quinta-feira, dezembro 28, 2006

Nosso blog completou dois anos


No dia 15 de Dezembro de 2006, o nosso blog completou dois anos de vida, batalhando pela Ucrânia e pelo Moçambique. Neste período fomos visitados pelos 19.816 pessoas de todo o mundo (veja o mapa)

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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Carta ao Exmo. Sr. Dr. Eduardo J. Molembwe

Nº61620/34-110-496
Luanda, 05 de Dezembro de 2006

Exmo. Sr. Dr. Eduardo Joaquim Molembwe
Presidente da Assembleia
da República de Moçambique


Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia da República,

Cumprimentando atenciosamente V.Excia., gostaria de informá-lo que no dia 28 de Novembro de 2006, a Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia aprovou a Lei da Ucrânia “Sobre o Golodomor (Fome) na Ucrânia dos anos 1932-1933”, apresentada pelo Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko, com as modificações propostas pelo Presidente da Verkhovna Rada da Ucrânia Oleksander Moroz. De acordo com esta Lei, o Golodomor (Fome) é reconhecido como um acto de genocídio do Povo Ucraniano.
No preâmbulo da Lei está apresentada a definição do genocídio que corresponde a documentos legais internacionais. Adicionalmente, está constatado que “a negação pública do Golodomor dos anos 1932-1933 na Ucrânia reconhece-se como um insulto a milhões de vítimas da Grande Fome, como uma humilhação da dignidade do Povo Ucraniano e é ilegal”.
O Gabinete de Ministros da Ucrânia está encarregue de definir o estatuto e as funções do Instituto Ucraniano da Memória Nacional, assegurando o seu funcionamento a custa das verbas do Orçamento de Estado como um órgão do poder central que tutela todas as questões relacionadas com o Golodomor. O Governo Ucraniano, junto com a Administração Estatal da cidade de Kyiv, deverá também assegurar a construção do Complexo Memorial dedicado à memória das vítimas do Golodomor de 1932-1933 na Ucrânia, para ser construído na véspera do 75º Aniversário da tragédia.
Levando em consideração o acima referido, muito agradeceríamos receber a reacção oficial da Assembleia da República de Moçambique ao facto da aprovação da Lei da Ucrânia “Sobre o Golodomor na Ucrânia dos anos 1932-1933”.
Sem mais de momento, queira receber os meus melhores cumprimentos,

Volodymyr I. Lakomov
Embaixador da Ucrânia
EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
Tel.: (244) 912-337287
Tel.: (244) 912-340426
Fax: (244) 222-448467
e-mail: embucr@nexus.ao
Rua Companhia de Jesus, casa 35
Luanda 1000,
República de Angola

Carta ao MNE e Cooperação de Moçambique

A Embaixada da Ucrânia apresenta os seus melhores cumprimentos ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique, em ocasião de informar que no dia 28 de Novembro de 2006, a Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia aprovou a Lei da Ucrânia “Sobre o “Golodomor” (Fome) na Ucrânia dos anos 1932-1933”, apresentada pelo Presidente da Ucrânia Viktor Yushchenko, com as modificações propostas pelo Presdiente da Verkhovna Rada da Ucrânia Oleksander Moroz. De acordo com esta Lei, o “Golodomor” (Fome) é reconhecido como um acto de genocídio do Povo Ucraniano.
No preâmbulo da Lei está apresentada a definição do genocídio que corresponde a documentos legais internacionais. Adicionalmente, está constatado que “a negação pública do Golodomor dos anos 1932-1933 na Ucrânia reconhece-se como um insulto a milhões de vítimas da Grande Fome, como uma humilhação da dignidade do Povo Ucraniano e é ilegal”.
O Gabinete de Ministros da Ucrânia está encarregue de definir o estatuto e as funções do Instituto Ucraniano da Memória Nacional, assegurando o seu funcionamento a custa das verbas do Orçamento de Estado como um órgão do poder central que tutela todas as questões relacionadas com o “Golodomor”. O Governo Ucraniano, junto com a Administração Estatal da cidade de Kyiv, deverá também assegurar a construção do Complexo Memorial dedicado à memória das vítimas do “Golodomor” de 1932-1933 na Ucrânia, para ser construído na véspera do 75º Aniversário da tragédia.
A Embaixada da Ucrânia muito agradeceria receber a reacção oficial do Governo da Repùblica de Moçambique ao facto da aprovação da Lei da Ucrânia “Sobre o “Golodomor” na Ucrânia dos anos 1932-1933”.
A Embaixada da Ucrânia aproveita esta oportunidade para reiterar ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação da República de Moçambique os protestos da sua mais elevada consideração.
“05“ Dezembro de 2006, № 61620/22-013-495
EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
Tel.: (244) 912-337287
Tel.: (244) 912-340426
Fax: (244) 222-448467
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Rua Companhia de Jesus, casa 35
Luanda 1000,
República de Angola

terça-feira, dezembro 05, 2006

Restaurante ucraniano abre-se em Maputo
















Lembro que uma vez li a frase, que me impressionou de certa maneira: “qualquer capital que se preze, deverá ter uma Chinatown”. Na altura achei muito bacana. Depois, as minhas prioridades mudaram e hoje em dia acho que qualquer capital que se preze, deve ter pelo menos um restaurante e uma discoteca ucranianos.

Mas infelizmente (e felizmente também), Maputo não é uma Nova York, nem Londres, nem uma outra mega metrópole, que existe neste mundo fora. Maputo é uma cidade pequena, bastante pacata (ainda bem que seja assim), e por isso, francamente falando, ainda não vejo o espaço possível para uma discoteca ucraniana à sério.

Mas o restaurante, este já temos. Chama-se “La bela muchacha” (os donos acharam por bem criar um nome mais internacional e caliente possível, como maneira simpática de cativar os clientes). Como já deviam perceber, não há tantos ucranianos em Maputo, para que uma casa poder sobreviver, trabalhando única e exclusivamente para a comunidade. Bom, nem este é o objectivo. Muito pelo contrário, seria muito agradável, passar o gosto das comidas ucranianos ao público: moçambicano, português, ou estrangeiro em geral. Porque é saboroso, porque é exótico, porque não é tão distante da cozinha luso – moçambicana, como alguém pode pensar.

O restaurante é gerido por uma simpática família multicultural: Dona Dina e sua filha Lecia são ucranianas, o seu marido Sr. João é moçambicano de gema. Casados e felizes durante muitos anos, neste momento a família Tengamaze embarcou nesta aventura gastronómica, que pode ser apreciada no recinto da Feira Popular de Maputo (baixa da cidade, Av. 25 de Setembro).

Alguém pode achar que o restaurante é bastante modesto. Pois será assim, a Roma também não se criou de um momento para outro. O mais importante é a qualidade de comida servida ao cliente, o calor humano do staff e perdoem me a repetição, a qualidade dos petiscos oferecidos ao gosto de freguês.

O nosso bom restaurante propõe várias delícias da cozinha ucraniana, entre elas podemos destacar:

Borsh ucraniano (sopa de legumes e carne, feita na base de beterraba http://en.wikipedia.org/wiki/Borsh). A beterraba, quem não sabe, é a cultura mais importante da Ucrânia, usada no fabrico de açúcar e de horilka (vodka tradicional http://en.wikipedia.org/wiki/Horilka ucraniana). Lembro que na capa portuguesa do filme “Little Odessa” (http://www.imdb.com/title/tt0110365/), era escrito “Little Odessa, o bairro nova iorquino, onde nos restaurantes bebe-se o borsh”. Peço que não sejam como aquele crítico sabichão, que afinal sabia pouco. Borsh ucraniano definitivamente come-se, nunca bebe-se.
Costeleta de Kiev (peito de galinha enrolado com ovo e outros ingredientes secretos do cozinheiro). Quem é que não lembra do famoso filme de acção de Arnold Schwarzenegger Red Heat (1988), onde o seu herói, capitão ucraniano de polícia moscovita, Ivan Danko explica ao seu companheiro americano, sargento Art Ridzik (James Belushi), que tornou-se verdadeiro cop na Academia de polícia de Kiev, sítio onde aprendeu conduzir os autocarros (daquela maneira louca).
Varenyky – massa folhada com variadíssimos tipos de recheio (queijo fresco, puré de batata, couve refogada, cerejas, etc). Varenyky é uma espécie de ravioli italiano, mas têm o triplo de tamanho e possuem a forma de meia – lua bem cheinha. Outros “primos” de varenyky são: jiaozi e wonton chineses, pelmeni russos, momo tibetianos e kreplachs judáicos. Veja: http://en.wikipedia.org/wiki/Vareniki
Oseledec pid shuboyu – uma salada de batata, beterraba, cenoura e peixinho salgado, tudo arrumado por camadas. Este prato não é genuinamente ucraniano, mas é apreciado e consumido na Ucrânia actual, nos ambientes festivos, como Ano Novo e outras festas de cunho mais citadino do que tradicional.

Varenyky com queijo fresco (receita simples)
Massa folhada: 3 copos de farinha de trigo, 3/4 copo de leite ou água, 1 ovo, 1/2 colher de chá de sal. Para recheio: 800 gr de queijo fresco, 1/2 como de açúcar, 2 ovos, sal.

Modo de preparação
Uma parte de farinha é misturada com água ou leite a ferver (1/3 de toda a água), depois misturam bem, acrescentando na massa o resto da água /leite de temperatura ambiente, sal, ovo (melhor a gema), o resto de farinha e preparam a massa, deixando-a para crescer durante uns 40 min. Queijo fresco misturam com o sal, açúcar e ovos crus. Massa folhada é cortada aos circuitos, dentro de cada circuito é colocado o recheio, as extremidades de cada circuito são juntados com as mãos. Depois os varenyky são postos um por um na água salgada à ferver, onde são cozidos durante 5-7 min. Os varenyky cozidos podem ser regados com azeite, também se comem com as natas.

UPD: o restaurante foi encerrado há bastante tempo, o artigo fica no nosso blogue apenas para a memória.