restos do seu legado sangrento e devolver as restantes terras ao seio das terras russas».

No início da guerra de larga escala os propagandistas russos ainda eram tímidos, se referindo aos ucranianos como “gente fraterna”, embora eles próprios não acreditavam nisso. No terceiro ano da guerra os propagandistas russos clamam abertamente pelo genocídio. Como no 3º Reich clamavam abertamente pelo genocídio dos judeus ou em Ruanda, pelo genocídio dos tutsis.

Hoje em dia, a rússia é um verdadeiro estado gerido pela ideologia do neofascismo russo. Isto não é uma figura retórica. Diversas publicações da TV, rédio e redes sociais são uma prova clara disso mesmo.

Anatoly Dremov, um blogueiro militar russo, diz isto com clareza ainda em 2023:

«Para os humanistas e para as pessoas justas, repito, isto é a guerra! E na guerra todos os métodos são bons. Se nos não bombardearmos maternidades, escolas e casas comuns, não venceremos esta guerra. Só a pressão da população da (Ucrânia) sobre Zelensky poderá obrigá-lo a capitular.


TG canal do Anatoli Dremov

A reputação da Rússia e do seu exército está em causa. Devemos ganhar, não importa o custo!

E lembre-se, não pode dizer mal do seu país durante a guerra. Mesmo que ela esteja errada!»

Um dos mais importantes propagandistas russos, Vladimir Soloviev, pede em direto, na TV, a eliminação física e extermínio das cidades de Kyiv, Odessa, Mykolaiv e Kharkiv da face da terra:


1 comentário:

Anónimo disse...

E achavam que o Medvedev era um moderado. Yeltsin se estivesse vivo seria tão cruel quanto o Putin.