Ucrânia
é governada por um herói dos seriados que sabe mais sobre comediantes russos do
que sobre seu próprio país. Um desastre intelectual, escreve a publicação alemã
TAZ.
[...] A
escolha de Zelensky para a presidência foi uma espécie de jogo de realidade
virtual. Na sátira televisiva “O Servo do Povo”, Zelensky interpretava um
professor de história um pouco rude, irritado com a política e que
constantemente divulga declarações insultuosas que são secretamente filmadas e
postadas no YouTube por seus alunos.
Como
resultado, um professor inexperiente, mas honesto, é eleito presidente, que
inicia a luta contra a corrupção e contra os oligarcas. [...] E em abril [de
2019], o herói da série foi selecionado como um verdadeiro candidato à
presidência. Zelensky e sua equipe desenvolveram com sucesso um mundo ilusório
no qual eles próprios acreditam. No entanto, despertar e conhecer a realidade
pode desapontar bastante as pessoas. [...]
Zelensky
é o presidente dos consumidores que não querem deixar ninguém se aproximar à
sua zona de conforto. E o problema nem é que ele entra na arena política como
um recém-chegado. Com exceção do aparatchik
Leonid Kravchuk, nenhum dos presidentes ucranianos era político profissional. A
sociedade ucraniana a este respeito não é convencional. Em vez disso, diz-se
que a eleição presidencial demonstrou comportamento do consumidor.
O
fato óbvio é que os consumidores estão presentes na maioria, e seus interesses,
obviamente, não estão relacionados apenas à publicidade ou salários sólidos,
férias regulares, preços baixos de eletricidade, aquecimento e outras coisas.
Os
consumidores não querem [saber] de combates, eliminação de traumas individuais
e coletivos, não querem lidar com problemas sociais, lidar com agitações
sociais, inclusive no futuro, não querem deixar [ninguém] se aproximar à sua
zona de conforto.
Olhar
de um carneiro
O
atual presidente da Ucrânia é uma pessoa com um código sócio-cultural
completamente diferente. Tem pouco a ver com os valores culturais dos políticos
europeus. Enquanto muitos políticos europeus, ao menos, fazem de conta que compartilham
a memória cultural com os intelectuais e artistas de seu país e possam entender
a essência do debate sobre valores sociais e culturais, o presidente ucraniano
não faz a ideia.
Ele
olha para isso com “olhar de um carneiro”. Ele se refere aos atores cómicos
russos. Será que alguma vez ele ouviu algo sobre os dissidentes ucranianos Ivan Svitlichny e Nadiya Svitlychna? É
um tipo diferente de comunicação e linguagem.
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