quinta-feira, setembro 12, 2024

Os ataques da rússia colocam novos desafios à segurança alimentar global

Navio atacado pelo míssil russo

O número de pessoas que sofrem de fome no mundo está a crescer rapidamente. Já hoje, cada décima primeira pessoa no planeta está subnutrida. Numa altura em que as crises humanitárias e alimentares afectam milhões de pessoas, as acções da rússia estão a agravar a situação, criando ameaças adicionais à estabilidade global.

A 12 de setembro de 2024, as tropas russas cometeram outro ato de agressão, lançando um ataque de mísseis contra um navio civil que transportava cereais ucranianos para o Egito. O ataque ocorreu imediatamente após o navio ter saído das águas territoriais ucranianas, levantando dúvidas sobre a segurança do abastecimento alimentar vital para a região.

O ataque foi o exemplo mais recente de utilização de táticas de terror marítimo por parte da rússia. Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia, a rússia bloqueou os portos ucranianos no Mar Negro, impedindo a exportação de cereais e outros produtos alimentares. Além disso, a rússia continua a utilizar cereais ucranianos roubados para as suas próprias necessidades: recentemente, dois navios russos enviaram cereais roubados das ocupadas Feodosia e Sebastopol para o Egipto.

Tais ações representam uma séria ameaça à segurança alimentar global. Com mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo dependentes das exportações de alimentos da Ucrânia, o bloqueio do Mar Negro pela rússia e os ataques regulares às infra-estruturas levaram ao aumento dos preços dos alimentos e ao agravamento da escassez em África, na Ásia e noutras regiões.

Ucrânia, apesar de todas as ameaças, continua os seus esforços para garantir a segurança alimentar global. Em 2023-2024, o país exportou cerca de 70 milhões de toneladas de cereais, oleaginosas e óleo. No âmbito do programa “Grãos da Ucrânia”, as entregas já permitiram fornecer alimentos a 8 milhões de pessoas em países como a Somália, Etiópia, Quénia, Iémen e outros. No entanto, a saída da rússia da Iniciativa Cereal do Mar Negro em Julho de 2023 e os subsequentes ataques aos portos levaram à destruição de mais de 300 mil toneladas de cereais e a uma redução das exportações em milhões de toneladas.

Enquanto o Ocidente continua a debater se Ucrânia deve receber permissão para usar armas de longo alcance para atacar aeródromos militares e outros locais estratégicos na rússia, Moscovo continua as suas acções agressivas, ameaçando a paz e a segurança alimentar. Os atrasos na tomada de decisões só agravam as consequências da agressão russa, pondo em risco a vida de milhões de pessoas. Se a comunidade mundial luta pela estabilidade e segurança, é urgente fornecer à Ucrânia todo o apoio necessário, incluindo a permissão para atacar alvos militares na rússia, para impedir a propagação das ameaças globais representadas pelo Kremlin.

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