sábado, setembro 27, 2025

A nigeriana que se apaixonou pela Ucrânia e que vive em Kyiv

Imagem © blaqsauce_ / Instagram

Ona Uzoma Asompta vive em Kyiv há mais de sete anos. Inicialmente, a nigeriana de 27 anos foi estudar medicina, mas depois decidiu ficar na capital ucraniana. Agora, Ona é ativa nas redes sociais, onde fala sobre a sua vida na Ucrânia. Adora camisas bordadas ucranianas e aprende ucraniano com persistência. 

Ona conta as suas histórias para o serviço ucraniano da RFI. 

Após o início da guerra em grande escala (24.02.2022), Ona deixou Ucrânia e foi para Portugal. Lembra-se de cantar o hino ucraniano com uma camisa bordada. Africanos abordaram-na e perguntaram-lhe porque estava a fazer aquilo e porque estava vestida daquela maneira, se não era ucraniana. E depois acusaram-na de fazer aquilo para chamar a atenção.

Imagem © blaqsauce_ / Instagram

“Um deles até perguntou: ‘Se te oferecessem um visto gratuito para os EUA, ainda escolherias a Ucrânia?’ E a minha resposta foi: ‘Sim’. Já viajei muito, estive em onze países, mas sinto-me sempre atraída pela Ucrânia. Procuro sempre um motivo para voltar, a minha alma precisa disso”, conta Ona. 

Depois, após uma curta estadia na Europa, regressou a Kyiv, apesar do perigo. 

Ona Uzoma Asompta chegou à capital ucraniana em janeiro de 2018. A menina ingressou na Universidade Médica de Kyiv, estudou ginecologia e só recentemente se licenciou. 

No entanto, não trabalha profissionalmente — Ona é modelo e blogueira, ela conta a sua vida na Ucrânia.

«Quando faço um vídeo sobre a Ucrânia, faço-o com respeito. Não me visto apenas como um disfarce, percebe? Não o vejo como um carnaval. Faço vídeos e esforço-me para pesquisar a história do que estou a falar, para que as pessoas vejam que realmente sei do que estou a falar. 

Diversas redes sociais, usadas pela Ona

Talvez seja também porque sou estrangeira. Por vezes é interessante que um estrangeiro seja tão entusiasta e fale sobre a Ucrânia desta forma», diz ela. 

Diz que já se deparou com racismo na Ucrânia, mas não leva isso para o lado pessoal. 

«Quando me deparo com comportamentos racistas na rua, penso que as pessoas que o praticam são muito ignorantes e que não é culpa delas. Por isso, não levo isso muito a sério. Já experimentei mais racismo, por exemplo, na Alemanha do que na Ucrânia. É muito estranho, porque há muitos estrangeiros na Alemanha. Mas lá, encontrei isso com mais frequência. O mesmo em Portugal. 

Portanto, sim, há pessoas más em todo o lado. Mas isso não muda em nada a minha opinião sobre a Ucrânia», diz ela.

Sem comentários:

Enviar um comentário

No vodka, go home! / Proibida a propaganda totalitária ou anti - ucraniana.