segunda-feira, agosto 17, 2009

Yushchenko responde ao medved selvagem

Presidente russo, como um bom russo, escreveu a carta e gravou o vídeo com a sua mensagem para o Presidente da Ucrânia, em língua russa. O Presidente da Ucrânia, como um europeu educado, respondeu ao seu homólogo na língua dele, começando a carta com a frase “Respeitoso, Dmitri Anatolyevich” e terminando com: “Com respeito, Viktor Yushchenko”.

Eis a essência da resposta ucraniana:

“Vou ser sincero, fiquei muito desiludido com o carácter não amistoso da mensagem. Não posso deixar de estar de acordo sobre que há sérios problemas entre os nossos países, mas é estranho que o Senhor exclua qualquer responsabilidade disso da parte da Rússia”, responde Viktor Yushchenko em uma carta publicada na página oficial do Presidente da Ucrânia na Internet.
1. Geórgia: “A posição da Ucrânia em relação aos acontecimentos do ano passado na Geórgia é conhecida e coincide com as posições de praticamente todos os países do mundo. Ela consiste no respeito exclusivo da soberania, da integridade territorial e a inviolabilidade das fronteiras do Estado georgiano ou de qualquer outro. /.../ A Geórgia não era e não é o objecto de nenhuma sanção ou embargo internacional do Conselho de Segurança da ONU, da OSCE, União Europeia ou outras organizações internacionais, referentes ao fornecimento do armamento, maquinas de guerra ou os produtos do uso duplo. Além disso, a proposta russa de impuser tais limitações no âmbito da OSCE, apresentada após o conflito russo – georgiano, não recebeu o apoio”.

2. NATO: “Isso nos obriga outra vez repetir as verdades básicas, do que o direito de escolher os meios internacionais da defesa da segurança nacional, nomeadamente, a participação em organizações político – militares, é o direito básico da soberania nacional do qualquer país, a Rússia o deve respeitar”.

3. Armada russa do Mar Negro: “Quero recordar, que o artigo 17 da Constituição da Ucrânia não permite a existência no território nacional das bases dos países estrangeiros. Ao mesmo tempo, o nosso país honra as suas obrigações internacionais sobre a permanência temporária da Frota do Mar Negro da Federação Russa no território da Ucrânia até o dia 28 de Maio de 2017. /.../ Durante todo o período da permanência da Frota russa no território da Ucrânia, os seus dirigentes violavam sistematicamente os acordos bilaterais e as leis ucranianas, sobre o que a Ucrânia permanentemente informava a contraparte russa”.

4. História: “A sua carta repete as recriminações conhecidas, cuja finalidade é a tentativa de privar a Ucrânia de ter a sua própria visão da sua própria história, seus interesses nacionais, as prioridades da política externa. /.../ Levantando a questão do reconhecimento internacional do Holodomor na Ucrânia em 1932-33, o povo ucraniano também paga o tributo da memória aos milhões dos russos, belarusos, kazaques e representantes de outras nacionalidades, que morreram de fome na região de Volga, Caúcaso do Norte, Kazaquistão e outras regiões da ex – URSS.

5. Situação da língua russa na Ucrânia: “Uma análise elementar e não engajada da situação linguística na Ucrânia e na Rússia testemunham sobre os factos absolutamente opostos. Exactamente na Federação Russa, hoje a minoria ucraniana é praticamente privada da possibilidade de realizar o seu direito de satisfazer as suas necessidades nacionais e culturais”.

6. Dois diplomatas russos expulsos: “Temos que frisar, que antes da acção à que fomos obrigados, nos fornecemos à contraparte russa, em três ocasiões separadas, a informação sobre as acções ilegítimas dos referidos diplomatas de alta patente. A parte ucraniana apresentou a base material bastante extensiva, que provava as suas actividades na Ucrânia, que lesaram os interesses nacionais ucranianos. Ao mesmo tempo, as acções da contraparte russa contra o diplomata ucraniano são absolutamente gratuitas e infundadas”.

Em jeito do comentário:

1. Pessoalmente, acreditava, que a Rússia irá “pedalar” a situação com a “não designação” do embaixador até as eleições, subsidiando deste jeito a subida da popularidade da candidatura presidencial do Yanukovich. Mas pelos vistos, neste caso, Yulia Timoshenko foi mais ágil, pois também declarou imediatamente, que “quando for presidente, será melhor amiga do grande vizinho”.
2. Como tal, parece que os russos optaram por não complicar a situação, sob a pena de ficarem sem o representante oficial durante o “Inverno eleitoral quente”, informando quase de imediato, que Medvedev nomeou Mikhail Zuravov, antigo ministro da Saúde e da Segurança Social, como o novo embaixador da Rússia na Ucrânia.
3. Conhecido na Rússia como o “ministro que arruinou a Saúde”, especula-se que Zuravov foi enviado a Ucrânia como o “testa de ferro”, para arruinar aquilo que ainda está de pé nas relações entre os dois países. Neste aspecto digo, que “ver – vamos”.
4. Acredito também que até as eleições presidenciais ucranianas, marcadas para o dia 17 de Janeiro, a Nigéria do Norte ainda tentará muitas artimanhas, para influenciar o eleitorado ucraniano. No fim, espero que novamente “levará nas fuças”, para depois poder se queixar do que foi vencida pelos “dinheiros da CIA e agentes do George Soros”.
5. Original da carta do Presidente Viktor Yushchenko ao seu homólogo russo: http://www.president.gov.ua/ru/news/14676.html

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