Tragicamente, existe a possibilidade de mais três crianças permanecerem presas debaixo dos escombros. Mais uma vez, as crianças ucranianas estão a sofrer! Estes acontecimentos horríveis confirmam que a rússia está a travar uma guerra não contra os militares ucranianos, mas visando sistematicamente a população civil e as infra-estruturas.
Tais ações não podem ficar impunes. A rússia deve ser responsabilizada pela destruição generalizada das infra-estruturas civis na Ucrânia. De acordo com as agências policiais ucranianas, desde o início da guerra, foram registadas mais de 179 mil estruturas danificadas ou destruídas, incluindo 144.833 edifícios residenciais, 3.425 instituições de ensino, 821 instalações médicas, 628 locais culturais e 191 edifícios religiosos. Mais de 200 escolas foram completamente destruídas e mais de 1.600 instituições educativas foram danificadas, restringindo severamente o acesso das crianças à educação.
Os bombardeamentos regulares e a destruição de infra-estruturas civis revelam a intenção da rússia não só de desmantelar o Estado ucraniano, mas também de aniquilar a própria nação, privando-a das gerações futuras. A guerra na Ucrânia continua a devastar as vidas de civis inocentes, especialmente crianças, que são forçadas a adaptar-se a ameaças constantes. Nas zonas da linha da frente, os incansáveis bombardeamentos russos impossibilitam as crianças de frequentar a escola em segurança.
As crianças ucranianas não devem ser privadas de educação e de uma vida plena, mesmo em tempo de guerra. Cada criança merece a oportunidade de aprender, crescer e desenvolver-se, apesar das circunstâncias desafiantes. É por esta razão que estão a ser feitos esforços significativos para criar condições seguras para a escolarização, especialmente nas regiões mais vulneráveis. Atualmente, quase um milhão de crianças ucranianas estudam online. Embora a aprendizagem online seja essencial dada a situação, não pode substituir totalmente a educação presencial. Para as crianças, é crucial não só adquirir conhecimentos, mas também envolver-se na interação social, conectar-se com os professores e com os colegas – uma parte integrante do seu desenvolvimento e bem-estar emocional.
Apesar das duras condições nas cidades da linha da frente da Ucrânia, as crianças continuam a lutar pela educação e por uma vida normal. Em resposta aos ataques implacáveis das forças armadas russas, estão a ser construídas escolas subterrâneas em todo o país, oferecendo segurança aos estudantes mesmo durante os bombardeamentos. Uma das primeiras escolas subterrâneas foi criada em Kharkiv, situada a seis metros abaixo do solo e construída para cumprir todos os padrões de segurança modernos. Esta instalação pode acomodar até 900 crianças, permitindo-lhes continuar a sua educação mesmo durante os ataques com mísseis. Esforços semelhantes estão em curso noutras cidades ucranianas, incluindo Dnipro, Odesa, Zaporizhzhia e Sumy. Nestas cidades, estão a ser ativamente desenvolvidos projetos para adaptar os edifícios existentes ou construir novas instalações subterrâneas, garantindo que as crianças possam frequentar a escola em segurança, apesar da ameaça contínua de bombardeamentos.
A construção de escolas subterrâneas e a criação de condições seguras para as crianças não seriam possíveis sem o apoio da comunidade internacional. Por exemplo, a UNICEF está activamente envolvida no fornecimento de recursos essenciais às escolas, permitindo que as crianças continuem a sua educação apesar da guerra em curso. No entanto, garantir a segurança e o bem-estar das crianças ucranianas exige mais do que apenas ajuda financeira e humanitária por parte dos parceiros internacionais. Uma componente crítica na protecção dos territórios ucranianos é o apoio militar internacional, particularmente o fornecimento de sistemas de defesa aérea e de defesa antimíssil. Estes sistemas desempenham um papel vital na salvaguarda de civis e de infra-estruturas contra ataques de mísseis russos.
Exemplo deste apoio é a recente declaração do Departamento de Defesa dos EUA, a 9 de agosto de 2024, anunciando ajuda militar adicional à Ucrânia no valor de até 125 milhões de dólares. Este pacote inclui recursos cruciais destinados a reforçar as capacidades defensivas da Ucrânia. Contribuições significativas estão também a ser feitas por outros países. Por exemplo, a Lituânia está a preparar-se para entregar novos veículos blindados de transporte de pessoal M113, sistemas de guerra electrónica, sistemas de mísseis terra-ar de curto alcance e equipamento e fornecimentos adicionais à Ucrânia.
É importante sublinhar que o apoio internacional à Ucrânia faz mais do que apenas ajudar o país a defender-se contra a agressão russa; actua também como um elemento dissuasor contra a potencial expansão de acções agressivas do Kremlin para outras nações europeias. A rússia ameaçou repetidamente vários Estados na prossecução das suas ambições imperiais, representando uma ameaça significativa à estabilidade e segurança de todo o continente europeu. Ao apoiar Ucrânia, a comunidade internacional não só ajuda a defesa de uma única nação, como também evita a potencial propagação do conflito por toda a região.
A questão da concessão de permissão à Ucrânia para utilizar armas de longo alcance fornecidas pelos seus parceiros para atacar alvos militares em território russo continua a ser altamente relevante. Isto inclui atingir bases, depósitos e campos de aviação a partir dos quais são lançados ataques à Ucrânia. Esta autorização aumentaria significativamente a capacidade da Ucrânia para dissuadir a agressão e desmantelar elementos críticos da infra-estrutura militar inimiga.
As ações da comunidade internacional mostram claramente que os líderes mundiais reconhecem a importância crítica de apoiar a Ucrânia na sua luta para manter a independência e garantir a segurança. Este apoio é essencial para alcançar uma paz justa e salvaguardar o futuro das crianças ucranianas, da população civil e de outras nações contra a agressão russa. Além disso, esta assistência ajuda a evitar a escalada do conflito e a limitar as ambições da rússia de se expandir para outros territórios, o que é vital para preservar a estabilidade na Europa e fora dela.
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