Bóias suspeitas cercam base de foguete
Data: 01/02/2009
por: Leonardo Souza, “Folha de São Paulo”, sucursal de Brasília
Data: 01/02/2009
por: Leonardo Souza, “Folha de São Paulo”, sucursal de Brasília
Os serviços secretos brasileiros investigam os radiotransmissores flutuantes encontrados perto do Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA), um projecto brasileiro – ucraniano de lançamento de satélites, usando o míssil ucraniano “Zenit”. A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) investiga a possibilidade de espionagem e até mesmo risco de sabotagem do programa de lançamentos.
Recentemente, a agência elaborou relatório reservado, sobre equipamentos de telemetria (que podem captar, enviar e processar dados à distância), instalados em bóias apreendidas em praias que cercam o CLA, no dia 11 de Outubro do ano passado. É a terceira vez que a agência encontra o mesmo tipo de aparelhos nos arredores de Alcântara.
Essas bóias são utilizadas para pesca em alto-mar, na localização de cardumes, mas têm capacidade de interferir nos sinais de navegação dos foguetes se para isso forem programadas, de acordo com a Abin. O equipamento foi submetido à análise do Instituto de Pesquisas da Marinha, no Rio (de Janeiro). A hipótese de que o equipamento pode ser utilizado para interferir nas comunicações entre os foguetes e a base de Alcântara não foi descartada.
Os técnicos do instituto também ressaltaram o facto de Alcântara estar muito distante das rotas de pesca em alto-mar. Eles trabalham agora numa perícia mais aprofundada.
"A agência tem monitorizado o aparecimento de bóias em intervalos de dois em dois anos, nas praias do CLA. Elas são accionadas por controle remoto via satélite e têm capacidade de enviar, transmitir e medir frequência, além de possuírem espaço suficiente para abrigarem corpos estranhos; estão equipadas com bateria de longa duração e painel solar", informa o relatório sigiloso da Abin.
"Há de se estranhar a presença dessas bóias no local porque a região não tem indústria pesqueira, não está na rota de barcos que utilizem essas bóias, elas não se deslocam para muito distante de onde são colocadas e, no entanto, só são encontradas nas praias próxima ao CLA, apesar dos quilómetros de praias existentes no Maranhão", diz o documento.
Até hoje, nenhuma empresa no Brasil ou no exterior reclamou os equipamentos encontrados pela Abin.
"Caso isso ocorresse [interferência na telemetria dos foguetes], não seriam prejudicados apenas os eventuais lançamentos a partir de Alcântara, mas também se colocaria em risco a execução de operações de rastreio de veículos espaciais estrangeiros – serviço prestado pelos centros de lançamento de Alcântara/MA e Barreira do Inferno/RN", cita o relatório da Abin, referindo-se à análise do Centro de Pesquisas da Marinha.
As bóias encontradas em Outubro são de dois fabricantes diferentes, um espanhol e outro japonês. O modo de transmissão de dados do primeiro é via satélite. O do segundo, por ondas VHF e/ou UHF.
Agentes da Abin envolvidos na investigação ressaltam que, em casos de espionagem, é comum a adaptação de aparelhos normalmente empregados em outras finalidades para camuflar a acção clandestina.
O CLA é um dos locais em que a Abin promove um trabalho preventivo de protecção do conhecimento nacional. A agência tem adoptado medidas, em conjunto com dirigentes de centros de pesquisa, empresas estatais e até mesmo em companhias privadas, para tentar impedir que tecnologias desenvolvidas no país sejam alvo de espionagem ou sabotagem.
Além das bóias de pesca, a Abin levanta suspeitas também sobre a presença de muitos estrangeiros na região do CLA, uma área pobre, com pouca actividade e infra-estrutura turística. Em 2006, o Grupo de Trabalho da Amazónia, coordenado pela Abin, produziu um relatório que abordou o tema.
O documento informa que, segundo fontes da polícia estadual do Maranhão, havia 116 estrangeiros no dia 15 de Maio daquele ano em Alcântara, quando membros do GTA visitaram a base de lançamentos.
"Não foi possível saber quais as actividades que desenvolviam, tendo em vista que não haveria actividade no Centro de Lançamentos. Os altos índices de exclusão social presentes na cidade de Alcântara deixam a comunidade que ali reside exposta e fragilizada a tentativas de aliciamento e recrutamento por parte de ONG e agentes a serviço de países que muito teriam a perder com os sucessos dos lançamentos da Base de Alcântara", diz o documento.
Suspeita de sabotagem
A Abin ainda não conseguiu esclarecer se os aparelhos instalados nas bóias estavam em operação durante lançamentos feitos da base de Alcântara.
No dia 19 de Julho de 2007, por exemplo, período intermediário entre duas apreensões (2006 e 2008) dos equipamentos, o CLA lançou o foguete VSB-30. O teste foi parcialmente bem-sucedido. O foguete percorreu o trajecto estipulado e o chamado módulo útil pousou no mar, mas o equipamento não foi encontrado após o lançamento, como previsto. Na época, o CLA informou que, "durante a queda, houve oscilações no sinal de telemetria, o que dificultou o resgate do módulo após o lançamento".
Folha de São Paulo:
http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=542693
(E já agora, vamos pensar um pouco, que país esteja sobremaneira interessado em sabotar a presença ucraniana na América Latina, que país tem a vontade para o tal e as capacidades logísticas e financeiras para conseguir os seus objectivos maléficos. Que país é este, como vocês acham, pessoal?)
Recentemente, a agência elaborou relatório reservado, sobre equipamentos de telemetria (que podem captar, enviar e processar dados à distância), instalados em bóias apreendidas em praias que cercam o CLA, no dia 11 de Outubro do ano passado. É a terceira vez que a agência encontra o mesmo tipo de aparelhos nos arredores de Alcântara.
Essas bóias são utilizadas para pesca em alto-mar, na localização de cardumes, mas têm capacidade de interferir nos sinais de navegação dos foguetes se para isso forem programadas, de acordo com a Abin. O equipamento foi submetido à análise do Instituto de Pesquisas da Marinha, no Rio (de Janeiro). A hipótese de que o equipamento pode ser utilizado para interferir nas comunicações entre os foguetes e a base de Alcântara não foi descartada.
Os técnicos do instituto também ressaltaram o facto de Alcântara estar muito distante das rotas de pesca em alto-mar. Eles trabalham agora numa perícia mais aprofundada.
"A agência tem monitorizado o aparecimento de bóias em intervalos de dois em dois anos, nas praias do CLA. Elas são accionadas por controle remoto via satélite e têm capacidade de enviar, transmitir e medir frequência, além de possuírem espaço suficiente para abrigarem corpos estranhos; estão equipadas com bateria de longa duração e painel solar", informa o relatório sigiloso da Abin.
"Há de se estranhar a presença dessas bóias no local porque a região não tem indústria pesqueira, não está na rota de barcos que utilizem essas bóias, elas não se deslocam para muito distante de onde são colocadas e, no entanto, só são encontradas nas praias próxima ao CLA, apesar dos quilómetros de praias existentes no Maranhão", diz o documento.
Até hoje, nenhuma empresa no Brasil ou no exterior reclamou os equipamentos encontrados pela Abin.
"Caso isso ocorresse [interferência na telemetria dos foguetes], não seriam prejudicados apenas os eventuais lançamentos a partir de Alcântara, mas também se colocaria em risco a execução de operações de rastreio de veículos espaciais estrangeiros – serviço prestado pelos centros de lançamento de Alcântara/MA e Barreira do Inferno/RN", cita o relatório da Abin, referindo-se à análise do Centro de Pesquisas da Marinha.
As bóias encontradas em Outubro são de dois fabricantes diferentes, um espanhol e outro japonês. O modo de transmissão de dados do primeiro é via satélite. O do segundo, por ondas VHF e/ou UHF.
Agentes da Abin envolvidos na investigação ressaltam que, em casos de espionagem, é comum a adaptação de aparelhos normalmente empregados em outras finalidades para camuflar a acção clandestina.
O CLA é um dos locais em que a Abin promove um trabalho preventivo de protecção do conhecimento nacional. A agência tem adoptado medidas, em conjunto com dirigentes de centros de pesquisa, empresas estatais e até mesmo em companhias privadas, para tentar impedir que tecnologias desenvolvidas no país sejam alvo de espionagem ou sabotagem.
Além das bóias de pesca, a Abin levanta suspeitas também sobre a presença de muitos estrangeiros na região do CLA, uma área pobre, com pouca actividade e infra-estrutura turística. Em 2006, o Grupo de Trabalho da Amazónia, coordenado pela Abin, produziu um relatório que abordou o tema.
O documento informa que, segundo fontes da polícia estadual do Maranhão, havia 116 estrangeiros no dia 15 de Maio daquele ano em Alcântara, quando membros do GTA visitaram a base de lançamentos.
"Não foi possível saber quais as actividades que desenvolviam, tendo em vista que não haveria actividade no Centro de Lançamentos. Os altos índices de exclusão social presentes na cidade de Alcântara deixam a comunidade que ali reside exposta e fragilizada a tentativas de aliciamento e recrutamento por parte de ONG e agentes a serviço de países que muito teriam a perder com os sucessos dos lançamentos da Base de Alcântara", diz o documento.
Suspeita de sabotagem
A Abin ainda não conseguiu esclarecer se os aparelhos instalados nas bóias estavam em operação durante lançamentos feitos da base de Alcântara.
No dia 19 de Julho de 2007, por exemplo, período intermediário entre duas apreensões (2006 e 2008) dos equipamentos, o CLA lançou o foguete VSB-30. O teste foi parcialmente bem-sucedido. O foguete percorreu o trajecto estipulado e o chamado módulo útil pousou no mar, mas o equipamento não foi encontrado após o lançamento, como previsto. Na época, o CLA informou que, "durante a queda, houve oscilações no sinal de telemetria, o que dificultou o resgate do módulo após o lançamento".
Folha de São Paulo:
http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.asp?ID_RESENHA=542693
(E já agora, vamos pensar um pouco, que país esteja sobremaneira interessado em sabotar a presença ucraniana na América Latina, que país tem a vontade para o tal e as capacidades logísticas e financeiras para conseguir os seus objectivos maléficos. Que país é este, como vocês acham, pessoal?)
JNW
1 comentário:
deixa eu ver...começa com R e termina com ússia?
sérgio
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