O sargento ucraniano com o indicativo «Rus» defendeu duas pontes perto de Dobropillya durante 50 dias. Liquidou, pessoalmente, 27 soldados russos. Por isso, a sua unidade, a 14ª Brigada «Chervona Kalyna», recomendou-o para a medalha de Herói da Ucrânia, a mais alta honra militar do país, escreve o The Times.
Juntamente com soldado «Artista», entraram na aldeia no final de julho de 2025 com mantimentos para duas semanas. A sua tarefa era simples: defender duas pontes. Em vez de 14 dias, resistiram durante 7 semanas sob ataques de drones, artilharia e infantaria russos.Dividiram-se em pequenos grupos, limparam casas e prepararam emboscadas. Um rádio russo capturado ajudou, o que lhes permitiu ouvir os movimentos do inimigo. Os drones ucranianos observavam de cima e coordenavam-os.
Os russos avançaram em pequenos grupos. «Rus» esperava até que se aproximassem aos 30 metros e só então abria fogo. Ele e os seus camaradas armaram repetidamente emboscadas, obrigando os ocupantes russos à recuar e a desaparecer do campo de batalha.
Em 50 dias, «Rus» liquidou, pessoalmente, 27 soldados russos. Isto foi confirmado pelos operadores de drones. «Ele abateu-os mesmo, só que com armas ligeiras», disse o seu comandante.
As condições eram desumanas. Viviam em ruínas, alvos constantes de armas russas. Lavavam-se apenas com toalhitas húmidas. O maior descanso era tirar o capacete ou o colete à prova de bala durante meia hora.
Ao 30º dia, um morteiro destruiu o seu abrigo. «Rus» escondeu-se na cave nesse momento, enquanto «Artista» sofreu uma contussão e ferimentos de estilhaços, conseguindo mais tarde escapar e chegar ao hospital. «Rus» ficou e continuou a luta.
Após 50 dias, ele e outros quatro soldados de infantaria foram finalmente substituídos. Estiveram dois dias sob fogo e ataques de drones kamikazes.
«Rus» regressou à Ucrânia livre com a reputação de guerreiro que, sozinho, impediu o avanço russo com uso de paciência e emboscadas.
«A história de Rus sobre as repetidas emboscadas contra os russos, confirmada e complementada por operadores de drones que o viram, pelos seus vídeos e colegas comandantes, demonstra como, mesmo numa guerra cada vez mais travada por robôs, são os combatentes individuais que podem ser vitais para a vitória».
Na versão online, aliás, o título tem exatamente esta mensagem: «Even in a drone war, one man and a rifle can make his mark» (Mesmo numa guerra de drones, um homem com uma espingarda pode deixar a sua marca).
Ler mais em inglês (somente aos assinantes).



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