Cidade de Maputo, capital de Moçambique, vive nas últimas semanas, uma onda tremenda de roubos, assaltos a mão armada, assassinatos e outros crimes bárbaros. Algum desaparecimento das notícias neste blogue, deve-se ao ataque que o seu moderador sofreu no dia 18 de Maio, perto da sua casa no Bairro da Coop às 19:30 da tarde. Estes pormenores todos, ajudam a qualquer moçambicano ou a pessoa que conhece a cidade de Maputo, notar que nem o bairro, nem a hora eram problemáticas...
Pois, dois jovens armados com CATANAS, transportados num CARRO, por um terceiro elemento do grupo, atacaram o autor destes linhas. Sofri algumas escoriações e fiquei sem o meu telemóvel, compras de mercearia e alguns trocos que tinha no bolso. Por isso fiquei muito quetinho nos dias a seguir em casa a ver televisão, apoiando e torcendo por GreenJolly e Ucrânia. Foram uns mini - férias, à força, pois não foi trabalhar por alguns dias...
Mas na semana seguinte, quando planeava escrever algo de útil para o blogue, foi surpreendido pela notícia do assassinato de uma pessoa amiga - Tatiana (Tânia) Iudina, ocorrido no dia 24 de Maio. Tânia, e o seu marido, Andrei Iudin, eram empresários provenientes da Ásia Central, e em Moçambique dedicavam-se à construção civil, ajudavam na constução de escolas para crianças africanas e outro tipo de apóios às comunidades locais. A senhora foi brutalmente assassinada, por uma quadrilha que especializa-se no roubo de viaturas...
Consequências - uma filha orfa, marido destorçado e toda a gente que conheceu a família muito triste e apreensiva.
Participei na cerimônia fúnebre que tive o lugar na Igreja Ortodoxa Grega em Maputo e não consegui conter as lágrimas. Alias toda a gente presente: belarusos, bulgaros, portugueses, moçambicanos, russos e ucranianos ficaram comovidos. Espera-se que a sua morte não ficará impune e que os autores deste crime serão encontrados e sentenciados de acordo com a Lei.
Paz a sua alma!
p.s. Parece que os autores do crime foram encontrados, agora esperamos ver a Lei funcionar!
terça-feira, maio 31, 2005
terça-feira, maio 24, 2005
Final do Eurovisão: favores em cadeia
Entre doze países, que obtiveram a melhor classificação, seis pertencem a Europa Central e Oriental, mais representantes da Suíça, que nasceram em Tallinn. Para o ano, vamos se encontrar na Grécia, até ai recomendo vos GreenJolly: www.greenjolly.net
Outra vez apresentado por Pavló e Maria, o final do Festival Eurovisão começou na hora e data certa. Eram 21:00 (hora de Moçambique), dia 21 de Maio de 2005. O Palácio de Desporto de Kyiv (que o apresentador português continuava a teimar de chamar de Kiév), estava repleto de pessoas, milhões de espectadores, assistiam o Festival pela televisão.
No início, actuou a Ruslana. Canção lembrava a “Dança selvagem”, nas mãos, Ruslana tinha um mini lança – chamas e parecia muito sexy...
1. Primeira concorrente era da Hungria e continuava em grande forma. Szilvia e grupo Nok, cantou a “Spin world” em húngaro e agradou a plateia. Violino chorava, a letra evocava a deusa da noite (o nosso bom comentador português continuava de chamar a deusa de eslava). A coreografia era simples, mas muito bonita.
2. Javine Hylton, a rapariga, que representava o Reino Unido, parecia uma mistura de Beyonce com Shaquira. Os dançarinos eram vestidos à oriental e parecia que saíram de Mil e Uma Noite árabe. Mas o seu “Touch my fire” não agradou a plateia.
3. Terceira concorrente era da Malta. Chiara, já participou no Eurovisão em 1998, mas desde aí, engordou um bocado. Apelidada de “A Voz” por jornais da sua terra, ela era uma séria candidata para vencer o Festival. Cantava em inglês e não tinha nenhum dançarino. No final ficou em segundo lugar.
4. A canção da Roménia, “Let Me Try”, tinha estilo. Luminita, famosa na Roménia desde 1995, tem uma bela voz, o grupo “System” conseguiu demonstrar uma boa coreografia. Eles pretendiam ficar entre dez primeiros. Conseguiram, pois foram terceiros.
5. Noruega, representada pelo Wig Wam, cantou “In my Dreams”. O solista Glam, sósia de Marlyn Manson outra vez abanava um pano cor de laranja, evocando a Revolução ucraniana. Música tinha bastantes semelhanças com as do Marlyn, Bon Jovi, “Europe” e talvez “Quinn”. Mas apesar do tudo isso, os europeus gostaram e deram ao grupo o nono lugar no final.
6. Gülseren, que representou a Turquia, era muito tradicional, a sua coreografia também. Penso que o país não acertou com escolha, pois moda do oriental começa a passar um pouco.
7. Moldova era o número sete. O seu representante, grupo Zdob si Zdub, liderado pelo Roman Yahupov, mostrou um drive fenomenal e energia completamente louca. Desta vez Roman tirou a camisa e fiz um desenho no corpo, que imitava a bordagem tradicional da Moldova. Dançarinos continuavam voar pelo palco e bisavó Boonika, apareceu no palco para tocar o tambor. Foi uma actuação memorável. Canção da Moldova, uma das poucas, que entrou na minha memória, ficou no sexto lugar no geral.
Recomendo muito bastante: http://www.zdob-si-zdub.com/
8. A Ledina Çelo da Albânia apostou na coreografia albanesa, embora cantou em inglês: “Tommorow I Go”. A namorada do meu melhor amigo, disse que o peito dela é de silicone (Rita Lee não ia gostar). Ledina perdeu-se um pouco.
9. O homem do Chipre, Constantinos, cantou “Ela Ela” e lembrou o Ricky Martin. Constantinos já participou no Festival em 1996 e tinha um apeal bastante comercial. Usava um grito: “Oi”, que me pereceu ser copiado da Ruslana.
10. A Espanha apostou em três meninas conhecidas como “Son de Sol”, que lembravam a Shaquira e cantaram uma música chamada “Brujería”. Um dos seus dançarinos tinha ar de gangster, e no meio da música apareceu em pouco de rap. Foi uma coisa muito colorida, muito viva, mas também algo cansativa e previsível. Público não gostou.
11. Shiri Maimon do Israel, antes de ser cantora nocturna, cumpriu o serviço militar obrigatório, cantando na Força Aérea israelita. Moça parecia uma mistura ente M. Karrey e W. Huston, mas agradou o público, que a presenteou com quarto lugar no final.
12. Os da Serbia & Montenegro, grupo de cinco rapazes, chamados “No Name”, tinham o violino cigano, os tambores e agradaram as jovens adolescentes em toda a Europa, que lhes deram o sétimo lugar.
13. A Dinamarca também apostou num grupo de rapazes, que canta para as adolescentes. Para convencer as meninas da Ucrânia, jovens até usaram os fatos – treinos cor de laranja. Mas parece que a sua música, “Talking to you”, foi menos convincente do que dos sérvios & montenegrinos.
14. Cantor da Suécia, Martin Stenmarck tinha a voz do Joe Cocker (que fiz nestes dias 61 anos), casaco de cabedal, ar de rockista e quatro lindas meninas para dançar: duas liras e duas morenas. Martin cantou em inglês “Las Vegas”, mas não devia fazer isso, os EUA são extremamente impopulares na Europa, nos dias de hoje.
15. A Macedónia (e NÃO F.Y.R. Macedónia), cantou “Make my day”, na voz do Martin Gucic, onde o inglês era misturado com alguns motivos étnicos, orientais, fruto da influência da minoria muçulmana da Macedónia. O rapaz tem apenas 23 anos, mas já é o disco de platina no seu país.
16. Depois actuaram os donos da casa, representantes da Ucrânia – grupo GreenJolly. Penso que faltou lhes um pouco de energia, do drive que a Moldova tinha até em excesso. Em defesa dos rapazes só posso dizer o seguinte: são novos nestes andanças, foram duramente criticados por muita gente, que odeia a Revolução Laranja e não tiveram todo o suporte necessário, para estar preparados 100% psicologicamente. Pior, muitos fizeram a questão de criar o clima de tenção, apenas para atrapalhar aqueles, que já foram considerados autores do hino da Revolução ucraniana. Mesmo assim, rapaziada não tive a pior classificação, ultrapassando os concorrentes muito mais fortes, caso da Grã - Bretanha ou França. Daqui alguns anos, poderão tentar outra vez!
17. A representante da Alemanha, Gracia, inspirou-se no grupo Ramstein. Daí o fato de cabedal e toda a outra parafernália, trazida por seus acompanhantes. Tinha uma bela voz e cantou em inglês.
18. Boris Novković, da Croácia acha que “Lobos morem sozinhos”. Alem disso, os croatas tocaram a gaita de foles / cornamusa e um violino. Continuo a achar que a canção foi muito “balcânica”, mas o público gostou e Croácia ficou no meio da tabela.
19. Helena Paparizou, nascida na Grécia, residente na Suécia, e em representação do seu país natal, também me lembrava a Shaquira. Quer pelo estilo de cantar, quer pela coreografia: foi recriada a imagem de uma mulher poderosa, rodeada por quatro belos rapazes. Música, ao meu ver não era nada helénica, mas a dança, de facto, lembrava o filme “Zorba, o grego”. Inexplicavelmente, acabou por ganhar o Festival...
20. Natalia Podolskaya da Rússia, cantou “Nobody Hurt No-one” em inglês, apostando no som mais rock. Público notou o estilo do seu vestido.
21. As três meninas loiras da Bósnia & Herzegovina, conhecidas como “Feminnem”, pareciam quer visualmente, quer musicalmente com ABBA. Sua canção chamava-se “Zovi” (Chama), mas era em inglês. Era uma cartada bastante retro, mas parece que não cativou muita gente.
22. Os representantes da Suíça, “Vanila Ninja”, nasceram na Estónia. Pareciam – gente cool, cantaram “Cool vibe” e até tinham um certo vibe, que lhes valeu o oitavo lugar na classificação geral.
23. Dois jovens da Letónia, Walters(18) & Kazha(18), cantaram em inglês “The war is not over”. Uma mistura de rock com country, sua música agradou a audiência, e apesar da voz do Walters ceder a pressão da actuação anterior, a dupla letã ficou no honroso quinto lugar do geral. A cantar assim, penso que dois jovens podem ter uma carreira bem promissora no Mundo do espectáculo e não será a última vez, que actuarão em concerto em Madison Square Garden, em Nova Iorque.
24. A cantora Ortal da França é filha do pai israelita e mãe da Andaluzia. Ela cantou a “Chacun pense à soi” em francês e ficou na penúltima posição. Não sei explicar porque...
Como já disse antes, não vejo grande diferença entre actuação da Grécia, da Grã – Bretanha e da França. Todas as três meninas: Helena Paparizou, Javine Hylton e Ortal foram mais ou menos copias da Shakira: desde a guarda roupa até a maneira de cantar. Porque uma ganhou o Festival com 230 pontos arrecadados e duas outras ficaram nos últimos lugares, continua ser uma enigma para me. Mas competição é isso mesmo, uns ganham, outros perdem. É tal igual ao futebol: o Campeão de Portugal deste ano, foi a Benfica, os outros só podem chorar...
Depois os melhores pugilistas da Ucrânia, irmãos Vitaliy e Volodymyr Klichko, deram o inicio para votação europeia. Outra vez os dez minutos angustiantes, e finalmente temos a lista dos melhores. Eis a ela:
1. Grécia (230 pontos);
2. Malta (192 pontos);
3. Roménia (158 pontos);
4. Israel (154 pontos);
5. Letónia (153 pontos);
6. Moldova (148 pontos);
7. Sérvia & Montenegro (137 pontos);
8. Suíça (128 pontos);
9. Noruega (125 pontos);
10. Dinamarca (125 pontos);
11. Croácia (115 pontos);
12. Hungria (97 pontos);
<...>
20. Ucrânia (30 pontos, em igualdade de pontuação com № 19, Suécia). Ucrânia também ultrapassou a Espanha, Grã – Bretanha, França e Alemanha.
No fim, do Festival, podemos afirmar que muitos dos participantes se inspiraram em Ruslana: motivos étnicos, muitos tambores e uma boa pitada do pop comercial. Helena Paparizou, foi a mais honesta, afirmou que deve muito à Ruslana, inspirando inclusivamente a sua música na “Dança Selvagem”:
- Ruslana, foi uma inspiração para os outros países, para fazer as coisas mais tradicionais.
O Presidente Viktor Yushchenko, ofereceu a vencedora uma espectral de ouro, cujo modelo baseou-se na joalharia tradicional ucraniana, do grupo étnico Gutsul, que vive nos montes Cárpatos e que foi formado no século XIX AC.
- Este é o prémio ucraniano, para o melhor artista europeu, à favor de uma Europa unida, - disse Presidente Yushchenko, dando dois beijinhos à Helena Paparizou.
E finalmente, o que é preciso para ganhar o Festival? Acho que preciso ter amigos ao nível regional, apoio das comunidades emigrantes e algum dinheiro para a promoção. No ano passado, foram gastos 200 mil USD na promoção da Ruslana. Quanto foi gasto para promover os GreenJolly? Não sei, mas penso que muito menos...
Por sua vez, agradecemos a Polónia, Moldova, Portugal, Rússia e Espanha e todos os brasileiros e africanos em Portugal e em toda a Europa, que votaram na Ucrânia e no grupo Greenjolly!!!
Saudações revolucionários e até p’ra ano!
Alguns dados curiosos sobre os 50 anos do Festival Eurovisão
(Retirado do livro "The Eurovision Song Contest: 50 Years - The Official History”, por John Kennedy O'Connor, publicado pelo Carlton Books, preço: £14.99).
• No primeiro Festival, em 1956 na Suíça, havia só 7 concorrentes, certame era transmitido apenas pela TV local, perante a plateia de 200 pessoas. A maioria das canções falava do amor, mas também da lua, estrelas, céus, cometas e outros corpos celestiais.
Os altos do Eurovisão
• A Irlanda é o país ganhador do festival, tendo sete vitorias, seguida pela Grã – Bretanha, França e Luxemburgo com cinco vitorias cada.
• Desde 1968 o Eurovisão é transmitido em cores.
• Irlandês Johnny Logan, tornou-se a lenda do festival, quando o ganhou em 1987, pela segunda vez.
Os baixos do Eurovisão
• Em 1964 a transmissão do Festival foi interrompida por um manifestante.
• Em 1974 a britânica Katie Boyle usava um vestido salmão – rosa e nenhuma roupa interior.
• Na batalha em 2005, para representar o Reino Unido, a Javine Hylton venceu a favorita, Jordan. Uma vez perdendo, Jordan chamou a Javine Hylton de: "silly vaca e puta".
Países que tiveram a “votação nula" (quantas vezes)
Noruega 4, Áustria 3, Finlândia 3, Espanha 3, Suíça 3, Holanda 2, Bélgica 2, Alemanha 2, Portugal 2, Turquia 2.
Mais longa esperança para ganhar o Festival (em anos)
Bélgica 30, Jugoslávia 28, Turquia 28, Alemanha 26, Noruega 25, Suécia 16, Mónaco 12, Grã - Bretanha 10.
P.S. E já que vos falei de futebol, quero dizer mais uma coisa (sem ofensas para os benfiquistas moçambicanos). O verdadeiro espirito colonialista reside no facto do que a vitoria da equipa de futebol de um país estrangeiro, é promovida à causa nacional...
Outra vez apresentado por Pavló e Maria, o final do Festival Eurovisão começou na hora e data certa. Eram 21:00 (hora de Moçambique), dia 21 de Maio de 2005. O Palácio de Desporto de Kyiv (que o apresentador português continuava a teimar de chamar de Kiév), estava repleto de pessoas, milhões de espectadores, assistiam o Festival pela televisão.
No início, actuou a Ruslana. Canção lembrava a “Dança selvagem”, nas mãos, Ruslana tinha um mini lança – chamas e parecia muito sexy...
1. Primeira concorrente era da Hungria e continuava em grande forma. Szilvia e grupo Nok, cantou a “Spin world” em húngaro e agradou a plateia. Violino chorava, a letra evocava a deusa da noite (o nosso bom comentador português continuava de chamar a deusa de eslava). A coreografia era simples, mas muito bonita.
2. Javine Hylton, a rapariga, que representava o Reino Unido, parecia uma mistura de Beyonce com Shaquira. Os dançarinos eram vestidos à oriental e parecia que saíram de Mil e Uma Noite árabe. Mas o seu “Touch my fire” não agradou a plateia.
3. Terceira concorrente era da Malta. Chiara, já participou no Eurovisão em 1998, mas desde aí, engordou um bocado. Apelidada de “A Voz” por jornais da sua terra, ela era uma séria candidata para vencer o Festival. Cantava em inglês e não tinha nenhum dançarino. No final ficou em segundo lugar.
4. A canção da Roménia, “Let Me Try”, tinha estilo. Luminita, famosa na Roménia desde 1995, tem uma bela voz, o grupo “System” conseguiu demonstrar uma boa coreografia. Eles pretendiam ficar entre dez primeiros. Conseguiram, pois foram terceiros.
5. Noruega, representada pelo Wig Wam, cantou “In my Dreams”. O solista Glam, sósia de Marlyn Manson outra vez abanava um pano cor de laranja, evocando a Revolução ucraniana. Música tinha bastantes semelhanças com as do Marlyn, Bon Jovi, “Europe” e talvez “Quinn”. Mas apesar do tudo isso, os europeus gostaram e deram ao grupo o nono lugar no final.
6. Gülseren, que representou a Turquia, era muito tradicional, a sua coreografia também. Penso que o país não acertou com escolha, pois moda do oriental começa a passar um pouco.
7. Moldova era o número sete. O seu representante, grupo Zdob si Zdub, liderado pelo Roman Yahupov, mostrou um drive fenomenal e energia completamente louca. Desta vez Roman tirou a camisa e fiz um desenho no corpo, que imitava a bordagem tradicional da Moldova. Dançarinos continuavam voar pelo palco e bisavó Boonika, apareceu no palco para tocar o tambor. Foi uma actuação memorável. Canção da Moldova, uma das poucas, que entrou na minha memória, ficou no sexto lugar no geral.
Recomendo muito bastante: http://www.zdob-si-zdub.com/
8. A Ledina Çelo da Albânia apostou na coreografia albanesa, embora cantou em inglês: “Tommorow I Go”. A namorada do meu melhor amigo, disse que o peito dela é de silicone (Rita Lee não ia gostar). Ledina perdeu-se um pouco.
9. O homem do Chipre, Constantinos, cantou “Ela Ela” e lembrou o Ricky Martin. Constantinos já participou no Festival em 1996 e tinha um apeal bastante comercial. Usava um grito: “Oi”, que me pereceu ser copiado da Ruslana.
10. A Espanha apostou em três meninas conhecidas como “Son de Sol”, que lembravam a Shaquira e cantaram uma música chamada “Brujería”. Um dos seus dançarinos tinha ar de gangster, e no meio da música apareceu em pouco de rap. Foi uma coisa muito colorida, muito viva, mas também algo cansativa e previsível. Público não gostou.
11. Shiri Maimon do Israel, antes de ser cantora nocturna, cumpriu o serviço militar obrigatório, cantando na Força Aérea israelita. Moça parecia uma mistura ente M. Karrey e W. Huston, mas agradou o público, que a presenteou com quarto lugar no final.
12. Os da Serbia & Montenegro, grupo de cinco rapazes, chamados “No Name”, tinham o violino cigano, os tambores e agradaram as jovens adolescentes em toda a Europa, que lhes deram o sétimo lugar.
13. A Dinamarca também apostou num grupo de rapazes, que canta para as adolescentes. Para convencer as meninas da Ucrânia, jovens até usaram os fatos – treinos cor de laranja. Mas parece que a sua música, “Talking to you”, foi menos convincente do que dos sérvios & montenegrinos.
14. Cantor da Suécia, Martin Stenmarck tinha a voz do Joe Cocker (que fiz nestes dias 61 anos), casaco de cabedal, ar de rockista e quatro lindas meninas para dançar: duas liras e duas morenas. Martin cantou em inglês “Las Vegas”, mas não devia fazer isso, os EUA são extremamente impopulares na Europa, nos dias de hoje.
15. A Macedónia (e NÃO F.Y.R. Macedónia), cantou “Make my day”, na voz do Martin Gucic, onde o inglês era misturado com alguns motivos étnicos, orientais, fruto da influência da minoria muçulmana da Macedónia. O rapaz tem apenas 23 anos, mas já é o disco de platina no seu país.
16. Depois actuaram os donos da casa, representantes da Ucrânia – grupo GreenJolly. Penso que faltou lhes um pouco de energia, do drive que a Moldova tinha até em excesso. Em defesa dos rapazes só posso dizer o seguinte: são novos nestes andanças, foram duramente criticados por muita gente, que odeia a Revolução Laranja e não tiveram todo o suporte necessário, para estar preparados 100% psicologicamente. Pior, muitos fizeram a questão de criar o clima de tenção, apenas para atrapalhar aqueles, que já foram considerados autores do hino da Revolução ucraniana. Mesmo assim, rapaziada não tive a pior classificação, ultrapassando os concorrentes muito mais fortes, caso da Grã - Bretanha ou França. Daqui alguns anos, poderão tentar outra vez!
17. A representante da Alemanha, Gracia, inspirou-se no grupo Ramstein. Daí o fato de cabedal e toda a outra parafernália, trazida por seus acompanhantes. Tinha uma bela voz e cantou em inglês.
18. Boris Novković, da Croácia acha que “Lobos morem sozinhos”. Alem disso, os croatas tocaram a gaita de foles / cornamusa e um violino. Continuo a achar que a canção foi muito “balcânica”, mas o público gostou e Croácia ficou no meio da tabela.
19. Helena Paparizou, nascida na Grécia, residente na Suécia, e em representação do seu país natal, também me lembrava a Shaquira. Quer pelo estilo de cantar, quer pela coreografia: foi recriada a imagem de uma mulher poderosa, rodeada por quatro belos rapazes. Música, ao meu ver não era nada helénica, mas a dança, de facto, lembrava o filme “Zorba, o grego”. Inexplicavelmente, acabou por ganhar o Festival...
20. Natalia Podolskaya da Rússia, cantou “Nobody Hurt No-one” em inglês, apostando no som mais rock. Público notou o estilo do seu vestido.
21. As três meninas loiras da Bósnia & Herzegovina, conhecidas como “Feminnem”, pareciam quer visualmente, quer musicalmente com ABBA. Sua canção chamava-se “Zovi” (Chama), mas era em inglês. Era uma cartada bastante retro, mas parece que não cativou muita gente.
22. Os representantes da Suíça, “Vanila Ninja”, nasceram na Estónia. Pareciam – gente cool, cantaram “Cool vibe” e até tinham um certo vibe, que lhes valeu o oitavo lugar na classificação geral.
23. Dois jovens da Letónia, Walters(18) & Kazha(18), cantaram em inglês “The war is not over”. Uma mistura de rock com country, sua música agradou a audiência, e apesar da voz do Walters ceder a pressão da actuação anterior, a dupla letã ficou no honroso quinto lugar do geral. A cantar assim, penso que dois jovens podem ter uma carreira bem promissora no Mundo do espectáculo e não será a última vez, que actuarão em concerto em Madison Square Garden, em Nova Iorque.
24. A cantora Ortal da França é filha do pai israelita e mãe da Andaluzia. Ela cantou a “Chacun pense à soi” em francês e ficou na penúltima posição. Não sei explicar porque...
Como já disse antes, não vejo grande diferença entre actuação da Grécia, da Grã – Bretanha e da França. Todas as três meninas: Helena Paparizou, Javine Hylton e Ortal foram mais ou menos copias da Shakira: desde a guarda roupa até a maneira de cantar. Porque uma ganhou o Festival com 230 pontos arrecadados e duas outras ficaram nos últimos lugares, continua ser uma enigma para me. Mas competição é isso mesmo, uns ganham, outros perdem. É tal igual ao futebol: o Campeão de Portugal deste ano, foi a Benfica, os outros só podem chorar...
Depois os melhores pugilistas da Ucrânia, irmãos Vitaliy e Volodymyr Klichko, deram o inicio para votação europeia. Outra vez os dez minutos angustiantes, e finalmente temos a lista dos melhores. Eis a ela:
1. Grécia (230 pontos);
2. Malta (192 pontos);
3. Roménia (158 pontos);
4. Israel (154 pontos);
5. Letónia (153 pontos);
6. Moldova (148 pontos);
7. Sérvia & Montenegro (137 pontos);
8. Suíça (128 pontos);
9. Noruega (125 pontos);
10. Dinamarca (125 pontos);
11. Croácia (115 pontos);
12. Hungria (97 pontos);
<...>
20. Ucrânia (30 pontos, em igualdade de pontuação com № 19, Suécia). Ucrânia também ultrapassou a Espanha, Grã – Bretanha, França e Alemanha.
No fim, do Festival, podemos afirmar que muitos dos participantes se inspiraram em Ruslana: motivos étnicos, muitos tambores e uma boa pitada do pop comercial. Helena Paparizou, foi a mais honesta, afirmou que deve muito à Ruslana, inspirando inclusivamente a sua música na “Dança Selvagem”:
- Ruslana, foi uma inspiração para os outros países, para fazer as coisas mais tradicionais.
O Presidente Viktor Yushchenko, ofereceu a vencedora uma espectral de ouro, cujo modelo baseou-se na joalharia tradicional ucraniana, do grupo étnico Gutsul, que vive nos montes Cárpatos e que foi formado no século XIX AC.
- Este é o prémio ucraniano, para o melhor artista europeu, à favor de uma Europa unida, - disse Presidente Yushchenko, dando dois beijinhos à Helena Paparizou.
E finalmente, o que é preciso para ganhar o Festival? Acho que preciso ter amigos ao nível regional, apoio das comunidades emigrantes e algum dinheiro para a promoção. No ano passado, foram gastos 200 mil USD na promoção da Ruslana. Quanto foi gasto para promover os GreenJolly? Não sei, mas penso que muito menos...
Por sua vez, agradecemos a Polónia, Moldova, Portugal, Rússia e Espanha e todos os brasileiros e africanos em Portugal e em toda a Europa, que votaram na Ucrânia e no grupo Greenjolly!!!
Saudações revolucionários e até p’ra ano!
Alguns dados curiosos sobre os 50 anos do Festival Eurovisão
(Retirado do livro "The Eurovision Song Contest: 50 Years - The Official History”, por John Kennedy O'Connor, publicado pelo Carlton Books, preço: £14.99).
• No primeiro Festival, em 1956 na Suíça, havia só 7 concorrentes, certame era transmitido apenas pela TV local, perante a plateia de 200 pessoas. A maioria das canções falava do amor, mas também da lua, estrelas, céus, cometas e outros corpos celestiais.
Os altos do Eurovisão
• A Irlanda é o país ganhador do festival, tendo sete vitorias, seguida pela Grã – Bretanha, França e Luxemburgo com cinco vitorias cada.
• Desde 1968 o Eurovisão é transmitido em cores.
• Irlandês Johnny Logan, tornou-se a lenda do festival, quando o ganhou em 1987, pela segunda vez.
Os baixos do Eurovisão
• Em 1964 a transmissão do Festival foi interrompida por um manifestante.
• Em 1974 a britânica Katie Boyle usava um vestido salmão – rosa e nenhuma roupa interior.
• Na batalha em 2005, para representar o Reino Unido, a Javine Hylton venceu a favorita, Jordan. Uma vez perdendo, Jordan chamou a Javine Hylton de: "silly vaca e puta".
Países que tiveram a “votação nula" (quantas vezes)
Noruega 4, Áustria 3, Finlândia 3, Espanha 3, Suíça 3, Holanda 2, Bélgica 2, Alemanha 2, Portugal 2, Turquia 2.
Mais longa esperança para ganhar o Festival (em anos)
Bélgica 30, Jugoslávia 28, Turquia 28, Alemanha 26, Noruega 25, Suécia 16, Mónaco 12, Grã - Bretanha 10.
P.S. E já que vos falei de futebol, quero dizer mais uma coisa (sem ofensas para os benfiquistas moçambicanos). O verdadeiro espirito colonialista reside no facto do que a vitoria da equipa de futebol de um país estrangeiro, é promovida à causa nacional...
sexta-feira, maio 20, 2005
Festival Eurovisão sucesso em Kyiv
Dos dez países apurados, seis pertencem a Europa Central e Oriental
Apresentado por Pavló Shilko (DJ Pásha) e Maria Ferosina(?), o semi – final do Festival Eurovisão começou na hora e data certa. Eram 21:00 (hora de Moçambique), dia 19 de Maio de 2005.
O Palácio de Desporto de Kyiv (que o apresentador português teimava de chamar de Kiév), estava repleto de 6 mil pessoas, outros centenas milhões de espectadores, podiam assistir o show pela TV em todo o Mundo.
Primeiros cinco minutos eram da pura descontracção: Maria e Pavló estavam discutir quem é que deve começar o show. Pavló era um tradicionalista, por isso optou por dançarinos de Hopak (dança tradicional ucraniana) e mini – coro militar, que cantou “Divchyna zaspivaye” (Moça cantará). Maria era uma liberal, por isso optou por umas raparigas lindas da companhia AB – Ballet e por grupo rock “Diesel Power”, que visualmente lembrava a “Sepultura”. Mas muito rapidamente, os apresentadores chegaram a um consenso: neste Festival, os músicos devem ficar em primeiro. E a festa começou...
1. Primeira concorrente era da Áustria. A rapariga, parecida com as moças dos anúncios da cerveja na TV, optou por cantar uma salsa em inglês e espanhol. Os dançarinos eram vestidos à cubana, mais, um deles imitava o gritinho dos gnomos, também dos anúncios, mas já do chocolate: aui-aui, bom eu não consigo imita-lo bem.
2. Segunda concorrente era da Lituânia. Jovem tinha um look muito escandinavo: loira, alta, pernas muuuito longas, cantava em inglês e junto com os dançarinos que a acompanharam, lembrava a ABBA. No final da canção, agradeceu o público em ucraniano. Bela rapariga!
3. A dupla de Portugal, Rui & Luciana, era terceira. Sua canção “2B.Amar” em português e inglês revelou-se bastante fraca. A parte portuguesa da letra não soava absolutamente nada bem, nem mesmo para me, pessoa que emociona-se SEMPRE, que ouve o hino de Portugal. Bailarinas eram todas estrangeiras, o coreógrafo também. Eles levaram o tipo que trabalhava para a “Operação Triunfo” (concurso de caça – talentos da TV estatal portuguesa, onde actuou o Rui). 2B tinha um refrão “Hey”, que me pareceu ser copiado da “Dança selvagem” da Ruslana.
4. Moldova era o número quatro. O seu representante, grupo Zdob si Zdub, liderado pelo Roman Yahupov, mostrou um drive fenomenal e energia completamente louca. Zdob si Sdub, a formação que mistura folk – rock com os elementos étnicos, cantou em inglês e encantou o público presente. Roman usava os vestes do traje nacional da Moldova, dançarinos voavam pelo palco e até uma avozinha tradicional, apareceu no palco para tocar o tambor. Foi uma actuação fenomenal. Canção da Moldova, é única que ficou na minha memória com seu refrão, eles são únicos, cujo disco eu gostaria de comprar e são, com certeza, candidatos sérios para ficar nos lugares cimeiros no final.
Recomendo: http://www.zdob-si-zdub.com/
5. Dois jovens da Letónia, Walters & Kazha cantaram em inglês “The war is not over”. Uma mistura de rock com country, sua música agradou a audiência e dupla letã foi apurada para o final do Festival.
Alunos do secundário, Walters & Kazha actuam juntos desde dois (!) anos de idade. Eles começaram no agrupamento juvenil Dzeguzite (Cuco), mas já editaram o seu próprio álbum, chamado "Putnu Balle" (Fuga das galinhas), onde cantam em letão, russo, sérvio e até japonês! Jovens cantam as músicas escritas pelo Martin Freiman, líder de um dos grupos mais conhecidos da Letónia: “Tumsa” (Escuridão) (participou na Eurovisão 2003). Em 1996, seu grupo, Dzeguzite, junto com outros artistas da Letónia: compositor Raymond Pauls e cantora Laima Waikule, actuou em concerto em Madison Square Garden, em Nova Iorque.
6. Representante do Mónaco, que cantou em francês, era parecida com Selin Dion e a música lembrava “My heart is go on”. Rapariga tinha o ar demasiadamente burguês, demasiadamente “a-lá Grimaldi”, nesta nova Europa em mudança revolucionária. Publicou não gostou, eu também não.
7. A representante do Israel, que treinou o seu talento em clubes nocturnos, bares e hotéis, cantou em hebraico e inglês. Talvez por causa do seu passado, a rapariga tinha um peito bastante sublinhado e um charme muito comercial. Não sei se essa versão mais natural de Dana International, resultará no final.
8. Belarus, que o nosso bom comentador português chamou de Bielorússia (temos que agradecer ainda, que não disse: a Rússia Branca), foi representada pela Anjelika, ex – miss beleza soviética. Anjelika, que cantou em inglês, ouviu muitos gritos de apoio vindos da plateia, tinha uma voz muito forte e bonita, que lembrava a Anastasiya e também era muito burguesa. Inacreditável, mas a última ditadura europeia, pelos vistos apostou na joalharia, roupas decadentes e um look muito fashion. Parece que os ditadores gostam mesmo de tudo que brilha. Por sua vez, só posso repetir um slogan, muito em voga em Belarus: “Lukashenka – beba weneno!”
9. A mulata, que representou a Holanda, evocou a figura de Martin L. King e parecia uma mistura entre Diana Ross e Tina Turner. Sua música em inglês, “My impossible dream”, não entusiasmou muito o público.
10. Canção da Islândia, também em inglês, foi bastante aplaudida. Música tinha uma bela batida, mas a interpretação foi apenas regular.
11. Representante da Bélgica, Nuno Resende, nascido em Portugal e filho de euroburocratas, era bastante morninho, nem bom, nem mal, embora talvez melhor do que Rui & Luciana. Nuno optou por um estilo latino: camisa vermelha e fato preto, perecia uma mistura de John Travolta em “Saturday night fever” com o Johny Deep em “Don Juan de Marco”. Foi eliminado.
12. Estónia foi representada por cinco moças: uma mulata, duas loiras (uma deles imitava Marilyn Monroe) e duas morenas (uma delas, a de camisa vermelha sabia cantar). Música chamava-se “Lets get loud”, julgo que serve perfeitamente para as discotecas, mas não agradou o público.
13. Noruega, foi representada pelo grupo, chamado, salvo erro, Wig Wam, com a canção “In my Dreams”. O solista tinha um look Marilyn Manson soft e abanava um pano cor de laranja, evocando a Revolução Laranja. O resto dos músicos também lembravam os rockers famosos, o baixista parecia Bono, com óculos tipo “gota” e chapéu do vaqueiro. Música também tinha alguns semelhanças com as do Marilyn e um pouco do “Europe”. Mas apesar do tudo, o conjunto tinha muita drive, era muito vivo e foi premiado pelo público europeu, que votou neles.
14. A canção da Roménia, cantada em inglês, era bastante bonita. A coreografia era bem complexa e os dançarinos andavam por entre tambores do óleo de 210 litros e tambores de cerveja à pressão de 50 litros, pintados de amarelo. Será que também queriam lembrar a Revolução ucraniana?
15. Mas a canção da Hungria era uma autentica belezura! Grupo Nok, cantou a “Spin world” em húngaro, mas encantou a plateia. Violino cigano chorava, a letra evocava a deusa da noite (aqui o nosso bom comentador português cometeu mias uma gaffe, chamando a deusa de eslava. Coitadito não sabe que os húngaros não são eslavos). A coreografia era muito simples, mas muito bonita. O refrão da canção húngara também era “Hey”, mas isso desculpa-se, pois somos vizinhos e as culturas são semelhantes em parte.
16. O representante da Finlândia nasceu na Noruega, cantou um soul, chamado “Why” em inglês e parecia Simple Red.
17. A Macedónia (quero dizer aqui o meu NÃO à ditadura dos gregos, que obrigam dizer F.Y.R. Macedónia), cantou “Make my day”, onde o inglês era misturado com alguns motivos étnicos da pátria do Alexandre, o Grande.
18. A representante da Andorra, Marian Van der Waal tinha a cara de uma ave de rapina e cantava em catalão. Parece que não convenceu muita gente.
19. Os representantes da Suíça, nasceram na Estónia. Pareciam – boa gente...
20. Os da Croácia, cantaram em croata e usavam um instrumento tradicional, que lembrava a gaita de foles portuguesa ou cornamusa escocesa. Canção chamava-se “Os lobos morrem sozinhos”, mas foi cantada de maneira muito “balcânica”, i.e. não tinha nenhum elemento novo ou inovador. Mas o público em casa gostou e votou neles.
21. O grupo “Kaffe” representava a Bulgária. Rapaziada cantou em inglês.
22. A Irlanda tinha uma coreografia muito bonita. A canção, “Love” interpretada por um casalinho bastante estiloso, é que não resultou muito bem.
23. Cantor da Eslovénia, Omar Naber, tem o pai jordano (espero que não é familiar do Al Zarcavi, se não, nunca entrará nos Estados Unidos), tinha cabelo quase punk e cantava bem. Também tinha no palco uma loira bem vistosa, que o acompanhava. Sua canção, “Stop”, era cantada em esloveno.
24. Dinamarca apostou num grupo de rapazes, que geralmente canta para as meninas – adolescentes. Por sua vez, os rapazes optaram por um estilo soul, na tentativa de provar que falam para aquela, única garrota (que compra os seus CD’s), na música “Talking to you”. Raparigas de toda Europa agradeceram em grande pelas chamadas telefónicas.
25. Representantes da Polónia, Ivan & Delfin, cantaram a sua “Menina negra” em polaco e russo. As seus dançarinas eram uma mistura de espanholas com ciganas, os dançarinos eram parecidos com os gangsters do Chicago dos anos trinta e o refrão “nas ne dagoniat” (not gonna get us), era uma citação directa dos T.A.T.U. Musicalmente, a canção lembrava ora romance cigano, ora a canção prisional russa & soviética, tão popular na Rússia nos últimos 15 – 20 anos. Enfim, tenho a maior certeza, que muita gente na Rússia achou que “afftar jjot” (uma expressão idiomática, não traduzível para o português). Agora, eu não sei o que esperava Ivan dos europeus, provavelmente o bom moço, depositou toda a sua confiança, exclusivamente na solidariedade dos telespectadores russos. Mas ou os russos não assistiam a Eurovisão (se calhar estavam de ressaca da vitoria do CSKA na Taça UEFA), ou os seus votos eram pouco numerosos, de qualquer maneira, rapaz não safou-se.
E prontos, pelo meio, ainda houve muitas imagens bonitas da Ucrânia, alguns lugares lindíssimos nem nos conhecemos (ficamos com vontade louca de os conhecer)! Passamos dez minutos de espera angustiante, e finalmente chegou o veredicto: a lista dos dez melhores, que transitarão para o final do Eurovisão. Eis ela:
Hungria (actuara com número 1);
Roménia (número 4);
Noruega (número 5);
Moldova (número 7);
Israel (número 11);
Dinamarca (número 13);
Macedónia (número 15);
Croácia (número 18);
Suíça (número 22);
Letónia (número 23).
Dos dez países apurados, seis pertencem a Europa Central e Oriental, mais os da Suíça, que nasceram em Tallinn. No sábado, dia 21 de Maio eles vão se juntar aos restantes 14 países, que entraram no final directamente. No final vamos torcer pela Ucrânia e pelos seus representantes, grupo GreenJolly.
Recomendo: http://www.greenjolly.net/
P.S. Não sei, se depois do “êxito estrondoso” (estou citar o mesmo comentador português), que Rui & Luciana tiveram no Eurovisão, Portugal será representada no Eurovisão 2006. Mas de qualquer maneira, já não é sem tempo, de os jornalistas portugueses aprenderem pronunciar correctamente os nomes geográficos e pessoáis ucranianos: KYIV e não Kiév, rio DNIPRÓ e não Dniepr, VOLODÝMYR e não Vladímir, etc.
Saudações revolucionários e até sábado!
APELAMOS À TODOS OS PORTUGUESES, BRASILEIROS E AFRICANOS EM PORTUGAL E EM TODA A EUROPA, PARA VOTAREM NA UCRÂNIA E NO GRUPO GREENJOLLY !!!
Apresentado por Pavló Shilko (DJ Pásha) e Maria Ferosina(?), o semi – final do Festival Eurovisão começou na hora e data certa. Eram 21:00 (hora de Moçambique), dia 19 de Maio de 2005.
O Palácio de Desporto de Kyiv (que o apresentador português teimava de chamar de Kiév), estava repleto de 6 mil pessoas, outros centenas milhões de espectadores, podiam assistir o show pela TV em todo o Mundo.
Primeiros cinco minutos eram da pura descontracção: Maria e Pavló estavam discutir quem é que deve começar o show. Pavló era um tradicionalista, por isso optou por dançarinos de Hopak (dança tradicional ucraniana) e mini – coro militar, que cantou “Divchyna zaspivaye” (Moça cantará). Maria era uma liberal, por isso optou por umas raparigas lindas da companhia AB – Ballet e por grupo rock “Diesel Power”, que visualmente lembrava a “Sepultura”. Mas muito rapidamente, os apresentadores chegaram a um consenso: neste Festival, os músicos devem ficar em primeiro. E a festa começou...
1. Primeira concorrente era da Áustria. A rapariga, parecida com as moças dos anúncios da cerveja na TV, optou por cantar uma salsa em inglês e espanhol. Os dançarinos eram vestidos à cubana, mais, um deles imitava o gritinho dos gnomos, também dos anúncios, mas já do chocolate: aui-aui, bom eu não consigo imita-lo bem.
2. Segunda concorrente era da Lituânia. Jovem tinha um look muito escandinavo: loira, alta, pernas muuuito longas, cantava em inglês e junto com os dançarinos que a acompanharam, lembrava a ABBA. No final da canção, agradeceu o público em ucraniano. Bela rapariga!
3. A dupla de Portugal, Rui & Luciana, era terceira. Sua canção “2B.Amar” em português e inglês revelou-se bastante fraca. A parte portuguesa da letra não soava absolutamente nada bem, nem mesmo para me, pessoa que emociona-se SEMPRE, que ouve o hino de Portugal. Bailarinas eram todas estrangeiras, o coreógrafo também. Eles levaram o tipo que trabalhava para a “Operação Triunfo” (concurso de caça – talentos da TV estatal portuguesa, onde actuou o Rui). 2B tinha um refrão “Hey”, que me pareceu ser copiado da “Dança selvagem” da Ruslana.
4. Moldova era o número quatro. O seu representante, grupo Zdob si Zdub, liderado pelo Roman Yahupov, mostrou um drive fenomenal e energia completamente louca. Zdob si Sdub, a formação que mistura folk – rock com os elementos étnicos, cantou em inglês e encantou o público presente. Roman usava os vestes do traje nacional da Moldova, dançarinos voavam pelo palco e até uma avozinha tradicional, apareceu no palco para tocar o tambor. Foi uma actuação fenomenal. Canção da Moldova, é única que ficou na minha memória com seu refrão, eles são únicos, cujo disco eu gostaria de comprar e são, com certeza, candidatos sérios para ficar nos lugares cimeiros no final.
Recomendo: http://www.zdob-si-zdub.com/
5. Dois jovens da Letónia, Walters & Kazha cantaram em inglês “The war is not over”. Uma mistura de rock com country, sua música agradou a audiência e dupla letã foi apurada para o final do Festival.
Alunos do secundário, Walters & Kazha actuam juntos desde dois (!) anos de idade. Eles começaram no agrupamento juvenil Dzeguzite (Cuco), mas já editaram o seu próprio álbum, chamado "Putnu Balle" (Fuga das galinhas), onde cantam em letão, russo, sérvio e até japonês! Jovens cantam as músicas escritas pelo Martin Freiman, líder de um dos grupos mais conhecidos da Letónia: “Tumsa” (Escuridão) (participou na Eurovisão 2003). Em 1996, seu grupo, Dzeguzite, junto com outros artistas da Letónia: compositor Raymond Pauls e cantora Laima Waikule, actuou em concerto em Madison Square Garden, em Nova Iorque.
6. Representante do Mónaco, que cantou em francês, era parecida com Selin Dion e a música lembrava “My heart is go on”. Rapariga tinha o ar demasiadamente burguês, demasiadamente “a-lá Grimaldi”, nesta nova Europa em mudança revolucionária. Publicou não gostou, eu também não.
7. A representante do Israel, que treinou o seu talento em clubes nocturnos, bares e hotéis, cantou em hebraico e inglês. Talvez por causa do seu passado, a rapariga tinha um peito bastante sublinhado e um charme muito comercial. Não sei se essa versão mais natural de Dana International, resultará no final.
8. Belarus, que o nosso bom comentador português chamou de Bielorússia (temos que agradecer ainda, que não disse: a Rússia Branca), foi representada pela Anjelika, ex – miss beleza soviética. Anjelika, que cantou em inglês, ouviu muitos gritos de apoio vindos da plateia, tinha uma voz muito forte e bonita, que lembrava a Anastasiya e também era muito burguesa. Inacreditável, mas a última ditadura europeia, pelos vistos apostou na joalharia, roupas decadentes e um look muito fashion. Parece que os ditadores gostam mesmo de tudo que brilha. Por sua vez, só posso repetir um slogan, muito em voga em Belarus: “Lukashenka – beba weneno!”
9. A mulata, que representou a Holanda, evocou a figura de Martin L. King e parecia uma mistura entre Diana Ross e Tina Turner. Sua música em inglês, “My impossible dream”, não entusiasmou muito o público.
10. Canção da Islândia, também em inglês, foi bastante aplaudida. Música tinha uma bela batida, mas a interpretação foi apenas regular.
11. Representante da Bélgica, Nuno Resende, nascido em Portugal e filho de euroburocratas, era bastante morninho, nem bom, nem mal, embora talvez melhor do que Rui & Luciana. Nuno optou por um estilo latino: camisa vermelha e fato preto, perecia uma mistura de John Travolta em “Saturday night fever” com o Johny Deep em “Don Juan de Marco”. Foi eliminado.
12. Estónia foi representada por cinco moças: uma mulata, duas loiras (uma deles imitava Marilyn Monroe) e duas morenas (uma delas, a de camisa vermelha sabia cantar). Música chamava-se “Lets get loud”, julgo que serve perfeitamente para as discotecas, mas não agradou o público.
13. Noruega, foi representada pelo grupo, chamado, salvo erro, Wig Wam, com a canção “In my Dreams”. O solista tinha um look Marilyn Manson soft e abanava um pano cor de laranja, evocando a Revolução Laranja. O resto dos músicos também lembravam os rockers famosos, o baixista parecia Bono, com óculos tipo “gota” e chapéu do vaqueiro. Música também tinha alguns semelhanças com as do Marilyn e um pouco do “Europe”. Mas apesar do tudo, o conjunto tinha muita drive, era muito vivo e foi premiado pelo público europeu, que votou neles.
14. A canção da Roménia, cantada em inglês, era bastante bonita. A coreografia era bem complexa e os dançarinos andavam por entre tambores do óleo de 210 litros e tambores de cerveja à pressão de 50 litros, pintados de amarelo. Será que também queriam lembrar a Revolução ucraniana?
15. Mas a canção da Hungria era uma autentica belezura! Grupo Nok, cantou a “Spin world” em húngaro, mas encantou a plateia. Violino cigano chorava, a letra evocava a deusa da noite (aqui o nosso bom comentador português cometeu mias uma gaffe, chamando a deusa de eslava. Coitadito não sabe que os húngaros não são eslavos). A coreografia era muito simples, mas muito bonita. O refrão da canção húngara também era “Hey”, mas isso desculpa-se, pois somos vizinhos e as culturas são semelhantes em parte.
16. O representante da Finlândia nasceu na Noruega, cantou um soul, chamado “Why” em inglês e parecia Simple Red.
17. A Macedónia (quero dizer aqui o meu NÃO à ditadura dos gregos, que obrigam dizer F.Y.R. Macedónia), cantou “Make my day”, onde o inglês era misturado com alguns motivos étnicos da pátria do Alexandre, o Grande.
18. A representante da Andorra, Marian Van der Waal tinha a cara de uma ave de rapina e cantava em catalão. Parece que não convenceu muita gente.
19. Os representantes da Suíça, nasceram na Estónia. Pareciam – boa gente...
20. Os da Croácia, cantaram em croata e usavam um instrumento tradicional, que lembrava a gaita de foles portuguesa ou cornamusa escocesa. Canção chamava-se “Os lobos morrem sozinhos”, mas foi cantada de maneira muito “balcânica”, i.e. não tinha nenhum elemento novo ou inovador. Mas o público em casa gostou e votou neles.
21. O grupo “Kaffe” representava a Bulgária. Rapaziada cantou em inglês.
22. A Irlanda tinha uma coreografia muito bonita. A canção, “Love” interpretada por um casalinho bastante estiloso, é que não resultou muito bem.
23. Cantor da Eslovénia, Omar Naber, tem o pai jordano (espero que não é familiar do Al Zarcavi, se não, nunca entrará nos Estados Unidos), tinha cabelo quase punk e cantava bem. Também tinha no palco uma loira bem vistosa, que o acompanhava. Sua canção, “Stop”, era cantada em esloveno.
24. Dinamarca apostou num grupo de rapazes, que geralmente canta para as meninas – adolescentes. Por sua vez, os rapazes optaram por um estilo soul, na tentativa de provar que falam para aquela, única garrota (que compra os seus CD’s), na música “Talking to you”. Raparigas de toda Europa agradeceram em grande pelas chamadas telefónicas.
25. Representantes da Polónia, Ivan & Delfin, cantaram a sua “Menina negra” em polaco e russo. As seus dançarinas eram uma mistura de espanholas com ciganas, os dançarinos eram parecidos com os gangsters do Chicago dos anos trinta e o refrão “nas ne dagoniat” (not gonna get us), era uma citação directa dos T.A.T.U. Musicalmente, a canção lembrava ora romance cigano, ora a canção prisional russa & soviética, tão popular na Rússia nos últimos 15 – 20 anos. Enfim, tenho a maior certeza, que muita gente na Rússia achou que “afftar jjot” (uma expressão idiomática, não traduzível para o português). Agora, eu não sei o que esperava Ivan dos europeus, provavelmente o bom moço, depositou toda a sua confiança, exclusivamente na solidariedade dos telespectadores russos. Mas ou os russos não assistiam a Eurovisão (se calhar estavam de ressaca da vitoria do CSKA na Taça UEFA), ou os seus votos eram pouco numerosos, de qualquer maneira, rapaz não safou-se.
E prontos, pelo meio, ainda houve muitas imagens bonitas da Ucrânia, alguns lugares lindíssimos nem nos conhecemos (ficamos com vontade louca de os conhecer)! Passamos dez minutos de espera angustiante, e finalmente chegou o veredicto: a lista dos dez melhores, que transitarão para o final do Eurovisão. Eis ela:
Hungria (actuara com número 1);
Roménia (número 4);
Noruega (número 5);
Moldova (número 7);
Israel (número 11);
Dinamarca (número 13);
Macedónia (número 15);
Croácia (número 18);
Suíça (número 22);
Letónia (número 23).
Dos dez países apurados, seis pertencem a Europa Central e Oriental, mais os da Suíça, que nasceram em Tallinn. No sábado, dia 21 de Maio eles vão se juntar aos restantes 14 países, que entraram no final directamente. No final vamos torcer pela Ucrânia e pelos seus representantes, grupo GreenJolly.
Recomendo: http://www.greenjolly.net/
P.S. Não sei, se depois do “êxito estrondoso” (estou citar o mesmo comentador português), que Rui & Luciana tiveram no Eurovisão, Portugal será representada no Eurovisão 2006. Mas de qualquer maneira, já não é sem tempo, de os jornalistas portugueses aprenderem pronunciar correctamente os nomes geográficos e pessoáis ucranianos: KYIV e não Kiév, rio DNIPRÓ e não Dniepr, VOLODÝMYR e não Vladímir, etc.
Saudações revolucionários e até sábado!
APELAMOS À TODOS OS PORTUGUESES, BRASILEIROS E AFRICANOS EM PORTUGAL E EM TODA A EUROPA, PARA VOTAREM NA UCRÂNIA E NO GRUPO GREENJOLLY !!!
sábado, maio 14, 2005
Turismo na Ucrânia – campismo de 5 estrelas !
Durante o Festival Eurovisão (19 – 21 de Maio 2005), os visitantes da capital ucraniana Kyiv, são convidados para passar alguns dias, nas tendas localizadas na Praça de Independência. São mesmas tendas, usadas pelos ucranianos, nos dias da Revolução Laranja. Para o efeito, alem das tendas, uma empresa privada, monta as bandeiras, dísticos e todo o tipo de material, que foi usado na Revolução.
Um dia no campismo “revolucionário”, custará 10 Euros aos cidadãos estrangeiros e 50 UAH (cerca de 10 USD) aos ucranianos, informou Vasyl Boychuk, chefe do Departamento de campismo da Eurocamp. O campismo, que foi aberto na quinta feira, dia 14 de Maio, irá funcionar até o dia 25 de Maio e já foram feitas as reservas vindas dos EUA, Europa, Rússia e Ucrânia.
No dia 19 de Maio, terá lugar o semi - final do Eurovisão e no dia 21, começará o final, onde a Ucrânia será representada na qualidade da vencedora da edição do ano passado, pelo grupo GreenJolly, com a versão internacional da sua música "Razom nas bahato" (Juntos somos muitos). A apresentação do show, será da responsabilidade da cantora Ruslana (vencedora do Eurovisão 2004), pugilista Volodymyr Klichko e DJ Pásha.
“Razom nas bahato” celebrizou o grupo, pois era um autêntico hino do povo ucraniano, durante a Revolução, que em Dezembro de 2004, libertou o país de um regime corrupto e agressivo, que assassinava os jornalistas, vendia as armas aos estados – párias e comportava-se ao nível de ditaduras da América Latina. A canção, que inspirou a Nação apoiar a Revolução, é um autêntico tributo ucraniano à "Grândola vila morena", do saudoso Zeca Afonso.
APELAMOS À TODOS OS PORTUGUESES EM PORTUGAL, QUE SENDO IMPEDIDOS PELA REGULAMENTAÇÃO DO CONCURSO, DE VOTAR EM RUI & LUCIANA, VOTAREM NA UCRÂNIA E NO GRUPO GREENJOLLY !!!
Apoiem a nossa Revolução, pois esta aconteceu trinta anos após o 25 de Abril, derrotando a tirania e libertando o povo da opressão. Por sua vez, nos apelamos aos ucranianos da Ucrânia, em apoiar os representantes de Portugal, celebrando assim as relações de amizade entre os nossos povos e países.
ЗВЕРТАЄМОСЬ ДО УКРАЇНЦIВ В УКРАЇНІ, З ПРОХАННЯМ ПIДТРИМАТИ ПРЕДСТАВНИКIВ ВIД ПОРТУҐАЛIЇ, РУЯ & ЛУСIАНУ, НА КОНКУРСI ЄВРОБАЧЕННЯ У КИЄВІ !!!
Um dia no campismo “revolucionário”, custará 10 Euros aos cidadãos estrangeiros e 50 UAH (cerca de 10 USD) aos ucranianos, informou Vasyl Boychuk, chefe do Departamento de campismo da Eurocamp. O campismo, que foi aberto na quinta feira, dia 14 de Maio, irá funcionar até o dia 25 de Maio e já foram feitas as reservas vindas dos EUA, Europa, Rússia e Ucrânia.
No dia 19 de Maio, terá lugar o semi - final do Eurovisão e no dia 21, começará o final, onde a Ucrânia será representada na qualidade da vencedora da edição do ano passado, pelo grupo GreenJolly, com a versão internacional da sua música "Razom nas bahato" (Juntos somos muitos). A apresentação do show, será da responsabilidade da cantora Ruslana (vencedora do Eurovisão 2004), pugilista Volodymyr Klichko e DJ Pásha.
“Razom nas bahato” celebrizou o grupo, pois era um autêntico hino do povo ucraniano, durante a Revolução, que em Dezembro de 2004, libertou o país de um regime corrupto e agressivo, que assassinava os jornalistas, vendia as armas aos estados – párias e comportava-se ao nível de ditaduras da América Latina. A canção, que inspirou a Nação apoiar a Revolução, é um autêntico tributo ucraniano à "Grândola vila morena", do saudoso Zeca Afonso.
APELAMOS À TODOS OS PORTUGUESES EM PORTUGAL, QUE SENDO IMPEDIDOS PELA REGULAMENTAÇÃO DO CONCURSO, DE VOTAR EM RUI & LUCIANA, VOTAREM NA UCRÂNIA E NO GRUPO GREENJOLLY !!!
Apoiem a nossa Revolução, pois esta aconteceu trinta anos após o 25 de Abril, derrotando a tirania e libertando o povo da opressão. Por sua vez, nos apelamos aos ucranianos da Ucrânia, em apoiar os representantes de Portugal, celebrando assim as relações de amizade entre os nossos povos e países.
ЗВЕРТАЄМОСЬ ДО УКРАЇНЦIВ В УКРАЇНІ, З ПРОХАННЯМ ПIДТРИМАТИ ПРЕДСТАВНИКIВ ВIД ПОРТУҐАЛIЇ, РУЯ & ЛУСIАНУ, НА КОНКУРСI ЄВРОБАЧЕННЯ У КИЄВІ !!!
terça-feira, maio 03, 2005
Aproxima-se o Festival Eurovisão 2005
No dia 19 de Maio, em Kyiv, haverá o semi – final do Festival europeu da canção - Eurovisão. Os representantes dos países, que conseguirão passar o certame, irão transitar para o final, que terá lugar no dia 21 de Maio. A Ucrânia, como vencedora do Festival do ano passado, tem à partida o lugar garantido no final.
No entanto, apesar de alguma polémica que rodeou a canção ucraniana (para os “puristas” o hino da Revolução Laranja era demasiadamente político), eis a letra da nova canção do grupo GreenJolly.
WE WON’T STAND THIS – NO! REVOLUTION IS ON!
'CAUSE LIES BE THE WEAPON OF MASS DESTRUCTION!
ALL TOGETHER WE’RE ONE! ALL TOGETHER WE’RE STRONG!
GOD BE MY WITNESS WE’VE WAITED TOO LONG!
Фальсифікаціям - ні! Махінаціям - ні!
Понятіям - ні! Ні брехні!
Віримо - Так! Можемо - так!
Знаю переможемо - Так! Так!
Разом нас багато нас не подолати!
WHAT YOU WANNA SAY TO YOUR DAUGHTERS AND SONS?
YOU KNOW THE BATTLE IS NOT OVER TILL THE BATTLE IS WON!
TRUTH BE THE WEAPON! WE AIN’T SCARED OF THE GUNS!
WE STAY UNDEFEATED, 'CAUSE TOGETHER WE’RE ONE!
Ми - вже разом! Ми - назавжди!
Ми - України доньки і сини!
Зараз як ніколи годі чекати
Разом нас багато - нас не подолати!
Разом нас багато - нас не подолати!
GreenJolly conquista a Europa
O grupo GreenJolly começou o seu torneio promocional europeu, denominado “Nascido na Revolução”, no dia 18 de Abril. Durante o torneio, grupo visitou 15 países da Europa, onde apresentou a versão internacional da sua canção “Razom nas bahato” (Juntos somos muitos), que é uma autêntica “Grândola vila morena” ucraniana.
Em todos estes países, GreenJolly cantaram a sua música, deram as conferências de imprensa, participaram nas performances, show’s e programas de Rádio e TV. O maior sonho do grupo, é partilhar com os europeus o espírito da Revolução Laranja, faze-los sentir o pulso da nova Ucrânia. “Gostaríamos ver a nossa canção se tornar o hino de todas as pessoas livres no Mundo”, - disse Roman Kalyn, líder do GreenJolly.
O site oficial do grupo GreenJolly:
http://www.greenjolly.net/
O site do GreenJolly, feito pelo Stepan Pasicznyk, ex - membro da banda ucraniano - britânica, "The Ukrainians"
http://www.greenjolly.co.uk/
Outras versões do "Razom nas bahato"
www.pa3om.co.uk
www.pa3om.com
O site internacional do Festival Eurovisão 2005
http://www.eurovision.tv/english/ukraine.htm
O site ucraniano do Festival Eurovisão 2005
http://www.eurovision.ua/intro_content.php
Versão polaca da “Razom nas bahato” – “Jest nas wielu”
www.music.com.ua/staff/Audio/bahato-master128.mp3
Vídeo da versão polaca:
mms://stream.interia.pl/56/rozni wykonawcy - Jest nas wielu _UMC_VD.wmv
O letra da versão polaca da “Razom nas bahato” – “Jest nas wielu”
(A música é cantada pelos 12 rapers mais famosos da Polónia, dinamizados pelo Doniu)
DONIU:
As fronteiras detém apenas alguns (acredite nisso),
cada um tem o seu próprio inferno (inferno).
Pensa nisso, apesar do sistema ainda nos vigiar,
que não é fácil para os inocentes.
Continua a batalha pelo amanha melhor (amanha melhor),
pensando com os músculos, dissemos simplesmente:
Juntos conseguimos virar as montanhas.
Don, Brigada A, Liber, Kris – defenderemos os chances hoje.
LIBER:
Hoje um, amanha outro primeiro ocupa o poder,
e nos, na escuridão andamos todos os dias.
Velho partido, novo partido puxa o povo,
e poucos deles falam das coroas de vencedores.
E o resto olha p’ra este teatrinho, tenha cuidado com o resto,
lutemos hoje pela felicidade.
E nas margens do Dnipro* que essa palavra vos apoie
Felicidades da Polónia – Brigada A!
KRIS:
Tira o jugo daqueles que me provocam,
obrigam me a aceitar o cativeiro.
Quero ter o caminho meu, isso é claro,
para que a luz do coração não se pare.
Atreves das mentiras, eles ficam no topo,
junto com diabo e dizem que deves se dobrar perante seus pés.
Mas a pedra na minha mão me diz, que tenho uma divida com eles,
irmãos - Deus nos protege numa causa justa.
Se agora não resolves algo,
jamais farás isso mais tarde (não farás).
REFRÃO:
Juntos somos muitos, não seremos vencidos x 4 vezes
DUŻE PE:
Perante microfone, não penso nos milhões,
eu penso naquilo, que ainda deve ser feito.
Não tenho que ganhar como um mosquito,
quero salvar a vida como Monar.
Quando nos gabinetes, o Mundo é dividido em parcelas,
estes sons amedrontam Lukashenko**.
Belarusos – sejam próximos,
assassinos – acabaram-se as suas dioxinas e tiros.
HANS:
Agora temos plena confiança naqueles que escolhemos,
por eles, ficamos no frio, vestidos de laranja.
Eu sou céptico – meu país me obriga à isso,
com grito bem forte neste disco, eu manifesto a minha resistência.
Os ideais são espezinhados, grandes palavras se esquecem,
as coisas pequenas são privadas (porcaria).
O realismo da Polónia – para a Ucrânia,
tenham olho vivo para tudo que lá começa.
É pá, políticos, todos vocês, lembrem-se da gente miuda,
porque sem eles, nenhum de vocês poderia ser tão grande.
Nunca se esquecem, porque gente não esquece,
por mentiras, falsidades chegará a hora de pagar tudo.
Porque juntos somos muitos – isso dá nos a coragem,
e não seremos vencidos, porque connosco vocês não conseguem
(E não seremos vencidos, porque connosco vocês não conseguem)
REFRÃO:
Juntos somos muitos – não seremos vencido x 4 vezes
MEZO:
Tudo na maior, a multidão determinada,
essas imagens mostram a força de democracia.
A falsidade obriga as pessoas a reagirem,
para acabar a desordem, acabar com a repressão.
Aperto de mão, essa grandeza não morreu para nos,
juntos somos muitos, temos os olhos abertos,
e somos preparados para a batalha,
nos lugares, onde não há liberdade,
onde é normal viver armado.
Não nos pára a força do ditado,
é a força do rap contra a força do medo.
OWAL:
Juntos somos muitos, não seremos vencidos
mesmo se a caneta secar e arder o papel.
Eu sei repar, eu procuro a satisfação,
o Mundo é feito pela diferença.
Descobre os novos lugares, como Marco Polo,
podes construir a grandeza, como o colosso de Rodes.
Podes fazer o solo ou podes estar juntos,
mas pelo toque do solo, o Mundo te paga com a marcha.
Dupla – juntemos os seus elementos juntos,
oiça o meu pensamento, muda o meu pensamento rapidamente.
Fé única e como seu símbolo,
amanha à sério, a sua boca gritará.
REFRÃO:
Juntos somos muitos – não seremos vencidos x 4 vezes
Fonte: http://www.pisni.org.ua
Essa tradução não profissional, foi feita exclusivamente e graciosamente para o nosso blogue pelo Lubko Deresh (cidade de Lviv, Ucrânia).
Legenda:
* Dnipro é o rio principal da Ucrânia, o símbolo da Nação e da ucrainidade.
(Em Portugal é mais conhecido pelo seu nome russo de Dnieper).
** Lukashenka – Aleksándr Lukashenka, Presidente da Belarus, responsável pelo regime ditatorial, criação dos esquadrões de morte, supressão dos direitos humanos mais básicos dos seus cidadãos, como liberdade de expressão, liberdade de reunião, etc.
No entanto, apesar de alguma polémica que rodeou a canção ucraniana (para os “puristas” o hino da Revolução Laranja era demasiadamente político), eis a letra da nova canção do grupo GreenJolly.
WE WON’T STAND THIS – NO! REVOLUTION IS ON!
'CAUSE LIES BE THE WEAPON OF MASS DESTRUCTION!
ALL TOGETHER WE’RE ONE! ALL TOGETHER WE’RE STRONG!
GOD BE MY WITNESS WE’VE WAITED TOO LONG!
Фальсифікаціям - ні! Махінаціям - ні!
Понятіям - ні! Ні брехні!
Віримо - Так! Можемо - так!
Знаю переможемо - Так! Так!
Разом нас багато нас не подолати!
WHAT YOU WANNA SAY TO YOUR DAUGHTERS AND SONS?
YOU KNOW THE BATTLE IS NOT OVER TILL THE BATTLE IS WON!
TRUTH BE THE WEAPON! WE AIN’T SCARED OF THE GUNS!
WE STAY UNDEFEATED, 'CAUSE TOGETHER WE’RE ONE!
Ми - вже разом! Ми - назавжди!
Ми - України доньки і сини!
Зараз як ніколи годі чекати
Разом нас багато - нас не подолати!
Разом нас багато - нас не подолати!
GreenJolly conquista a Europa
O grupo GreenJolly começou o seu torneio promocional europeu, denominado “Nascido na Revolução”, no dia 18 de Abril. Durante o torneio, grupo visitou 15 países da Europa, onde apresentou a versão internacional da sua canção “Razom nas bahato” (Juntos somos muitos), que é uma autêntica “Grândola vila morena” ucraniana.
Em todos estes países, GreenJolly cantaram a sua música, deram as conferências de imprensa, participaram nas performances, show’s e programas de Rádio e TV. O maior sonho do grupo, é partilhar com os europeus o espírito da Revolução Laranja, faze-los sentir o pulso da nova Ucrânia. “Gostaríamos ver a nossa canção se tornar o hino de todas as pessoas livres no Mundo”, - disse Roman Kalyn, líder do GreenJolly.
O site oficial do grupo GreenJolly:
http://www.greenjolly.net/
O site do GreenJolly, feito pelo Stepan Pasicznyk, ex - membro da banda ucraniano - britânica, "The Ukrainians"
http://www.greenjolly.co.uk/
Outras versões do "Razom nas bahato"
www.pa3om.co.uk
www.pa3om.com
O site internacional do Festival Eurovisão 2005
http://www.eurovision.tv/english/ukraine.htm
O site ucraniano do Festival Eurovisão 2005
http://www.eurovision.ua/intro_content.php
Versão polaca da “Razom nas bahato” – “Jest nas wielu”
www.music.com.ua/staff/Audio/bahato-master128.mp3
Vídeo da versão polaca:
mms://stream.interia.pl/56/rozni wykonawcy - Jest nas wielu _UMC_VD.wmv
O letra da versão polaca da “Razom nas bahato” – “Jest nas wielu”
(A música é cantada pelos 12 rapers mais famosos da Polónia, dinamizados pelo Doniu)
DONIU:
As fronteiras detém apenas alguns (acredite nisso),
cada um tem o seu próprio inferno (inferno).
Pensa nisso, apesar do sistema ainda nos vigiar,
que não é fácil para os inocentes.
Continua a batalha pelo amanha melhor (amanha melhor),
pensando com os músculos, dissemos simplesmente:
Juntos conseguimos virar as montanhas.
Don, Brigada A, Liber, Kris – defenderemos os chances hoje.
LIBER:
Hoje um, amanha outro primeiro ocupa o poder,
e nos, na escuridão andamos todos os dias.
Velho partido, novo partido puxa o povo,
e poucos deles falam das coroas de vencedores.
E o resto olha p’ra este teatrinho, tenha cuidado com o resto,
lutemos hoje pela felicidade.
E nas margens do Dnipro* que essa palavra vos apoie
Felicidades da Polónia – Brigada A!
KRIS:
Tira o jugo daqueles que me provocam,
obrigam me a aceitar o cativeiro.
Quero ter o caminho meu, isso é claro,
para que a luz do coração não se pare.
Atreves das mentiras, eles ficam no topo,
junto com diabo e dizem que deves se dobrar perante seus pés.
Mas a pedra na minha mão me diz, que tenho uma divida com eles,
irmãos - Deus nos protege numa causa justa.
Se agora não resolves algo,
jamais farás isso mais tarde (não farás).
REFRÃO:
Juntos somos muitos, não seremos vencidos x 4 vezes
DUŻE PE:
Perante microfone, não penso nos milhões,
eu penso naquilo, que ainda deve ser feito.
Não tenho que ganhar como um mosquito,
quero salvar a vida como Monar.
Quando nos gabinetes, o Mundo é dividido em parcelas,
estes sons amedrontam Lukashenko**.
Belarusos – sejam próximos,
assassinos – acabaram-se as suas dioxinas e tiros.
HANS:
Agora temos plena confiança naqueles que escolhemos,
por eles, ficamos no frio, vestidos de laranja.
Eu sou céptico – meu país me obriga à isso,
com grito bem forte neste disco, eu manifesto a minha resistência.
Os ideais são espezinhados, grandes palavras se esquecem,
as coisas pequenas são privadas (porcaria).
O realismo da Polónia – para a Ucrânia,
tenham olho vivo para tudo que lá começa.
É pá, políticos, todos vocês, lembrem-se da gente miuda,
porque sem eles, nenhum de vocês poderia ser tão grande.
Nunca se esquecem, porque gente não esquece,
por mentiras, falsidades chegará a hora de pagar tudo.
Porque juntos somos muitos – isso dá nos a coragem,
e não seremos vencidos, porque connosco vocês não conseguem
(E não seremos vencidos, porque connosco vocês não conseguem)
REFRÃO:
Juntos somos muitos – não seremos vencido x 4 vezes
MEZO:
Tudo na maior, a multidão determinada,
essas imagens mostram a força de democracia.
A falsidade obriga as pessoas a reagirem,
para acabar a desordem, acabar com a repressão.
Aperto de mão, essa grandeza não morreu para nos,
juntos somos muitos, temos os olhos abertos,
e somos preparados para a batalha,
nos lugares, onde não há liberdade,
onde é normal viver armado.
Não nos pára a força do ditado,
é a força do rap contra a força do medo.
OWAL:
Juntos somos muitos, não seremos vencidos
mesmo se a caneta secar e arder o papel.
Eu sei repar, eu procuro a satisfação,
o Mundo é feito pela diferença.
Descobre os novos lugares, como Marco Polo,
podes construir a grandeza, como o colosso de Rodes.
Podes fazer o solo ou podes estar juntos,
mas pelo toque do solo, o Mundo te paga com a marcha.
Dupla – juntemos os seus elementos juntos,
oiça o meu pensamento, muda o meu pensamento rapidamente.
Fé única e como seu símbolo,
amanha à sério, a sua boca gritará.
REFRÃO:
Juntos somos muitos – não seremos vencidos x 4 vezes
Fonte: http://www.pisni.org.ua
Essa tradução não profissional, foi feita exclusivamente e graciosamente para o nosso blogue pelo Lubko Deresh (cidade de Lviv, Ucrânia).
Legenda:
* Dnipro é o rio principal da Ucrânia, o símbolo da Nação e da ucrainidade.
(Em Portugal é mais conhecido pelo seu nome russo de Dnieper).
** Lukashenka – Aleksándr Lukashenka, Presidente da Belarus, responsável pelo regime ditatorial, criação dos esquadrões de morte, supressão dos direitos humanos mais básicos dos seus cidadãos, como liberdade de expressão, liberdade de reunião, etc.
Caso do "apito dourado" ucraniano
O Tribunal do bairro de Pechersk, em Kyiv, ordenou o arresto de 100% das acções do clube campeão da Ucrânia – FC Dynamo Kyiv.
Alem disso, o Tribunal proibiu a convocação das reuniões dos accionistas, tal como introdução de quaisquer mudanças nos documentos da Assembleia Constituinte do clube. O arresto, foi decidido pelo Tribunal, por causa de processo, movido contra o clube, pela empresa internacional Pacific International Sport Clubs Limited (PISCL). Representantes da empresa, afirmam, que os seus direitos foram violados, durante a revenda do clube. Neste momento a empresa é proprietária dos 0,1% das acções do FC Dynamo Kyiv.
O presidente do FC Dynamo Kyiv é chamado depor na justiça
O Ministério do Interior da Ucrânia (MINT), chamou o presidente do FC Dynamo Kyiv, Ihor Surkis, para depor sobre a transferência dos 1,1 milhões de USD da conta do clube, para a conta do Fundo “Ukrayina”, que pertence ao ex – presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma.
Entre os dias 11 à 15 de Abril, o Ministério do Interior, também convidou, várias conhecidas personalidades do país, para depor na justiça. Alguns deles, já foram convidados a depor antes, mas ignoraram os convites. Por exemplo, não quer aparecer na justiça, Sr. Ihor Ahmetov, irmão do oligarca de Donetsk Rinat Ahmetov (patrão e financiador do Yanukovich, que não passa da picareta falante deste). Ihor Ahmetov é um dos accionistas do maior Complexo Comercial da cidade de Donetsk - “Biliy Lebid”, que a máfia local extorquiu aos seus legítimos proprietários, sob ameaça de morte em 2002. Um dos alegados agiotas, (presidente de Assembleia regional de Donetsk e apoiante de Yanukovich), Boris Kolesnikov, foi detido e acusado de cometer o crime de “exigência de entrega da propriedade alheia ou direitos sobre a propriedade, consumada pelo funcionário no exercício de funções com uso do seu estatuto jurídico, com ameaças de assassinato, que resultou em perdas materiais de valor muito elevado”. O artigo 189, parte 4, do código Penal da Ucrânia, prevê uma pena de prisão de 7 à 12 anos e confisco dos bens.
O MINT também chamou a depor o Chefe do Departamento do MINT na província de Lviv, Oleh Salo, para explicações sobre o uso ilegal dos recursos do Estado, na construção de casa do campo do ex – ministro do Interior, major – general na reserva, Mykola Bilokin. Policia ucraniana ainda quer ouvir o ex – chefe da Administração Estatal da Administração do Presidente, Ihor Bakay, sobre a transferência dos fundos na conta do Fundo de Reconstrução e Desenvolvimento do Centro internacional juvenil “Artek”.
E finalmente, a Procuradoria Geral da Ucrânia, emitiu o mandato de busca e captura do general Oleksiy Pugach, que é suspeito de participar no assassínio do jornalista Georgiy Gongadze.
***
Dizem que o povo ucraniano é um povo dos humoristas. Isso talvez até pode ser verdade. Aqui queremos apresentar uma pequena parcela de anedotas, sobre o caso de alegada agiotagem, perpetuada pelos amigos íntimos do Yanukovich.
Pelos códigos de honra dos bandidos de Donetsk, Kolesnikov poderá substituir o Yanukovich no lugar do líder da oposição: o seu artigo do Código Penal é mais “expressivo”.
Pelos códigos de honra dos bandidos de Donetsk, Kolesnikov deverá entrar na cadeia apenas mais uma vez e poderá candidatar-se à Presidência da República.
Yanukovich exigiu rever os seus processos criminais, consumados trinta anos atras, porque as acusações de roubo de gorros e relógios aos cidadãos, foi um complot político, orquestrado pelo regime soviético. Testemunhas e vitimas, que deporam contra o Yanukovich (aqueles que ainda estão vivos), afirmaram que o caso foi, evidentemente, falsificado.
Já que a cidade de Donetsk prepara-se para defender o “filho da terra”, as televisões locais vão exibir os seriados patrióticos: “Padrinho”, “Bound - Ligações perigosas” e “Italian Job”.
Na cidade de Donetsk foi criada a Sociedade de Defesa dos Prisioneiros Políticos Don Carleone.
Extorsão dos gorros e relógios é um artigo do Código Penal, tradicional para as chefias do partido de Yanukovich.
- Os direitos da Oposição, serão garantidos por Lei! – disse presidente Viktor Yushenko, mostrando o Código Penal...
Nenhum empresário de Donetsk ficou indiferente à sorte de Kolesnikov. Metade como comparsas, outra metade como vitimas. Fonte: www.censor.net.ua
Yanukovich: O meu partido e toda a região de Donetsk, irão concordar com QUALQUER sentença justificativa no caso de Kolesnikov!!!
Autor: Коммісар Ржевський
Alem disso, o Tribunal proibiu a convocação das reuniões dos accionistas, tal como introdução de quaisquer mudanças nos documentos da Assembleia Constituinte do clube. O arresto, foi decidido pelo Tribunal, por causa de processo, movido contra o clube, pela empresa internacional Pacific International Sport Clubs Limited (PISCL). Representantes da empresa, afirmam, que os seus direitos foram violados, durante a revenda do clube. Neste momento a empresa é proprietária dos 0,1% das acções do FC Dynamo Kyiv.
O presidente do FC Dynamo Kyiv é chamado depor na justiça
O Ministério do Interior da Ucrânia (MINT), chamou o presidente do FC Dynamo Kyiv, Ihor Surkis, para depor sobre a transferência dos 1,1 milhões de USD da conta do clube, para a conta do Fundo “Ukrayina”, que pertence ao ex – presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma.
Entre os dias 11 à 15 de Abril, o Ministério do Interior, também convidou, várias conhecidas personalidades do país, para depor na justiça. Alguns deles, já foram convidados a depor antes, mas ignoraram os convites. Por exemplo, não quer aparecer na justiça, Sr. Ihor Ahmetov, irmão do oligarca de Donetsk Rinat Ahmetov (patrão e financiador do Yanukovich, que não passa da picareta falante deste). Ihor Ahmetov é um dos accionistas do maior Complexo Comercial da cidade de Donetsk - “Biliy Lebid”, que a máfia local extorquiu aos seus legítimos proprietários, sob ameaça de morte em 2002. Um dos alegados agiotas, (presidente de Assembleia regional de Donetsk e apoiante de Yanukovich), Boris Kolesnikov, foi detido e acusado de cometer o crime de “exigência de entrega da propriedade alheia ou direitos sobre a propriedade, consumada pelo funcionário no exercício de funções com uso do seu estatuto jurídico, com ameaças de assassinato, que resultou em perdas materiais de valor muito elevado”. O artigo 189, parte 4, do código Penal da Ucrânia, prevê uma pena de prisão de 7 à 12 anos e confisco dos bens.
O MINT também chamou a depor o Chefe do Departamento do MINT na província de Lviv, Oleh Salo, para explicações sobre o uso ilegal dos recursos do Estado, na construção de casa do campo do ex – ministro do Interior, major – general na reserva, Mykola Bilokin. Policia ucraniana ainda quer ouvir o ex – chefe da Administração Estatal da Administração do Presidente, Ihor Bakay, sobre a transferência dos fundos na conta do Fundo de Reconstrução e Desenvolvimento do Centro internacional juvenil “Artek”.
E finalmente, a Procuradoria Geral da Ucrânia, emitiu o mandato de busca e captura do general Oleksiy Pugach, que é suspeito de participar no assassínio do jornalista Georgiy Gongadze.
***
Dizem que o povo ucraniano é um povo dos humoristas. Isso talvez até pode ser verdade. Aqui queremos apresentar uma pequena parcela de anedotas, sobre o caso de alegada agiotagem, perpetuada pelos amigos íntimos do Yanukovich.
Pelos códigos de honra dos bandidos de Donetsk, Kolesnikov poderá substituir o Yanukovich no lugar do líder da oposição: o seu artigo do Código Penal é mais “expressivo”.
Pelos códigos de honra dos bandidos de Donetsk, Kolesnikov deverá entrar na cadeia apenas mais uma vez e poderá candidatar-se à Presidência da República.
Yanukovich exigiu rever os seus processos criminais, consumados trinta anos atras, porque as acusações de roubo de gorros e relógios aos cidadãos, foi um complot político, orquestrado pelo regime soviético. Testemunhas e vitimas, que deporam contra o Yanukovich (aqueles que ainda estão vivos), afirmaram que o caso foi, evidentemente, falsificado.
Já que a cidade de Donetsk prepara-se para defender o “filho da terra”, as televisões locais vão exibir os seriados patrióticos: “Padrinho”, “Bound - Ligações perigosas” e “Italian Job”.
Na cidade de Donetsk foi criada a Sociedade de Defesa dos Prisioneiros Políticos Don Carleone.
Extorsão dos gorros e relógios é um artigo do Código Penal, tradicional para as chefias do partido de Yanukovich.
- Os direitos da Oposição, serão garantidos por Lei! – disse presidente Viktor Yushenko, mostrando o Código Penal...
Nenhum empresário de Donetsk ficou indiferente à sorte de Kolesnikov. Metade como comparsas, outra metade como vitimas. Fonte: www.censor.net.ua
Yanukovich: O meu partido e toda a região de Donetsk, irão concordar com QUALQUER sentença justificativa no caso de Kolesnikov!!!
Autor: Коммісар Ржевський
Chornobyl – o 19-no aniversário da tragédia europeia
O acidente no Central Nuclear ucraniano de Chornobyl (essa é a maneira correcta de pronunciar a palavra em ucraniano), aconteceu no dia 26 de Abril de 1986. Milhares de pessoas morreram (4.400 pelos dados oficiais), a zona de 30 km em redor do reactor foi declarada uma zona interdita e um sarcófago feito do betão armado foi construído, para não deixar escapar a radiação.
Milhões de ucranianos foram afectados, assim como as pessoas na vizinha Belarus. A radiação que escapou do reactor, provoca todo o tipo de cancros, e os níveis de morte ligados ao cancro, subiram na Ucrânia e Belarus, vertiginosamente. A capital ucraniana, Kyiv, fica à uma distância de apenas 180 km de Chornobyl! E mesmo assim, foi uma obra de Deus, porque o Ministério da Energia Atómica soviético, planeava construir o reactor na localidade de Boryspil (apenas 30 km da capital)!
O regime político do presidente Kuchma, recusava-se incluir a cidade de Kyiv na zona, abrangida pela programa de ajuda às pessoas atingidas pela catástrofe, por razões meramente económicas (população de Kyiv é de 2,6 milhões de habitantes). Várias pessoas viram baixar a qualidade das suas vidas, pois os centros médicos especializados em tratamentos ligados à radiologia, recusam-se de tratar os moradores de Kyiv, argumentando que os citadinos não tinham este direito legal!
A comunicação social portuguesa, ignorou quase por completo, o trágico aniversário da Catástrofe. Mas não devemos esquecer essa tragédia, para que não aconteça novamente.
Chornobyl em ucraniano, é uma palavra emblemática, pois significa absinto, uma planta extremamente amarga. Não fosse este o nome do Central, não seria visto como uma profecia, o que está escrito no livro de Apocalipse 8:10, que diz: “E caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma lâmpada, e ela caiu sobre um terço dos rios e sobre as fontes de águas. E o nome da estrela chama-se Absinto. E um terço das águas transformou-se em absinto, e muitos dos homens morreram por causa das águas, porque foram feitas amargas."
Às 09:30 de 27 de Abril de 1986, os monitores de radiação na Central Nuclear de Forsmark, perto de Uppsala, Suécia, detectaram níveis anormais de iodo e cobalto, motivando a evacuação dos funcionários da área devido a vazamento nuclear. Os especialistas não constataram nenhum problema na Central. O problema estava no ar. Foram verificados níveis anormais no norte e centro da Finlândia. Em Oslo, na Noruega, os níveis dobraram. Na Dinamarca, subiram cinco vezes.
Os suecos através da embaixada em Moscovo, interpelaram o Comité Estatal para o Uso da Energia Atómica da URSS e a Organização Internacional de Energia Atómica, devido a suspeita de que os ventos que traziam radioactividade à Escandinávia vinham da Ucrânia. Moscovo negou durante 2 dias qualquer anormalidade. Mas a presença de ruténio nas amostras analisadas na Suécia era emblemática, visto que o ruténio se funde a 2.255°C, sugerindo uma explosão grave. Só em 28 de Abril, no fim do dia, o Moscovo assumiu o acidente nuclear de Chornobyl. Quase 12 horas depois, às 09:02, o telejornal soviético apresentou uma breve declaração sobre: "uma explosão, incêndio e fusão do reactor na Central Nuclear Vladímir Lenin em Pripyat".
Um satélite americano, estacionado sobre a Ucrânia, fotografou o reactor 4 com o tecto destroçado e ainda em chamas, com fumaça vertendo do interior. Mas para dar a ideia de normalidade, os alunos das escolas em Kyiv e Minsk, foram obrigados a participar nos desfiles das comemorações do 1° de Maio. No dia 3 de Maio a nuvem radioactiva estava sobre o Japão e no dia 5 de Maio chegou aos EUA e Canadá. Mikhail Gorbachov, tão querido em todo o mundo, demorou 18 dias(!) para falar sobre o acidente, fazendo-o apenas em 14 de Maio.
A cidade de Pripyat, que abrigava o Central foi abandonada e o acidente inutilizou uma área equivalente a um Portugal e meio, 140.000 quilómetros quadrados. Por centenas ou até milhares de anos.
25 de Abril de 1986 era a data prevista para o início dos trabalhos de manutenção da unidade 4 da Central Nuclear de Chernobyl, nordeste da Ucrânia, em funcionamento desde Abril de 1984. Outros reactores do mesmo tipo (RBMK), estão na Lituânia: Ignalina (2) e na Rússia: cidades de Kursk (4); Sankt - Petersburgo (4) e Smolensk (3).
A Central de Chornobyl funcionava com quatro reactores de 1.000 MW, que entraram em funcionamento em 1978, 1979, 1982 e 1984. Cada um alimentava dois geradores de energia eléctrica. O projecto nuclear soviético conhecido pelo acróstico russo de RBMK (reactor de grande potência do tipo canal), reactor com urânio enriquecido refrigerado à água fervente, moderado a grafite, é um reactor evoluído a partir de um modelo militar, cujo objectivo é a produção de plutónio a partir do urânio em seu interior.
O núcleo do reactor é um cilindro de grafite com 11,8 m de diâmetro e 7 m de altura, o qual está num bloco de concreto de 22 X 22 X 26 m sobre uma estrutura metálica. Por baixo, existe um espaço, parcialmente cheio de água, que deve receber a mistura de água e vapor no caso de haver ruptura em um dos canais de circulação, causando condensação do vapor. O núcleo é protegido por uma blindagem, composta de ferro com cimento contendo bário.
O resfriamento do moderador é feito por meio da circulação, dentro do cilindro metálico, de uma mistura de hélio e nitrogénio. Por causa do esfriamento de neutrónios e da absorção de raios gama, em condições de funcionamento estável, o moderador chega à temperatura de 700ºC, podendo absorver 150 MW, equivalentes a 5% da potência total gerada pelo reactor. O sistema de controle e protecção consiste de 211 barras de controle, feitas de boro, absorvente de neutrónios, colocadas em canais separados dentro do moderador, de forma a poderem ser inseridas no núcleo. O moderador contém 1.661 canais para abrigar conjuntos de combustível, revestidos de zircaloy, uma liga de zircónio com 1% de nióbio. Cada
conjunto consiste de dois subconjuntos, que, por sua vez, contêm 18 elementos individuais, cada um com 3,6 kg de óxido de urânio em pastilhas, enriquecido a 2%. No caso de "queima completa" do combustível, a energia é de 20 MW dia por quilo de urânio e o combustível queimado contém 2,3 kg de plutónio por tonelada. O núcleo da unidade 4 tinha uma queima média de 1 kg a cada 10,3 dias.
Oposição belarusa relembra o aniversário da tragédia
Na capital de Belarus, cidade de Minsk, o dia 26 de Abril foi assinalado por uma marcha de oposição, denominada “O caminho de Chornobyl”. Na passagem da marcha junto à Administração presidencial, os manifestantes pacíficos foram atacados pela Polícia de Intervenção Rápida (OMON), que resultou na detenção dos 5 cidadãos da Ucrânia, membros da organização juvenil “Aliança nacional”, 14 cidadãos russos e 13 cidadãos de Belarus.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, emitiu uma nota de protesto dirigida à embaixada de Belarus em Kyiv, onde declara: “Maior inquietação, é desperta pelo facto, do que os representantes da embaixada da Ucrânia em Belarus, não foram autorizados de visitar os cidadãos ucranianos detidos, procedimento que viola a Convenção de Viena sobre relações consulares de 1963”.
O MNE ucraniano afirma que a sua embaixada em Minsk, faz todas as diligências possíveis, para defender os direitos e interesses dos cidadãos ucranianos e proceder a sua libertação.
Na cidade belarusa de Mohilew, o dia 26 de Abril foi também comemorado pela marcha pacifica, conduzida pela organização juvenil “Zubr” (Bisão europeu). Na marcha participaram cerca de duas dezenas de activistas, que montaram um cordão em frente da Câmara municipal da cidade.
Alguns minutos depois do início da marcha, os jovens foram atacados pela OMON e 14 activistas, homens e mulheres, foram detidos e conduzidos à esquadra de polícia do bairro de Lenin(!), da cidade. Posteriormente, os jovens foram advertidos à não participar nas futuras manifestações idênticas e postos em liberdade.
Declaração do Movimento “Zubr”, 27 de Abril de 2005, (abreviada)
O aniversário da Catástrofe de Chornobyl, foi comemorada pelo regime de Lukashenka com prisões em massa e espancamentos dos cidadãos de Belarus, Ucrânia e Rússia. <...> O último ditador europeu mostrou, até que ponto o seu medo das manifestações da rua, pacíficas e populares, é forte. Lukashenka meteu a si próprio numa insolação: ele está sozinho contra todos, e todos contra ele. A bandeira ucraniana rasgada pela OMON de Minsk, os cidadãos russos espancados – é a hospitalidade do ditador possuído.
Movimento “Zubr” afirma que Aleksándr Lukashenka e os seus comparsas já muito tempo não representam o povo de Belarus e brevemente terão que responder perante os tribunais nacionais e internacionais, pelas ilegalidades cometidas contra o povo de Belarus e contra os nossos vizinhos.
“Zubr” exige:
Libertação imediata dos participantes nacionais e estrangeiros do “Caminho de Chornobyl”, dissolver OMON de Minsk como organização criminosa e investigar as suas actividades de esmagamento dos direitos e liberdades dos cidadãos.
Estaremos juntos e Belarus ficará livre!
Movimento de resistência “Zubr”
Miensk, Belarus.
Nomes dos ucranianos, presos em Belarus:
Ihor Guz, Andriy Bokoch, Oleksander Mashlay, Oleksiy Panasyuk, Andriy Grymalyuk.
(Ігор Гузь, Андрій Бокоч, Олександр Машлай, Олексій Панасюк, Андрій Грималюк.)
Os ucranianos detidos, se encontravam em Belarus, para rubricar um acordo de cooperação entre a sua organização, “Aliança nacional” e a Frente Juvenil da Belarus.
Milhões de ucranianos foram afectados, assim como as pessoas na vizinha Belarus. A radiação que escapou do reactor, provoca todo o tipo de cancros, e os níveis de morte ligados ao cancro, subiram na Ucrânia e Belarus, vertiginosamente. A capital ucraniana, Kyiv, fica à uma distância de apenas 180 km de Chornobyl! E mesmo assim, foi uma obra de Deus, porque o Ministério da Energia Atómica soviético, planeava construir o reactor na localidade de Boryspil (apenas 30 km da capital)!
O regime político do presidente Kuchma, recusava-se incluir a cidade de Kyiv na zona, abrangida pela programa de ajuda às pessoas atingidas pela catástrofe, por razões meramente económicas (população de Kyiv é de 2,6 milhões de habitantes). Várias pessoas viram baixar a qualidade das suas vidas, pois os centros médicos especializados em tratamentos ligados à radiologia, recusam-se de tratar os moradores de Kyiv, argumentando que os citadinos não tinham este direito legal!
A comunicação social portuguesa, ignorou quase por completo, o trágico aniversário da Catástrofe. Mas não devemos esquecer essa tragédia, para que não aconteça novamente.
Chornobyl em ucraniano, é uma palavra emblemática, pois significa absinto, uma planta extremamente amarga. Não fosse este o nome do Central, não seria visto como uma profecia, o que está escrito no livro de Apocalipse 8:10, que diz: “E caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma lâmpada, e ela caiu sobre um terço dos rios e sobre as fontes de águas. E o nome da estrela chama-se Absinto. E um terço das águas transformou-se em absinto, e muitos dos homens morreram por causa das águas, porque foram feitas amargas."
Às 09:30 de 27 de Abril de 1986, os monitores de radiação na Central Nuclear de Forsmark, perto de Uppsala, Suécia, detectaram níveis anormais de iodo e cobalto, motivando a evacuação dos funcionários da área devido a vazamento nuclear. Os especialistas não constataram nenhum problema na Central. O problema estava no ar. Foram verificados níveis anormais no norte e centro da Finlândia. Em Oslo, na Noruega, os níveis dobraram. Na Dinamarca, subiram cinco vezes.
Os suecos através da embaixada em Moscovo, interpelaram o Comité Estatal para o Uso da Energia Atómica da URSS e a Organização Internacional de Energia Atómica, devido a suspeita de que os ventos que traziam radioactividade à Escandinávia vinham da Ucrânia. Moscovo negou durante 2 dias qualquer anormalidade. Mas a presença de ruténio nas amostras analisadas na Suécia era emblemática, visto que o ruténio se funde a 2.255°C, sugerindo uma explosão grave. Só em 28 de Abril, no fim do dia, o Moscovo assumiu o acidente nuclear de Chornobyl. Quase 12 horas depois, às 09:02, o telejornal soviético apresentou uma breve declaração sobre: "uma explosão, incêndio e fusão do reactor na Central Nuclear Vladímir Lenin em Pripyat".
Um satélite americano, estacionado sobre a Ucrânia, fotografou o reactor 4 com o tecto destroçado e ainda em chamas, com fumaça vertendo do interior. Mas para dar a ideia de normalidade, os alunos das escolas em Kyiv e Minsk, foram obrigados a participar nos desfiles das comemorações do 1° de Maio. No dia 3 de Maio a nuvem radioactiva estava sobre o Japão e no dia 5 de Maio chegou aos EUA e Canadá. Mikhail Gorbachov, tão querido em todo o mundo, demorou 18 dias(!) para falar sobre o acidente, fazendo-o apenas em 14 de Maio.
A cidade de Pripyat, que abrigava o Central foi abandonada e o acidente inutilizou uma área equivalente a um Portugal e meio, 140.000 quilómetros quadrados. Por centenas ou até milhares de anos.
25 de Abril de 1986 era a data prevista para o início dos trabalhos de manutenção da unidade 4 da Central Nuclear de Chernobyl, nordeste da Ucrânia, em funcionamento desde Abril de 1984. Outros reactores do mesmo tipo (RBMK), estão na Lituânia: Ignalina (2) e na Rússia: cidades de Kursk (4); Sankt - Petersburgo (4) e Smolensk (3).
A Central de Chornobyl funcionava com quatro reactores de 1.000 MW, que entraram em funcionamento em 1978, 1979, 1982 e 1984. Cada um alimentava dois geradores de energia eléctrica. O projecto nuclear soviético conhecido pelo acróstico russo de RBMK (reactor de grande potência do tipo canal), reactor com urânio enriquecido refrigerado à água fervente, moderado a grafite, é um reactor evoluído a partir de um modelo militar, cujo objectivo é a produção de plutónio a partir do urânio em seu interior.
O núcleo do reactor é um cilindro de grafite com 11,8 m de diâmetro e 7 m de altura, o qual está num bloco de concreto de 22 X 22 X 26 m sobre uma estrutura metálica. Por baixo, existe um espaço, parcialmente cheio de água, que deve receber a mistura de água e vapor no caso de haver ruptura em um dos canais de circulação, causando condensação do vapor. O núcleo é protegido por uma blindagem, composta de ferro com cimento contendo bário.
O resfriamento do moderador é feito por meio da circulação, dentro do cilindro metálico, de uma mistura de hélio e nitrogénio. Por causa do esfriamento de neutrónios e da absorção de raios gama, em condições de funcionamento estável, o moderador chega à temperatura de 700ºC, podendo absorver 150 MW, equivalentes a 5% da potência total gerada pelo reactor. O sistema de controle e protecção consiste de 211 barras de controle, feitas de boro, absorvente de neutrónios, colocadas em canais separados dentro do moderador, de forma a poderem ser inseridas no núcleo. O moderador contém 1.661 canais para abrigar conjuntos de combustível, revestidos de zircaloy, uma liga de zircónio com 1% de nióbio. Cada
conjunto consiste de dois subconjuntos, que, por sua vez, contêm 18 elementos individuais, cada um com 3,6 kg de óxido de urânio em pastilhas, enriquecido a 2%. No caso de "queima completa" do combustível, a energia é de 20 MW dia por quilo de urânio e o combustível queimado contém 2,3 kg de plutónio por tonelada. O núcleo da unidade 4 tinha uma queima média de 1 kg a cada 10,3 dias.
Oposição belarusa relembra o aniversário da tragédia
Na capital de Belarus, cidade de Minsk, o dia 26 de Abril foi assinalado por uma marcha de oposição, denominada “O caminho de Chornobyl”. Na passagem da marcha junto à Administração presidencial, os manifestantes pacíficos foram atacados pela Polícia de Intervenção Rápida (OMON), que resultou na detenção dos 5 cidadãos da Ucrânia, membros da organização juvenil “Aliança nacional”, 14 cidadãos russos e 13 cidadãos de Belarus.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, emitiu uma nota de protesto dirigida à embaixada de Belarus em Kyiv, onde declara: “Maior inquietação, é desperta pelo facto, do que os representantes da embaixada da Ucrânia em Belarus, não foram autorizados de visitar os cidadãos ucranianos detidos, procedimento que viola a Convenção de Viena sobre relações consulares de 1963”.
O MNE ucraniano afirma que a sua embaixada em Minsk, faz todas as diligências possíveis, para defender os direitos e interesses dos cidadãos ucranianos e proceder a sua libertação.
Na cidade belarusa de Mohilew, o dia 26 de Abril foi também comemorado pela marcha pacifica, conduzida pela organização juvenil “Zubr” (Bisão europeu). Na marcha participaram cerca de duas dezenas de activistas, que montaram um cordão em frente da Câmara municipal da cidade.
Alguns minutos depois do início da marcha, os jovens foram atacados pela OMON e 14 activistas, homens e mulheres, foram detidos e conduzidos à esquadra de polícia do bairro de Lenin(!), da cidade. Posteriormente, os jovens foram advertidos à não participar nas futuras manifestações idênticas e postos em liberdade.
Declaração do Movimento “Zubr”, 27 de Abril de 2005, (abreviada)
O aniversário da Catástrofe de Chornobyl, foi comemorada pelo regime de Lukashenka com prisões em massa e espancamentos dos cidadãos de Belarus, Ucrânia e Rússia. <...> O último ditador europeu mostrou, até que ponto o seu medo das manifestações da rua, pacíficas e populares, é forte. Lukashenka meteu a si próprio numa insolação: ele está sozinho contra todos, e todos contra ele. A bandeira ucraniana rasgada pela OMON de Minsk, os cidadãos russos espancados – é a hospitalidade do ditador possuído.
Movimento “Zubr” afirma que Aleksándr Lukashenka e os seus comparsas já muito tempo não representam o povo de Belarus e brevemente terão que responder perante os tribunais nacionais e internacionais, pelas ilegalidades cometidas contra o povo de Belarus e contra os nossos vizinhos.
“Zubr” exige:
Libertação imediata dos participantes nacionais e estrangeiros do “Caminho de Chornobyl”, dissolver OMON de Minsk como organização criminosa e investigar as suas actividades de esmagamento dos direitos e liberdades dos cidadãos.
Estaremos juntos e Belarus ficará livre!
Movimento de resistência “Zubr”
Miensk, Belarus.
Nomes dos ucranianos, presos em Belarus:
Ihor Guz, Andriy Bokoch, Oleksander Mashlay, Oleksiy Panasyuk, Andriy Grymalyuk.
(Ігор Гузь, Андрій Бокоч, Олександр Машлай, Олексій Панасюк, Андрій Грималюк.)
Os ucranianos detidos, se encontravam em Belarus, para rubricar um acordo de cooperação entre a sua organização, “Aliança nacional” e a Frente Juvenil da Belarus.
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