terça-feira, junho 30, 2009

As cores ucranianas do Paraná

A exposição “Miguel Bakun: A Natureza do Destino”, que abre no dia 30 de Junho na Casa Andrade Muricy, na cidade de Curitiba, marcam os 100 anos de nascimento do artista plástico Miguel Bakun, de ascendência ucraniana e nascido em 1909, na pequena Mallet, sul do Estado do Paraná (Brasil).

Publicado em 28/06/2009 ANNALICE DEL VECCHIO – Gazeta do Povo

Os paralelos entre vida e obra do pintor, comummente traçados em exposições retrospectivas, merecem pouco destaque nesta mostra que pretende alertar justamente para a necessidade de se prestar mais atenção ao legado artístico de Bakun e menos ao mito criado em torno de sua vida – e, principalmente, de sua morte: ele se suicidou aos 53 anos, em 14 de Fevereiro de 1963, após um período de depressão.
“A cidade está sempre matando Bakun por falar de sua morte antes mesmo de mencionar sua obra. É justamente o contrário do que deve ser feito”, diz a artista plástica Eliane Prolik, idealizadora da exposição.

Durante a mostra, ela lança o livro de mesmo nome, que reúne imagens de 60 obras de Bakun; textos dos críticos Ronaldo Brito, Artur Freitas e da própria Eliane; um ensaio de 1976, escrito pelo crítico e artista plástico Nelson Luz, falecido em 1977; e uma cronologia. O livro de 112 páginas será vendido a R$ 30.

Eliane tomou contacto com a pintura de Bakun em 1970, quando sua família adquiriu algumas obras do artista. A intimidade com as telas a levaria, em 2000, a desenvolver uma monografia sobre Bakun para o curso de pós-graduação em História da Arte do Século 20, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

A intenção, desde aquela época, já era transformar o trabalho académico em livro e exposição itinerante. Mas só nove anos mais tarde isso se tornaria possível, com a aprovação do projecto pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. “A data não foi pensada, mas veio bem a calhar”, diz a artista, que abre a exposição e lança o livro no ano em que se comemoram os 100 anos de nascimento de Miguel Bakun.

Eliane conta que houve interesse da editora paulista Cosac Naify em publicar o livro, mas preferiu mantê-lo dentro da lei de incentivo como forma de lançá-lo, junto com a exposição, primeiro em Curitiba. “É preciso haver mais entendimento sobre sua trajectória na própria cidade onde ele viveu. As obras nos acervos públicos do Paraná poderiam ser mais numerosas, e Bakun poderia ser representado em museus nacionais”, analisa a artista, que negocia uma exposição no Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo, no ano que vem.

Para compor a mostra, Eliane emprestou obras dos museus de Curitiba e de colecções privadas. “Não é uma retrospectiva de grande porte, é uma mostra que permite visualizar a poética do artista”, diz. Se o próprio Bakun elegeu as paisagens como foco principal de seu trabalho, a artista decidiu que elas seriam o tema da exposição – dentre as 50 obras, há apenas um retrato e uma natureza morta.
Para pintar, Bakun ia aos arredores de Curitiba, onde retratava marinhas, pinheirais, cafezais, lagos e fundos de quintal com uma paleta de cores que variava muito pouco: entre o amarelo, o azul, o verde e o branco. “Isso acaba sendo a sua grande força, cria uma identidade”, explica Eliane.

Sobre essa “economia expressiva” de um artista que se inventava como podia, isolado do mundo em uma cidade pouco visível culturalmente, escreve o crítico Ronaldo Brito, no livro: “As suas telas modestas, marginais na acepção da escrita, agarram com vontade o mundo, o seu pequeno momento de mundo. Vorazes à sua maneira, ela o tomam pelo desenho tosco e brusco e, sobretudo, graças a uma tinta aflita que absorve pelos poros a paisagem até torná-la uma com o artista”.
Serviço

Miguel Bakun: A Natureza do Destino. Casa Andrade Muricy (Alameda Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4798. Abertura da mostra da lançamento do livro de mesmo nome, dia 30, às 19 horas. Terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas; sábado e domingo, das 10 às 16 horas. Até 9 de Agosto.

Saiba mais sobre a vida e a obra de Miguel Bakun

1909 – Nasce em 28 de Outubro, em Mallet, sul do Paraná.
De 1926 a 1930 – Aos 17 anos, alista-se na Escola de Aprendizes da Marinha, em Paranaguá. Em 1928, em estágio na Ilha de Villegaignon (RJ), conhece José Pancetti, então cabo da Marinha e pintor de convés. Os dois futuros artistas desenham juntos pequenos esboços. Devido a uma queda do alto do mastro do navio, recebe baixa e passa a receber pensão da Marinha. Muda-se para Curitiba, onde desenvolverá sua produção artística.
De 1931 a 1938 – Trabalha como fotógrafo ambulante, executa anúncios comerciais, letreiros e decorações de interiores. Dedica-se à pintura como autodidacta. Em 1938, casa-se com Teresa Veneri, viúva de um militar, com três filhos de seu primeiro casamento.
1939 – Viaja para o Rio de Janeiro para tentar se estabelecer profissionalmente, onde reencontra Pancetti.
1940 – De volta a Curitiba, participa de ateliê colectivo cedido a vários artistas pela prefeitura, o que estimula sua produção. Desde então, passa a produzir intensamente e recebe inúmeros prêmios em salões estaduais e nacionais.
1963 – Angustiado e em depressão, suicida-se em 14 de Fevereiro, aos 53 anos.

Ver os quadros do pintor:
http://kalena-artedosultrazidasdaeuropa.blogspot.com/search/label/Miguel%20Bakun

segunda-feira, junho 29, 2009

Batalha do Konotop foi ganha 350 anos atrás

A Batalha do Konotop, foi a batalha entre Hetman da Ucrânia Ivan Vyhovsky e os seus aliados e o exército da Casa Real da Rússia, liderada pelo príncipe Aleksey Trubetskoy, no dia 29 de Junho de 1659, nas arredores da cidade de Konotop. Nos últimos 350 anos essa grande machadada no mito de “amizade eterna russo – ucraniana” foi silenciada e ignorada pelos historiadores russos e soviéticos.

Antecedentes

Essa batalha teve lugar durante o período da História da Ucrânia, que geralmente é referida como a Ruína. Foi o período das lutas internas incessantes, entre as diferentes fracções dos cossacos ucranianos. Este período começou com a morte do carismático e muito influente Hetman Bohdan Khmelnytsky em 1657.

Durante o período do seu hetmanato, Bohdan Khmelnytsky conseguiu afastar a Ucrânia da dominação da República das Duas Nações, mas foi forçado a assinar o acordo de amizade com a Casa Real da Rússia em 1654. O seu sucessor, conselheiro geral e confidente próximo Ivan Vyhovsky, ficou a lidar com a influência crescente do Moscovo nos assuntos internos da Ucrânia, além das ameaças da guerra civil por parte das facções dos cossacos que lhe opunham. Com a rápida deterioração da situação, Vyhovsky começou as negociações com os inimigos recentes, os polacos, concluindo a assinatura do Tratado de Hadiach em 16 de Setembro de 1658. Sob o novo tratado, três regiões da Ucrânia Central (Kiev, Bratslav e Podilya) tornaram-se nações constituintes iguais da Comunidade Polaco-Lituana conjuntamente com a Polónia e Lituânia sob o nome de Principado de Rus, formando a República polaco-lituana-rutena.

As notícias alarmaram o Moscovo e uma força excepcionaria foi enviada a Ucrânia no Outono de 1658, sob a liderança do príncipe Grigory Romodanovsky. O comandante militar moscovita não apenas apoiava a eleição do Hetman novo e rival ao Vyhovsky, mas também começou a ocupação das cidades dos apoiantes do Vyhovsky. Os seus apoiantes eram brutalmente massacrados e as populações civis sofriam os abusos e os roubos por parte do exército russo.

Na Primavera do 1659 o exército com 100,000 homens de acordo com a "Crónica das Testemunhas" ou de 150,000 homens de acordo com o historiador russo Sergey Solovyov — foi enviado a Ucrânia para auxiliar Romodanovsky.

O exército chegou às fronteiras da Ucrânia no dia 30 de Janeiro de 1659 e ficou aquartelado durante 40 dias durante as negociações entre Príncipe Trubetskoy e Vyhovsky, pois o comandante russo tinha as instruções de persuadir os cossacos. Os cossacos, rivais ao Vyhovsky, comandados por Bezpaly, Voronko e os cossacos de Zaporizhia do comandante Barabash juntaram-se ao exército russo. O comandante supremo russo, Príncipe Aleksey Trubetskoy decidiu aniquilar a pequena guarnição (4,000 homens) do castelo do Konotop, liderados pelo coronel cossaco Hulyanytsky, antes de terminar as negociações com Vyhovsky.

Cerco do Konotop

Príncipe Trubetskoy esperava terminar rapidamente a questão do Konotop, mas o coronel Hulyanytsky e os seus cossacos recusaram-se a trair Hetman Vyhovsky, defendendo o castelo. De acordo com o historiador Markevych, no dia 21 de Abril de 1659, após a oração matinal, Trubetskoy ordenou o assalto final do castelo. A cidade foi bombardeada com as bombas incendiárias e o enorme exército avançou contra Konotop. Em algum momento as tropas do Trubetskoy até entraram nas muralhas da cidade, mas foram expulsos pelos cossacos. Após o fiasco do assalto inicial, Trubetskoy abandonou o plano do assalto rápido e começou o cerco da cidade e o enchimento da fossa protectora com a terra. Os cossacos retiravam de noite, a terra deixada por os russos de dia, usando-a para reforçar os murros da cidade e até perpetuaram alguns contra – ataques contra as tropas do Trubetskoy. Estes ataques forçaram Trubetskoy a afastar o seu aquartelamento cerca de 10 km fora da cidade e dividir as suas forças entre o exército principal e Quartel Geral. É estimado, que durante o cerco, as tropas do Trubetskoy perderam mais de 10,000 homens. Em vez de uma campanha rápida, o cerco arrastou-se por mais de 70 dias e deu ao Vyhovsky o tempo necessário para preparar a batalha contra o exército russo.

O Hetman não apenas organizou as suas tropas, mas também assegurou o apoio dos aliados — os tártaros da Crimeia e os polacos. Pelo acordo com os tártaros, o Khan Mehmed IV Giray, encabeçou o exército de 30,000 homens e dirigiu-se ao Konotop no início do Verão de 1659, assim como o destacamento polaco de 4000 homens, apoiados pelos mercenários sérvios, moldovos e alemães.

Batalha

No dia 24 de Junho de 1659 Vyhovsky e os seus aliados aproximaram-se à área e aniquilaram o pequeno destacamento de reconhecimento dos invasores russos, nas arredores da aldeia de Shapovalivka, à sudeste do Konotop. De acordo com o plano prévio, 30,000 tártaros ocuparam a margem esquerda do rio Sosnivka e as forças do Vyhovsky com os polacos e mercenário posicionaram-se na aldeia de Sosnivka, ao sul do rio com o mesmo nome.

Vyhovsky deixou o comando do exército para o irmão do coronel Hryhoriy Hulyanytsky, Stepan Hulyanytsky, e com um pequeno regimento cossaco marchou sobre o Konotop. Na manha do dia 27 de Junho de 1659, o destacamento do Vyhovsky atacou o exército do Trubetskoy nas arredores do Konotop, capturando um grande número dos cavalos do inimigo, dispersando os nas estepes vizinhas. O inimigo contra – atacou e Vyhovsky atravessou a ponte para outra margem do rio Sosnivka, dirigindo-se para o seu campo. Informado sobre o ataque, Príncipe Trubetskoy destacou um regimento de 30,000 homens, comandado por Príncipe Semen Pozharsky, com a participação dos cossacos do Bezpalyi, atravessando o rio para atacar Ivan Vyhovsky. As forças do Trubetskoy dividiram-se entre este destacamento, os do cerco da cidade e outros 30,000 do Quartel Geral.

No dia 28 de Junho de 1659, Príncipe Semen Pozharsky, perseguindo os cossacos atravessou o rio Sosnivka e aquartelou o seu exército na margem sul do rio. Durante a noite, o pequeno destacamento cossaco, chefiado pelo Stepan Hulyanytsky, atrás das linhas inimigas, capturou e destruiu a ponte, que Pozharsky usou para atravessar o rio. Além disso, a ponte destruído obstruiu o fluir do rio, alagando os campos em seu redor.
Nas primeiras horas da manha do dia 29 de Junho de 1659, Vyhovsky na frente do pequeno destacamento cossaco atacou o exército do Pozharsky. Após as pequenas escaramuças, com o exército muito maior do que o seu, as forças ucranianas fingiram a retirada desorientada na direcção do seu aquartelamento principal. Pozharsky, sem suspeitar nada, ordenou a perseguição do inimigo pelo seu exército. Uma vez que os russos entraram na aldeia de Sosnivka, os cossacos efectuaram três disparos de canhões, dando sinal aos tártaros, começando o seu próprio contra – ataque com todas as forças estacionadas em Sosnivka. Príncipe Semen Pozharsky ordenou a retirada, mas a sua cavalaria pesada e artilharia ficaram presos nos campos previamente alagados pelos cossacos. Neste momento os tártaros avançaram do flanco oriental, começando a chacina do exército russo. Quase 30,000 homens foram mortos, apenas alguns capturados vivos. Entre os capturados estava o próprio Príncipe Semen Romanovich Pozharsky, príncipe Semen Petrovich Lvov, dois príncipes Buturlin, Príncipe Lyapunov, Príncipe Skuratov, Prince Kurakin e muitos outros. O salvador do Moscovo dos polacos Dmitry Pozharsky e Príncipe Semen Pozharsky foram levados perante o Khan da Crimeia Mehmed IV Giray. Pozharsky era muito rude com o Khan de acordo com testemunhas, e de acordo com o historiador russo Sergey Solovyov ele dizia as palavrões e cuspiu na cara do Khan. Por isso foi decapitado pelos tártaros e a sua cabeça foi enviada com um dos prisioneiros até o aquartelamento do Trubetskoy.

Informado sobre a derrota do Pozharsky, Trubetskoy ordenou o levantamento do cerco do Konotop e começou a sua retirada da Ucrânia. Naquele momento os cossacos do coronel Hulyanytsky que resistiam dentro do castelo, atacaram o exército russo por trás dos murros. Trubetskoy perdeu a maior parte da sua artilharia, bandeiras militares e o tesouro. a sua retirada, os russos defendiam-se bem e Vyhovsky com os tártaros pararam a sua perseguição de três dias junto à fronteira russa.

Resultados e significado

O proeminente historiador russo do século XIX, Sergey Solovyov, descreve a chegada das tropas do Trubetskoy a Moscovo assim:

A derrota foi tão dura, porque foi inesperada, precedida de várias vitórias ilustres! Recentemente o conde Dolgoruki levou a Moscovo o aprisionado hetman da Lituânia, apenas recentemente toda a gente falava sobre os sucessos do Khovansky — e agora Trubetskoy, em quem todos tinham as esperanças maiores, do que nos outros — arruinou o exército enorme! Após a captura de tantas cidades, após a captura da capital lituana, a cidade real receou a sua própria segurança: em Agosto, czar decretou que as pessoas de todos os estatutos sociais devem empenhar-se nos trabalhos de fortificação em redor do Moscovo. Até o czar e os seus boiardes estavam presentes na construção; as pessoas das áreas longínquas, e espalharam-se os rumores, do que o czar deixou Moscovo para afixar-se além do rio Volga em Yaroslavl.

Infelizmente, a guerra civil ucraniana continuou e o período da Ruína conseguiu aquilo que Trubetskoy e seu exército não alcançaram. Após as forças do Hetman Vyhovsky conseguirem ocupar algumas cidades ucranianas, os cossacos de Zaporizhia, liderados por Ivan Sirko atacaram os tártaros da Crimeia no Sul e Khan Giray foi forçado a deixar a Ucrânia. Algumas cidades imediatamente rebelaram-se contra Vyhovsky: Lokhvytsia, Hadyach, Poltava, Romny. Apenas dois meses após a batalha, os cidadãos do Nizhyn juraram a fidelidade ao czar russo. No mesmo mês, os cidadãos e os regimentes cossacos em Kiev, Pereyaslav, Chernihiv também passaram ao lado russo.

No mesmo ano, Vyhovsky foi forçado a abandonar o posto de Hetman e emigrar para a Polónia onde mais tarde foi executado pelos polacos em 1664. A sua derrota é largamente atribuída à sua aliança impopular com os polacos, além da aparente incapacidade de obter os apoios entre as camadas mais largas da população ucraniana e não apenas entre a rica elite dos cossacos, que por sua vez pretendiam trai-lo, em detrimento dos acordos com Moscovo ou Varsóvia.

A batalha do Konotop foi o tópico abandonado na historiografia imperial russa e soviética. Essa atitude pode ser explicada pelo facto, do que a verdade histórica dos acontecimentos, contestar fortemente a propaganda russa sobre a unidade dos eslavos orientais, em particular sobre a "amizade eterna dos russos e ucranianos" e sobre o "desejo natural dos ucranianos de viver reunidos com a Rússia". Apesar da enorme bravura dos cossacos — especialmente aqueles que defenderam a cidade de Konotop, a sua vitória teve um impacto muito reduzido na história da Ucrânia, onde as ambições pessoais dos dirigentes prevaleceram sobre a ideia do bem nacional comum.
Fonte:
Wikipédia portuguesa

sexta-feira, junho 26, 2009

Washington homenageia Shevchenko

No dia 27 de Junho de 1964, o presidente dos EUA, Dwight D. Eisenhower, inaugurou em Washington D.C. o monumento do proeminente poeta ucraniano, Taras Shevchenko, situado no cruzamento da Avenida 22ª e Rua P NW.

No dia 27 de Junho de 2009, às 11h00, a Embaixada da Ucrânia nos EUA, convida todos os ucranianos e amigos da Ucrânia a participar em um evento festivo, que marcará o 45º aniversário da inauguração do monumento.

Estarão presentes na cerimónia os representantes da Casa Branca, Departamento do Estado, Congresso, Conselho Municipal do Washington D.C., Serviço Nacional dos Parques, Embaixador da Ucrânia nos EUA Sr. Oleh Shamshur, Comunidade Americano – Ucraniana, entre outros.

Taras Shevchenko sempre via os EUA como um país especial, dai a referência da figura do George Washington nos seus versos, onde o bardo ucraniano exorta as qualidades do presidente americano como o pai da jovem nação e o exemplo para os líderes democráticos da Ucrânia. Poeta ucraniano também sentia a forte amizade e a atracção mútua para com o actor afro – americano Ira Aldridge. Nascido como servo, Shevchenko vivia como as suas, as injustiças e a discriminação que os afro – americanos eram sujeitos naquela época nos EUA.

Caso chover no dia da cerimónia, o evento passará para o recinto da Igreja dos Peregrinos, situada em frente do memorial, do outro lado da mesma rua. Na inauguração estará presente o Coro Episcopal Ucraniano (cantará o hino dos EUA e da Ucrânia), os tocadores da bandura e as crianças a recitar as poesias do Taras Shevchenko.

quarta-feira, junho 24, 2009

Xaninha: coração de cão vs monstro da tropa

Mais e mais jornalistas russos escrevem sobre a tragédia da Alexandra Tsyklauri (Xaninha), mencionando o facto do que essa menina nunca deveria sair de Portugal. Por exemplo, no seu artigo, sugestivamente chamado “Como estragaram a vida de uma criança”, Sergey Baymuhametov, o jornalista da revista “Bazar Russo”, № 24 (686), de 11 – 17 de Junho de 2009, cita as palavras da sua colega do jornal moscovita “Moskovski Komsomolets”, Yulia Kalinina: “Nosso patriotismo – devolver a menina de Portugal para a mãe bêbada e acorrentar o seu cão à casa de cachorro”.

E claro, a própria senhora dona Natália também não consegue ficar quieta, estes dias ela tinha fugido do sanatório, onde repousava com as filhas, porque ficou com o … tédio!!! Imaginam, ficou com o tédio, pois, provavelmente, não havia no local ninguém, com quem podia partilhar a branquinha & geladinha. http://www.yar.rodgor.ru/news/yar_gorod_oblast/4958

O vizinho Valeri, que partilha a velha casa, onde vivem os Zarubiny na aldeia de Prechistoe, costuma pôr o seu camião no terreno que pertence a família biológica da Xaninha, um dia ele quase atropelou a cadela Lúcia… Quando a Natália foi falar com “bom vizinho”, este disse que não tem medo de ninguém, muito menos da Natália. Olá, mãe – Rússia…
http://www.mk.ru/social/306207.html

terça-feira, junho 23, 2009

valter hugo mãe e meio bicho e fogo

O escritor português valter hugo mãe, além de escrever e ser DJ, também estreou-se recentemente como o cantor, vocalista do projecto musical "Governo", com o tema «Meio bicho e fogo».

A música é do Miguel Pedro (fundador de bandas como “Mão morta” e “Mundo cão”) com letra de valter hugo mãe. O projecto governo é composto por António Rafael (também dos “Mão morta”) nas teclas, Henrique Fernandes no contrabaixo, Miguel Pedro na percussão e programações e valter hugo mãe na voz.
A animação do vídeo é da autoria de Esgar Acelerado, com desenhos de Sara Macedo e do próprio. «Meio bicho e fogo» é o tema com que o "Governo" participa na compilação «Novos talentos FNAC 2009»

Mais informações: myspace.com/ogoverno

Ver a música no Vimeo: http://vimeo.com/5177895
ou no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=ubqT7tm4ksE

sexta-feira, junho 19, 2009

A árvore e a gata

Recebi esta semana de amiga virtual almariada a dica sobre o desenho animado ucraniano, chamado “A arvore e a gata”, realizado em 1983 pelo Yevhen Sivokon, o pai da animação ucraniana contemporânea.

Este desenho animado foi feito no estúdio KyivNaukoFilm, hoje em dia Cinemateca Nacional da Ucrânia e conta a história de uma árvore ríspida e pouco acolhedora, que se apaixonou por uma gata independente e um pouco manhosa. Logo me lembrei da história da amizade entre o Pequeno Príncipe e o raposo, “somos responsáveis por aqueles quem nós domesticamos”…

Ver o desenho animado:
http://www.youtube.com/watch?v=6zh3C-D9KpQ

p.s.
Para comparar vejam “Urso que adorava a vodka”:
http://www.youtube.com/watch?v=hjBoKRJfBKs

terça-feira, junho 16, 2009

Museu global do comunismo

Convidamos todos os interessados para assistir a abertura em directo do Museu Global do Comunismo, o evento histórico transmitido através da Internet. Para obter mais informações poderá visitar a página http://www.ustream.tv/channel/csedwdw na Terça – Feira, dia 16 de Junho de 2009, à partir das 19h30 (7:30 PM) American Eastern Standard Time (GMT -05.00).

Após a Terça – Feira, o público poderá visitar o museu on-line, disponível no seguinte endereço: http://www.globalmuseumoncommunism.org
Para mais informações pode contactar o museu pelo telefone (202) 536-2373 ou pelo e-mail. O evento será gravado para uma transmissão posterior.
___________________________________
A Fundação Memorial das Vítimas do Comunismo
The Victims of Communism Memorial Foundation

1521 Sixteenth Street NW, Washington, DC 20036
EUA – USA
http://www.victimsofcommunism.org

sábado, junho 13, 2009

Vida da Xana na Rússia em fotografias

Existe na prática internacional da defesa dos direitos humanos a fórmula: “O autor é conhecido, mas não pode ser anunciado”. Agora não pode. Autor conhece o facto da publicação.

As fotografias escuras são fotos da sala da entrada da casa – barraca dos Zarubiny, as fotografias não podem transmitir o cheiro, que como foi dito é um cheiro “mortal”. Casa é dividida entre três famílias, cada família tem a sua própria entrada. A Xaninha abre a porta da entrada que pertence à sua família biológica.

Falou-se muito sobre a existência em casa dos Zarubiny da TV por satélite, do computador, da impressora, etc. A TV por satélite foi colocada por vizinhos, o computador nunca foi ligado, parece que ninguém sabe como o ligar, a impressora também não funciona.

Algumas pessoas que difundiram estas fotografias na Rússia já receberam as ameaças contra a sua integridade física...

Fonte:
http://community.livejournal.com/sandra_parents/23134.html

segunda-feira, junho 08, 2009

Caso Alexandra: uma menina, dois sistemas

Analisando o caso da Alexandra Tsyklauri, a menina portuguesa levada contra-senso para a Rússia, um país de desconhece por completo, comecei reflectir sobre as duas sociedades, que neste caso estiveram em evidência. A sociedade portuguesa, de acolhimento e a sociedade russa, que “ganhou” o caso, como se Xaninha fosse uma batalha da guerra fria, que terá que ser ganha custe o que custar, doa a quem doer...

Digo logo, não pretende “pintar” o Portugal como o paraíso na terra. Este pequeno país à beira mar, pátria dos muitos passionários, que no passado deram os mundos ao Mundo, hoje em dia é um canto calmo de Europa burguesa, onde nem a pobreza, nem a riqueza abundam, como em alguns outros pontos do nosso planeta. Mesmo assim, Portugal tornou-se a segunda pátria para mais de 5.000 cidadãos russos (dados do SEF, 2007), uma destes, Natália Zarubina será o alvo da minha análise hoje.

Sra. Zarubina. Também não quero moralizar em demasia, vendia ela o seu corpo ou não, andava bêbada em cima de autocarros ou não, as doidas trabalhadoras do sexo podem perfeitamente bem amar os seus filhos. Por isso ninguém entendeu como uma mãe “amorosa” pode bater e empurrar com a raiva, a sua filha, sangue do seu sangue no primeiro dia da “reunião familiar”. Além disso, em muitos países Ocidentais, uma mãe pode perder a guardo do filho, por um comportamento deste, mas enfim, podemos descontar por conta das diferenças culturais.

Sistema judicial português. Um grandessíssimo número dos portugueses, revoltou-se contra a decisão do seu próprio juiz, com mais ou menos razão, apontando lhe vários erros do julgamento, do humanismo, do carácter e por ai fora. Nunca ouvi ou li que algum português via a decisão do juiz como uma questão política Portugal vs Rússia, Ocidente vs Oriente ou as questões do género. Cerca de ¼ de todos os comentários russos nas várias páginas do Live Journal passam por cima de sequer existência da Xaninha, aterrando nas questões do Iraque, pedofilia & pobreza em Portugal, terminando com os habituais chavões soviéticos do tipo “mas nos EUA lincham os negros”!

Os pais. Se a vida da Natália Zarubina quer na Rússia, quem em Portugal pode dar o material para um bom thriller mais ou menos psico – erótico, os pais portugueses são cidadãos comuns, talvez um pouco mais abastados do que outros portugueses, mas também, se calhar, porque trabalharam um pouquinho mais. Na ausência dos factos reais, os “patriotas do império” ... simplesmente inventavam os “factóides”. “Essa Florinda é .... ela é uma .... e também a ....”. "E Juan (coitados nem o nome conseguiam escrever correctamente), ele é um ... e sempre foi ... desde a juventude!” Obviamente, quando pedias algumas provas, nem que seja o link para uma página electrónica ou a referencia do jornal, o silencio total e absoluto era a resposta dos russos da má consciência. No país deles isso se chama “Relações Públicas negras”, quer dizer RP que não conhecem nem as leis escritas, nem a moral, nem os usos, nem os costumes. Tudo serve e tudo é usado com o objectivo de enxovalhar o(s) oponente(s) na mais vil e baixa calúnia lamacenta.

A cadela Lúcia. Bichinho caseiro, mimado em Portugal (pois é normal que as pessoas mimam os seus animais domésticos, questão da saúde mental), logo após a sua chegada a Rússia, Lúcia foi acorrentada a uma horrorosa casinha, uma espécie do GULAG canino. Mais tarde, os seus filhotes foram enterrados VIVOS. Os portugueses ficaram chocados, eu fiquei chocado, mas os “patriotas do império” se riram de nós, dizendo que somos os “fracotes ocidentais”, que não estamos a entender a verdadeira dimensão deste império energético, que se “levanta do chão”.

Os russos. Ao mesmo tempo, notei que apesar dos últimos oito anos de propaganda anti – Ocidental desenfreada, os russos, na sua maioria, ainda são gente boa e até continuam ter um sentimento forte do auto – crítica (principalmente aqueles, que vivem bem longe do Moscovo, este verdadeiro “terceiro Roma”, que nada produz e tudo consome). Dizem que a petição internacional, assinada neste momento por cerca de 25.000 pessoas, tem por volta de 60% das assinaturas dos cidadãos russos. Não sei até que ponto todos eles são russos e se não há entre eles uns tantos ucranianos (que são “russófobos” por natureza, vivem sonhando em “prejudicar” a Rússia), mas o facto é este. Os cidadãos russos, conhecendo bem demais a realidade do seu próprio país, querem ver Alexandra de volta em Portugal. Vários grupos de cidadãos russos até já criaram alguns blogues que advogam o retorno imediato da Xaninha a Portugal: http://community.livejournal.com/sandra_parents e Clube dos pais do São Petersburgo. Além disso, existe um grupo de apoio da Alexandra na rede social russa Em Contacto. E não esquecer a blogueira Natália Radulova, que em apenas duas suas postagens sobre o “caso Xaninha”, reuniu primeiro 857 e depois 775 comentários. Os “patriotas do império” geralmente começam por exigir a retirada da sua cidadania russa (até recentemente, Radulova era ucraniana) e acabam em advogar os crimes de sangue, crimes contra a integridade pessoal, etc. Culpa da blogueira? “Ousadia” e “anti – patriotismo” em afirmar que a menina estaria muito melhor com a sua família em Portugal.

Os “patriotas” russos. Meia dúzia dos blogueiros profissionais, cujo “patriotismo canónico” é pago segundo as tarifas estatais, reclamam a obrigatoriedade de não deixar nenhuma alminha escapar do grande GULAG, o território da Federação Russa. Não faz mal, dizem eles, que a menina só come a carne enlatada, nós também comíamos. Não faz mal, que dorme em cima do forno, nós também dormíamos (um “patriota” me contou que um certo dia a sua avo lhe bateu, “para chamar atenção” com o ferro quente, sabem, numa “normalíssima” brincadeira entre a avo e o neto). Pelos vistos, nós, os “agentes” pró – Ocidentais queremos privar Xaninha destas maravilhas da vida rudimentar, que Ocidente “não espiritual” desconhece hoje me dia. Tomar o banho nos banhos públicos, os meninos nos banhos femininos (se forem com a mãe) e as meninas, nas masculinas (se forem com o pai). De visitar o WC muito parecido como o do filme “Quem quer ser milionário”, mas com pequeno pormenor, de ter que correr até lá debaixo das temperaturas gélidas, muitos graus abaixo do zero (de Outubro à Março)...

A história da Xaninha não termina por ai, mas gostaria de terminar este artigo numa nota positiva. Gostaria ver o seu caso servir de base para a mudança legislativa em Portugal e no resto da Europa civilizada, para que não haja mais casos deste tipo. Então o seu nome será lembrado para sempre, como uma pequena menina, que obrigou os grandes tios e tias a se lembrar do verdadeiro significado das palavras: “Interesse Superior da Criança”....

Autor do colagem:
http://morang.livejournal.com/59709.html

Dia Internacional de Prostituição na Ucrânia

Como a “princesa de gás” e “duas vezes não condenado” proFFessor Yanukovich tentavam dividir a Ucrânia. História verídica de um golpe do Estado falhado.

Dia 2 de Junho é o Dia Internacional de Prostituição, celebrado nos últimos 25 anos, quando as trabalhadoras e os trabalhadores do sexo, em todo o Mundo, se manifestam pelas melhores condições de trabalho, reconhecimento e respeito dos seus direitos laborais.

Ao mesmo tempo, os representantes da terceira profissão mais antiga do mundo, os políticos, escolheram este dia para tentar terminar os preparativos de golpe do Estado, que acabaria com qualquer indícios do processo democrático na Ucrânia.

Cerca de duas últimas semanas, o Bloco da Yulia Timoshenko (BYUT) conduzia as negociações secretas com o seu arqui-rival, Partido das Regiões do Viktor Yanukovich, para dividir a ... Ucrânia entre estas duas forças políticas. As eleições parlamentares não deveriam ter lugar antes de 2014 – 2015, os eleitores perdiam o direito de eleger o Presidente da Ucrânia, em vez disso, este seria escolhido dentro do parlamento (Verhovna Rada). Como diziam alguns populares, “só restava permitir que o Parlamente elege a si próprio”.

Mas as coisas aqueceram nos últimos 2 – 3 dias, quando alegadamente, Viktor Yanukovich viajou até a Moscovo, para pedir o Kremlin não o obrigar a coligar-se com Timohsenko. O fórum da página Pravda Ucraniana, escreve que em Moscovo Yanukovich reuniu-se com Igor Sechin, o vice – chefe do Governo da Federação Russa, um dos lugar – tenentes mais influentes do V. Putin. Tudo indica que Yanukovich conseguiu convencer Sechin sobre a falta de perspectiva em forçar a união BYUT – PR. Sechin também tentava organizar o encontro informal entre Yanukovich e Putin, que estava presente em São – Petersburgo no Fórum Económico Mundial. Yanukovich também tentava se reunir com Igor Yurgens, vice – presidente da União dos Industriais e Empresários da Rússia, que é tido como uma das pessoas mais próximas do presidente russo Medvedev.

Para contrapor, Yulia Timoshenko mandou para o Moscovo / São – Petersburgo o oligarca ucraniano Viktor Medvedchuk com a missão de destruir os esforços de Yanukovich, obrigando o Kremlin forçar a criação da mega – coalizão e as mudanças na Constituição. Medvedchuk é padrinho de uma das filhas do Putin, é uma pessoa muito próxima do ex-presidente russo. Por outro lado, dizem más línguas, que Yanukovich numa das ocasiões bateu fisicamente no Medvedchuk, que neste momento é cotado para o posto do Procurador – Geral da Ucrânia. Como tal, Yanukovich tem todos os motivos de ter receio desta figura e desta nomeação.

Além disso, dizem que Timoshenko tentava receber as garantias do Rússia, de fornecimento da ajuda militar, no caso da tentativa do Presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko de dissolver o Parlamente e decretar a gestão directa presidencial (uma das possibilidades que os golpistas pretendiam provocar exactamente essa reacção do Presidente).

Até que ponto isso é verdade ninguém sabe, mas o que é verdade, que o Parlamento demitiu o Ministro da Defesa da Ucrânia, Yuriy Yekhanurov do seu posto, com os votos favoráveis do PR (161) e BYUT (152), sem contar com os comunistas (27), Bloco do Lytvyn (19) e 4 “dissidentes” do Nossa Ucrânia (NU – NS) do Presidente Viktor Yushchenko.

A explicação do sucedido é apenas uma, Timoshenko e K° tinham medo do Ministro leal ao Presidente, como tal “sanearam” um dos ministros escolhidos pela quota do Presidente. Temporariamente, o ministério é encabeçado pelo seu vice, Valeriy Ivashenko. Embora Yekhanurov já disse que não sairá do seu posto, até ver a decisão assinada pelo chefe do parlamento, Volodymyr Lytvyn.

Mas finalmente, chegou o Domingo e após a visita ao Lavra de Kyiv – Pechersk, Viktor Yanukovich disse publicamente que “apenas o presidente escolhido pelo povo e não pelo Parlamento pode realizar as reformas necessárias a Ucrânia”.

“Eu tomo essa decisão inequivocamente. Coração me diz: escolher o Presidente pelo povo, nas eleições directas – isso é uma escolha unicamente certa, qual temos que escolher. Eu faço isso e que Deus nós ajuda”, — disse ele.

Continua...

domingo, junho 07, 2009

Estepes dos sonhadores em Veneza

A Ucrânia está presente no 53° Bienal de Veneza (Exposição Internacional da Arte), com o Pavilhão Ucraniano, chamado “As estepes dos sonhadores”, situado no Palazzo Papadopoli. O pavilhão, criado pelo artista ucraniano Illya Chichkan com a colaboração do japonês Mihara Yasuhiro e suporte financeiro do PinchukArtCentre, no dia da sua abertura, 4 de Julho, recebeu mais de 500 representantes do mundo das artes, críticos, jornalistas, donos de galerias e museus, estrelas do desporto e da música.

Entre os ilustres visitantes do pavilhão estavam um dos mais importantes criadores da moda Marc Jacobs, Embaixadora da Boa Vontade do Conselho da Europa Bianca Jagger, pintores Jeff Koons e Antony Gormley, a fundadora das galerias “White Cube” Jay Joplin. O pugilista ucraniano Vitaliy Klichko representava o seu irmão Volodymyr, que neste ano se tornou o curador do Pavilhão Ucraniano.

O Pavilhão Ucraniano abriu as suas portas com a actuação ao vivo do grupo musical de Kyiv DakhaBrakha, logo a noite Verka Serdyuchka cantou Lasha Tumbai, melodia que a tornou a pessoa non – grata na Rússia. Nos traseiros do Palazzo Papadopoli os visitantes podiam provar vários pratos da cozinha ucraniana, oferta tradicional do Pavilhão Ucraniano em Veneza.

Mas a novidade principal, é o próprio Pavilhão Ucraniano, que convidava os visitantes a se descalçar para entrar na atmosfera especial e inesquecível das estepes da Ucrânia.

O projecto “As estepes dos sonhadores” pretende alargar as fronteiras da arte, comunicação e colaboração. Pois a vida é parecida com um filme, mas inúmeras coisas que acontecem, enumeras formas da vida são “sol de pouca dura”, se mudam muito rapidamente. Coisas, acontecimentos, situações, pensamentos, emoções, vontades, ambições, medos e dramas – todos eles chegam, pretendem ser de suprema importância, mas antes que você saiba disso, todos eles desaparecem, se dissolvem na inexistência, da onde eles saíram. “As estepes dos sonhadores” dão a possibilidade aos visitantes de criar os seus próprios curtos filmes mentais. Como propõe o título do Bienal deste ano – “Criando os mundos” – o projecto “As estepes dos sonhadores” ajuda a todos de descobrir quem eles realmente são no mundo actual.

As quatro instalações enormes do Illya Chichkan e Mihara Yasuhiro compõem, quase como no pavilhão cinematográfico, a luz, som, performance, elementos da publicidade e o próprio Palazzo Papadopoli. Além disso, a mostra ucraniana é acrescida com dois grandes trabalhos cinéticos do Mihara Yasuhiro, que são criados na junção do movimento e do espaço. As instalações estão inseridas dentro do palácio e debaixo da ponte da Academia das Artes da Veneza.

Illya Chichkan (na foto no meio) nasceu em 1967 em Kyiv. É um dos mais importantes representantes do movimento artístico ucraniano “Nova Onda”, criado no início dos anos 90. O artista participou nas exposições individuais e em grupo, entre eles: Reflection, PinchukArtCentre (Kyiv, 2007); Manifesta 5, São – Sebastião (Espanha, 2004); Bienal Internacional de São – Paulo (Brasil, 1996). A página oficial: http://www.chichkan.com/

Mihara Yasuhiro nasceu em 1972 em Nagasaki (Japão). Ainda estudante começou criar os seus próprios modelos de sapatos. Abriu o seu primeiro boutique em 1998 році. Em 2001 criou a linha da roupa desportiva «PUMA by Miharayasuhiro”. Página oficial: http://www.sosu.co.jp/

A música original para o Pavilhão Ucraniano foi criada pelo japonês Fuyuki Yamakawa.

Fonte:
http://www.azh.com.ua/news4/print.php?id=1244200481&archive=

Bónus político

Para não esquecer que o dia 4 de Junho é o 20° aniversário do massacre estudantes na Praça Tiananmen em Pequim, na China, vejam este extraordinário Tango do Homem – Tanque e o partilha com os seus amigos:
http://www.youtube.com/watch?v=MziREAZ_WqA
http://www.forget2forget.com/here

quinta-feira, junho 04, 2009

Bande(i)ra da nossa Liberdade

Stepan Bandera era o líder histórico da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), que toda a sua vida lutava contra a ocupação polaca, alemã e soviética, sonhando com o dia, em que a Ucrânia se torna independente. O homem de rectidão moral extraordinária, era um político autoritário e um pai extremamente amoroso.

Um dos autores do slogan nacionalista ucraniano: “Ucrânia acima de tudo”, Bandera viveu toda a sua vida, colocando a pátria amada no mais alto patamar dos seus valores políticos e pessoais. Não chegou a testemunhar o seu sonho concretizado, sucumbindo no atentado do KGB em 1959 na cidade de Munique. Mas os tiranos só podem matar o corpo, sonho nunca morre. O sonho do Stepan Bandera concretizou-se apenas 32 anos após a sua morte, com a proclamação da Independência da Ucrânia em 24 de Agosto de 1991.

Hoje proponho vos o filme sobre a sua vida e a sua luta, chamado “Stepan Bandera: o Preço da Liberdade”, dividido no sítio do YouTube em 9 capítulos:

http://www.youtube.com/watch?v=scD38SO2MBs
http://www.youtube.com/watch?v=YTd7fkmTmig
http://www.youtube.com/watch?v=DEm0Yc_d7Wo
http://www.youtube.com/watch?v=1RMfhyjVRBg
http://www.youtube.com/watch?v=AtVdZpc60Yw
http://www.youtube.com/watch?v=ZKAyeQeQlJg
http://www.youtube.com/watch?v=LM_ljlOhH2U
http://www.youtube.com/watch?v=-vLM4iwP6OE
http://www.youtube.com/watch?v=Mn8Lbykcm6E
***

Outra notícia importante, nestes dias, o gigante das tecnologias de informação, Google, criou o novo serviço chamado «Новини Google». Este serviço agrega permanentemente as notícias de mais de 300 páginas da Ucrânia, dividindo-as em rubricas: Mundo, Ucrânia, Negócios, Tecnologia e Ciência, Desporto e Tempos Livres. O serviço é em ucraniano, por isso quem não domina o idioma na perfeição, tem que o melhorar, quem não fala nada, tem que o aprender. Bem hajam!

http://news.google.com.ua

Obrigado à Sra. Marichka Halaburda – Chyhryn (Austrália)

quarta-feira, junho 03, 2009

Comunismo ruiu na Polónia há 20 anos atrás

Amanha, toda a Polónia vai comemorar 20 anos do fim do comunismo e da ocupação soviética do seu país. No dia 4 de Junho de 1989, nas primeiras eleições parcialmente livres após a II G. M., venceu Solidarność, o sindicato dos operários portuários que ditou o fim da ditadura comunista na Europa Central. Um ano mais tarde, o sindicato elegeu o seu líder histórico, Lech Wałęsa, como o Presidente da Polónia Livre.

A jovem Marta Ciemniewska tinha em 1989 apenas 15 anos e nunca podia imaginar que testemunhava à queda do comunismo no seu país. 20 anos depois, o jornal Gazeta Wyborcza encontrou aquela menina com a imagem da campanha do sindicato Solidariedade de 1989, eis a sua história.

A fotografia – símbolo daquele ano de mudanças foi feita pelo fotógrafo Andrzej Stawiarski, em 4 de Junho de 1989, na rua Sienna, junto à sede do Clube de Inteligência Católica, em Cracóvia. Naquele dia a estudante cracoviana do primeiro ano do I Liceum Ogólnokształcącego de Cracóvia recebeu de sua irmã mais velha, Dorota, o placar que empenhava nas ruas de Cracóvia, chamando a população para votar numa nova Polónia Livre. A menina Marta distribui panfletos e acreditava que estava fazendo um trabalho de cidadania.

Hoje ela está casada, mora em Varsóvia e trabalha como gerente num grande banco. Sua família sempre esteve engajada em movimentos políticos. Sua avó, Izabella Alszer trabalhava como voluntária na KIK e seu pai Maciek Krakowski no Comité Cracoviano de Cidadania. Seus avôs Mieczysław e Czesława Krakowski foram soldados da AK – Armija Krajova durante a segunda guerra mundial.
"Naquele dia não preguei os olhos. Na tensão à espera dos resultados daquela votação informal e quando minha foto apareceu nos jornais a alegria aumentou ainda mais e fiquei sem dormir de novo", diz Marta em meio a sorrisos de recordação.
Aquele carnaval eleitoral virou fascínio pela política. Já na escola, Marta começou a participar da Juventude Democrática da República. O estudo das actividades dos partidos legais tomou a maior parte do seu tempo. Manifestações com cartazes e participações em debates, reuniões com os activistas, não a impediram contudo de estudar e se formar. Sua militância política culminou com o ingresso na política partidária nas eleições de 1997. Marta foi a candidata mais jovem de Cracóvia. Não foi eleita para o parlamento. Os seus 1100 votos foram um dos melhores resultados entre os candidatos de Cracóvia. Ao entrar para a Universidade de Varsóvia, Marta começou a se afastar da política. Formou-se, casou e assumiu a educação de seus dois filhos.
"Aquela eleição de 4 de Junho de 1989 ficou para trás mais ainda remete a doces pensamentos. Claro, numa democracia você pode organizar tudo bem melhor, ainda mais quando vivemos em um belo país como o nosso", acredita Marta.

Fonte:
http://iarochinski.blogspot.com/2009/06/menina-marta-de-20-anos-atras.html
Fotos 2: Michal Lepecki

terça-feira, junho 02, 2009

Ucrânia tem o talento!

O programa da televisão ucraniana STB, “Ucrânia tem o talento” (versão ucraniana do America’s got talent), revelou uma coisa já bem conhecida. Sim, de facto, a Ucrânia tem imensa gente talentosa, mas nem sempre estas pessoas conseguem realizar o seu talento no seu próprio país. Pequeno paradoxo, não exclusivamente ucraniano...

Qualquer pessoa pode participar no programa, quem sabe canta, quem não sabe dança, faz circo, imita outros cantores ou anda em cima dos vidros partidos. Os pré – castings já foram realizados em 24 cidades ucranianas, 40 melhores candidatos vão lutar pelo prémio de 1 milhão de UAH (cerca de 132.000 USD). Lembramos que os concursos semelhantes já tiveram o lugar na Alemanha, Austrália, EUA, Grã – Bretanha, Grécia, Hungria e Polónia.

Hoje queria apresentar dois rapazes talentosos, o primeiro, infelizmente não conseguiu passar para o grande final.

Velentyn Lysenko toca no seu bandura a música do Sting “Shape of me heart”:
http://www.youtube.com/watch?v=hWheT1eSQoQ

e o polícia (pelos outros dados actor), Valeriy Yurchenko faz imitações das músicas famosas, usando a lírica ucraniana:
http://www.youtube.com/watch?v=wUSdYvD0bj4

Obrigado ao Torba