Alemanha, cidade de Leipzig, agosto de 1945 |
por: Daniel Johnson ("Red Army troops raped even Russian women as they freed them from camps"; "The Daily Telegraph", Gra - Bretanha)
Como afirma no seu novo livro o historiador militar britânico, Anthony Beevor, a orgia das violações, perpetuada pelo Exército Vermelho nos dias da agonia da Alemanha nazi, tinha contornos bem maiores, do que suspeitava-se antes. Beevor, autor do bestseller “Estalinegrado”, diz que as tropas soviéticas, durante a sua ofensiva, violaram grande número das mulheres russas e polacas, que eram prisioneiras dos campos de concentração, e também milhões de alemãs. O nível de indisciplina e libertinagem do Exército Vermelho revelou-se, quando o autor estudava os arquivos soviéticos, para escrever o livro “Berlim”, editado pela "Viking".
Anthony Beevor, que foi graduado pela Academia Militar de Sandherst e cumpriu o serviço militar no 11º Regimento da Cavalaria Prince Albert, afirma ser “tristemente abalado” pela descoberta, que mulheres e moças russas e polacas, libertadas dos campos de concentração, também foram vitimas de violação. “Isso destruiu completamente a minha percepção, do que os soldados usavam a violação, como forma de vingança contra os alemães”, - disse ele.
No momento, quando os russos chegaram às portas do Berlim, soldados olhavam para as mulheres, praticamente como para o “trofeu vivo”; eles consideravam que, já que libertam a Europa, podem comportar-se como quiserem.
A reputação elevada do Anthony Beevor, como historiador, garante que as suas afirmações, irão ser apreciados de maneira séria. O seu livro “Estalinegrado”, foi avaliado muito positivamente e mereceu alguns prémios prestigiantes: Samuel Johnson, Wolfson (História) e Hawthornden. Mas o seu relato sobre o cerco do Berlim, promete ser mais discutível. “Em muitos aspectos, o destino das mulheres e moças em Berlim, é bem pior, do que destino dos soldados, que passaram fome e privações em Estalinegrado”.
Para compreender, porque a violação da Alemanha foi tão unicamente aterrorizante, é importante olharmos para o contexto. Operação “Barbarossa”, invasão nazi à URSS em 1941, foi o início do conflito mais genocída da história. Hoje considera-se, que, provavelmente, 30 milhões dos cidadãos da União Soviética morreram durante a guerra, incluindo mais de 3 milhões, que foram exterminados pelo fome nos campos de concentração alemães. Os alemães, que não mostravam nenhum tipo de misericórdia, não podiam o esperar em resposta. Eles também tiveram pesadas baixas humanas. Só na batalha de Berlim, foram mortos ou morreram mais tarde, como prisioneiros, mais de 1 milhão dos soldados alemães e pelo menos 100 mil civis. A URSS perdeu (nesta batalha) mais de 300 mil pessoas.
Neste cenário terrível, Stalin e os seus comandantes desculpavam e até incentivavam violações, e não só em relação à nação alemã, mas também aos seus aliados: Hungria, Roménia e Croácia. Quando o comunista jugoslavo, Milovan Djilas apresentou um protesto ao Estaline, ditador rebentou-se: “Como que, Você não consegue entender o soldado, que andou à pé milhares de quilómetros através do sangue, fogo e morte e quer entreter-se com mulher ou levar alguma bugiganga?”
Quando os comunistas alemães, o avisavam, que violações causam a repugnância da população contra o partido, Estaline irritou-se: “Eu não permito a ninguém, meter na lama a reputação do Exército Vermelho!”
As violações começaram em 1944, logo depois da entrada do Exército Vermelho na Prússia Oriental e Silezia. Em muitas cidades e aldeias, foram violadas TODAS as mulheres dos 8 à 80 anos. Alexandre Soljenitsin, Nobél da literatura, naquele tempo jovem oficial, descreve este terror no seu poema “As noites da Prússia”:
Pequena filha no colchão
Morta. Tantos e tantos estiveram nele
Pelotão, ou talvez até companhia?
Mas pessoas como Soljenitsin, eram raros: maioria dos seus camaradas, consideravam a violação legitima. Quando o exército em ofensiva, entrou no interior da Alemanha, na ordem do Comandante – Chefe, Marechal Georgiy Zhukov, estava escrito: “Desgraça para a terra dos assassinos. Nos vingaremos tudo, e a nossa vingança será terrível”.
Quando o Exército Vermelho, chegou às portas de Berlim, sua reputação, reforçada pela propaganda nazi, amedrontou a população alemã, muitos fugiam. Embora em maio de 1945, a resistência desesperada cessou, experiências pesadas das mulheres alemãs não cessaram logo. Quantas mulheres alemãs, foram violadas ao tudo? Podemos apenas conjugar os dados, mas eles perfazem uma porcentagem significativa, dos pelo menos 15 milhões de mulheres que viviam na zona de ocupação soviética, ou foram expulsas das províncias orientais da Alemanha. Sobre o alcance das violações, podemos ajuizar pelo facto, que todos os anos, no período entre 1945/48, cerca de dois milhões de mulheres faziam abortos ilegais. Apenas no inverno de 1946/47, as autoridades soviéticas, preocupadas com propagação das doenças venéreas, introduziram castigos severos para os seus soldados na Alemanha Oriental, pela “confraternização com inimigo”.
Pequena filha no colchão
Morta. Tantos e tantos estiveram nele
Pelotão, ou talvez até companhia?
Mas pessoas como Soljenitsin, eram raros: maioria dos seus camaradas, consideravam a violação legitima. Quando o exército em ofensiva, entrou no interior da Alemanha, na ordem do Comandante – Chefe, Marechal Georgiy Zhukov, estava escrito: “Desgraça para a terra dos assassinos. Nos vingaremos tudo, e a nossa vingança será terrível”.
Alemanha, Berlim, 1945 |
Os soldados soviéticos, consideravam a violação, que não raramente consumia-se perante olhos do marido e dos membros da família da mulher, como uma maneira correcta de humilhar a nação alemã, que considerava os eslavos como raça inferior. A sociedade patriarcal russa e habito das patuscadas bacanais também jogaram o seu papel, mas mais importante foi a indignação perante o nível de vida bastante alto dos alemães.
O facto sublinhado pelo Antony Beevor, do que as tropas soviéticas violavam não apenas alemãs, mas também as vitimas do nazismo, recentemente libertados dos campos de concentração, obriga a pressupor, que a violência sexual, foi muitas vezes confusa, embora as mulheres russas e polacas, foram violadas em números muito menores, que as mulheres conquistadas alemãs. Judias, não eram vistas pelos soldados soviéticos, obrigatoriamente como vitimas do nazismo. Os comissários soviéticos, expropriavam os campos de concentração alemães, para aprisionar neles seus próprios presos políticos, incluindo os “inimigos da classe” e também os funcionários nazis, por isso o seu relacionamento com os prisioneiros destes campos, foi claramente fora do sentimental.
Falando dos milhões dos russos ou eslavos, expatriados à Alemanha para os trabalhos forçados, aqueles que conseguiram sobreviver o regime nazi e não foram executados como traidores ou mandados para GULAG, podiam considerar-se como felizardos. As mulheres deste grupo, pelos vistos, tinham o tratamento, não melhor do que as alemãs, ou talvez até pior.
Falando dos milhões dos russos ou eslavos, expatriados à Alemanha para os trabalhos forçados, aqueles que conseguiram sobreviver o regime nazi e não foram executados como traidores ou mandados para GULAG, podiam considerar-se como felizardos. As mulheres deste grupo, pelos vistos, tinham o tratamento, não melhor do que as alemãs, ou talvez até pior.
A violação da Alemanha, deixou atrás de si, uma herança amarga. Violação contribuiu para não popularidade do regime comunista na Alemanha Oriental e para a necessidade posterior, deste regime, fazer da policia política secreta Stasi, o seu suporte.
As próprias vitimas, receberam um trauma permanente: as mulheres alemãs, da geração da II Guerra Mundial, ainda (hoje) chamam o memorial do Exército Vermelho em Berlim de “Campa do violador desconhecido”.
Ler artigo original (em inglês):
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3 comentários:
As ações dos soldados soviéticos dão mostras do caráter moral do comunismo.
A primeira vítima da guerra é a verdade, a segunda vítima é a honra, a moral ou a ética. Nunca tentei achar moral e heroísmo na guerra porque é apenas uma ficção dos vencedores.
isso foi padrão stalinista de DH contra inocentes exemplifica o que o PT representa no Brasil.
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