Secreta ucraniana interroga os sociólogos
Todo o Conselho Científico do Instituto de Sociologia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia foi chamado a depor no Serviço da Segurança da Ucrânia (SBU), informou o vice-director do Instituto, Dr. Eugene Holovakha, escreve agência UNIAN.
Dr. Holovakha também mostrou aos jornalistas a cópia da convocatória do SBU, com os “horários” dos interrogatórios de todos os sociólogos cientistas, incluindo Mykola Shulga, Mykola Churilov, Olexander Vyshniak e mais meia dúzia de pessoas.
Na convocatória, o investigador sénior do 3° Departamento da 1ª Direcção do SBU, Dyshlyuk, informa os cientistas ucranianos que “a comparência é obrigatória. No caso de não comparência sem uma razão válida é possível a apresentação forçada”, e se houver os motivos poderão existir as penalidades administrativas ou criminais.
“Isso nunca existiu na prática mundial – interrogar todo o Conselho Académico. Talvez na época de Stalin os conselhos científicos eram fuzilados durante a noite, mas assim, mover um interrogatório no país aparentemente europeu, no século XXI, eu acho que é impossível", disse Eugene Holovakha.
Holovakha foi indignado pelo facto do que os académicos ucranianos não foram chamados a depor pela polícia, mas pelo serviço secreto.
“Eles querem intimidar os cientistas. Por que este investigador do SBU não venha falar com os cientistas Ele quer desfrutar de sua omnipotência e do medo dos cientistas. Sou o membro do movimento (oposicionista) de “1 de Dezembro”, hoje tenho encontro com outros e quero dizer: em breve vão nós deter aos montes” – disse ele.
No dia 14 de Março o próprio Dr. Eugene Holovakha veio a depor no SBU, esperando mais de 45 minutos nos corredores da secreta ucraniana para ser recebido. “Na história da Humanidade não houve caso em que todo o conselho académico fosse convocado para interrogatório no KGB”, desabafou ele na conversa telefónica com o jornalista.
Mais tarde, o SBU reconheceu a imprudência de sua decisão de chamar a depor todo o Conselho Académico do Instituto de Sociologia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, informou a chefe de imprensa do SBU, Marina Ostapenko.
“Talvez, realmente, neste caso, investigador, uma pessoa jovem, talvez ele tinha que pensar antes de chamar todos os membros do Conselho Académico. Talvez ele podia fazer mais investigação, por exemplo, podia visita-los, os perguntar no local e não convocar os logo para o SBU”, - disse ela. Ostapenko concordou com a posição (posterior) do presidente Viktor Yanukovych sobre a insensibilidade desta decisão, observando que primeiro o interrogador não levou em conta que este caso poderia ser politizado.
Na sua página na Internet, o serviço de imprensa de SBU explica que os “funcionários” do Instituto de Sociologia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia foram chamados a depor no SBU em conexão com a abertura de uma investigação criminal sobre o caso do “gasto indevido dos fundos estatais em grande escala”. E nem uma palavra sobre a “insensibilidade desta decisão”.
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