Na tarde de 3 de junho de 1928, usando um receptor amador, Nikolai Schmidt, ouviu e apontou, entre barulho e ruídos, no seu diário retalhos de frases de rádio em esperanto: “ITALI ... NOBILI ... FRAN ... SOS SOS SOS ... TERRI TENO EHH”.
O SOS, uma semana após o desastre, foi transmitido do local da queda do dirigível do Umberto Nobile pelo operador de rádio da sua expedição Giuseppe Biagi (através de um rádio HF de emergência, que milagrosamente sobreviveu após a queda do dirigível). A eficácia das transmissões da rádio Giuseppe (indicativo da expedição – IGJ) foi muito baixa devido à localização baixa da antena e as rádios profissionais que seguiam a expedição não as receberam. Esta circunstância levou as organizações oficiais a acreditarem que buscas da expedição já não faziam sentido.
Imediatamente, toda a imprensa estrangeira começou a escrever sobre “...um jovem radioamador que vivia em algum lugar perto de Arkhangelsk e foi capaz de receber sinais de socorro da expedição de U. Nobile a um receptor caseiro”.
Descrevendo a habilidade e conhecimentos dos rádios amadores soviéticos, um dos organizadores do movimento dos radioamadores na URSS, Innokenty Khalepsky (fuzilado em 1938) declarava: “A jovem engenharia de rádio soviética tem grandes perspectivas no desenvolvimento e aplicação de ondas curtas. Conseguimos passar de forma brilhante no exame diante de todo o mundo radiotelegráfico!”
Nikolai Schmidt trabalhou numa instituição de construção e no departamento de rádio do Departamento de Comunicações do Uzbequistão – ele fabricava e instalava os transmissores HF de 150 em várias cidades daquela república soviética.
Em dezembro de 1941 ele foi preso pelo NKVD e executado em agosto de 1942. Extrato do seu processo: “Em 28 de dezembro de 1941, o acusado, provocando a investigação, abriu as veias, fingindo a [sua] inocência...”
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