Ultimamente não é possível assistir as notícias na televisão sem ouvir a palavra crise em diferentes línguas e em diferentes tons: muito alarmista nos EUA, assim – assim em Portugal e quase nada em Moçambique.
E a Ucrânia? Perguntam vocês, como ficou a Ucrânia? O meu artigo de hoje será dedicado a crise na Ucrânia, assim como ela é vista por amigos e conhecidos meus (não esperem de mim grandes análises macro – económicos, eu não sou desses).
Então, em primeiro lugar temos a questão da desvalorização da moeda nacional, conhecida internacionalmente pela sigla de UAH (hryvnia). Se antes da crise do sub – prime americano a moeda ucraniana era trocada aproximadamente à razão de 5,5 (1 USD = 5,5 UAH), hoje, 17.12.2008, o Banco Nacional Ucraniano afixou o câmbio oficial em 1 USD = 7,7383 UAH e os câmbios privados já pagam 7,5 – 7,9.
Os consumidores em massa tentam cancelar os seus créditos bancários de compra de automóveis e apartamentos, principalmente se o crédito foi fixado em dólares. Obviamente, os bancos não querem receber os tais automóveis de volta, pois não tem a quem os vender. Os créditos fáceis são muito parecidos com as drogas ditas “leves”, é fácil habituar-se e é muitíssimo difícil deixa-las.
Foram fechados vários projectos nas áreas de média, comunicações, novas tecnologias, alguns jornais da capital encerraram as suas redacções regionais.
Mas em geral as pessoas dizem que a crise dos anos 90 era muito mais assustadora e preparam-se para fazer o ski, snowboard ou outras actividades lúdicas nos montes Cárpatos. Como diz a velha máxima, comer, beber e divertir-se a humanidade irá sempre...
Outra consequência da crise é a queda dos preços no mercado dos apartamentos a arrendar. Se em 2000 uma casa T0 custava em Kyiv entre 35 USD (periferia, obras à fazer) e 100 USD (bairro da classe média, após as obras), então em apenas 5 anos os preços enlouqueceram. Em 2005 um T0 já custava no mínimo 200 USD (periferia profunda ou arredores da cidade, obras à fazer), enquanto um T0 decente era alugado na cidade por 400 – 500 USD. Hoje já é possível alugar um T1 por (3.000 UAH / 7,5 = $400)
Por exemplo, como escreve o usuário Ingoo, a dona do seu T1 alugado, Sra. Nina, em 2007 começou a cobrar a renda de $300 / mês. Durante os últimos dois anos, a senhora sempre aumentava a renda, até chegar aos $600. É de salientar que a casa não tem nem televisão, nem maquina de lavar roupa e quase não tem mobília. As obras foram feitas assim – assim e o seu preço real não podia ultrapassar os $450 – $500.
Por isso, pagando o mês de Dezembro, Ingoo decidiu mudar da casa, começando a fazer uma prospecção do mercado imobiliário. Os profissionais das agências imobiliárias logo lhe contaram que:
Todos as imobiliárias passaram a usar a moeda nacional como a referência (câmbio do dólar muda constantemente);
Apartamentos T1 são disponíveis em todos os bairros de Kyiv ao preço de $400, $466 e $533;
A oferta supera a procura e os donos dos apartamentos facilmente fazem descontos;
As agências imobiliárias já não cobram 50% da primeira renda, agora democraticamente contentam-se com uma nota de $50.
Outro amigo meu, jornalista de profissão, Ledilid escreve que o tema da crise foi uma bela desculpa para que os jornalistas ucranianos comessem todos as suas reportagens e artigos da TV / média com frase do tipo: “Como a crise financeira afectou o ...”. E depois se fala sobre o que quiser, desde o sexo dos animais no jardim zoológico até o programa de culinária, onde o cantor romântico Alexander Ponomariov prepara a massa cotovelo à marinheiro.
A televisão “Inter” foi entrevistar a esposa de um milionário ucraniano, perguntando-lhe sobre a crise. A senhora contou que a sua conta de gás natural (e das suas amigas) é “muito alta”. A TV “TET” estava a calcular quanto dinheiro as (os) cantores pimba vão perder por causa da crise. Pois a crise significa corte nas festas corporativas e até actuações aqui e ali (nos hotéis, restaurantes, casas particulares), estão comprometidas.
Portanto, a crise na Ucrânia existe, mas como diz o ditado popular ucraniano “uns tem a sopa fraca, outros os diamantes pequenos”.
A crise vista pela Letónia
Para terminar, proponho-vos a publicidade social da Letónia. Os vendedores expõem as arvores de Natal: chinesas, dinamarquesas, lituanas. O jovem fatiota pergunta ao avô – vendedor (com sotaque típico não letão): “este arvore daonde?”. Avô responde: a arvore é nossa, letã. O jovem vira a cara e vai embora. Uma criança pede a mãe: vamos comprar a nossa, da Letónia!
Depois vem o texto: “Oferecendo nas festas as prendas da Letónia, vocês não apenas alegram os próximos, mas também tornam a Letónia mais forte. O patriotismo têm o seu senso, principalmente nestes tempos”. E aparece o logotipo do partido nacionalista letão Tēvzemei un Brīvībai (Pela Pátria e Liberdade).
Ver a publicidade da Letónia:
http://www.youtube.com/watch?v=IV5nhcvrIiU
Então, em primeiro lugar temos a questão da desvalorização da moeda nacional, conhecida internacionalmente pela sigla de UAH (hryvnia). Se antes da crise do sub – prime americano a moeda ucraniana era trocada aproximadamente à razão de 5,5 (1 USD = 5,5 UAH), hoje, 17.12.2008, o Banco Nacional Ucraniano afixou o câmbio oficial em 1 USD = 7,7383 UAH e os câmbios privados já pagam 7,5 – 7,9.
Os consumidores em massa tentam cancelar os seus créditos bancários de compra de automóveis e apartamentos, principalmente se o crédito foi fixado em dólares. Obviamente, os bancos não querem receber os tais automóveis de volta, pois não tem a quem os vender. Os créditos fáceis são muito parecidos com as drogas ditas “leves”, é fácil habituar-se e é muitíssimo difícil deixa-las.
Foram fechados vários projectos nas áreas de média, comunicações, novas tecnologias, alguns jornais da capital encerraram as suas redacções regionais.
Mas em geral as pessoas dizem que a crise dos anos 90 era muito mais assustadora e preparam-se para fazer o ski, snowboard ou outras actividades lúdicas nos montes Cárpatos. Como diz a velha máxima, comer, beber e divertir-se a humanidade irá sempre...
Outra consequência da crise é a queda dos preços no mercado dos apartamentos a arrendar. Se em 2000 uma casa T0 custava em Kyiv entre 35 USD (periferia, obras à fazer) e 100 USD (bairro da classe média, após as obras), então em apenas 5 anos os preços enlouqueceram. Em 2005 um T0 já custava no mínimo 200 USD (periferia profunda ou arredores da cidade, obras à fazer), enquanto um T0 decente era alugado na cidade por 400 – 500 USD. Hoje já é possível alugar um T1 por (3.000 UAH / 7,5 = $400)
Por exemplo, como escreve o usuário Ingoo, a dona do seu T1 alugado, Sra. Nina, em 2007 começou a cobrar a renda de $300 / mês. Durante os últimos dois anos, a senhora sempre aumentava a renda, até chegar aos $600. É de salientar que a casa não tem nem televisão, nem maquina de lavar roupa e quase não tem mobília. As obras foram feitas assim – assim e o seu preço real não podia ultrapassar os $450 – $500.
Por isso, pagando o mês de Dezembro, Ingoo decidiu mudar da casa, começando a fazer uma prospecção do mercado imobiliário. Os profissionais das agências imobiliárias logo lhe contaram que:
Todos as imobiliárias passaram a usar a moeda nacional como a referência (câmbio do dólar muda constantemente);
Apartamentos T1 são disponíveis em todos os bairros de Kyiv ao preço de $400, $466 e $533;
A oferta supera a procura e os donos dos apartamentos facilmente fazem descontos;
As agências imobiliárias já não cobram 50% da primeira renda, agora democraticamente contentam-se com uma nota de $50.
Outro amigo meu, jornalista de profissão, Ledilid escreve que o tema da crise foi uma bela desculpa para que os jornalistas ucranianos comessem todos as suas reportagens e artigos da TV / média com frase do tipo: “Como a crise financeira afectou o ...”. E depois se fala sobre o que quiser, desde o sexo dos animais no jardim zoológico até o programa de culinária, onde o cantor romântico Alexander Ponomariov prepara a massa cotovelo à marinheiro.
A televisão “Inter” foi entrevistar a esposa de um milionário ucraniano, perguntando-lhe sobre a crise. A senhora contou que a sua conta de gás natural (e das suas amigas) é “muito alta”. A TV “TET” estava a calcular quanto dinheiro as (os) cantores pimba vão perder por causa da crise. Pois a crise significa corte nas festas corporativas e até actuações aqui e ali (nos hotéis, restaurantes, casas particulares), estão comprometidas.
Portanto, a crise na Ucrânia existe, mas como diz o ditado popular ucraniano “uns tem a sopa fraca, outros os diamantes pequenos”.
A crise vista pela Letónia
Para terminar, proponho-vos a publicidade social da Letónia. Os vendedores expõem as arvores de Natal: chinesas, dinamarquesas, lituanas. O jovem fatiota pergunta ao avô – vendedor (com sotaque típico não letão): “este arvore daonde?”. Avô responde: a arvore é nossa, letã. O jovem vira a cara e vai embora. Uma criança pede a mãe: vamos comprar a nossa, da Letónia!
Depois vem o texto: “Oferecendo nas festas as prendas da Letónia, vocês não apenas alegram os próximos, mas também tornam a Letónia mais forte. O patriotismo têm o seu senso, principalmente nestes tempos”. E aparece o logotipo do partido nacionalista letão Tēvzemei un Brīvībai (Pela Pátria e Liberdade).
Ver a publicidade da Letónia:
http://www.youtube.com/watch?v=IV5nhcvrIiU
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