Nem toda a gente entende a verdadeira dimensão da revolução laranja na Ucrânia. Existe quem pensa que a Ucrânia vive a situação algo semelhante às democracias ocidentais: Santana ou Sócrates, Pepsi ou Coca, Sporting ou Benfica.
No entanto, a situação é bem diferente, o país enfrenta a ameaça do seu desaparecimento como uma entidade independente. Algo que aconteceu na vizinha Belarus(sia), onde as eleições foram ganhos pelo ex-director de uma machamba colectiva, e onde hoje existem esquadrões da morte, onde desaparecem jornalistas, politicos e empresários que identificam-se com a oposição, onde a própria língua nacional é mal vista pelo poder do Estado.
Fala-se dos russos que vivem na Ucrânia e que preferem o Yanukovich. O que posso dizer destas criaturas? Não são russos propriamente ditos. São mais as pessoas que ainda querem viver na União Soviética, pessoas que pensam que o Murro de Berlim ainda não caiu! Não há maneira de os fazer ver que o Mundo evoluiu desde a queda do Comunismo. São também as pessoas que vivem na Ucrânia 20, 30, 40 anos e não conhecem, não gostam e não querem saber da língua e cultura ucranianos. São uma espécie de erva daninha, gente sem raizes e sem valores, gente que aparece na casa dos outros sem serem chamada, mas quando a casa começa arder, pega nos seus trapitos e diz: "Adeus!". Este tipo da gente ficava muito confortavel na URSS, era um tipo de colonizador que não tinha nenhum problema de poluir meio ambiente ou gastar mal os recursos nas repúblicas nacionais, explicando a sua actuação pela simples fraze: "Isto aqui não é a minha terra!". É este tipo da gente que planeava construir o Chernobyl à 30 kilometros de Kyiv (Kiev). Posso dizer que são netos de Stalin, que lamentava que a URSS inteira não possui o numero necessário dos vagões de gado para deportar todo o povo ucraniano para a Sibéria. Numa acção semelhante que o mesmo Stalin perpetuou contra os chechenos ou tártaros da Criméia.
Então a onde é que era a terra desta gente, podem perguntar vocês? Na URSS diziam que a terra deles é o tanque, o carro de combate que essa gente aplaudia, sempre que havia mais uma invasão dos paises que tentavam fugir do frio: Hungria em 56, Chekoslovaquia em 68 ou Chechnia em 1994.
Espero muito sinceramente que as eleições de 26 de Dezembro serão ganhos pelo Viktor YUSHENKO, que a Ucrânia podera se tornar um país verdadeiramente europeu, que a economia do nacional melhora e que um dia a Ucrânia será vista como um país que traçou o seu próprio destino numa revolução pacifica, a revolução laranja, o 25 de Abril ucraniano!
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