Por: Maia Banaru, da Agência Lusa, 2007/12/16
Incertezas sobre o futuro, menor exigência do ensino português e apego à cultura do país de origem levam imigrantes ucranianos a apostar em aulas complementares na língua materna para os seus filhos.
Após uma normal semana de aulas no ensino oficial português, crianças entre cinco e catorze anos frequentam aos sábados escolas em São João do Estoril e em Faro, entre outras, para aulas na língua de origem.
«Escola portuguesa é mais fácil»
«Eu gosto muito desta escola [ucraniana], mas é muito difícil. A escola portuguesa é mais fácil e mais divertida», conta Ihor, aluno do quarto ano do ensino básico.
Filhos de imigrantes, estas crianças frequentam escolas portuguesas durante a semana e dedicam os sábados ao estudo da língua e cultura do seu país de origem, ou do país de origem dos seus pais, no caso dos que nasceram em Portugal.
Na escola ucraniana as aulas são leccionadas por um grupo de cinco voluntárias, mães de filhos com idade escolar, ex – professoras na Ucrânia e mulheres–a–dias em Portugal.
«Ensinamos tudo»
«Ensinamos tudo: língua ucraniana, matemática, biologia, inglês, música, leitura, enfim, tudo o que eles precisam de saber para estarem integrados na cultura do seu país», explica Alla Litkovets, autora do projecto.
«Vim para Portugal com o meu filho que tinha acabado de ingressar na escola portuguesa. Quando me apercebi de que ele ia receber instrução portuguesa, sem conhecer a escola do seu país, comecei a procurar alternativas e o facto de trabalhar na casa do director da escola facilitou as coisas», relata Alla.
Com as quatro colegas, assim que tiveram as cinco salas de aulas à sua disposição puseram «mãos à obra».
Todos os sábados, mesmo nas férias, as cinco professoras dão aulas de manhã e à tarde, durante nove horas em que acompanham com rigor o programa escolar ucraniano do primeiro ao sétimo ano.
«Ensino ucraniano é mais exigente»
«Se a criança está no quinto ano [do ensino básico] português, ensinamos matéria do quinto ano [do ensino] ucraniano», precisa Alla Litkovets, acrescentando que a matéria que os seus alunos aprendem nas aulas em ucraniano é a mesma que vão aprender, passados um ano ou dois, nas escolas portuguesas. «O ensino ucraniano é mais exigente, por isso utilizamos manuais que vêm directamente da Ucrânia».
«O meu filho fez o sexto ano de escola na Ucrânia. Decidi mandá-lo para lá porque queria que se habituasse ao ritmo de ensino das escolas de lá. Apesar de ter conseguido notas razoáveis, enfrentou algumas dificuldades», relata a professora.
«Preservar a ligação dos nossos filhos à cultura do país de origem é o mínimo que podemos fazer por eles, já que os fizemos sair do seu país para virem morar em Portugal», desabafa Alla Litkovets. Incerta sobre o seu futuro, já que há sete anos tenta, sem sucesso, obter equivalência ao seu curso de professora de música, a imigrante ucraniana de 42 anos acredita que «mais cedo ou mais tarde» terá de voltar à Ucrânia, altura que o seu filho poderá aplicar os conhecimento adquiridos na Escola Ucraniana, em Portugal.
Foto: escola ucraniana na cidade do Faro
http://www.ukremigrantpt.ipsys.net/Faro/faro_chkola%20(4)_R.htm
Publicado em:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=893283&div_id=291
Incertezas sobre o futuro, menor exigência do ensino português e apego à cultura do país de origem levam imigrantes ucranianos a apostar em aulas complementares na língua materna para os seus filhos.
Após uma normal semana de aulas no ensino oficial português, crianças entre cinco e catorze anos frequentam aos sábados escolas em São João do Estoril e em Faro, entre outras, para aulas na língua de origem.
«Escola portuguesa é mais fácil»
«Eu gosto muito desta escola [ucraniana], mas é muito difícil. A escola portuguesa é mais fácil e mais divertida», conta Ihor, aluno do quarto ano do ensino básico.
Filhos de imigrantes, estas crianças frequentam escolas portuguesas durante a semana e dedicam os sábados ao estudo da língua e cultura do seu país de origem, ou do país de origem dos seus pais, no caso dos que nasceram em Portugal.
Na escola ucraniana as aulas são leccionadas por um grupo de cinco voluntárias, mães de filhos com idade escolar, ex – professoras na Ucrânia e mulheres–a–dias em Portugal.
«Ensinamos tudo»
«Ensinamos tudo: língua ucraniana, matemática, biologia, inglês, música, leitura, enfim, tudo o que eles precisam de saber para estarem integrados na cultura do seu país», explica Alla Litkovets, autora do projecto.
«Vim para Portugal com o meu filho que tinha acabado de ingressar na escola portuguesa. Quando me apercebi de que ele ia receber instrução portuguesa, sem conhecer a escola do seu país, comecei a procurar alternativas e o facto de trabalhar na casa do director da escola facilitou as coisas», relata Alla.
Com as quatro colegas, assim que tiveram as cinco salas de aulas à sua disposição puseram «mãos à obra».
Todos os sábados, mesmo nas férias, as cinco professoras dão aulas de manhã e à tarde, durante nove horas em que acompanham com rigor o programa escolar ucraniano do primeiro ao sétimo ano.
«Ensino ucraniano é mais exigente»
«Se a criança está no quinto ano [do ensino básico] português, ensinamos matéria do quinto ano [do ensino] ucraniano», precisa Alla Litkovets, acrescentando que a matéria que os seus alunos aprendem nas aulas em ucraniano é a mesma que vão aprender, passados um ano ou dois, nas escolas portuguesas. «O ensino ucraniano é mais exigente, por isso utilizamos manuais que vêm directamente da Ucrânia».
«O meu filho fez o sexto ano de escola na Ucrânia. Decidi mandá-lo para lá porque queria que se habituasse ao ritmo de ensino das escolas de lá. Apesar de ter conseguido notas razoáveis, enfrentou algumas dificuldades», relata a professora.
«Preservar a ligação dos nossos filhos à cultura do país de origem é o mínimo que podemos fazer por eles, já que os fizemos sair do seu país para virem morar em Portugal», desabafa Alla Litkovets. Incerta sobre o seu futuro, já que há sete anos tenta, sem sucesso, obter equivalência ao seu curso de professora de música, a imigrante ucraniana de 42 anos acredita que «mais cedo ou mais tarde» terá de voltar à Ucrânia, altura que o seu filho poderá aplicar os conhecimento adquiridos na Escola Ucraniana, em Portugal.
Foto: escola ucraniana na cidade do Faro
http://www.ukremigrantpt.ipsys.net/Faro/faro_chkola%20(4)_R.htm
Publicado em:
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=893283&div_id=291
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