domingo, fevereiro 09, 2025

Londrino que luta pela Ucrânia

Paul Ogilvie (56) é de Londres, os seus pais são da Jamaica. Lutou pela Ucrânia. Enquanto esteve hospitalizado depois de ter sido gravemente ferido, começou a estudar ucraniano — todos os dias.

O homem veio para a Ucrânia porque acredita que se o mal não for travado aqui, vai espalhar-se pelo mundo inteiro. Ele sabe o que diz, pois aos 18 anos se voluntariou à guerra pela independência da Croácia, onde passou 5 anos da sua vida. 

Paul na guerra pela independência da Croácia

Na Ucrânia primeiro se alistou na Legião Internacional, depois se transferiu para 10ª Brigada Separada de Assalto de Montanha «Edelweiss» foi ferido perto de Soledar em agosto de 2022, quando realizava uma missão de combate. Após ter sido atingido por um tanque russo, um fragmento atravessou-lhe a perna, arrancando-lhe um fragmento de 12 cm da tíbia. Com este ferimento, teve de ficar em território inimigo durante 5 horas. Um drone circulava acima dele e lançou explosivos. O capacete protegeu-lhe o rosto, mas partiu-lhe os dentes e Paul sofreu uma concussão. Diz que o capacete ficou completamente partido, mas salvou-lhe a vida.

Paul em 2022 na linha da frente na Ucrânia

Os seus companheiros regressaram para buscar o militar e levaram-no para a unidade médica. Depois houve a primeira operação em Kyiv, e as seguintes em Ternopil — com a instalação de três implantes e restauração da função do membro.

Paul em fevereiro de 2024 em Ternopil
Paul passou pela reabilitação e 9 (!) cirurgias, após quais planeia regressar à frente de combate. Diz que agora o assunto com os ocupantes russos é pessoal.

«Acredito muito na vitória da Ucrânia. Estamos a ganhar, as pessoas simplesmente não entendem o que é a vitória. Há sempre muito desespero e lágrimas.Este ano (2024) não será muito bem-sucedido, porque há a América, que se está a comportar como um idiota, e há a Europa, que está a demorar muito tempo a tomar decisões.Há pessoas que não compreendem a importância da guerra. Uma vez entrei num táxi e o motorista disse-me que não queria ir para a frente porque não queria morrer. Se houvesse uma guerraem Inglaterra e alguém de Inglaterra dissesse algo do género, eu ficaria terrivelmente zangado. É injusto para os meus amigos que estão a lutar há meses e não veem as suas mulherese filhos», diz Paul.

Paul continua a estudar ucraniano, citando aqui o «Testamento» do Taras Shevchenko, escito em 1845:

A foto inicial é do projeto folclórico Koza Dereza Manufacture

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