É
com grande pesar que o nosso blogue anuncia a morte do Dr. Richard Pipes, eminente sovietologista,
condecorado com a Medalha de Liberdade Truman-Reagan e antigo membro do
Conselho de Segurança Nacional dos EUA. O Dr. Pipes faleceu em paz aos 94 anos
no dia 18 de maio.
Richard Pipes, sua mãe Sara Sofia (Haskelberg) Pipes, conhecida como Zosia e seu pai, Marek Pipes, no navio em Lisboa, ao caminho aos EUA, 1940. |
Desde
sua infância, o grande historiador do totalitarismo foi moldado por suas devastações.
Nascido em uma família judia na cidade polaca/polonesa de Cieszyn em 1923, o
jovem Pipes assistiu ao drama da ascensão do nazismo em primeira mão. Graças à
sorte e das através das conexões do pai com o serviço diplomático, a família
Pipes escapou primeiro para a Itália em 1940 e depois para os Estados Unidos.
Depois de servir na Força Aérea do Exército dos EUA na Segunda Guerra Mundial,
Pipes retornou aos Estados Unidos e continuou a sua formação académica. Em
1958, tornou-se professor de história russa na Universidade de Harvard, onde
passou toda a sua carreira.
Dr. Pipes na URSS, em Leninegrado em 1959, com a sua mão está escrito em russo "Eu, em Petersburgo, Jan(eiro), 1959" |
Seus
muitos livros ajudaram a definir o debate mundial sobre as origens, os efeitos,
o significado e o legado da revolução bolchevique russa e do regime soviético
que esta gerou. A sua obra The Russian Revolution (A Revolução Russa),
publicada pela primeira vez em 1990, é uma das histórias canónicas desse evento
sinistro.
Jovem Richard Pipes em Cambridge, Massachusetts, em 1959. |
O
Dr. Pipes também serviu como chefe da equipa Team B, um grupo de
especialistas civis, encarregados pela CIA de compilar uma estimativa da força
militar soviética para suplementar o relatório oficial (Team A). Durante a
administração Ronald Reagan, o Dr. Pipes serviu no Conselho de Segurança
Nacional como um especialista em assuntos soviéticos.
Richard Pipes, segundo à direita, num encontro de especialistas de sovietologia com o presidente Ronald Reagan, 7 de novembro de 1985. (Fotos: Pete Souza - White House via CNP/Newscom) |
Ele
ajudou a escrever um dos discursos mais memoráveis de Ronald Reagan, proferido
perante o parlamento britânico em 1982, quando o presidente americano previu
uma “marcha de liberdade e democracia que deixará o marxismo-leninismo no monte
de cinzas da história”. Ele também foi o principal autor de duas diretivas decisivas de segurança nacional americana:
NSDD-32 e NSDD-75.
Professor Pipes, com o vice-presidente George H.W. Bush na Casa Branca em 1982. |
A
diretiva NSDD-32 declarou que os Estados Unidos buscariam neutralizar o
controlo soviético sobre a Europa Oriental e autorizaram o uso de ações
secretas e outros meios para apoiar grupos anti-soviéticos na região,
especialmente o sindicato Solidarność
(Solidariedade) na Polónia. A diretiva NSDD-75 pediu que os Estados Unidos
procurassem não a coexistência com a União Soviética, mas uma mudança
fundamental do regime soviético.
Professor Pipes na livraria Widener no Campus de Harvard em Cambridge, Massachusetts, 1991. Crédito @ Bill Greene/The Boston Globe, via Associated Press |
Pipes viveu tempo
suficiente para ver a queda do Muro de Berlim, mas também para ver um oficial
da KGB dominar a Rússia, a anexação da Crimeia, a ocupação da Ucrânia Oriental
e o surgimento de novas estátuas de Lenine e Marx em toda a Rússia e Europa
Ocidental.
Richard Pipes homenageado pelo George W. Bush com a National Humanities Medal, 2007 Créditos @Gerald Herbert/AP |
A diretora executiva da Fundação
Memorial das Vítimas da Comunista, Marion Smith, escreveu sobre a vida e o
legado de Richard Pipes para a National
Review; O Dr. Lee Edwards, presidente da Fundação Memorial das Vítimas do
Comunismo, lembrou o Dr. Pipes no Daily Signal. Outros obituários foram publicados no The
New York Times e no Washington
Post.
O programa televisivo “Firing
Line” com William F. Buckley Jr., Novos insights sobre a revolução russa, com o
convidado especial Dr. Richard Pipes, 13 de dezembro 13 de 1990:
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