segunda-feira, novembro 28, 2005

Os carros do Yanukovich Jr

O filho do líder do Partido das Regiões, Viktor Yanukovich Jr, troca os carros de luxo como se fossem “chinelos usados”. Pode-se chegar a esta conclusão, observando a lista dos carros, usados por ele nos últimos tempos, citada pelo site ucraniano Internet - repórter, que escreve o seguinte:
“Usando a autoridade do Yanukovich - pai na província de Donetsk, os seus herdeiros permitem a si mesmos, muita coisa. Por exemplo, os carros do Viktor Yanukovich Jr, foram conhecidos na província de Donetsk por qualquer polícia – trânsito. Um destes polícias, chateado por ser obrigado bater as continências aos “chefões marginais” e os seus filhos - “juventude de ouro”, denunciou a situação”.
Internet – repórter publicou a lista dos carros, usados pelo Viktor Yanukovich Jr, de 23 anos da idade:

- Chevrolet Suburban (matrícula antiga 000-09 ЕО, depois recebeu uma matrícula nova) – preço, cerca de 68000 USD;

- Audi A6 (matrícula pessoal, P A X 28) – 35000 EUR;

- Hummer H2 (matrícula 002-01 EO) – cerca de 86000 USD;

- JEEP Wrangler (matrícula 002-03 EO) – cerca de 40000 USD;

- AUDI A8 (matrícula 000-09 EE) – 40000 USD;

- AUDI RS6 – cerca de 54000 EUR;

- JEEP Cherokee (matrícula 028-xx EO) – cerca de 30000 EUR.

Fonte: http://novosti.dn.ua/details/19558/
Autor: editor@novosti.dn.ua

Blogger: Lembro me muito bem do barulho, que se levantou em todo o mundo, quando o filho de Viktor Yuschenko, foi acusado de ter UM carro de luxo e possuir UM telemóvel bastante caro. O filho do líder da oposição (que já antes vivia no salário do funcionário público), aos 23 anos da idade possui uma frota de viaturas e alguém diz alguma coisa? Nem por isso! Porque? Aí talvez podemos chegar à um ponto interessante: uma maquina de propaganda grande e impiedosa, lubrificada por dinheiro vindo além fronteira – Leste, renovou o seu fulgor, com aproximação das novas eleições na Ucrânia. E única coisa que podemos fazer, é estar vigilantes, para publicamente denunciar a situação.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ucrânia comemora sua maior catástrofe nacional

A Ucrânia irá comemorar no dia 26 de Novembro, o Dia da memória das vitimas da Grande Fome e das repressões políticas, recordando as pessoas que morreram durante o Holodomor – Grande Fome artificial, que abateu-se sobre a Nação em 1932-33.

Causas da Grande Fome: A primeira fome de caracter artificial, castigou a Ucrânia em 1921, depois da ocupação do país pelo exército da Rússia bolchevique e de liquidação do Estado ucraniano, em 1919. A fome sentiu-se em províncias do Sudeste da Ucrânia: Zaporizhia, Donetsk, Katerynoslavl (Dnipropetrovsk), Mykolaiv e Odessa. As suas principais causas eram: a prática agriculta socialista, diminuição dos campos cultivados em consequência das políticas do “comunismo militar”, as directrizes compulsivas do Partido – Estado, que dividia os recursos alimentares existentes, favorecendo os grandes centros urbanos, em primeiro lugar, fora da Ucrânia.
A Grande Fome de 1932 – 33, que afectou todas as regiões da Ucrânia, tinha as raízes basicamente políticas, era o resultado do acto voluntário do poder político da URSS, um genocídio em forma da fome artificial, dirigido directamente contra a Nação ucraniana.
O extermínio em massa dos camponeses ucranianos, através da Grande Fome, foi um acto do terror direccionado, vindo de todo o sistema político da URSS, contra a população civil, que tive como consequência o desaparecimento de não apenas da uma classe dos camponeses auto-suficientes e prósperos, mas algumas gerações do campesinato. Foram destruídas as bases sociais da nação ucraniana, as suas tradições, a sua cultura e a sua peculiaridade.
O historiador americano, James Meis, que dedicou-se ao estudo da Grande Fome, escreveu: “A colectivização compulsiva foi a tragédia de toda a sociedade soviética, mas para os ucranianos isso foi uma tragédia particular. Em consequência da destruição de facto das elites urbanas, ela (colectivização) significava a sua destruição como um organismo social e factor político”.
Analisando cerca de 30 Directrizes, publicadas nos anos 1929 – 30, pelo Comité Central do Partido Comunista da URSS e da Ucrânia Soviética, Conselho dos comissários do povo da União e Ucrânia Soviética, podemos facilmente perceber que a Grande Fome de 1932 – 33 foi uma acção construída e planeada! Os documentos demostram, que nestes anos, a Ucrânia não tinha a carência do trigo e de outros cereais, mas estes cereais foram retirados à força.
Os documentos do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da Ucrânia demostram que no Outono de 1932, os comboios especiais retiravam vários produtos alimentícios, para fornecer a alimentação às grandes centros urbanos da Rússia, para as festas do aniversário da Revolução Bolchevique, celebrada em Novembro. Da Ucrânia retirava-se não apenas o trigo, impossibilitando a semeadura futura, mas até os conservas de pepinos, couve, tomates, deixando as pessoas morrer da fome.
Em 1932 o Governo soviético proíbe qualquer comércio alimentar nas zonas rurais, o abastecimento alimentar destas zonas é “interrompido temporariamente”, qualquer uso do pão como moeda do pagamento era sentenciado com a ordem da prisão de 10 anos ou fuzilamento (nas zonas que não entregassem todo o pão requisitado pelo Governo central).

Consequências da Grande Fome: Os historiadores e especialistas em demografia até hoje não conhecem os números exactos das pessoas que morreram em consequência da Fome, fala-se entre 3 à 10 milhões de vitimas mortais! Usando como a base o Censo populacional da Ucrânia de 1937 e contando com os envenenamentos por alimentos impróprios (pessoas comiam raízes silvestres), suicídios, repressões, actos de canibalismo e todo o colapso social, podemos chegar a conclusão, que as perdas da Ucrânia em população foram de pelo menos 7 milhões de pessoas.
A catástrofe nacional da fome, que durou dois longos anos e castigou uma nação de 40 milhões de habitantes, tinha a causa não natural, mas criada pelo homem. A marca, deixada pela Grande Fome na Ucrânia, entra na linha das outras tragédias que o povo ucraniano suportou no século XX: guerra civil e fome de 1921 – 23, repressões comunistas de 1937 – 38, II Guerra Mundial e ocupação nazi, fome de 1946 – 47. Mas as consequências humanitárias da Grande Fome não podem ser comparadas com mais nada! Na sua direcção anti – ucraniana e na amplitude do uso, a Grande Fome foi o principal arma de destruição em massa e do escravidão social do campesinato ucraniano, usada pelo o regime totalitário soviético na Ucrânia.
[Pelos cálculos dos especialistas em demografia franceses, uma das consequências directas da Grande Fome na Ucrânia é o não nascimento de cerca de 1 milhão de crianças. (Os registos cíveis da época, foram interditos pelo Estado soviético de registrar as mortes das crianças com idades inferiores a 1 ano). Ainda, já que neste período, morriam em primeiro lugar as crianças e os jovens, os cientistas chegaram a conclusão, do que a esperança média da vida entre os ucranianos em 1933 era de 7,3 anos para os homens e 10,9 para as mulheres. Algo, até então nunca visto em toda a historia da humanidade! (Fonte: Agência de informação Media International Group, 27.11.2003)]

Reacção da comunidade internacional sobre a Grande Fome: os países estrangeiros sabiam da existência e da amplitude da fome na Ucrânia, informados pelos seus consulados de Kyiv, Odessa e Kharkiv. O Governo da Ucrânia no exílio, sediado em Paris (França) e encabeçado pelo Professor Oleksander Shulgin, informava sobre os acontecimentos terríveis na Ucrânia a Liga das Nações, a Cruz Vermelha Internacional, as organizações comerciais. Mas os políticos e empresários ocidentais observavam a tragédia ucraniana calados, ou pior ainda, não reparavam a sua existência, iludidos pela maquina poderosa da propaganda estalinista. Podemos citar o Primeiro – Ministro da França Eduard Errio, o escritor britânico Bernard Shaw ou o correspondente do “New York Times” em Moscovo Walter Duranti, que pura e simplesmente negava a existência da fome na Ucrânia.
[Temos que admitir, que o próprio termo “genocídio” foi introduzido no campo do direito internacional apenas no dia 11 de Dezembro de 1946, através da uma resolução da ONU que determina: “Genocídio é crime, condenado pelo mundo civilizado e pela prática do qual, os seus principais responsáveis devem ser castigados”. Às 9 de Dezembro a Assembleia Geral da ONU votou unanimemente a “Convenção sobre prevenção do crime do genocídio e o seu castigo”, que entrou em vigor a 12 de Janeiro de 1951].
A Diáspora ucraniana nos EUA, conseguiu que o Congresso americano criasse uma comissão do inquérito, encabeçada pelo Senador James Meis, que classificou mais tarde a Grande Fome na Ucrânia de 1932 – 33 como genocídio. Uma outra Comissão internacional, encabeçada pelo Professor Sandberg do Instituto do Direito Público Internacional (Suécia), foi criada nos anos oitenta. Em Novembro de 1989, a Comissão do Sandberg publicou o seu veredicto, identificando as causas directas da Fome: armazenamento do trigo em excesso. Por sua vez, como condições previas da Grande Fome foram identificadas: colectivização compulsiva, a política das nacionalizações no campo e o desejo do governo soviético de esmagar “o nacionalismo tradicional ucraniano”. Os juristas identificaram nesta Grande Fome, o desejo claro do Kremlin em definir a segmento nacional do terror. Outra vez, a Grande Fome na Ucrânia foi classificada como genocídio.

Nesta óptica, decorreram as comemorações do 70-ssímo aniversario da Grande Fome em 2003. O seu início foi dado pela secção especial da Varkhovna Rada (Parlamento Ucraniano), dedicada a memória das vitimas da Grande Fome (secção boicotada pelo Partido Comunista). Parlamento ucraniano aprovou o apelo ao povo ucraniano que dizia: “Grande Fome foi artificialmente criada pelo regime de Stalin e deve ser publicamente condenada pela sociedade ucraniana e pela comunidade internacional, como um dos maiores genocídios na história universal da Humanidade”. Em Setembro de 2003, o Presidente da Ucrânia, apelou aos participantes da 58-va secção da Assembleia Geral das ONU, para apoiarem a iniciativa ucraniana da condenação da grande Fome na Ucrânia, como acto do genocídio. Divulgado como o documento oficial da Assembleia Geral das ONU, o Comunicado conjunto das delegações – membros da ONU sobre 70-ssímo aniversario da Grande Fome na Ucrânia em 1932 – 33, pela primeira vez na história da ONU, classificou a Grande Fome de 1932 – 33 como a tragédia nacional do povo ucraniano, apresentou as condolências às suas vitimas, apelando à todos os países – membros da ONU, as organizações especializadas da ONU, organizações internacionais e regionais, FAO, fundos e associações, pagar o devido tributo à todos aqueles, que morreram neste período trágica da história.
A Declaração dizia entre outras coisas:
[Na ex – União Soviética milhões de homens, mulheres e crianças foram vitimas dos actos desumanos e da política do regime totalitário. Holodomor – a Grande Fome de 1932 – 1933 na Ucrânia, ceifou a vida de entre 7 à 10 milhões de pessoas inocentes e tornou-se a tragédia nacional para o povo ucraniano].
36 países – membros da ONU, foram co-autores desta Declaração, nomeadamente: Argentina, Azerbaijão, Bangladesh, Belarus, Benin, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Egipto, Irão, Kasaquistão, Canada, Qatar, Kirguisia, Kuwait, Macedónia, Mongólia, Nauru, Nepal, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Peru, República da África do Sul, Coreia do Sul, Moldova, Rússia, Arábia Saudita, Síria, EUA, Sudão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Timor Leste, Uzbequistão, Ucrânia e Jamaica. A resolução foi também apoiada pela Austrália, Israel, Sérvia e Montenegro e todos 25 países – membros da União Europeia.
A Rússia, embora juntou-se a Declaração conjunta, fiz um esforço considerável para bloquear a iniciativa ucraniana de obter o reconhecimento internacional desta fome artificial. Assim, o MNE russo, manifestou por escrito a sua posição de encerrar a questão da Holodomor, considerando que “analise posterior deste tema na ONU é contraproducente”.
Ao mesmo tempo, o resto do mundo livre, produziu várias iniciativas em comemoração da tragédia, que abateu-se sobra a Ucrânia e a sua Nação, considerando a Grande Fome como acto do genocídio contra o povo ucraniano, posição defendida pelo:
Parlamento da Estónia (20 de Outubro de 1993);
Senado da Austrália (Resolução № 680 de 31 de Outubro de 2003);
Conselho Legislativo da província australiana New South Wells (Resolução de 20 de Novembro de 2003);
Senado da República da Argentina (Setembro de 2003);
Assembleia Legislativa da República da Hungria (24 de Novembro de 2003);
Director – Geral da UNESCO (16 de Dezembro de 2003).

Alem disso, o Senado da Canada apelou ao Governo canadiano para reconhecer o facto da Grande Fome de 1932 – 33 e condenar quaisquer tentativa de esconder a verdade histórica sobre o facto do que esta fome era um genocídio (19 de Junho de 2003). O documento canadiano prevê a comemoração desta data trágica, no último sábado do mês do Novembro em todas as escolas da Canada. A Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA adaptou a resolução № 356 de 20 de Outubro de 2003 e preparou um projecto da Lei sobre a construção em Washington D.C. de um monumento em memória das vitimas da Grande Fome, no seu 75-to aniversário (em 2008).
Em várias países do Mundo, foram colocados monumentos dedicados a memória das vítimas da Grande Fome, nomeadamente em: Austrália, Áustria, Argentina, Bélgica, Estónia, Kasaquistão, Canada, Rússia (região da Tumen). Outros monumentos em Canada, EUA e Hungria serão construídos nos próximos tempos.
Discursando no plenário da Assembleia Geral da ONU, no dia 15 de Setembro de 2005, o Presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko disse: “Estimados lideres do mundo actual, temos a nossa capacidade de impedir as crimes contra as pessoas e contra a humanidade. Eu vós falo em nome da nação que perdeu dez milhões de pessoas por causa do Holodomor (Grande Fome) – genocídio, organizado contra o nosso povo. Naquela época, os governos de muitos dos países fecharam os olhos à nossa tragédia. Nós exigimos: o Mundo tem que saber a verdade sobre todos os crimes cometidos contra a humanidade. Apenas desta maneira nós todos teremos a certeza – indiferença nunca mais poderá compensar os criminosos”.

Agradecimentos especiais na preparação deste texto para a Embaixada da Ucrânia em Angola e pessoalmente para o Embaixador, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov.

Contacto da Embaixada:

Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
Telefones: +244 222-447492, +244 912-337287, +244 912-340426
Fax: +244-222-448467
E-mail: embucr@nexus.ao

Ucrânia promove igualdade do género

O Presidente da Ucrânia, Viktor Yuschenko assinou o Decreto – Lei “Sobre as garantias dos direitos e oportunidades iguais das mulheres e dos homens”.
O serviço da imprensa do Presidente ucraniano, informa que o Decreto – Lei tem como seu objectivo: “alcançar a situação de paridade entre as mulheres e os homens em todas as esferas da actividade social, através da providência dos direitos e oportunidades iguais das mulheres e dos homens, liquidação da discriminação na base do género e aplicação das políticas temporais especiais, para corrigir o desequilíbrio entre as oportunidades das mulheres e dos homens, em realizar os direitos iguais, a que eles tem o direito pela Constituição e pelas leis da Ucrânia”. A nova lei entrará em vigor aos 1 de Janeiro de 2006.

Fonte: ProUA

terça-feira, novembro 22, 2005

Ucrânia comemora primeiro aniversário da Revolução Laranja

No dia 22 Novembro de 2004, começou a Revolução Laranja na Ucrânia, a Nação ucraniana levantou-se em protesto contra a falsificação brutal das quartas eleições presidenciais no país.

Historiadores, geralmente, começam a contagem do cada século, à partir de um acontecimento histórico, que influenciou sobremaneira o desenvolvimento póstumo da sociedade. Assim, o século XX foi marcado pela I GM e Revolução Bolchevique na Rússia.
Na Ucrânia, o terceiro milénio começou com a Revolução Laranja, que era uma acção de protestos em massa dos cidadãos comuns, contra o regime antidemocrático. Hoje, dois terços dos ucranianos consideram a Revolução como o momento mais brilhante do ano passado. Pode-se afirmar, que toda a nova história da Europa se abrirá com a página ucraniana.
A principal causa da Revolução Laranja foi a tentativa do poder anterior de negar os principais direitos constitucionais aos ucranianos. Os resultados das eleições foram falsificados, para o exercício do usurpação do poder, algo que provocou a indignação das centenas de milhares dos cidadãos, que saíram às praças das suas cidades, para defender os seus direitos. Essas pessoas, não estavam preocupadas com as coisas materiais, antes pelo contrário, eles estavam dispostos a defender a sua dignidade, liberdade, justiça, democracia e Independência do seu próprio país. O povo ucraniano provou que é melhor e mais forte do que alguns dos seus governantes.
Saindo para o Maydan (Praça da Independência de Kyiv), o povo ucraniano conseguiu anular a tentativa do regime autoritário de usurpar o poder, mostrando o seu direito e capacidade de defender a liberdade e democracia. Maydan também provou, que na Ucrânia formou-se e funciona uma nova classe média: trabalhadores, elite intelectual, estudantes, proprietários das PME, que levantaram-se contra a injustiça. Ucrânia recusou-se continuar a consentir e tolerar a existência do sistema da oligarquia (junção do grande capital com o poder político, baseado na base criminal).
Em 2004, a degradação do poder anterior chegou ao seu apogeu: assassinatos brutais dos oponentes, corrupção, pressão sobre as média, chocaram a Ucrânia. O poder pisou o risco do aceitável e como consequência – foi castigado pelo seu próprio povo.
Depois dos longos anos da ausência de um líder espiritual, a Ucrânia recebeu um Presidente forte – Viktor Yuschenko – um crente com elevadíssimos princípios morais. Ainda dirigindo o Banco Nacional da Ucrânia, Viktor Yuschenko tornou-se uma figura carismática, o político mais popular da Ucrânia. Mais tarde, ele tornou-se o Primeiro – Ministro da Ucrânia, mas uma teia de intrigas hostis, ditou a demissão do seu governo em Maio de 2001. Mas a carreira do político da oposição apenas começa, assim como começa o trabalho da preparação das bases para a futura Revolução Laranja.
Em 2004, Viktor Yuschenko toma a decisão de participar nas eleições presidenciais. O poder corrupto começa exercer uma pressão brutal sobre a sua candidatura, usando todo o arsenal do recurso administrativo. Foram usadas as tácticas de tecnologias políticas sujas (RP), geralmente desenvolvidos pelos especialistas estrangeiros, pensadas para criar uma opinião pública negativa sobre a figura de Viktor Yuschenko, tentando “namorar” o eleitorado russófono, especulando sobre o estatuto da língua russa, mentindo sobre os dados biográficos do Viktor Yuschenko e da sua família, tentando comprometer a sua força política. O cumulo destas tecnologias sujas, foi o envenenamento do Viktor Yuschenko, exactamente no meio da campanha eleitoral.
No dia 31 de Outubro de 2004, na primeira volta das eleições presidenciais, Viktor Yuschenko obteve 39,90% dos votos dos ucranianos, contra 39,26% de V. Yanukovich, o seu principal oponente, candidato apoiado pelo forças ligadas ao poder. A votação decorreu com significativos violações dos direitos eleitorais dos cidadãos, situação detectada e denunciada pelas organizações ucranianas e estrangeiras, como: Comité dos eleitores da Ucrânia, OSCE, Conselho da Europa. Depois da primeira volta, Viktor Yuschenko conseguiu alcançar alguns importantes acordos políticos, sobre o apoio da sua candidatura com representantes das outras forças políticas, nomeadamente com o Partido Socialista do Oleksander Moroz. Ainda antes do início da campanha eleitoral, um acordo idêntico foi celebrado com o partido da Yulia Timoshenko.
Segunda volta das eleições, que tive lugar aos 21 de Novembro de 2004, foi conduzida com violações brutais da lei eleitoral e dos direitos humanos, usando as tecnologias de falsificação dos resultados ao nível central do Estado, inclusivamente a violação do sistema electrónico da contagem dos votos, instalado na Comissão Central de Eleições. No dia seguinte, logo quando os resultados falsificados das eleições foram divulgados, começou a Revolução Laranja. O movimento popular contra as falsificações das eleições foi encabeçado pelo Viktor Yuschenko. O Tribunal Supremo da Ucrânia, no processo judicial histórico: “Viktor Yuschenko contra a Comissão Central de Eleições”, provou as acções criminosos do poder, anulou os resultados da segunda volta e marcou uma nova segunda volta para o dia 26 de Dezembro de 2004. Ao mesmo tempo, as populações das varias províncias no Leste e Sul da Ucrânia, foram isoladas da informação real, através das guerras informativas e intrigas políticas. A Ucrânia estava à beira de uma crise política e económica sem precedentes, que foi evitada graças aos esforços cuidadosos e construtivos dos principais intervenientes, assim como dos mediadores estrangeiros.
A nova segunda volta das eleições presidenciais, considerada muito mais democrática, do que duas anteriores, foi ganha pelo Viktor Yuschenko, que obteve 51,99% dos votos, contra 44,20% de Yanukovich.
Mas o fim da campanha eleitoral na Ucrânia, foi apenas um início dos processos da recuperação, que irão conduzir à cura completa e aparecimento de um mecanismo estatal estável, livre da corrupção, autocracia, censura, qualquer violações dos direitos humanos. Revolução Laranja demonstrou que a Ucrânia pertence a Civilização europeia – não apenas geograficamente, mas ao nível de valores, politicamente, espiritualmente e ao nível mental.
Como consequência, mudou a política externa da Ucrânia, as palavras sobre a escolha europeia e euro – atlântica, foram substituídos pelas medidas concretas.
No dia 21 de Fevereiro de 2005, em Bruxelas, a Ucrânia e a União Europeia aprovaram o Plano de acções, cuja implementação demorará cerca de três anos e oferecerá ao país o mecanismo estruturado da cooperação pratica com a UE, em primeiro lugar no domínio económico – social. A UE, por exemplo, aumentou os níveis da ajuda técnica à Ucrânia, em 30%, à partir do ano 2005, alem disso Ucrânia espera obter muito brevemente o estatuto da economia do mercado, inserido na legislação anti – dumping da União.
Neste momento, a Ucrânia e UE, preparam o plano calendarizado conjunto de condução do processo negocial, sobre a criação de uma zona do comércio livre entre a UE e a Ucrânia.
Seguindo o Plano de acções, a UE preparou o projecto à apresentar na Comissão Europeia, para negociar com a Ucrânia os mecanismos de facilitação do regime de vistos, que por sua vez prevê que os cidadãos da Ucrânia, poderão obter os vistos para a UE mais facilmente, alem de obtenção dos vistos gratuitos, introdução gradual do regime dos vistos de longa duração e de isenção de vistos para os cidadãos, portadores de passaportes diplomáticos.
A Ucrânia e UE também acordaram o mecanismo de subscrição da Ucrânia das Declarações da UE, em primeiro lugar sobre as questões ligadas à democracia e à defesa dos direitos humanos. Começando aos 17 de Maio de 2005, a Ucrânia subscreveu cerca de 95% das declarações, resoluções e posições conjuntas com a UE. Assim a Ucrânia reviu a sua posição durante a votação na Comissão da ONU sobre os direitos humanos, apoiando as resoluções da UE e dos EUA sobre a Cuba e Belarus.
A Ucrânia pretende se tornar o membro da NATO, começando o dialogo intensivo com a Aliança Atlântica. As declarações do Presidente Viktor Yuschenko em Bruxelas em Fevereiro de 2005, sobre o plano do país juntar-se à NATO, ganharam os contornos reais quer na Ucrânia, quer na Aliança.
No contexto da integração Europeia e Atlântica, continuam a desenvolver-se as relações com a Rússia, que conheceram a revisão qualitativa: o desenvolvimento das relações da parceria estratégica com a Federação Russa, será a parte integrante da política da integração europeia da Ucrânia. Alem disso, as relações russo – ucranianas, mostraram a tendência de entrar no caminho pragmático, salvaguardando o princípio de não ingerência nos assuntos internos de cada um. Ao mesmo tempo, a Ucrânia concretizou os limites da sua participação nos projectos de integração nos terrenos pós – soviéticos – CEI / Zona Económica Unida, chamando a atenção do que em primeiro lugar estará interessada em criação da zona do comércio livre entre os membros destas formações.
Últimos meses mostraram o nível estratégico das relações Ucrânia – EUA. Foi assinado “O protocolo de parceria estratégica Ucrânia – EUA no novo século”. Os EUA mostraram o seu apoio a ideia ucraniana de se filiar na NATO e outras estruturas transatlânticas. Alem disso, as partes concordaram em intensificar a cooperação em domínios da defesa da democracia no Mundo, luta contra o terrorismo e resolução pacífica dos conflitos.
Desde a entrada da Polónia na NATO (1999) e na UE (2004), a Varsóvia se transformou num dos parceiros mais importantes da Ucrânia na arena internacional, o “padrinho” dos seus desejos europeus e transatlânticos. Polónia despende um esforço considerável, para formar uma concepção da política externa da UE “à Leste”, favorável à Ucrânia, chamando a atenção de Bruxelas e principais capitais europeus, à problemática ucraniana.
A parte inseparável da realização do seu curso à integração nas instituições europeias e transatlânticas, foi a nova política regional da Ucrânia. A sua meta é criar um bloco de estabilidade e da segurança, compatível com a UE, de Belarus à Azerbaijão. Um dos passos práticos nesta direcção foi a participação da Ucrânia na resolução dos conflitos, ditos “congelados”, em primeiro lugar em Transnistria (Prydnistrovye, território separatista que tencionava se tornar independente da Moldova).
Escolhendo o caminho e as ideais da democracia, Ucrânia considera que divulgação mundial destas ideias é a garantia da estabilidade e desenvolvimento estável. Pensando exactamente nisso, os presidentes da Ucrânia e da Geórgia proclamaram a ideia da “Escolha democrática”. Existe uma grande simbólica, que ideia será realizada no aniversário da Revolução Laranja, quando no dia 2 de Dezembro de 2005, Kyiv será palco do Fórum Fundador da Comunidade Regional da Escolha Democrática.
A diferença fundamental da nova política externa da Ucrânia, está na sua previsibilidade, continuação e transparência. Não apenas em Bruxelas ou em Washington, mas também em Moscovo, a Ucrânia diz claramente e abertamente: nossas prioridades estratégicas estão na entrada na NATO e na UE.
A Ucrânia, pela terceira vez na sua história, fiz a passagem do poder de modo civilizado à um presidente democraticamente eleito. Não para um herdeiro escolhido por alguém, não usando a violência sangrenta, mas pacificamente, transparentemente e democraticamente. A democracia venceu, apesar da sua vitoria custou bastante aos ucranianos.
A Revolução Laranja abriu uma nova página na história da Ucrânia. Revolução terá a sua repercussão no desenvolvimento dos processos políticos na Europa. A Praça da Independência transformou-se no símbolo da liberdade, luta pela justiça e vitoria pacifica do povo sobre a violência e falsificações. Início do século XXI se transformou numa época cor da laranja.

Agradecimentos especiais na preparação deste texto para a Embaixada da Ucrânia em Angola e pessoalmente para o Embaixador, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov.

Contacto da Embaixada:

Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
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segunda-feira, novembro 21, 2005

Ucrânia abre a embaixada em Angola

Numa ofensiva diplomática sem precedentes, a Ucrânia voltou a sua atenção para a África, abrindo várias novas embaixadas no continente: em Angola, Etiópia e Quénia. Hoje queremos apresentar a embaixada em Angola, a primeira, num país africano lusófono.

A Embaixada começou funcionar em Setembro do 2004 e no dia 30 de Setembro de 2005 o Embaixador Plenipotenciário e Extraordinário da Ucrânia, Sua Excelência Sr. Volodymyr Lakomov, entregou as cartas de acreditação ao Presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos. Infelizmente, neste momento o pessoal diplomático ucraniano está extremamente reduzido. Com a chegada no dia 8 de Outubro de 2005 de uma pessoa que se ocupará dos assuntos consulares, o número dos diplomatas ucranianos passará apenas para três. No próximo ano, a embaixada tem os planos para passar a funcionar num edifício próprio, já que neste momento, todas as actividades decorrem na residência do embaixador.
A comunidade ucraniana em Angola divide-se em dois grandes grupos: os especialistas que trabalham no país sob contractos duradouros e os membros das famílias mistas, que foram constituídas entre as cidadãs ucranianas e os angolanos que estudaram na Ucrânia.

Quem é o 1º embaixador da Ucrânia em Angola
Volodymyr Lakomov, atualmente o Embaixador da Ucrânia em Paquistão
Volodymyr I. Lakomov nasceu em 1958 na cidade de Luhansk (Ucrânia) numa família de classe média, o pai era engenheiro - geólogo e a mãe medica oftalmologista.

Em 1981 foi graduado pela Faculdade das Relações Exteriores e do Direito Internacional da Universidade Nacional Taras Shevchenko de Kyiv (Ucrânia), especializando-se em relações económicas internacionais.

Entre 1981 à 1995 trabalhou no sistema do Comité Estatal ucraniano do turismo estrangeiro e no escritório central do Banco Estatal Agro-pecuário “Ukrayina”.

Desde 1992 é funcionário do Comité Estatal do apoio ao empreendedorismo e da Agência do desenvolvimento e investimento estrangeiro.

Em 1995 – 1996 tornou-se o Vice – Director da Agência da ajuda técnica à Ucrânia, em 1996 – 97 era Chefe do Departamento de Investimentos da Agência Nacional da Ucrânia de Reconstrução e Desenvolvimento.

Entre 1997 à 2002 é Conselheiro das questões da cooperação económica da Embaixada da Ucrânia no Brasil, onde se ocupava das questões ligadas a cooperação bilateral nas áreas da indústria aeroespacial, maquinaria pesada e energia.

Entre Abril de 2002 à Março de 2003 – trabalhou nas estruturas centrais do MNE da Ucrânia – era Vice – Director do Departamento da cooperação económica, Embaixador para as questões especiais.

Em Março de 2003 foi nomeado como Embaixador Plenipotenciário e Extraordinário da Ucrânia na República de Angola.

As metas da sua Embaixada são: desenvolvimento do dialogo político entre os governos da Ucrânia e da Angola, o apoio ao desenvolvimento comercial e económico, apoio à realização dos projectos Join Venture em Angola nas áreas da construção automóvel e naval, aviação, agro-pecuária, cooperação técnico – militar, educação, medicina, cultura, defesa dos interesses dos cidadãos ucranianos, que vivem e trabalham na República de Angola.

Volodymyr Lakomov é Conselheiro diplomático da 1ª classe.
Os seus hobbies: ski, estudos históricos.
Casado, pai de dois filhos.

Neste momento as funções do Cônsul e do Encarregado de Negócios da Ucrânia em Angola e Moçambique são desempenhados pelo Sua Excia. Sr. Pavló V. Kostetskiy. 

EMBAIXADA DA UCRÂNIA NA REPÚBLICA DE ANGOLA
Chancelaria: Rua Companhia de Jesus, 35 – Bairro Miramar – Luanda
Horário: de Segunda - à Sexta – Feira das 9-00 às 16-00
Telefones: +244 222-447492, +244 912-337287, +244 912-340426
Fax: +244 222-448467
E-mail: emb_ao@mfa.gov.ua

terça-feira, novembro 15, 2005

Comunidade ucraniana de Paraguai

No verão deste ano, o Presidente do Congresso Mundial Ucraniano (SKU), Dr. Askold Lozynskyj *, visitou a comunidade ucraniana de Paraguai, nomeadamente às províncias de Encarnacion e Fram, onde vivem cerca de 10.000 ucranianos. (A cidade de Incarnacion possui o monumento do escritor Taras Shevchenko, o maior poeta ucraniano de todos os tempos).
 
A vida da comunidade ucraniana no país, é muito ligada as igrejas: Igreja Autoquefálica Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa Patriarcado de Kyiv, Igreja Católica Ucraniana e União Evangelista Ucraniana. Embora também, entre a comunidade, funcionam várias organizações laicas, como “Prosvita” (Educação), organização encabeçada por um jovem, Osyp Remezovskiy. A juventude ucraniana, também dedica-se às danças tradicionais, musica e ao desporto. A equipa de futebol ucraniana, patrocinada pela “Prosvita” na província de Encarnacion, representa o Paraguai nos jogos da Taça Americana.
 
Entre os pontos negativos, podemos citar o facto do que entre a juventude, pouca gente fala, ou mesmo entende a idioma ucraniano, embora os padres das igrejas Católica e Autoquefálica, são jovens brasileiros que dominam a língua na perfeição. A igreja ucraniana consegue unir as pessoas de diferentes origens, assim na Igreja Ortodoxa Patriarcado de Kyiv, esta servir um irmão brasileiro, de origem síria!
 
Entre os ucranianos, que chegaram à um estatuto considerável na sociedade paraguaia, podemos citar o exemplo do juiz Miguel (Myhailo) Khudyk.

O Cônsul Honorário da Ucrânia em Paraguai é um jovem empresário paraguaio, da origem ucraniana, que tenta com muito esforço, criar os laços da cooperação económica entre os dois países (assim no momento desta reportagem, ele se encontrava na Ucrânia, de visita à indústria de enchidos ucraniana).
 
Paraguai não é um país pobre, mas os seus 6 milhões de habitantes queixam-se da corrupção generalizada, que trava o desenvolvimento normal da sua economia. A comunidade ucraniana, também reclama desta situação desfavorável.

Consulado ucraniano em Paraguai: http://www.consulucra.org.py  

Monumento às vítimas ucranianas do terror vermelho
Em 1997, a organização russa dos direitos humanos, “Memorial”, descobriu a existência da tragédia acontecida na década de 1930 nas florestas e pântanos de Sandarmokh, Rússia. A policia política soviética, NKVD, assassinou lá mais de um milhar dos prisioneiros políticos, trazidos das ilhas famigeradas de Solovki (cerca de 500 destes prisioneiros eram ucranianos).
 
Já que os ucranianos tinham a maior porcentagem entre as vítimas, a comunidade ucraniana de Carélia (Norte da Rússia), resolveu colocar uma cruz memorial especial, em memória das vitimas ucranianas. Trabalhando em conjunto com antigos prisioneiros políticos ucranianos: Vasyl Ovsienko e Nadiya Svitlychna, o Congresso Mundial Ucraniano, conseguiu juntar o dinheiro necessário para cobrir vários custos, relativos a essa cruz memorial, que foi inaugurada aos 6 de Setembro de 2005.

Informação adicional: Sra. Larysa Skrypnikova (mail).

quarta-feira, novembro 09, 2005

Míssil ucraniano lançou o satélite Inmarsat-4

A plataforma flutuante Odyssey, baseada no Oceano Pacífico, serviu de rampa do lançamento para o míssil ucraniano “Zenit – 3SL”, que levou a orbita terrestre o satélite Inmarsat-4, actividade, inserida no programa internacional «Sea Launch».
O lançamento foi efectuado na hora prevista, às 16.07 (hora da Ucrânia) e decorreu na total normalidade. A preparação para o lançamento, durou cerca de 72 horas, que serviram para que a plataforma, recebesse uma carga de lastro, que pudesse garantir o calado de 20 metros, necessários para o lançamento do míssil.
No comunicado, a empresa “Sea Launch”, responsável pelo projecto homónimo, informou que o primeiro tanque de combustível separou-se do míssil dois e meio minutos depois do lançamento e o segundo tanque foi separado cinco minutos depois. Apôs disso, o motor do míssil funcionou duas vezes: durante quatro minutos e meio e sete minutos, para fazer uma correcção do seu trajecto. Cerca de uma hora e meia depois, o míssil ucraniano “Zenit – 3SL”, entrou na orbita terrestre e meia hora mais tarde, começou a imitir um sinal.

Fonte: ProUa

Blogger: No dia 10 de Novembro, a cidade de Maputo faz 118 anos. Parabéns a capital moçambicana!

Combatentes da luta de libertação nacional aguardam o reconhecimento

Abençoada seja a África, que apôs as suas independências, não tinha duvidas algumas, em definir quem era o herói da luta anti – colonial e quem não passava do aliado do colonialismo estrangeiro. Infelizmente, uma parte da Europa Central, não tem este privilégio. Se nos Países Bálticos tudo é mais ou menos claro, então o que dizer da Ucrânia: durante a Segunda Guerra Mundial, os ucranianos combateram em pelo menos seis(!) exércitos diferentes. Quem é o herói e quem é o vilão?
Neste momento, um veterano do Exército Soviético / NKVD, que perseguia os nacionalistas ucranianos, deportava os ucranianos para os campos de concentração do GULAG, era membro dos “batalhões de extermínio”, que em soma, lutava contra os interesses da Ucrânia, é considerado veterano legitimo e recebe uma reforma de velhice regular do Estado ucraniano. Por sua vez, um homem, que fiz parte da guerrilha nacionalista, que combateu primeiro os nazis, depois os invasores soviéticos, depois foi preso e deportado para a Sibéria, e se tiver a sorte de sobreviver, não é reconhecido pelo Estado ucraniano como veterano, não tem o direito à reforma, nem recebe os apoios na velhice e ainda é apelidado de fascista, pela imprensa ligada aos partidos da esquerda.
Vocês conseguem imaginar alguma coisa parecida em África? Penso que é algo inimaginável, pois as pessoas lembram que a independência custou a ser conquistada.

Letónia apoia os seus veteranos

O Gabinete dos Ministros da Letónia, aprovou as mudanças na legislação, que asseguram os benefícios adicionais aos antigos combatentes da resistência anti – bolchevique, conhecidos como “Irmandade da floresta”, que lutavam contra os invasores soviéticos na Letónia entre 1944 – 1953. Os combatentes da resistência nacional e as pessoas que sofreram as repressões soviéticas, que recebem a reforma do Estado, irão beneficiar de um único pagamento anual de 456 LAT (775 USD) e as pessoas que não recebem nenhuma pensão, vão receber 840 LAT (1428 USD) .
Os combatentes da libertação nacional, devidamente identificados, também são abrangidos pelos benefícios fiscais, no pagamento do imposto de rendimento e um desconto de 50% no imposto predial e no imposto sobre a construção. Os benefícios que entrarão em vigor, no dia 1 de Janeiro de 2006.
Alem disso, o Ministério da Defesa da Letónia, paga aos combatentes nacionais, uma pensão mensal no valor de 50 LAT (85 USD).

“Irmandade da floresta”

Os combatentes da resistência anti – bolchevique, conhecidos como “Irmandade da floresta”, combateram os soviéticos entre 1944 – 1953. Eram jovens patriotas, vindos de todas as camadas sociais do país, alunos dos liceus, universitários, médicos, advogados ou simples operários e camponeses, que defendiam a sua pátria, contra a ocupação soviética, que em 1944 substituiu a ocupação nazi.
Numa cerimonia anual, que tive lugar nos meados de Outubro deste ano, no cemitério comum em Lestene (Letónia), onde foram enterrados os legionárias do batalhão letão “Latvija”, o padre Jurijs Baldonis disse: “Companheiros, os heróis da Letónia, que estão sepultados no cemitério de Lestene, unem-nos e recordam-nos as nossas aspirações”.

Os veteranos da resistência na Estónia

A vizinha Estónia, também tomou várias medidas em reconhecimento dos seus heróis da “Irmandade da Floresta”, que participaram na luta de libertação nacional, combatendo os invasores soviéticos entre 1944 e 1956. Um projecto da Lei, neste sentido, foi preparado pela “União da Pátria” e partido “Res Publica”, e tem como seu objectivo, dar uma avaliação política, ao contributo dos estonianos, que lutaram durante a II GM, contra a ocupação soviética, nas várias formações militares da época, incluindo a resistência nacional. Alem disso, no dia 20 de Outubro, o Governo da Estónia apoiou o projecto da Lei, que proclama o dia 22 de Setembro, como o Dia do Luto Nacional. Neste dia, em 1944, a capital da Estónia, Tallinn foi invadido pelo exército vermelho e reocupado pela a URSS.
Nessa altura, o Governo da Estónia, encabeçado pelo Primeiro – Ministro Otto Tief e apoiado militarmente, pela legião “Estónia”, voltou a proclamar a Independência nacional (Estónia foi invadida pela URSS em Junho de 1940). Infelizmente, o Governo estoniano foi deposto apenas quarto dias depois, pelos invasores soviéticos e seus membros foram obrigados a emigrar para os países nórdicos ou foram presos pala NKVD e deportados para os GULAG’s siberianos. O próprio Otto Tief, foi preso e deportado às campos de concentração. Otto Tief tive a sorte de os sobreviver e voltar a Estónia, onde morreu no início dos anos 70, quando era professor do Instituto Politécnico de Tallinn.
“Irmandade da Floresta”, tinha entre 14.000 à 15.000 homens armados, que divididos em pequenos grupos, sem a existência de um comando central, apenas com apoio e ajuda das comunidades locais, conseguiu resistir a ocupação soviética, até 1956, embora último guerrilheiro estoniano conhecido, suicidou-se cercado, em 1978(!), para não cair nas mãos do inimigo.

Links úteis da Estónia:

http://www.estonica.org/ - Enciclopédia da Estónia
http://en.wikipedia.org/wiki/Republic_of_Estonia - República da Estónia
http://en.wikipedia.org/wiki/Estonia - Estónia
http://www.valitsus.ee/peaminister/?lang=en - página do Primeiro – Ministro da Estónia (em inglês)
Endereço para a correspondência do Primeiro – Ministro da Estónia:

Stenbocki maja
Rahukohtu 3,
15161 Tallinn
e-mail: peaminister@riik.ee
Telefone: 693 5555
Fax: 693 5554
Kirjuta peaministrile

Ucrânia ainda é reticente em reconhecer os seus heróis

Em Outubro, a capital ucraniana Kyiv, foi o palco de alguns confrontos da rua, entre os veteranos da guerrilha anti – comunista UPA e os sipaios filiados no Partido Comunista Ucraniano (UKP) e no Partido Socialista Progressivo da Ucrânia (PSPU).
No dia 15 de Outubro, uma coluna de veteranos da Organização dos Nacionalistas da Ucrânia – Exército Insurgente da Ucrânia (OUN – UPA), afectos a Irmandade dos combatentes da OUN – UPA, numa acção conjunta com a União dos oficiais da Ucrânia e a Autodefesa Nacional da Ucrânia (UNA – UNSO), planeavam efectuar uma marcha solene na avenida Khreshatyk, a principal artéria de Kyiv. A marcha era dedicada a festa religiosa de Pokrova e aos 63 anos da criação da própria UPA, que entre 1942 e 1956 lutou contra dois maiores impérios autoritários do século XX: soviético e nazi.
No meio do caminho, a marcha foi atacada pelos marginais: jovens e “quarentões”, afectos a partido comunista (que nas eleições presidenciais de 2004, fiz a campanha de voto “contra todos”) e a PSPU (que apoiou o Yanukovich, contra o chamado “fascismo ocidental”).
Em consequência dos confrontos, varias organizações ucranianas, emitiram comunicados, exigindo a proibição e prescrição de ambas as organizações anti – ucranianas, cujos actos são lesivos aos interesses nacionais da Ucrânia. Assim, o Partido dos cidadãos PORA (principal “motor” juvenil da Revolução Laranja), exige a “proibição do Partido Comunista e Partido Socialista Progressivo, como herdeiros das actividades do NKVD – MGB – KGB, pessoas que difundem a inimizade e desunião na sociedade”. Alem disso, PORA apoia: “as exigências justas dos veteranos do UPA, em serem oficialmente reconhecidos, como combatentes pela liberdade e independência da Ucrânia”.
Um dos lideres comunistas, Adam Martinyuk (vice – chefe do Parlamento ucraniano), disse na entrevista à agência de notícias UNIAN, que “a culpa dos confrontos recai sobre o Ministro do Interior” e que ele próprio, “dá razão aos comunistas”.
Lembramos, que o Ministério do Interior da Ucrânia, separou os dois lados do conflito, não permitindo que o centro de Kyiv se transforme num campo de batalha, detendo seis homens com idades entre 18 à 30 anos, multando estes, por violação das regras administrativas.
Alem disso, na Verkhovna Rada (Parlamento da Ucrânia), os grupos parlamentares do Partido Popular da Ucrânia, Partido “Rukh”, “Nossa Ucrânia” e Partido “Reformas e Ordem”, exigem que seja votada favoravelmente uma lei, que reconhece os veteranos da OUN – UPA, como parte combatente na II GM.
Deputado Yuri Yukhnovskiy, chamou a atenção dos deputados ao facto, de a Comissão Estatal, que estudou o assunto, chegou a conclusão do que: “combatentes da OUN – UPA, não tem rigorosamente nada a ver com os militares da Vaffen SS Galizia alemã e realmente combateram pela Independência da Ucrânia”.

Fonte: http://www.obozrevatel.com/news/2005/10/18/53041.htm

Até o partido do Yanukovich, “Regiões da Ucrânia”, promete votar pelo reconhecimento oficial dos veteranos da OUN – UPA. Deputado do Parlamento, Petro Pysarchiuk, disse que o seu grupo parlamentar, votará favoravelmente o reconhecimento (http://novosti.dn.ua/): “Tenho a confiança que consigo me encontrar com os veteranos do UPA, que fizeram muito para que a Ucrânia seja independente e baixarei a minha cabeça em sinal do seu reconhecimento”.
Por sua vez, o ex – vice Primeiro – Ministro dos Assuntos Humanitários da Ucrânia (no primeiro Governo Laranja), Mykola Tomenko, disse que: “não acredita na possibilidade da reconciliação entre os veteranos do UPA e do exército vermelho, pois nem eles, nem a sociedade sabem toda a verdade sobre a II GM”. O politólogo Tomenko, também disse que o Parlamento da Ucrânia, ainda não esta pronto, para tomar uma decisão política ao nível nacional, reconhecendo os mesmos direitos entre aqueles que combateram pela Ucrânia e aqueles que combateram pela a URSS (SIC!). Em contrapartida, Tomenko propõe, que nas regiões, onde a maioria da população considera os combatentes da OUN – UPA como heróis, (pelo menos três províncias da Galiza), as autarquias locais paguem as suas reformas, usando os orçamentos autárquicos.

Links úteis sobre a OUN – UPA:

http://www.upa.com.ua/ - a página principal dedicada a OUN – UPA
http://upa1.netfirms.com/army0uk.htm - página em ucraniano
http://upa1.netfirms.com/index.htm - página em inglês
correio electrónico: contactus@upa.com.ua / link1@upa.com.ua

Blogger: A posição do partido de Yanukovich, neste aspecto toma um rumo bastante interessante. Perdendo estrondosamente as eleições de 2004 na região da Galiza, neste momento, o partido prepara-se para as autárquicas de 2006. Apoiando os veteranos da OUN – UPA, Yanukovich pretende “babar” os eleitores no ocidente do pais, para “roubar” os votos aos partidos, que tradicionalmente apoiam Viktor Yuschenko. Uma prática bastante comum, já que a Yulia Timoshenko, a “primeira dama” da Revolução Laranja, proclama que gosta bastante da “cor azul” (cor de Yanukovich) e que apoiantes do proffessor Yanukovich, afinal também (!), são pessoas que “querem sentir as mudanças”! O Leste e Ocidente da Ucrânia, finalmente juntos!