Após a derrota da Revolução Ucraniana de 1917-1921, Ucrânia perdeu sua Independência e suas terras passaram a fazer parte da URSS, Polónia, Romênia e Checoslováquia.
No entanto, os ucranianos não renunciaram a ideia de Independência. O governo da República Popular da Ucrânia (UNR) no exílio, círculos pró-Hetman Skoropadskiy e organizações nacionalistas continuaram a luta pela criação de um Estado independente. No período entreguerras, a jovem geração de patriotas ucranianos, unida nas fileiras da Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), assumiu essa liderança.
A posição mais radical foi defendida pela ala revolucionária da OUN, liderada por Stepan Bandera. OUN(R) planeava usar a guerra germano-soviética (que parecia inevitável) para lançar a luta por um Estado ucraniano soberano. Grupos de marcha (até 6 mil pessoas) estavam sendo preparados para avançar para o território da União Soviética seguindo a Wehrmacht. Ao mesmo tempo, a OUN(R) não divulgou suas intenções, buscando apresentar às autoridades alemãs um fato consumado.
As tropas soviéticas deixaram Lviv em 29 de junho de 1941. E já às 4h30 da manhã de 30 de junho, sem esperar pelas principais forças do exército alemão, o batalhão Nachtigall (o grupo norte da «Brigada dos Nacionalistas Ucranianos» (DUN), criada após negociações entre a OUN e a Abwehr, contava com 330 combatentes liderados por Roman Shukhevych), que garantiria a proclamação do ato de formação do Estado ucraniano.
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| Batalhão Nachtigall nas ruas de Lviv, 30 de junho de 1941 |
Poucas horas depois, um grupo de marcha liderado por Yaroslav Stetsko entrou em Lviv, a quem o Comité Nacional Ucraniano havia concedido autoridade para declarar a Independência. As negociações foram prontamente realizadas com figuras importantes do movimento político ucraniano. Às 18h no prédio da «Prosvita» local, na Praça Rynok, teve início a Assembleia Nacional Ucraniana, com a presença de mais de 100 delegados de toda a Ucrânia, além do representante do Metropolita Andriy Sheptytsky, Yosyp Slipy.
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| Moradores de Lviv aguardam a proclamação do Ato de Restauração do Estado Ucraniano. 30 de junho de 1941. |
A assembleia proclamou a restauração do Estado ucraniano («pela vontade do povo ucraniano, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos, sob a liderança de Stepan Bandera, proclama a restauração do Estado ucraniano, pelo qual gerações inteiras dos melhores filhos da Ucrânia tombaram») e a criação de um governo provisório chefiado por Yaroslav Stetsko - o Conselho Estatal Ucraniano. Por razões diplomáticas, um terceiro ponto foi adicionado no último momento, proclamando maior cooperação com a «Grande Alemanha» (não constava na primeira versão do documento). No entanto, não protegeu contra novas repressões e foi amplamente utilizado na propaganda inimiga.
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| O texto original do Ato, assinado pelo Yaroslav Stetsko |
O ato conclamava os ucranianos a «não deporem as armas até que o Poder Soberano Ucraniano fosse estabelecido em todas as terras ucranianas». O próximo passo seria a restauração do Estado ucraniano em Kyiv.
O texto do documento foi transmitido duas vezes pelo rádio. O Comité Nacional Ucraniano em Cracóvia emitiu um boletim informativo sobre o assunto no dia seguinte (o primeiro e, ao mesmo tempo, o último). Autoridades ucranianas foram rapidamente criadas e iniciaram suas atividades em muitos assentamentos da Ucrânia Ocidental.
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| O texto do Ato publicado na imprensa ucraniana, 10 de Julho de 1941 |
A preparação do Ato foi realizada em segredo e foi uma completa surpresa para as autoridades alemãs de ocupação. Em 30 de junho, dois oficiais alemães, tendo ouvido falar da reunião, chegaram a ela após seu início e, a princípio, tinham pouca ideia do que estava acontecendo. O professor Hans Koch fez um discurso cauteloso, enfatizando que a criação de um Estado ucraniano não fazia parte dos planos imediatos da Alemanha. Mas, em poucos dias, as ações dos alemães tornaram-se mais duras.
Em 3 de julho de 1941, em conversa com o Secretário de Estado Adjunto do Reich, Ernst Kund, Stepan Bandera declarou: «Entramos na batalha que se desenrola agora para lutar por uma Ucrânia independente e livre. Lutamos pelas ideias e objetivos ucranianos. Dei a ordem para organizar imediatamente a administração e o governo do país nas áreas ocupadas pelas tropas alemãs... Gostaria de reafirmar e esclarecer que, em relação a todas as ordens que dei,... não confiei em nenhuma autoridade alemã, nem em seu consentimento, mas apenas no mandato que recebi do povo ucraniano».
Alemães foram incapazes de convencer Stepan Bandera e Yaroslav Stetsko a revogar o Ato, os dois foram presos alguns dias depois e posteriormente enviados para o campo de concentração de Sachsenhausen. Em 11 de julho de 1941, as atividades de qualquer organização ucraniana foram proibidas e, em setembro de 1941, os nazistas iniciaram prisões e execuções em massa de membros da OUN(R). No total, até o final de 1941, os alemães haviam fisicamente eliminado 15 e colocando outros 300 altos funcionários da OUN-R em campos de concentração [fonte].






Importante destacar que alguns membros do OUN receberam treinamento do Exército alemão, assim como diversos membros também eram oficiais do NKVD, do Exército Vermelho e do Exército Polonês. OUN enfatizava a necessidade de treinamento militar.
ResponderEliminarSó propagandista russo https://m.youtube.com/watch?v=7Dps8RBPPKQ
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