Engraçado que o apelido supostamente “judeu” de Vladislav foi muito provavelmente fabricado na sede do GRU russo, por pessoas sem ideias claras da história dos nomes judeus. É de salientar, que três anos atrás, Vladislav fez uma publicação (que já foi apagada, mas as almas bondosas tiveram o cuidado de a documentar) sobre a sua detenção e tentativa de se defender das acusações de estupro/violação.
Segundo o relatório oficial, desde agosto de 2024 que Vladislav Victorsson comunicava em hebraico e por vezes em inglês nas redes sociais com uma pessoa sob a alcunha de “Mari Hossi” (a julgar pelo texto da acusação, a comunicação era realizada via Telegram). Seguindo as instruções desta pessoa, o suspeito fez grafitis e afixou panfletos (o relatório do procurador esclarece que se tratava de grafitis e panfletos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu - por exemplo, «Bibi destruiu o estado de Israel», «Bibi = Hitler», «Bibi organizou o Holocausto dos reféns», «Bibi é mau para Israel»), escondeu dinheiro em locais específicos e até incendiou veículos na zona de Yarkon Park, em Telavive.
Carros incendiados perto do Parque Yarkon, em Telavive, alegadamente a mando de agentes iranianos, numa foto sem data. (Foto: Polícia de Israel) |
Para cumprir as suas tarefas, Vladislav envolveu mais dois cidadãos, incluindo a sua esposa Anna Bernstein, de 18 anos, que participou em algumas tarefas, informou a polícia. Além disso, Vladislav foi instruído para encontrar assistentes adicionais que realizariam diversas tarefas, em particular, fotografar manifestantes durante ações de protesto (para o efeito ele procurava aliciar os desempregados, toxicodependentes e outras pessoas em situação sócio-económica precária).
O Ministério Público israelita esclarece: “Por cada graffiti que os arguidos pintaram em Petah Tikva e Ramat Gan, receberam 20 dólares – um total de cerca de 2.000 dólares. Total de 145 dólares em criptomoeda e um valor adicional de 2.850 dólares como adiantamento para atear fogo a veículos no futuro.»
De salientar que os arguidos sabiam que desempenhavam as tarefas de um agente estrangeiro inimigo e estavam envolvidos em atividades subversivas e terroristas contra Israel.
Outro assistente envolvido de Victorsson foi um tal de Moshe Lukov (também um emigrante russo), a quem disse que estava a realizar tarefas por dinheiro através do Telegram. Os agressores usaram Moshe como motorista. Mais tarde, Moshe recusou-se a participar nesta atividade, percebendo que os serviços especiais inimigos estavam por detrás das tarefas.
As “taxas” aumentaram gradualmente. A acusação refere que, no dia 22 de setembro de 2024, o agente ofereceu ao arguido que disparasse sobre outra pessoa que se encontrava “no quinto andar de um prédio em Telavive, por um total de 40 mil dólares”. Nesta fase, o agente iraniano afirmou que após o homicídio iria saldar as dívidas do arguido, organizando a sua saída de Israel, apesar da existência de uma ordem de restrição contra o arguido. Prometeu que Vladislav e Anna se encontrariam «com um agente na rússia que cuidaria deles para uma vida confortável num terceiro país». Nenhum homicídio foi cometido. Victorsson recusou-se a matar com uma pistola com silenciador e propôs matar à longa distância, utilizando uma espingarda com mira óptica. Mas isso não foi mais discutido.
No dia 23/09/2024 Victorsson e os seus cúmplices foram detidos. No dia 14 de outubro de 2024, os detidos foram formalmente acusados.
A julgar pelo relatório da polícia e do Shin Bet, Vladislav Victorsson foi recrutado pelos serviços secretos iranianos, provavelmente com a ajuda da federação russa. Os russos continuam a ser seguidores e traidores do Kremlin, mesmo quando se mudam para outro país e mudam de cidadania. Alguém ficou surpreendido?, pergunta o político ucraniano Borislav Bereza.
Sem comentários:
Enviar um comentário
No vodka, go home! / Proibida a propaganda totalitária ou anti - ucraniana.