sábado, abril 12, 2025

Refugiados polacos nas colónias africanas da Grã-Bretanha

De 1942 a 1950, quase vinte mil polacos encontraram refúgio dos horrores da Europa devastada pela II Guerra Mundial em campos nas colónias africanas da Grã-Bretanha, incluindo Uganda, Tanganica, Quénia, Rodésia do Norte e do Sul.

A localização geográfica dos campos de refugiados polacos em África

O livro do investigador alemão Jochen Lingelbach «On the Edges of Whiteness» conta a sua história improvável, traçando as múltiplas e complexas relações que se desenvolveram entre os refugiados, os administradores britânicos e os seus vizinhos africanos. Ao mesmo tempo que intervém em debates históricos importantes em disciplinas académicas, este livro oferece também um relato acessível e memorável da sobrevivência e do deslocamento cultural dramático no contexto de um conflito global.
Cemitério polaco/polonês em Rusape, na atual Zimbábue, 2018

Durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 700 refugiados polacos (o mais que provável, entre eles vários ucranianos), a maioria mulheres e crianças, que fugiam da Polónia ocupada pelos soviéticos, foram admitidos no campo de Rusape, na atual Zimbábue. Em 1946, o campo de refugiados foi encerrado, e as pessoas foram transferidos para Gatooma, de onde foram repatriados para a Europa.

Embora a absoluta maioria dos 19.200 refugiados do grupo, eram católicos e polacos, também havia no meio as minorias judias e ortodoxas, compostas por belarusos e ucranianos. Por exemplo, um dos relatórios aponta que no campo de Kondoa, em Tanganica, a maioria dos residentes eram belarusos e ucranianos.

A igreja católica polaca em Nyabyeya/Masindi, em Uganda

Jochen Lingelbach é investigador de pós-doutoramento em História de África na Universidade de Bayreuth. Doutorou-se na Universidade de Leipzig e trabalha atualmente no projeto “África na História Global dos Campos de Refugiados” dentro do Cluster de Excelência “África Múltipla” da Universidade de Bayreuth.

Sem comentários: