quinta-feira, novembro 18, 2010

O esquecido cinema ucraniano

A década de 1920 – 1930 se revelou como época dourada do cinema ucraniano. Realizadores como Oleksander Dovzhenko ou Dziga Vertov produziam na Ucrânia as suas obras que revolucionavam o processo cinematográfico, fazendo parte da clássica do cinema mundial.

Desde os meados dos anos 1920 a Direcção de Fotografia e Cinema da Ucrânia (VUFKU) chegou aos níveis da produção que permitiram a exportação dos filmes ucranianos para o estrangeiro.

Em 1924-1925 os filmes ucranianos representavam 7% dos lucros nos cinemas da Rússia Soviética, em 1927 – 39%, em 1928 – 20% de toda a produção cinematográfica soviética.

No fim de 1927, o director do VUFKU, O. Shub prognosticou que nos próximos anos a Ucrânia chegará a produção de 100 filmes por ano: “Cem filmes por ano, mesmo se não forem totalmente vendidos no Ocidente darão alguns milhões em divisas ao cinematografia ucraniana”. Planeava-se que cada filme teria até 70 cópias.

O cinema ucraniano dava bons lucros das vendas no Ocidente. Em 1926 a Ucrânia se torna o 2° (após os EUA) fornecedor dos filmes estrangeiros na Alemanha.

À partir de 1925 VUFKU começa editar a sua própria revista “Kino” (Revista da Cinematografia Ucraniana). Um dos autores cativos, e de facto, o redactor-chefe da revista era o escritor ucraniano Mykola Bazhan. Além disso, nas páginas da revista regularmente escreviam os realizadores, guionistas, actores e administradores.

A revista “Kino” era recebida nas bibliotecas públicas de Paris e Londres, biblioteca académica de Praga, biblioteca de cinema em Berlim.

Na imagem: poster do filme do realizador Dziga Vertov (diz-se que ele inventou a técnica de montagem hoje usada nos clipes vídeo) “Entusiasmo” (outro título “Sintonia de Donbass”), que se tornou o primeiro filme sonoro ucraniano e soviético.

Capas e publicações da revista “Kino”

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