por: Rafael Urban, “Folha de Londrina”, 28.01.2009
No ano de 1984, Guto Pasko tinha oito anos. Em sua casa, um sítio na colónia agrícola de Queimadas, em Prudentópolis, não tinha energia eléctrica. As notícias, ouvia no rádio a pilha do pai, em ucraniano, língua que falava em casa. Não entendia bulhufas de português. "Foi aí que, um ano atrasado, entrei na primeira série do primário, para ter a companhia da irmã um ano mais nova, que, como eu, só falava ucraniano." Guto é o mais velho de 11 irmãos. Tem 32 anos. Margareth, a caçula, tem 12. Não fala ucraniano. Mora na mesma casa em que Guto nasceu. Lá, hoje, não tem apenas energia eléctrica como também automóvel, televisão com antena parabólica e 53 canais, celular e Internet sem fio, acessada no notebook adquirido no último final de semana. "Fiquei impressionado. Em apenas 20 anos, uma geração, tem toda essa diferença. A família é a mesma, os meus pais continuam tradicionais, mas as mudanças são muitas."
Em 2006, Guto produziu o longa-metragem "Made in Ucrânia", um registro dos primeiros 110 anos da imigração ucraniana no país, iniciada em 1895, e um reencontro do director com às suas origens – trocou Prudentópolis por Curitiba aos 11 anos. O filme, feito com recursos do 1º Prémio Estadual de Cinema e Vídeo (R$ 180 mil) e mais
R$ 220 mil do próprio bolso foi distribuído de maneira independente. Fez 13 mil espectadores nos cinemas do Sul do Brasil, em uma estratégia que privilegiou municípios com grande concentração de comunidades ucranianas. Há um ano, o realizador distribui o material em DVD, tendo vendido expressivas 512 unidades a R$ 50 pelo site (http://www.gp7cinema.com) e nas Livrarias Curitiba entre outros pontos de venda. Na semana passada, o tema voltou à tona, com debate seguido da exibição do filme pelo programa «Aqui Entre Nós», da Paraná Educativa.
"É um processo inevitável que acontece no Paraná e no Brasil de intercâmbio entre as diferentes etnias", comenta Vitório Sorotiuk, 63, presente no debate sobre o filme. Ele é o presidente da Representação Central da Comunidade Ucraniana Brasileira, que congrega entidades civis e religiosas. Tal como Guto, nasceu em Prudentópolis e se viu obrigado a falar português aos sete anos, quando entrou no primário. Vem de uma família de oito irmãos. "Mas apenas um deles se casou com descendente de ucranianos." As tradições, estas, na opinião de Vitório, se mantém. Ele lembra que são 23 grupos folclóricos ucranianos no Brasil, sendo que 18 deles estão no Paraná. Aproveita para fazer um convite. No final de semana acontece em Curitiba o 7º Congresso da Comunidade Ucraniana Brasileira, com presença de descendentes de ucranianos do Brasil e América Latina. A entrada é franca. Mais informações em http://www.rcub.com.br
Ver o trecho do filme no YouTube:
www.youtube.com/watch?v=F1itb6IBbD8
No ano de 1984, Guto Pasko tinha oito anos. Em sua casa, um sítio na colónia agrícola de Queimadas, em Prudentópolis, não tinha energia eléctrica. As notícias, ouvia no rádio a pilha do pai, em ucraniano, língua que falava em casa. Não entendia bulhufas de português. "Foi aí que, um ano atrasado, entrei na primeira série do primário, para ter a companhia da irmã um ano mais nova, que, como eu, só falava ucraniano." Guto é o mais velho de 11 irmãos. Tem 32 anos. Margareth, a caçula, tem 12. Não fala ucraniano. Mora na mesma casa em que Guto nasceu. Lá, hoje, não tem apenas energia eléctrica como também automóvel, televisão com antena parabólica e 53 canais, celular e Internet sem fio, acessada no notebook adquirido no último final de semana. "Fiquei impressionado. Em apenas 20 anos, uma geração, tem toda essa diferença. A família é a mesma, os meus pais continuam tradicionais, mas as mudanças são muitas."
Em 2006, Guto produziu o longa-metragem "Made in Ucrânia", um registro dos primeiros 110 anos da imigração ucraniana no país, iniciada em 1895, e um reencontro do director com às suas origens – trocou Prudentópolis por Curitiba aos 11 anos. O filme, feito com recursos do 1º Prémio Estadual de Cinema e Vídeo (R$ 180 mil) e mais
R$ 220 mil do próprio bolso foi distribuído de maneira independente. Fez 13 mil espectadores nos cinemas do Sul do Brasil, em uma estratégia que privilegiou municípios com grande concentração de comunidades ucranianas. Há um ano, o realizador distribui o material em DVD, tendo vendido expressivas 512 unidades a R$ 50 pelo site (http://www.gp7cinema.com) e nas Livrarias Curitiba entre outros pontos de venda. Na semana passada, o tema voltou à tona, com debate seguido da exibição do filme pelo programa «Aqui Entre Nós», da Paraná Educativa.
"É um processo inevitável que acontece no Paraná e no Brasil de intercâmbio entre as diferentes etnias", comenta Vitório Sorotiuk, 63, presente no debate sobre o filme. Ele é o presidente da Representação Central da Comunidade Ucraniana Brasileira, que congrega entidades civis e religiosas. Tal como Guto, nasceu em Prudentópolis e se viu obrigado a falar português aos sete anos, quando entrou no primário. Vem de uma família de oito irmãos. "Mas apenas um deles se casou com descendente de ucranianos." As tradições, estas, na opinião de Vitório, se mantém. Ele lembra que são 23 grupos folclóricos ucranianos no Brasil, sendo que 18 deles estão no Paraná. Aproveita para fazer um convite. No final de semana acontece em Curitiba o 7º Congresso da Comunidade Ucraniana Brasileira, com presença de descendentes de ucranianos do Brasil e América Latina. A entrada é franca. Mais informações em http://www.rcub.com.br
Ver o trecho do filme no YouTube:
www.youtube.com/watch?v=F1itb6IBbD8
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