terça-feira, outubro 30, 2012

Como falsificar as eleições?


Em quando uma parte dos observadores internacionais não consegue ver as falsificações do processo eleitoral ucraniano, o Comité dos Eleitores da Ucrânia (http://cvu.dn.ua) exemplifica a tecnologia prática destas falsificações.

Os observadores do CVU executavam o controlo paralelo de número dos votantes que apareceram nas assembleias de voto, usando para o efeito o aparelho mecânico (na foto em cima). A metodologia do controlo se baseia na comparação de dados dos observadores e dos dados oficiais das assembleias. O estudo não regista as próprias falsificações, mas é uma espécie de controlo cívico sobre as atividades das comissões eleitorais.

O que segue são os dados da assembleia de voto № 41 do círculo uninominal № 141601 na província de Donetsk (leste da Ucrânia, burgo do Yanukovych e do seu Partido das Regiões).

O número real dos votantes (pela contagem do CVU) é de 998 eleitores (47,9% de todos os eleitores registados). O número de votos pelos dados oficiais é de 1543 (74% de todos os eleitores registados). Ou seja, a diferença é de 545 eleitores. Os observadores informam que após a abertura das urnas para a contagem dos votos no local foi cortada a eletricidade, tudo por volta das 20h40 do dia 28 de outubro de 2012. O local ficou sem a luz durante cerca de 5 minutos.

Durante este período no local aconteceu uma cena parecida com esta:


Pelos dados oficiais da Comissão Central de Eleições a percentagem dos votantes do círculo uninominal № 141601 foi de 76,87% na mesa de votação № 41; 59,89% na mesa de votação № 42; 53,73% na mesa №43; 72,64% na mesa №44 e 69,39% na mesa № 45, informa CVU.org.ua

Mais violações do processo eleitoral ucraniano são registadas aqui:

Bónus

É claro que os observadores internacionais que permanecem na assembleia do voto por uma – duas horas não podem detetar este tipo de falsificações. Genericamente, eles se parecem com aqueles escritores ocidentais que visitavam a URSS nos anos 1920-1930 e após falarem com agentes do NKVD devidamente instruídos e escolhidos voltavam ao Ocidente convencidos do que o povo soviético vivia "razoavelmente livremente". Para não se surpreender com as futuras Líbias e Egiptos, a UE deveria deixar de fazer o acompanhamento eleitoral “para o ditadores verem” e passar a escrutinar o processo até a contagem do último voto e apuramento dos resultados definitivos.

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