As fotos foram tiradas pelo fotógrafo ucraniano Dmytro Muravsky
na vila de Shyrokyne
em 04.06.2016. O dia que dificilmente poderá ser esquecido. Exatamente um mês
depois a posição foi alvejada pelo fogo dos morteiros russos. O franco-atirador
foi ferido, um combatente ucraniano morreu e a posição ardeu...
E
já ferido no abdómen, levado pelos companheiros para fora da zona do perigo, ele
gritava em voz alta que voltará e dará cabo da toda a “gente má”. Os
companheiros, tentando parar o sangramento, o pediam para ficar calado. Mas ele
continuava o seu discurso vezes sem conta.
Hoje,
ele novamente está na linha de fogo.
Uma
pessoa que mesmo antes, por várias vezes olhou nos olhos da morte. Ele viu, através
da sua mira ótica, como uma espécie de míssil, a granada do SPG voa na sua direção. A
granada apenas furou o telhado, o atirador conseguiu, com muita sorte à mistura,
de saltar fora. Ele viu como os terroristas montavam a posição inteira de
morteiros, todos virados para o seu lado, viu diversas outras coisas.
As
pessoas como ele, suportam hoje a linha ucraniana de fogo. Não é nenhuma “linha
de separação”, como é chamada, de forma politicamente correta pelos políticos.
É
a verdadeira LINHA DE FOGO.
Olhei,
e na mesa, ao seu lado, entre os manuais escolares e fotos de casamento,
pertencentes aos antigos donos daquela casa reparei num livro interessante.
Perguntei:
“o que estas a ler?”, – e ele sorrindo, encolheu os ombros.
O
livro se chamava “Raposa no telhado” (The Fox in the Attic, a novela de 1961,
escrita pelo britânico Richard Hughes).
Por
que isso me surpreendeu?
Raposa,
na narrativa épica japonesa, é o demónio mais poderoso que pode não apenas mudar
a sua aparência, mas também deixar louco qualquer guerreiro forte.
Ele
novamente sorriu e encolheu os ombros (as duas fotos do “raposa no telhado” e texto @Dmytro Muravsky).
Bónus
A
moto Izhdeassalto do 3º Regimento de operações especiais já está no local onde
é mais precisa. Obrigado aos Ury Leshchenko e Sergey Listopad (@romabra).
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