Xenofobia na África do Sul: moçambicanos chegam à Maputo aos milhares, fugindo do conflito que está escalar no país vizinho.
Por: FRANCISCO MANJATE
Mais de 3.300 pessoas atravessaram ontem a fronteira entre República da África do Sul (RAS) e Moçambique (posto de Ressano Garcia), fugindo da onda de violência xenófoba que se regista na vizinha África do Sul desde a semana passada. Este número foi registado até às 10:00 horas de ontem, altura em que as autoridades migratórias & fronteiriças fizeram o primeiro balanço do dia.
Dados colhidos pela nossa Reportagem no local indicam que, de segunda-feira até aos princípios da noite de ontem, aproximadamente dez mil moçambicanos terão atravessado aquela fronteira, na sua maioria pessoas que, residindo há vários anos na RAS, vêem-se na contingência de regressar abruptamente ao país. Com efeito, na segunda-feira passaram por Ressano Garcia 2.911 pessoas, e na terça-feira registou-se um movimento de 2.725, na sua maioria pessoas provenientes de Joanesburgo. Estes números, segundo soubemos, são apenas de pessoas que se registaram à sua saída, mas as autoridades migratórias dizem que os dados podem estar muito acima daquilo que está registado oficialmente.
A título de exemplo, até à noite de ontem estava-se à espera que chegassem cerca de dez autocarros trazendo pelo menos 700 moçambicanos que haviam se refugiado nas esquadras e outras instituições governamentais e dos direitos humanos na RAS. Contrariamente ao que está a acontecer a nível de entradas para Moçambique, para o território sul – africano quase não está a ir ninguém.
A nossa Reportagem pôde constatar que grande parte das pessoas que entram para o território moçambicano estão afectadas social e psicologicamente pelos acontecimentos na RAS. Muitos dos que entram para Moçambique chegam sem nada. Dizem que os seus bens foram pilhados e saqueados por grupos xenófobos sul – africanos que lhes intimam a abandonar aquele país.
A violência é extensiva a gente de nacionalidades zimbabweana, malawiana e nigeriana, que também é acusada de fomentar a onda de criminalidade e marginalidade na RAS. Dada a violência dos acontecimentos, muitos dos que chegam não aventam a hipótese de regressar num curto prazo, apesar de terem perdido quase todos os seus haveres, fruto de vários anos de trabalho árduo. [...] Contam que os xenófobos andam em grupos de 20 ou 30 pessoas, armados com paus, catanas, machados, bastões e quando chegam a zonas como Alexandra, Soweto, Thembissa e Germiston, locais onde residem muitos moçambicanos, entram nas suas residências, pilham bens e violentam os proprietários das casas. Há relatos de casos de gente que foi queimada viva nas suas habitações e outra espancada até à morte nas ruas e becos daqueles bairros, depois de os revoltosos se terem apoderado dos seus haveres.
Fonte:
Mais de 3.300 pessoas atravessaram ontem a fronteira entre República da África do Sul (RAS) e Moçambique (posto de Ressano Garcia), fugindo da onda de violência xenófoba que se regista na vizinha África do Sul desde a semana passada. Este número foi registado até às 10:00 horas de ontem, altura em que as autoridades migratórias & fronteiriças fizeram o primeiro balanço do dia.
Dados colhidos pela nossa Reportagem no local indicam que, de segunda-feira até aos princípios da noite de ontem, aproximadamente dez mil moçambicanos terão atravessado aquela fronteira, na sua maioria pessoas que, residindo há vários anos na RAS, vêem-se na contingência de regressar abruptamente ao país. Com efeito, na segunda-feira passaram por Ressano Garcia 2.911 pessoas, e na terça-feira registou-se um movimento de 2.725, na sua maioria pessoas provenientes de Joanesburgo. Estes números, segundo soubemos, são apenas de pessoas que se registaram à sua saída, mas as autoridades migratórias dizem que os dados podem estar muito acima daquilo que está registado oficialmente.
A título de exemplo, até à noite de ontem estava-se à espera que chegassem cerca de dez autocarros trazendo pelo menos 700 moçambicanos que haviam se refugiado nas esquadras e outras instituições governamentais e dos direitos humanos na RAS. Contrariamente ao que está a acontecer a nível de entradas para Moçambique, para o território sul – africano quase não está a ir ninguém.
A nossa Reportagem pôde constatar que grande parte das pessoas que entram para o território moçambicano estão afectadas social e psicologicamente pelos acontecimentos na RAS. Muitos dos que entram para Moçambique chegam sem nada. Dizem que os seus bens foram pilhados e saqueados por grupos xenófobos sul – africanos que lhes intimam a abandonar aquele país.
A violência é extensiva a gente de nacionalidades zimbabweana, malawiana e nigeriana, que também é acusada de fomentar a onda de criminalidade e marginalidade na RAS. Dada a violência dos acontecimentos, muitos dos que chegam não aventam a hipótese de regressar num curto prazo, apesar de terem perdido quase todos os seus haveres, fruto de vários anos de trabalho árduo. [...] Contam que os xenófobos andam em grupos de 20 ou 30 pessoas, armados com paus, catanas, machados, bastões e quando chegam a zonas como Alexandra, Soweto, Thembissa e Germiston, locais onde residem muitos moçambicanos, entram nas suas residências, pilham bens e violentam os proprietários das casas. Há relatos de casos de gente que foi queimada viva nas suas habitações e outra espancada até à morte nas ruas e becos daqueles bairros, depois de os revoltosos se terem apoderado dos seus haveres.
Fonte:
Fotos:
AP/Scanpix & Simphiwe Nkwali
3 comentários:
A ingratidão é a maior virtude de um ser estúpito, sem escrúpulo e empregnado de ignorâcia, de uma mente indígena e de fácil manipulação. Moçambique deu o seu máximo para a libertção dos SUL AFRICANOS, até que perdeu o seu presidente naquele território para a sua libertação do jugo do apartheid. Hoje, "defecam no prato que comeram" Quantos moçambicanos que vivem, são bem tratados e criam desmandos nas belas praias de Moçambique? Em nenhum dia foram maltratados, até como não bastasse, são eles mesmos que maltratam o moçambicano na sua própria terra, até tem coragem de escrever letreiros nas praias "NO BLACK IS ALLOWED" Este é o cúmulo de ingratidão. O moçambicano tem a sua postura de reconhecido mérito.
E uma situacao ,que deixa o povo mocambicano e a mim em particular indignada,com a crueldade,diga se de passagem de um grupo de sul africanos descontentes com a politica social sul africana.
Diante desta situacao e acreditando que existe alguem poderoso que incetiva a atitude XENOFOBA,com um objectivo muito claro.
CHEGA DE APANHAR PORRADAS!
IR A JOHN TRABALHAR NAS MINAS DE OURO FAZENDAS OU FARMAS FOI INTRODUZIDO PELOS NOSSOS COLONIZADORES. HOJE TORNARA-SE COSTUME. EIS PORQUE OS MOÇAMBICANOS SEMPRE ACEITARAM TRABALHAR A QUALQUER VAOR. NA REGIÃO SUL DE MOÇAMBIQUE TORNARA-SE QUASE UM RITO DE INICIAÇÃO TRADICIO0NAL. DIZER QUE OS MOÇAMBICANOS IAM A ÁFRICA DO SUL POR CAUSA DA POBREZA DE MOÇAMBIQUE, SERIA CONFUNDIR O GATO COM ELEFANTE. NÃO É UMA VERDADE ABLOLUTA. DIZER QUE A ÁFRICA DO SUL É UMA POTÊNCIA ECONÓMICA DA REGIÃO SUL DE ÁFRICA E, PORTANTO, DEMOS QUE NOS SUBMETER A ELA, NÃO É VERDADE. A MENTALIDADE COLONIAL LEVA-NOS A PENSARMOS E AGIRMOS ASSIM.E, AÍ NOS QUESTIONAMOS, SERÁ QUE A NOSSA INDEPENDÊNCIA FOI MESMO TOTAL E COMPLETA? A NOSSA CAHORA BASSA VAI PRIMEIRA PARA ÁFRICA DO SUL E COMPRAMOS DELES O QUE É NOSSO; O GÁS NATURAL DE PANDE E TIMANE É DESCARADAMENTE DRENADO DE INHAMBANE PARA ÁFRICA DO SUL E NÓS RECEBEMOS O PRODUTO FINAL E PEQUENOS BOTIJÕES COMO IMPORTAÇÃO E POR ISSO, DEVEMOS COMPRÁ-LO A UM PREÇO ABSURDO. A CONSTRUÇÃO DE UMA REFINARIA CA EM mOÇAMBIQUE GARARIA EMPREGOS PARA OS MOÇAMBICANOS. ISSO ACONTECE EM MUITOS PAÍSES DO MUNDO.AS PRAIAS DE MOÇAMBIQUE, HOJE,POUCOS MOÇAMBICANOS TÊM ACESSO A ELAS, PORQUE OS SUL AFRICANOS APODERARAM-SE DELAS E DIZEM "NÃO É PERMITIDA A ENTRADA DE NEGROS". O GUARDA, PORÉM, É UM NEGRO MOÇAMBICANO,E A MOZAL O QUÊ QUE DEIXA ATRÁS ALÉM DA ENTOXICAÇÃO DO AR QUE RESPIRAMOS? ENFIM,... ALGUÉM ME AJUDA A COMPLETAR OS ABSURDOS QUE NOS SÃO SUBMETIDOS NO NOSSO PRÓPRIO PAÍS? "ORA, EU ACHO QUE O SONHO DE TODO O MOÇAMBICANO, NO SEU PRÓPRIO PAÍS, SERIA TRABALHAR, PRODUZIR, CONSUMIR E EXPORTAR O EXCEDENTE".A DESORGANIZAÇÃO INTERNA EM MOÇAMBIQUE É A CAUSA PRIMEIRA DA XENOFOBIA NA RAS. VAMOS FAZER A LEITURA DOS FACTOS A PARTIR DA RAÍZ. O MOÇAMBICANO DEIXOU DE SER CRIANÇA DESDE A INDEPENDÊNCIA. POR ISSO, CHEGA DE APANHAR PORRADAS DE QUEM QUER QUE SEJA! SOMOS UM POVO, SOMOS UMA NAÇÃO. A POBREZA SE VENCE COM O TRABALHO ÁRDUO E COMIDA NO PRATO. MAS, A COMIDA QUE EU SEI DE ONDE TIRO.
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