Um dos mitos anti-ucranianos em voga é o mito de “ucrainização total” da Ucrânia, o processo que alegadamente começou em 1991 e intensificou-se em após a vitória da Revolução Laranja em 2004. Vejamos um caso real desta “ucrainização”…
No dia 13 de Setembro de 2010 o Tribunal Judicial do Bairro Leninsky da cidade de Mykolaiv, julgou o caso do cidadão aposentado Anatoliy Ilchenko, acusado pela funcionária do Oschadbank da Ucrânia (Banco de Poupança) de exigência em ser atendido em língua ucraniana, e após a sua recusa categórica, exigência que lhe seja facultado o Livro de Reclamações. Como resultado, o Tribunal considerou o cidadão Anatoliy Ilchenko culpado de cometer a infracção administrativa (Artigo 173 do Código das Infracções Administrativas; o respondente alegadamente perturbou o funcionamento do banco) e condenou-o a pagar a multa de 51 UAH (6,45 USD / 5,03 Eur).
Como se desenrolou o caso?
No dia 10 de Setembro, Anatoliy Ilchenko entrou na agência do banco para levantar a sua reforma. A caixeira de plantão, Lubov Vasilyivna Perkhaeva recusou lhe prestar esclarecimentos necessários em língua ucraniana (o banco é uma empresa pública, financiada parcialmente pelos impostos dos cidadãos ucranianos).
Após receber o formulário apenas em língua russa, o aposentado o devolveu à caixeira escrevendo “Não entendi o texto” e pediu o formulário em língua ucraniana. A funcionária respondeu-lhe que neste caso ele não irá receber nem o formulário, nem a sua reforma.
O reformado exigiu o Livro de Reclamações que recebeu após muitas exigências, o Livro era um simples caderno não autenticado, com páginas não numeradas e não possuía outros atributos obrigatórios em este tipo de documentação legal. Anatoliy Ilchenko chamou a polícia de segurança pública, explicando que levaria o livro ilegal como a prova de infracção administrativa. A caixeira, por sua vez chamou o pessoal de segurança do banco.
Anatoliy Ilchenko devolveu o livro ilegal, enquanto a polícia considerou que as suas acções tinham os “indícios de hooliganismo”, em resultado, foi instaurado um processo – crime contra o aposentado.
No dia do julgamento, Anatoliy Ilchenko apareceu no tribunal acompanhado pelo tradutor, explicando que não entende nenhuma outra língua, além do ucraniano. Após a decisão do tribunal, Anatoliy Ilchenko, recusou-se assinar o protocolo judicial, pois este também era preenchido apenas em língua russa. A Juíza do caso afirma que o respondente teve o conhecimento da decisão judicial, mas se recusou a assiná-la.
Anatoliy Ilchenko tenciona contestar esta decisão nos tribunais superiores.
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O mito sobre a “ucrainização total” foi criado pelos politólogos de um país vizinho e por vezes é repetido pelos ocidentais ingénuos, desde a esquerda liberal até o “centrão” pouco esclarecido. No entanto, 19 anos após a Independência nacional, a situação vivida pela língua ucraniana na Ucrânia é preocupante, a única língua oficial do país é discriminada, ignorada, perseguida e necessita de uma defesa urgente, antes de se tornar mais uma língua morta. Os ucranianos conscientes não pedem nenhuma “ucrainização total” da Ucrânia, mas as igualdades de tratamento para a língua que pode ser considerada materna por cerca de 77,8% da população ucraniana.
Se desejar dizer algo ao Oschadbank da Ucrânia, poderá usar esta forma de contacto:
http://www.oschadnybank.com/ua/contacts.html.php
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