O painel da TV estatal russa Rossija-1 discute em direto a "divisão eventual da Ucrânia" |
Em
setembro de 2014, o politólogo russo Valery
Solovei descreveu os resultados conseguidos pelo Kremlin na Ucrânia. E traçou
três cenários das relações futuras ao médio-curto prazo: otimista, realista e
pessimista.
Vamos
citar:
«1.
A opção mais favorável para a Rússia é o profundo declínio socioeconómico e
político da Ucrânia, em consequência do qual a sua parte oriental, sem o
esforço da guerra e com o consentimento do Ocidente entrará sob o protetorado,
de facto, da Rússia. E enquanto algumas das elites russas consideram essa ideia
de wishful thinking [pensamento
positivo], ela se tornou o leitmotiv de uma nova estratégia de mídia: a
Ucrânia, dizem eles, entrará em colapso sob o peso de dificuldades, erros e
ações suicidas.
2.
Pior, mas bastante aceitável é considerado um acordo estratégico, sob o qual a
legalização internacional do novo status da Crimeia e do corredor terrestre [entre
Rússia continental e Crimeia] será trocado pela entrega [russa] do Donbas.
Dizem que agora isso não pode ser feito, mas em três ou quatro anos, por que
não? Acredita-se que com Poroshenko “é possível lidar e negociar”.
3.
É altamente indesejável e improvável, mas não seja excluída a opção de retomar
os combates convencionais em larga escala. Se pode escolher essa opção caso Ocidente
não apreciar devidamente o “comportamento pacífico da Rússia” e não abolir o
regime de sanções».
33 tipos de armamentos e equipamentos russos na Ucrânia: a base de dados e infografia |
Na
realidade veio o quarto cenário – mais que pessimista²:
O
Ocidente não apreciou o “comportamento pacífico da Rússia” e não aboliu o
regime de sanções. Além disso, o Ocidente introduziu as novas, até que hoje as
sanções de 2014 pareçam ridículas [no dia 29/09/2018, o Secretário do Estado do
Interior dos EUA, Ryan
Zinke, disse que os Estados Unidos não descartam a hipótese “se for necessário”,
de usar a marinha, para “bloquear o fornecimento de energia russa ao Médio Oriente,
levando assim a Rússia fora do mercado energético]. A Rússia optou por um agravamento
militar no início de 2015, apesar da extrema indesejabilidade de tais ações.
Conseguiu um resultado extremamente importante – realizou em Moscovo a
exposição de objetos saqueados na cidade ucraniana de Debaltseve.
O tema da troca da Crimeia pelo Donbas causa o riso até nos galinheiros do
galo-alfa Igor “Strelkov” Girkin, e a frase “corredor terrestre à Crimeia” é
simplesmente esquecida a abandonada por todos.
A
única esperança do Kremlin atualmente é a vitória nas eleições presidenciais na
Ucrânia de qualquer um, menos o Presidente Petró Poroshenko. É a sua esperança
final.
Essa
é a diferença real entre o plano pessimista e a realidade, é a razão pela qual
votaremos em Poroshenko. A última esperança do Kremlin “qualquer um, menos Poroshenko”
é a razão principal por que apoiaremos Presidente e pedimos os votos para ele.
@Svitlana
Samborska & Ucrânia em África
Bónus
O presidente Petró Poroshenko em conversa com Fareed Zakaria (GPS – CNN):
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