A razão formal reivindicada pelo Gabinete do Procurador Geral é a recusa de Memorial de colocar o rótulo do “agente estrangeiro” nas suas publicações.
Mas no tribunal, foi finalmente dita a verdadeira razão para a eliminação de Memorial Internacional: o Gabinete do Procurador Geral afirma que organização estava interpretando incorretamente a história soviética, “criando uma visão enganadora da URSS como um estado terrorista”, “despeja as críticas sobre as autoridades do estado”.
A decisão da Suprema Corte confirmou novamente que a história do terror político, organizada e efectuada pelo poder do Estado não, para a Rússia não é um tema acadêmico que se interessa apenas aos especialistas, mas um problema agudo da modernidade. Rússia é um país que precisa de uma compreensão honesta e conscienciosa do passado soviético; nisso é a chave do seu futuro. É impossível acreditar que a eliminação judicial do Memorial Internacional removerá esta questão da agenda. A memória das tragédias do passado é necessária à sociedade russa e pós-soviética.
Memorial Internacional já informou que pretende recorrer da decisão do Supremo Tribunal russo, possivelmente apelando ao Tribunal Internacional dos Direitos Humanos. No entanto, no dia 29 de Dezembro o mais que provável que outro fecho espera o “Centro dos Direitos Humanos Memorial”, nas mãos do Tribunal de Moscovo.
Como melhor descreveu a situação um dos internautas russos: “a vingança dos capangas de Estaline/Stalin leva irreversivelmente a uma nova catástrofe”.