domingo, junho 16, 2024

Os resultados do primeiro dia da Cimeira da Paz na Suíça

A cimeira abriu e atraiu um grande número de participantes, incluindo líderes mundiais e representantes de organizações internacionais. Isto pode, sem dúvida, ser considerado uma vitória para a diplomacia ucraniana, que, desde o início da guerra, estendeu-se não só ao Ocidente, mas também aos países do Sul Global, cuja influência no mundo moderno está a aumentar constantemente. 

A cimeira é uma vitória sobre a propaganda russa, que não conseguiu impedir os países de expressarem a sua posição sobre as políticas revanchistas do Kremlin. 

No contexto da crise da ONU e de outras estruturas internacionais, que perderam efectivamente a sua influência nos processos globais desde o início da guerra contra a Ucrânia, tal reunião tem um grande significado positivo. 

Este é um diálogo entre líderes de países de vários continentes, destacando a sua compreensão da fragilidade e interligação da paz global. 

Há uma possibilidade de que autarquias ao estilo de putin não tenham sucesso no cenário mundial. Ultimatos e exigências de cessão de territórios ricos serão vistos como manifestações de um pensamento abertamente feudal, moralmente ultrapassado e inaceitável no século XXI. 

Na verdade, a reunião na Suíça transformou-se numa discussão aberta sobre as realidades modernas das relações internacionais e as perspectivas da comunidade internacional face ao ressurgimento das ideologias imperiais, do neocolonialismo e da propaganda generalizada demonstrada por regimes como o de putin. 

Devido à agressão russa contra Ucrânia, muitos países já não se sentem seguros e estão preocupados com a perspectiva de a guerra se espalhar. 

Há uma compreensão crescente no mundo de que a rússia não pode parar na Ucrânia e já está a tomar medidas ameaçadoras para desestabilizar a situação económica e sócio-política nos países ocidentais. 

Os países do Sul Global compreendem de forma única o que significa estar no foco dos interesses russos. A pressão sobre a vida política, a pilhagem flagrante dos recursos nacionais sob o disfarce de empresas militares privadas, o incitamento a grupos terroristas contra populações pacíficas e a destruição de estruturas da sociedade civil são as marcas do neocolonialismo russo, cujo peso total a Ucrânia suporta actualmente. 

Foi Ucrânia, que luta contra a agressão russa há três anos, que iniciou uma conversa aberta sobre a pressão das autarquias sobre a ordem mundial e as formas de as neutralizar. Isto dá esperança de que muitos conflitos locais e regionais, que têm atormentado o Sul Global durante décadas, também se tornarão temas de discussão e resolução. 

O mundo moderno não deve basear-se em ultimatos, mas na estrita adesão aos princípios do direito internacional, da boa vizinhança e do respeito mútuo. É exactamente isto que Ucrânia pretende ao iniciar uma reunião global na Suíça.

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