A aviação britânica em dois dias efectuou 6 voos dos Boeing C-17A Globemaster III, iniciando as entregas à Ucrânia de um grande lote (mais de 1.000 unidades) das mais modernas armas antitanque do estoque do exército britânico. O Reino Unido está fornecendo as armas modernas – morteiro NLAW – um dos melhores morteiros antitanque do mundo, de calibre 150 mm, uma arma ideal para os combates urbanos e destruição de qualquer tipo de tanques russos.
Este é um produto desenvolvido em conjunto pelo Reino Unido e Suécia. O que torna NLAW tão eficaz? Explicação do jornalista ucraniano Yuriy Butusov:
1.
NLAW é um Javelin de curto alcance que atinge o alvo com tecnologia de “disparou
e esqueceu”. O operador monitora o disparo pelo através da sistema
computadorizado Trijicon TA41 NLAW 2.5x20, marca o alvo, espera a captura e
aperta o gatilho, o sistema se programa para calcular a distância, trajetória
de voo, correção do vento. A visão é óptica, não existe telêmetro a laser e o sistema
de detecção de radiação dos morteiros não o detectará.
2.
Tempo de reação é curto. De acordo com os dados na página do criador/desenvolvedor
Saab, desde o momento que o sistema está ligado até o momento em que o alvo é
capturado e iniciado, são suficientes até no máximo de 5 segundos.
3.
Arma ótima para disparar de espaços fechados, de trás de abrigos, dos andares
superiores dos edifícios ou dos porões. Esta é uma diferença importante dos RPG
soviéticos/russos convencionais. A corrente de jato não prejudicará o operador,
que poderá escolher abrigos confiáveis em espaços fechados, atirar mesmo que
o piso ou o teto estejam próximos, o que é importante para os combates urbanos.
O lançador é descartável – isso permite otimizar o peso - 12,5 kg, pode ser
movido rapidamente.
4.
O alcance máximo de tiro direcionado é de 600 metros para unidades mais antigas,
800 metros para novas. A precisão é quase 100%. O alcance mínimo de lançamento
é de 20 metros.
5.
O morteiro tem dois modos de disparo. Para destruir tanques, o modo de ataque
de cima é ativado – o míssil voará à um metro acima do ponto de mira, a carga
detonará para atingir o tanque à partir de cima. Segundo o fabricante, a ogiva de
função dupla penetrará 500 mm de blindagem. E para derrotar alvos levemente
blindados ou as paredes de um prédio, o modo de ataque direto é ativado. E
então a ogiva detonará instantaneamente ao entrar em contato.
6.
NLAW tem uma vida útil de 20 anos, nenhuma manutenção de rotina é necessária, a
mira é fixada de forma rígida. A preparação é simples, a arma é simples.
7.
NLAW não é uma arma descartável como RPG-26 – é uma arma cara para os combates
urbanos de alcance próximo. Este é um reforço de qualidade para infantaria leve
treinada profissionalmente para os combates urbanos. O Ministério da Defesa
britânico forneceu à Ucrânia suas melhores armas para combate urbano de alto
contacto. Um sistema tão único e caro só pode ser confiado por operadores com
excelente pensamento tático como parte de unidades bem treinadas para entender
exatamente onde e quando disparar esse míssil.
8. Primeiro-ministro Boris Johnson não seguiu o caminho de Arthur Chamberlain em 1938. Uma nova Munique não acontecerá – no caso de uma invasão russa, o Ocidente realizará as entregas de armamento moderno, de emergência e de forma maciça. Muito obrigado ao governo britânico, à sua sociedade civil. E mais uma vez, graças à todos aqueles, graças à quem o mundo inteiro acredita que Ucrânia lutará desesperadamente pela sua liberdade – aos militares ucranianos, aqueles que estão agora na linha da frente, aqueles que já combateram, aqueles que tombaram pela independência da Ucrânia.
Blogueiro: como se pode ver no mapa, os aviões britânicos que entregam o armamento evitam a passagem pelo espaço aéreo alemão. Alemanha já declarou que não interditou o seu espaço aéreo para aviação militar britânica. No entanto, de momento, Alemanha é o país que não vende, sob nenhuma circunstância, o armamento à Ucrânia, não autoriza as vendas dos terceiros e faz tudo por tudo para que Ucrânia não receba o armamento que lhe permitisse defender a sua soberania nacional.
Como
recorda o jornalista ucraniano Vakhtang Kipiani, os ucranianos nem sequer são
considerados como pessoas iguais para a classe dominante alemã, como tal, as
elites alemãs não sentem pena dos ucranianos. Devemos lembrar que em 1941-1944
os nazis(tas) alemães mataram metodicamente tantos ou mesmo mais ucranianos
civis quanto os comunistas soviéticos durante o Holodomor.
3 comentários:
Quem leu o livro do jornalista argentino Enrique Codo sabe que a resistência do UPA estava, em certo momento, vencendo a URSS. Acredito na vitória ucraniana!
O Brasil também deveria enviar armas, medicamentos e outros suprimentos para a Ucrânia. É uma questão mundial. E a Rússia está querendo instalar bases na Venezuela.
Uma pena que o presidente da Ucrânia é o Zelensky. Na atual situação deveria ser o Poroshenko, um verdadeiro herói.
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